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Fraturas da Tíbia Introdução - As fraturas dos ossos da perna podem ser causadas por traumas de alto e baixo impacto - As condutas usadas para atender esse paciente são o ATLS e conhecer o mecanismo do trauma - A fratura da tíbia é a fratura mais comum dos ossos longos - 12-47% das fraturas são expostas - Em 11% das fraturas dos ossos da perna ocorre a síndrome compartimental: • Geralmente acomete a faixa etária de 12-29 anos • A lesão pode ser aberta ou fechada • A energia pode ser alta ou baixa - Há uma alta taxa de complicações: as mais comuns são a não união e infecção Mecanismo do Trauma - Trauma direto —> Pode causar uma fratura transversa, fratura em cunha ou uma fratura multifragmentar - Trauma indireto —> Pode causar uma fratura oblíqua Avaliação de Extremidades - Deve-se fazer a avaliação neurológica motora e sensitiva - Deve-se fazer a avaliação vascular (para isso, deve-se alinhar o membro para restaurar pulsos e é importante saber que a perfusão pode estar mantida mesmo em lesão arterial) - Deve-se fazer a avaliação de partes moles e verificar se a fratura é exposta ou não Exames de Imagem - Raio X: • Deve ser feito em nas incidências AP e perfil • Deve mostrar toda a extensão da perna e incluir as articulações - Tomografia computadorizada: • Indicada para pacientes que sofreram fraturas em espiral no 1/3 distal (comum ocorrer em 49-56% das fraturas de tornozelo) • Também deve-se fazer TC quando houver dúvida quanto a consolidação da fratura Classificação AO - As fraturas em cunha podem ser intactas ou fragmentadas - As fraturas multifragmentadas podem ser com segmento intacto ou com o segmento fragmentado Tratamento - Princípios do tratamento: • Estabilidade relativa: Permite micro movimentos, geralmente é feita com um tutor (guia) • Estabilidade absoluta: Não permite movimentos, geralmente é feita por compressão - Tratamento Conservador: • Indicações: • Fraturas estáveis (sem lesão aparente) e sem lesão de partes moles • Fraturas minimamente desviadas como: • varo-valgo < 5º • antero-posterior < 10º • rotação < 10º • encurtamento < 1 cm • aposição > 50% • O tratamento conservador normalmente é feito com gesso longo - Tratamento Cirúrgico: • Fixação Externa: • Uso provisório —> quando há lesão de partes moles, no controle de danos do paciente politraumatizado e no suplemento a uma fixação interna • Uso definitivo —> quando há complicações de partes moles, como infecção ou necrose • Placas: • São usadas quando se necessita de redução precisa da fratura (geralmente usada em casos de fraturas instáveis do 1/3 proximal ou distal e nas fraturas com extensão articular) • Para o uso de placas as partes moles devem estar em bom estado • Conferem estabilidade absoluta, geralmente usadas nas fraturas A1 • Deve-se ter cuidado ao se introduzir a placa para não realizar desvascularização (essa técnica não tem muita tolerância para erros técnicos) • As placas podem ser usadas para redução direta percutânea • As placas também podem ser usadas para conferir estabilidade relativa em fraturas do tipo A/B/C (a técnica é minimamente invasiva e preserva partes moles e o suprimento sanguíneo) • Haste Intramedular Bloqueada: • É o padrão ouro! • É indicada para a maioria das fraturas, pois confere grande resistência mecânica, alta taxa de consolidação e pouco dano a partes moles • Indicada em pacientes que se precise ganhar comprimento, eixo e rotação • O ponto de entrada da haste é normalmente ao nível da tuberosidade anterior da tíbia, podendo ser transpatelar, parapatelar ou suprapatelar • Haste fresada é uma haste com broca na ponta que aumenta o contato do osso com o implante (melhora a consolidação pois estimula o calo ósseo a partir do endósteo) e como o implante é mais calibroso confere mais resistência • Além disso, a haste fresada apresenta menor taxa de reoperação e menos falha de implante • A Haste intramedular é chamada bloqueada pois ao se colocar uma haste deve- se fazer o seu bloqueio distal, para isso se usa radiação para ter a visualização da posição da haste • É comumente feito o bloqueio em fraturas expostas. • A haste causa menor incidência de eventos adversos e infecções • Nas fraturas envolvendo metáfise óssea é necessário fazer o poler screw: uso de um parafuso dentro do canal medular para centralizar a fratura Resumo do Tratamento - As condições das partes moles é determinante para a escolha do tratamento - O tratamento normalmente é cirúrgico - Fixador externo: Indicado para uso temporário e lesões de partes moles - Placa: Indicada para extensão articular/metafisária
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