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FACULDADE ESTÁCIO - IESAM TITULO: As crises econômicas de 1929 e 2008: fatores desencadeantes e consequências para o Brasil e o mundo DISCIPLINA: ECONOMIA EMPRESARIAL DOCENTE: ASTERIA CAVALCANTE ALUNOS: Amanda da Silva Ribeiro (202001402128) Alessandra Soares Alhadef (202202289833) Brenda Beatriz Teixeira Gomes (202212087745) Eduarda Souza (202203015001) Elielson Miranda (202002706317) Nielison Gomes Monteiro (202203343149) Waleska Hellen Mendes (202202255998) Scila Nacly Abenassiff (202203519158) 25 de Abril / 2022 Belém 2 1. INTRODUÇÃO Para se entender o que ocorreu em 1929 e 2008, devemos ressaltar que o capitalismo sempre foi vigente nos EUA, a nação americana nos dois anos (1929 e 2008) já ocupavam o posto de maior economia do mundo e sempre foram aderentes a cultura do consumismo. Toda essa cultura construída sobre os pilares do mercado e do consumo trouxeram severas consequências para economia local (EUA) e mundial. Tanto em 1929 quanto em 2008 o Banco Central Norte-Americano já autorizava altos empréstimos, em 1929 para incentivar o consumo de bens e serviços e em 2008 as concessões por meio do setor imobiliário. Os créditos, por sua vez, eram fornecidos sem nenhum critério pré- estabelecido, ou seja, as instituições financeiras não tinham pré-requisitos e processos burocráticos para realizarem empréstimos fazendo com que os riscos fossem cada vez mais evidentes. A motivação para a crise de 1929 foi justamente a euforia da economia americana, onde as indústrias aumentaram sua produção até um ponto em que os mercados internos e externos não tiveram condições de absorver a alta geração de produtos. Nesse sentido, as empresas começaram a falir, já que não conseguiam vender suas mercadorias. Já a de 2008 se deve aos volumes muito altos das hipotecas, onde os bancos uniram os contratos de alto risco aos de baixo risco, utilizando as garantias (imóveis) como uma forma de investimentos em pacotes vendidos com a promessa de ganhos promissores. Porém os devedores acabaram não arcando com as suas dívidas, causando um efeito domino no cenário macroeconômico. 2.DESENVOLVIMENTO 2.1 Crise de 1929 Para falar sobre crise, primeiro devemos entender que os fatores que podem desencadear uma crise econômica são o desequilíbrio entre a produção e o consumo, tendo como consequência queda brusca na produção e/ou falência de empresas, desemprego, redução de salários e lucros. Sobre a Crise de 1929 podemos salientar que os E.U.A já tinham uma supremacia econômica, em relação às demais potências mundiais, mesmo antes do início da Primeira Guerra Mundial. Durante os 3 três primeiros anos da guerra o país se manteve neutro e atuou apenas como fornecedor de alimentos, armas e insumos. No entanto, por uma questão de interesse e afinidade, exportava os seus produtos apenas para as nações europeias. O comércio e a economia prosperaram bastante a partir dessas vendas e eles continuaram com a sua economia em alta. A participação dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial se deu em solo europeu, ou seja, não houveram conflitos e muito menos consequências devastadoras em solo americano. No início da década de 1920 já eram os responsáveis por 42% de toda a produção de mercadorias do mundo e também o maior credor do mundo, somente eles eram responsáveis por 40% de todas as importações mundiais. Os bancos americanos emprestavam dinheiro para países como Alemanha, França e Inglaterra, e para diversos outros países do mundo, neste período a prosperidade econômica dos E.U.A ficou conhecida como "Período de Euforia Econômica" O "American Way Of Life" - Estilo De Vida Americano" era um modo de viver que passava pelo consumismo. Ou seja, a compra de produtos ou serviços de modo exagerado. O desenvolvimento desse modo de vida americano contribuiu para o crescimento da produção industrial. Nesse período as indústrias americanas produziam cada vez mais mercadorias, sem se importar se o mercado interno e o mercado externo teriam condições de absorver essa quantidade de mercadorias que eram produzidas. Essa euforia se estendeu para os bancos, que realizavam empréstimos de maneira desenfreada e sem nenhum tipo de regulamentação do Estado sobre isso. Conhecida também como A grande depressão, esse período trouxe graves consequências para os E.U.A como o excesso de produtos que não tinham mercado para absorver, a queda da Bolsa de Valores e também para o Brasil, derrubando as vendas do café que era o principal produto da economia brasileira naquela