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Aula 04 Recursos
Efeitos dos recursos
1-Impedimento ao transito em Julgado: Efeito que abrange todos os tipos de recursos. O 
recursos interposto impede o transito em julgado e consequentemente, a formação da coisa 
julgada formal, a qual só ocorrerá quando se esgotar a utilização de recursos, por ausência 
de interesse da parte ou por nenhum recurso ter sido utilizado. A coisa julgada material 
ocorrerá apenas após a formação da coisa julgada formal.
Uma vez interposto o recurso, é impedida que a coisa julgada formal aconteça e, 
consequentemente, a material. Dessa forma, é possível afirmar que o recurso retarda o 
trâmite processual.
Obs: Configuração da coisa julgada para fins de inicio de prazo para ação rescisória. Um 
dos requisitos para esse tipo de ação é ter ocorrido a coisa julgada. Dessa forma, é possível 
concluir que enquanto estiver pendente o recurso, não é possível se valer da ação 
rescisória. Nesse tipo de caso se percebe que o recurso pode aparentemente impedir o 
transito em julgado, mas na verdade não impedir. Quando o recurso não é conhecido, por 
ser intempestivo, ocorre esse tipo de situação. Tecnicamente isso deveria ser observado de 
cara. No entanto, não é isso que ocorre, aquele que recebe o recurso, caso não perceba 
essa intempestividade, causará o impedimento da coisa julgada, ou melhor, o fará 
aparentemente. Essa observação pode ser feita posteriormente. Tal fato pode causar grande 
prejuízo à parte, tendo em vista ao prazo para interposição de ação rescisória.
Sumula 401 STJ: trata da tese acima versada e dá segurança jurídica às partes.
2-Efeito Translativo: transfere ao órgão que julga o recurso, a possibilidade de se 
manifestar sobre as questões de ordem pública, mesmo que as partes não façam nenhuma 
indicação dessa questão. 
ex: em uma demanda qualquer, o órgão recebe o recurso de apelação. Ao avaliar os autos, 
percebe que o juízo é incompetente para a determinada ação. Dessa forma, deverá, mesmo 
sem que as partes mencionem tal erro, anular a sentença e encaminhar ao juízo 
competente. Tal incompetência pode ser reconhecida de ofício.
3-Efeito Devolutivo: Fazendo menção ao artigo 515 CPC, o qual trata justamente do efeito 
devolutivo dos recursos. Em sua redação o artigo diz que o conteúdo da ação é devolvido 
ao tribunal, tal afirmação pode ser parecer confusa. No entanto, quando é feita essa 
referencia, o legislador busca passar a visão de jurisdição una. Ou seja, mesmo que quem 
observa o recurso não seja a mesma pessoa que recebeu o mérito em um primeiro 
momento, se trata da mesma jurisdição. 
--> Amplo: Sao tipos de recursos os quais permitem a apresentação de discussões sobre 
fatos ou teses jurídicas.(Ex: apelação)
-->Restrito: pedido de reforma de acórdão. Nesse caso só poderá ocorrer esse pedido e, 
dessa forma, não será discutida outra questão. (ex: recurso extraordinário)
*Efeito devolutivo quanto à profundidade: embora tenha limitação quanto ao pedido. O 
órgão que vai julgar, em regra, vai utilizar qualquer argumento contido nos autos. O 
recorrente pode levar o seu recurso ao tribunal buscando que seja levado em conta 
qualquer argumento contido no processo.
*Efeito devolutivo quanto à extensão: norteia o julgamento do tribunal. Ou seja, limita o 
julgamento ao pedido recursal. Ou seja, não cabe ao tribunal julgar todos os assuntos 
contidos naquele processo. 
4- Efeito suspensivo ou obstativo: impede que a decisão impugnada por pelo recurso 
produza efeitos. Em regra, os recursos não tem automaticamente esse efeito. O único 
recurso que tem expressamente como regra esse efeito, é a apelação. Mesmo assim, tem 
casos em que a apelação não o terá. 
Casos em que não ocorrerá efeito suspensivo em apelação: artigo 520 CPC.
O CPC não faz menção expressa que os recursos em geral terão efeito suspensivo. Os 
únicos recursos que são mencionados pelo CPC de 73 sem menção expressa de efeito 
suspensivo são os recursos excepcionais(Art 497 CPC). 
Apesar de não haver expressa disposição com respeito ao efeito suspensivo automático dos 
recursos, é compreendido que não há. Exceto no que tange à apelação.
Com relação a apelação, no novo CPC intentou-se retirar o efeito suspensivo também. Na 
primeira redação do novo código, estava disposto que a apelação não teria efeito 
suspensivo, pode este lhe ser atribuído em casos excepcionais. Ou seja, a ideia era inverter 
a regra presente no art.520. A ideia de modificar tal efeito é procedente do fato de 
doutrinadores julgarem que tal efeito retarde a prestação jurisdicional. Contudo, apesar 
disso, tal intenção não foi aceita pela câmara e, portanto, o efeito suspensivo da apelação 
se mantém no novo CPC.
**Os embargos de declaração não tem efeito suspensivo automático de forma expressa. No 
entanto, na pratica é dessa forma que se procede. Isso ocorre, a nível de exemplo, quando 
uma parte entra com embargo de declaração e esse embargo é encaminhado ao juiz. 
Enquanto esses embargos estiverem sendo avaliados pelo juiz, a decisão em questão não 
surtirá efeitos. O novo CPC busca deixar claro que embargos de declaração não possuem 
efeito suspensivo, porém, a prática será a mesma. 
