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Casos Concretos Processo Civil 3 - 1 a 7

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CASOS CONCRETOS – DIREITO PROCESSUAL CIVIL III - CCJ0037 
 
 
Prof. Diego Langone 
 
 
AULA 01: 
 
- QUESTÃO DISCURSIVA: 
 
1) A data da sessão de julgamento da apelação interposta por Manoel foi devidamente 
publicada no Diário Oficial. Diante do alto número de recursos pautados para serem julgados, 
o julgamento da apelação de Manoel foi transferida para sessão do dia seguinte. Após o 
julgamento desfavorável do respectivo recurso, o advogado de Manoel requereu a nulidade do 
julgamento vez que não foi intimado e que o recurso não poderia ter sido julgado no dia 
posterior à data previamente designada. Assiste razão ao patrono de Manoel? 
 
Sugestão de resposta: Depende. O artigo 935 do CPC exige uma observância mínima de 5 dias 
entre a data de publicação da pauta e a data da sessão de julgamento. É certo que a 
inobservância de tal prazo ensejará a nulidade do julgamento. 
No entanto, o próprio artigo 935 do CPC prevê a possibilidade de julgamento na primeira 
sessão seguinte, independentemente de nova publicação, quando na sessão previamente 
designada o órgão expressamente manifestar-se em tal sentido. 
No caso do enunciado, caso na sessão originariamente marcada o advogado de Manoel tenha 
sido informado expressamente que o recurso seria julgado na próxima sessão, não há que se 
falar em nulidade. Porém, se esta não foi a hipótese, a nulidade é evidente, pois seria 
necessário uma nova publicação. 
É importante consignar que o STJ possui uma única decisão acerca do art. 935, do CPC, onde, 
em aparente contrariedade ao sentido da norma, se manifestou que não seria necessária a 
informação expressa de que o julgamento seria realizado na sessão seguinte: 
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSO ADIADO 
POR INDICAÇÃO DO MINISTRO. CERTIDÃO DE JULGAMENTO INDICANDO ADIAMENTO, MAS 
SEM REFERÊNCIA DE QUE SERIA PARA A PRIMEIRA SESSÃO SEGUINTE. PROCESSO JULGADO NA 
SESSÃO SUBSEQUENTE ÀQUELA EM QUE HOUVE O ADIAMENTO SEM QUE HOUVESSE 
PUBLICAÇÃO DE PAUTA. REGULARIDADE. SINTONIA COM OS ARTS. 935 DO CPC/2015 E 90, § 
2º, DO RISTJ. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA. ART. 461-A DO 
CPC/1973. IMPUGNAÇÃO. APLICAÇÃO DO REGRAMENTO NO ART. 741 DO CPC/1973. 
REQUISITOS. ART. 1.022 DO CPC/2015. ERRO MATERIAL, OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, 
OBSCURIDADE OU CARÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. AUSÊNCIA. 
1. A certidão de julgamento da sessão do dia 27/6/2017 foi no sentido de que os autos teriam 
sido adiados "por indicação do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)" (e-STJ, fl. 352), sem especificar, 
contudo, se tal adiamento seria para a primeira sessão seguinte, omissão que, no entender da 
embargante, exigiria nova inclusão em pauta para qualquer sessão de julgamento, inclusive a 
que veio a ocorrer na sequência, em 3/8/2017. 
2. A alegação não merece prosperar, pois a conduta adotada pela Segunda Turma do STJ 
encontra-se em sintonia com os arts. 935 do novo CPC e 90, § 2º, do RISTJ, no sentido de que a 
inclusão será dispensada somente quando expressamente adiados os autos para a primeira 
sessão seguinte, visto que, embora inexistente a expressão "para a primeira sessão seguinte", 
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de fato, o recurso foi incluído na primeira sessão subsequente, ocorrida em 3/8/2017, em 
verdadeira harmonia com o espírito daqueles dispositivos processuais consistente na 
impossibilidade de se julgar processo em sessão posterior à primeira subsequente sem que 
conste de pauta publicada com antecedência mínima de cinco dias. 
(...) 
 (EDcl no REsp 1240538/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 
26/09/2017, DJe 29/09/2017) 
No voto do Relator, foi apresentada fundamentação, no mínimo, curiosa. Inicialmente foi 
mencionado que “não se desconhece a redação dos arts. 935 do novo CPC e 90, § 2º, do RISTJ, 
no sentido de que a publicação em pauta será dispensada somente quando expressamente 
adiados os autos para a primeira sessão seguinte(...)”, prosseguindo-se com a afirmação de 
que “A certidão de julgamento da sessão do dia 27/6/2017 foi no sentido de que os autos 
teriam sido adiados(...), sem especificar, contudo, se tal adiamento seria para a primeira 
sessão seguinte”, para, ao final, concluir-se, de maneira contraditória, que não houve nulidade. 
 