época. Na década de 1930, o governo de Getúlio Vargas chegou a comprar sacas de café e queimá-las com a intenção de elevar o preço do produto nacional. Mesmo diante de dificuldades, Vargas teve a iniciativa arriscada de investir na criação da infraestrutura para o desenvolvimento da indústria brasileira. A decisão foi estratégica, deu certo e abriu caminho para a industrialização nas décadas seguintes. Como ponto positivo da crise de 1929, sendo os Estados Unidos o maior comprador do café brasileiro, a importação deste produto diminui muito e os preços caíram e com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira. 4 A euforia econômica tinha, então, um importante componente político: a crença na redução do papel interventor do Estado foi acompanhada de medidas de flexibilização das regras do mercado. O presidente republicano Hoover, seguidor do liberalismo clássico, subestimou a crise acreditando que duraria três semanas, não havendo qualquer tentativa de adotar medidas que estimulassem a recuperação das atividades econômicas por acreditar na recuperação da crise, a partir do próprio mercado, fato que não aconteceu e seus efeitos se estenderam por três anos, sendo que a produção industrial caiu próximo da metade e o PIB do país diminuiu a um terço. Em 1932, com a ascensão do democrata Franklin Rooselvelt que abriu caminho para uma política econômica intervencionista, período chamado de New Deal. Desta forma, uma das principais consequências da depressão, a médio e longo prazo, foi uma intensificação generalizada da prática da intervenção e do planejamento estatal da economia, que passou a vigorar não só nos Estados Unidos, mas nos países europeus e também na América latina que teve severos efeitos, cuja economia agroexportadora foi altamente afetada pela retração nos investimentos estrangeiros e a redução das exportações de matérias-primas. 2.2 Crise de 2008 Apesar do início da crise de 2008 ser associada à quebra de um dos mais tradicionais bancos, o Lehman Brothers, o problema teve origem em uma sucessão de fatos ocorridos desde o final da década de 90. Nesse período, houve uma grande expansão do crédito no mercado norte-americano. A grande questão é que havia uma prática muito comum no país, a da hipoteca. Esta é uma modalidade de crédito na qual as pessoas obtêm um empréstimo bancário e colocam o imóvel como garantia de que o empréstimo será pago. Consequentemente, as bolsas de valores despencaram, fazendo com que os governos de vários países anunciassem planos de socorro à economia, aplicando bilhões de dólares nos bancos. Considerada por muitos economistas como a pior crise econômica desde a Grande Depressão, a crise financeira de 2008 ocorreu devido a uma bolha imobiliária nos Estados Unidos, causada pelo aumento nos valores imobiliários, que não foi acompanhado por um aumento de renda da população. A renda coletiva das famílias norte-americanas teve uma queda de mais de 25% entre 2007 e 2008. O índice S&P 500, composto pelos ativos das 500 maiores empresas dos EUA listadas nas bolsas, caiu cerca de 45%. O desemprego subiupara 10,1%, maior percentual desde 1983. 5 Cada país teve que tomar suas próprias medidas de acordo com aspectos econômico-financeiros com a finalidade de proteger os mercados o máximo possível contra os efeitos da crise, cada qual com suas políticas internas, intervindo diretamente através de concessões maiores de crédito, injeção de recursos públicos para a manutenção dos bancos, entre outras medidas, cada qual focando seus aspectos internos. A Grécia foi um dos países mais afetados. O país não tinha estrutura de governo adequada para se proteger dos efeitos negativos da crise, pois tinha muitos gastos públicos, poucas reservas e acabou por solicitar auxilio à União Européia e FMI na tentativa de melhorar a sua situação. Portugal focou suas medidas na proteção dos bancos e contenção da dívida pública a fim de estabilizar sua economia. A Espanha, e a Alemanha, deram o foco na concessão de crédito mais otimizado, principalmente para auxiliar e incentivar as pequenas e médias empresas, incrementando o setor produtivo. Por fim, o Brasil com suas medidas tomadas de forma consciente e imediata, priorizou a manutenção do setor produtivo e facilitou a concessão de créditos, primou pela transferência de rendas, redução da taxa de juros e manutenção dos planos de desenvolvimento e ainda a proteção do sistema bancário Em geral, os países emergentes – dentre eles o Brasil – sentiram menos os efeitos da crise. Ainda, entretanto, houve de fato