5-Efeito expansivo
O efeito expansivo diz respeito à abrangência subjetiva dos recursos(art.509CPC). Esse 
efeito não tem abrangencia tao gererica quanto o dispositivo aponta. Temos casos em que o 
recurso interposto por um litisconsorte não vai aproveitar ao outro, mesmo que os interesses 
não sejam opostos. Geralmente a regra do 509 incide em casos de litisconsorte solitário, 
pelo fato de nos casos de litisconsorte simples, aquele que não ofertou recurso, terá o 
transito em julgado operando em seu desfavor, justamente em conta do principio da 
autonomia dos litisconsortes. 
O efeito expansivo é a potencialidade do recurso atingir pessoas diversas. Em regra o 
recursos afeta os interesses de quem recorreu e da parte contrária, mas pode ser que o 
processo tenha outras pessoas, é o caso do litisconsorcio. O recurso pode afetar 
litisconsorte que não recorreu? Pode. Isso ocorre basicamente quando se tem litisconsórcio 
unitário ou mesmo quando não o for, o resultado do recurso seja anulação. Esse efeito é 
referente a quem é afetado pelo julgado.
6-Efeito regressivo ou de retratação 
O efeito regressivo é aquele que permite que o órgão que proferiu a decisão se retrate 
quando da interposição do recurso. O agravo, tanto de instrumento quanto o retido, 
permitem o juízo de retratação(523 parágrafo 2 e artigo 529). Então, decisão interlocutória 
de primeira instancia, tanto o agravo de instrumento quanto o retido, permitem retratação 
por parte do juiz.
Agora, a apelação não poderá ter esse efeito. O artigo 463CPC, diz que publicada a 
sentença, o juiz não pode voltar atras, salvo para corrigir erro formal ou quando ele julgue 
embargos de declaração. E mesmo assim, embora embargos de declaração possam mudar 
o conteúdo do julgado, não é essa a ideia principal, o objetivo é sanar obscuridades 
eventuais. A apelação não permite que o juiz se retrate, nos termos do 463CPC. Essa 
informação é reforçada pelo artigo do CPC, que diz que uma vez interposta a apelação, o 
juiz não poderá se retratar. Existem duas situações em que a apelação potencializa efeito 
regressivo. A primeira é em caso de indeferimento de petição inicial, o indeferimento integral 
da petição inicial é por sentença, recorrível com apelação. Interposto o recurso de apelação, 
o juiz tem 48h para se retratar(Art. 296). A segunda hipótese é caso de sentença liminar de 
improcedência(Art. 285A parágrafo 1).
Recurso especial pode ter também juízo de retratação na hipótese de recurso especial 
repetitivo. É, a nível de exemplo, se forem interposto vários recursos especiais para atacar 
vários órgãos, versando sobre uma matéria x. O tribunal esse seleciona um ou alguns 
relativos a controvérsia e os encaminhaao STJ, o qual vai se posicionar sobre a tese dos 
processos que lhe foram apresentados, enquanto os outros ficam aguardando julgamento. 
Se o STJ adotar um julgamento representativo, posicionando se da mesma forma que o 
tribunal de justiça, esses recursos que aguardavam julgamento serão considerados 
inadmissíveis(Art 543 parágrafo 7, inciso 1 CPC). Agora se o STJ entender que o TJ está 
errado, o inciso dois do mesmo artigo e parágrafo, sugere que o TJ reexamine esses 
recursos, de forma a se retratar ou não. Caso não se retrate, deverá admitir todos e 
encaminha-los para o órgão superior.
7-Efeito interruptivo
Ja foi mencionado quando falamos sobre embargos de declaração (Art 538). Existe uma 
hipótese de embargos infringentes que ira interromper prazo para interposição de recurso 
especial(artigo 498CPC). Vamos imaginar que temos um acórdão e que nele há um capitulo 
unanime e outro não unanime. Esse capitulo não unanime pode ou não potencializar 
embargos infringentes, vai depender do conteúdo. Vamos pensar que esse acórdão foi 
alcançado em uma apelação e que nessa parte não unanime, houve reforma da sentença 
de mérito. Nesse caso, em relação a parte não unanime, cabem embargos infringentes. E 
nós vamos descobrir mais pra frente que pra fazer uso de recurso especial e do 
extraordinário, temos que esgotar a via recursal ordinária. Então, mesmo a parte 
percebendo que não terá sucesso no órgão especial, ela terá que esgotar as vias ordinárias 
para depois avançar para os tribunais superiores. 
8- Efeito substitutivo (art 512)
O acórdão proferido no julgamento do recurso substitui a decisão impugnada. Então o que 
vai surtir efeitos no mundo jurídico é o acórdão proferido, substituindo a decisão impugnada, 
a decisão anterior. So não vai acontecer esse efeito quando o resultado do recurso for de 
anulação do julgado, se o resultado do recurso for de anulação, não incide o efeito 
substitutivo. 
Juízo de mérito
O juízo de mérito dos recursos só vai acontecer se o juízo de admissibilidade for positivo. 
Se for negativo, não há o que se falar em mérito. Quais são os fundamentos simples do 
juízo de mérito? Erro de procedimento, que é o erro processual. Erro de juízo, que é o erro 
de valor sobre a causa.
Quando é erro de procedimento, o recorrente almeja, através do recurso, o provimento do 
recurso para anular o julgado. Se obtiver esse resultado, caçada a sentença, será retornado 
ao juízo ad quo para que seja proferida outra decisão. 
Quando ocorre erro de juízo, o recorrente requer provimento ao recursos para que seja 
reformada a sentença. Nesse caso, o efeito substitutivo incide, ou seja, o acórdão ira 
substituir a decisão anterior.

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