- QUESTÕES OBJETIVAS: 
 
2) Incumbe ao relator, exceto: 
a) negar provimento a recurso que for contrário a súmula do Supremo Tribunal Federal, do 
Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal. 
b) não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado 
especificamente os fundamentos da decisão recorrida. 
c) dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem 
como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes. 
d) decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for 
instaurado em sede de primeiro grau de jurisdição. 
 
Resposta: D. Vide art. 932, VI, do CPC. Caso o incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica seja instaurado em primeiro grau, a competência para a decisão é do próprio juiz de 
primeiro grau. 
 
3) Quando o resultado do julgamento do recurso de apelação não for unânime deverá o 
Presidente do respectivo órgão fracionário do respectivo Tribunal: 
a) dar prosseguimento ao julgamento considerando a extinção do recurso de embargos de 
infringentes; 
b) deverá sobrestar o julgamento do recurso até a resolução da divergência pelos Supremo 
Tribunal Federal; 
c) deverá instaurar incidente para resolução da divergência instaurada no julgamento do 
recurso; 
d) inadmitir o recurso de apelação que originou a divergência. 
 
Resposta: C. Vide art. 942, do CPC, que trata sobre a técnica do prosseguimento do julgamento 
não unânime. 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 02: 
 
- QUESTÃO DISCURSIVA: 
 
1) João ingressou com uma ação de reintegração de posse em face de Valdomiro visando obter 
a retomada de seu imóvel como também a indenização por perdas e danos. A pretensão foi 
acolhida em parte pelo juízo tão somente para determinar a reintegração do autor na posse do 
imóvel. O autor interpõe recurso de apelação para o respectivo Tribunal de Justiça visando 
obter a indenização por perdas e danos, o que foi negado pela Câmara que apreciou o recurso. 
O recorrente, diante da omissão do colegiado acerca de pontos relevantes abordados no 
recurso, apresenta pedido de reconsideração no prazo de 15 dias, que foi rejeitado 
imediatamente pelo relator. Diante do caso indaga-se: 
a) O pedido de reconsideração possui natureza recursal? 
b) Poderia o relator aplicar o princípio da fungibilidade recursal nesse caso? 
 
Sugestão de resposta: 
 
a) Não. O sistema recursal rege-se pelo princípio da taxatividade, só podendo ser tratado como 
recurso aquilo que a lei prevê como tal. Com o efeito, o artigo 994 do CPC prevê o rol de 
recursos dentro do processo civil, nada versando sobre pedido de retratação, que a doutrina 
trata como sucedâneo recursal. 
 
PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. FINALIDADE DE REFORMA DA DECISÃO 
MONOCRÁTICA. CUMPRIMENTO DO PRAZO DESCRITO NO ART. 1.021, § 2º, DO CPC/2015. 
RECEBIMENTO COMO AGRAVO INTERNO. FUNGIBILIDADE. 
FUNDAMENTO INATACADO. SÚMULA 182/STJ. 
1. São taxativas as espécies de recursos oponíveis contra as decisões judiciais descritas no 
art. 994 do CPC/2015. Dentre elas não consta o pedido de reconsideração. Contudo, por 
aplicação do princípio da fungibilidade, admite-se o recebimento de pleitos, como o 
presente, como se recurso fossem, se cumpridas as finalidades e os prazos recursais. 
Precedentes. 
2. "É inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os fundamentos 
da decisão agravada" (Súmula 182/STJ). 
3. Agravo interno não conhecido. 
(PET no REsp 1842832/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 
05/03/2020, DJe 17/03/2020) 
 
b) Não. O enunciado menciona expressamente a ocorrência de omissão no julgamento, o que, 
conforme artigo 1.022, II, do CPC, ensejaria a oposição de embargos de declaração,no prazo 
de 5 dias. 
Há muito a jurisprudência do STJ sedimentou entendimento de que para aplicação da 
fungibilidade recursal é necessária existência de dúvida objetiva quanto ao recurso cabível, 
devendo ser observado o prazo do recurso correto. 
No caso narrado, além de se tratar de grosseiro, por não haver dúvidas sobre qual o recurso 
seria o correto, não foi observado o prazo de 5 dias para a oposição dos embargos de 
declaração (art. 1.023, do CPC), o que inviabiliza a fungibilidade recursal. 
Nesse sentido a jurisprudência do STJ: 
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AGRAVO INTERNO NO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
PROCESSUAL CIVIL. ART. 994 DO CPC/2015. NÃO CABIMENTO. NÃO APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO 
DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. DECISÃO QUE RECONSIDEROU DECISÃO MONOCRÁTICA 
ANTERIOR. POSSIBILIDADE. 
1. O pedido de reconsideração não merece ser conhecido por falta de previsão legal. 
2. Inaplicável o princípio da fungibilidade recursal para fins de recebimento do pedido de 
reconsideração como embargos de declaração ou agravo interno, pois, quando de sua 
apresentação, há muito já havia transcorrido o prazo recursal. 
3. "Não viola o artigo 557 do CPC a decisão unipessoal que reconsidera decisão anterior, 
restando intactos os princípios do devido processo legal e da ampla defesa, uma vez que as 
partes poderão intentar novo agravo interno, o qual, acaso não haja nova retratação, deverá 
ser submetido ao órgão colegiado competente." (AgRg no AgRg no AgRg no REsp 736.164/RJ, 
Rel. Min. Francisco Falcão, DJ 4.5.2006, p. 140). Precedentes. 
4. Agravo interno desprovido. 
(AgInt no RCD no AREsp 1274055/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 17/06/2019, DJe 25/06/2019) 
 
PETIÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PEDIDO DE 
RECONSIDERAÇÃO INTERPOSTO CONTRA ACÓRDÃO. DESCABIMENTO. ERRO GROSSEIRO. 
IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. 
1. Nos termos da consolidada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, revela-se 
manifestamente incabível a interposição de pedido de reconsideração contra decisão 
colegiada, ante a ausência de previsão legal e regimental. 
2. O recebimento do pedido como embargos de declaração também revela-se inviável, uma 
vez que, tratando-se de erro grosseiro, fica afastada a aplicação do princípio da 
fungibilidade recursal. 
3. Pedidos de reconsideração não conhecidos. 
(PET no AREsp 6.655/RN, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 
01/10/2013, DJe 15/10/2013) 
 
- QUESTÕES OBJETIVAS: 
 
2) São princípios fundamentos dos recursos previstos no Código de Processo Civil (Promotor de 
Justiça/SP-2006): 
a) o duplo grau de jurisdição, a taxatividade, a singularidade, a infungibilidade e a garantia do 
reformatio in peius. 
b) o duplo grau de jurisdição, a taxatividade, a singularidade, a singularidade, a fungibilidade e 
a proibição do reformatio in peius. 
c) o duplo grau necessário de jurisdição, a taxatividade, a singularidade, a fungibilidade e a 
garantia do reformatio in peius. 
d) o duplo grau necessário de jurisdição, a ausência de taxatividade, a singularidade, a 
infungibilidade e a garantia do reformatio in peius. 
e) o duplo grau de jurisdição, a ausência de taxatividade, a singularidade, a infungibilidade e a 
proibição do reformatio in peius. 
 