uma forte queda no índice BOVESPA – que mede o valor das ações negociadas na bolsa de valores do país – e um aumento no preço do dólar. Isso porque os investidores ao redor do mundo estavam resgatando as aplicações devido à quebra de confiança no mercado. Assim, as expectativas de crescimento econômico foram reduzidas e em consequência houve redução nas previsões para o PIB do país. 3.CONCLUSÕES André Luis Contri, economista e professor da PUC-RS , considera que, “Atualmente, a economia norte- americana já conseguiu recuperar parte das perdas da crise, mas continua em uma situação vulnerável. Indiscutivelmente, grande parte dessa recuperação deve-se à forte intervenção governamental no pós 2008, tanto no sentido de sanar o setor financeiro e produtivo como através da sua política fiscal. No Brasil, como o foco das medidas anti crise se concentraram em fomentar o mercado consumidor a fim de que os efeitos se tornassem menos drásticos para a economia do país. Atualmente, há uma desaceleração do consumo face às dívidas das famílias auferidas com as facilidades e medidas tomadas e concedidas pelo Governo, em meados de 2008, justamente com o intuito de proteger o país contra a crise. Medidas estas que hoje estão resultando em um quadro econômico de retração do consumo, com o aumento na taxa de juros a 6 fim de conter o mesmo, originalmente incentivado pelas políticas governamentais e que agora com a sinalização de um quadro de inadimplência das famílias, o Governo precisou tomar medidas para frear o consumo através da alta de juros. As Crises são cíclicas, e às vezes graves, às vezes amenas, às vezes internas e, às vezes mundiais. A intervenção do Estado com políticas emergenciais para conter os efeitos da crise mundial em 2008 estão agora refletindo negativamente na economia interna brasileira, resultado dos incentivos e medidas tomadas em sua origem para blindar os efeitos da crise americana no Brasil. Já nos anos de 1933 e 1937 o plano econômico do New Deal foi o principal responsável pela recuperação econômica dos EUA, sendo adotado como modelo por outras economias em crise. Onde na prática, este programa do governo previa a intervenção do Estado na economia, controlando a produção industrial e agrícola. O New Deal foi um programa de recuperação econômica realizado no governo de Franklin Delano Roosevelt e tinha como principal objetivo reerguer a economia norte-americana após a crise de 1929, por conta da quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Ao contrário do que foi feito nos governos anteriores, quando não havia nenhuma interferência e regulamentação governamental nas transações econômicas, o New Deal pretendia ampliar a ação do Estado na economia ao controlar a produção e realizar obras públicas para empregar aqueles que perderam seu trabalho por conta da crise. Aos poucos, o programa começou a dar resultados, e a economia norte-americana voltou a apresentar números positivos. Mesmo assim, em 1940 a taxa de desempregados estadunidenses era de 15%. Esta situação foi finalmente resolvida com a Segunda Guerra Mundial, quando a economia capitalista mundial se recupera. 7 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1) https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CafeEIndustria/Crise29 2) https://www.preparaenem.com/historia/da-crise-1929-ao-new-deal.htm 3) ESCOLA POLITÉCNICA JOAQUIM VENANCIO: https://www.epsjv.fiocruz.br/crise-de-1929. 4) Coggiola, Osvaldo. O craque de 1929 e a grande depressão da década de 1930 5) Silveira, Thiago. A CRISE DE 1929 E A CRISE DO SUBPRIME: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DA ECONOMIA DOS ESTADOS UNIDOS. Trabalho de conclusão submetido ao curso de Graduação em Relações Internacionais, da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS. Porto alegre, 2017 6) Prado, Luiz Carlos Delorme. A Grande Depressão e a Grande Recessão: Uma comparação das crises de 1929 e 2008 nos EUA. Revista Econômica, Niterói, v 13, n 2, dezembro 2011 7) Silva, Gustavo Teixeira Ferreira; Filho, Fernando Ferrari. A crise financeira internacional e a Grande Depressão. Revista Soc.Bras.Economia Política. São Paulo nº32 , p. 5-36, junho,2012 8) https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/new-deal.htm https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CafeEIndustria/Crise29 file:///C:/Users/Cleisson%20Souza/Downloads/2)%20%20%20https:/www.preparaenem.com/historia/da-crise-1929-ao-new-deal.htm https://www.epsjv.fiocruz.br/crise-de-1929
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