Resposta: B. Tais princípios são apontados pela doutrina majoritária. 
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3) Considerando o que dispõe o CPC a respeito de recursos, assinale a opção correta (OAB 
Nacional – 2009/1). 
a) Havendo sucumbência recíproca e sendo proposta apelação por uma parte, será cabível a 
interposição de recurso adesivo pela outra parte. 
b) A procuração geral para o foro, conferida por instrumento público, habilita o advogado a 
desistir do recurso. 
c) O MP tem legitimidade para recorrer somente no processo em que é parte. 
d) A desistência do recurso interposto pelo recorrente depende da concordância do recorrido. 
 
Resposta: A. Vide art. 997, §1°, do CPC. 
 
 
AULA 03: 
 
- QUESTÃO DISCURSIVA: 
 
1) Marcos Antônio ingressou com uma ação declaratória em face do plano de saúde Vida 
Saudável, responsável por atender importante parcela da população brasileira, visando obter 
reconhecimento da abusividade de determinada cláusula que impede o tratamento de 
pacientes com doenças infectocontagiosas. Diante da repercussão social do julgado, a 
associação de portadores de HIV solicitou seu ingresso como amicus curiae, o que foi 
prontamente autorizado pelo juiz da causa. Diante do caso indaga-se: 
a) Poderá a associação atuar como se parte fosse? 
 
Sugestão de resposta: A figura do amicus curiae, tratada como intervenção de terceiros pelo 
CPC de 2015, tem previsão no art. 138. O denominado “amigo da corte” tem o objetivo de 
contribuir com argumentos, objetivando democratizar o debate social. 
 
O ingresso do amicus curiae, no entanto, não altera a competência para o julgamento da causa 
e nem lhe permite, em regra, a Interposição de recurso, o que denota que não se trata de 
parte. 
 
Os poderes do amicus curiae estão limitados a prestar subsídios para a decisão final, não 
assumindo, portanto, poderes processuais. 
 
- QUESTÕES OBJETIVAS: 
 
2) ANULADA. 
 
3) De acordo com o Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta (Juiz de Direito – SC 
– 2009): 
a) A insuficiência no valor do preparo implicará deserção independentemente de intimação; 
b) Cabe agravo na forma retida da decisão que não admite apelação; 
c) Das decisões interlocutórias proferidas na audiência de instrução e julgamento caberá 
agravo imediatamente, na forma retida ou por instrumento no prazo de dez dias, quando se 
tratar de decisão suscetível de causar lesão grave ou de difícil reparação; 
d) O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem anuência do recorrido, desistir do recurso; 
e) Decisão além ou fora do pedido é passível de interposição de embargos de declaração 
apenas quando resultar contradição 
 
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Resposta: D. Vide art. 998, do CPC. A desistência do recurso é ato unilateral do recorrente, que 
põe fim ao processamento do recurso anteriormente interposto. 
 
 
AULA 04: 
 
- QUESTÃO DISCURSIVA: 
 
1) Carlos ingressou com uma ação indenizatória em face da Construtora JSP com o objetivo de 
obter indenização pela demora na entrega de seu imóvel. Após a citação, constatou-se que a 
construtora encerrou suas atividades irregularmente, o que motivou o autor a requerer a 
desconsideração da personalidade jurídica, que foi indeferido de plano pelo juiz. Terminada a 
instrução, o juiz condenou a construtora a indenizar ao autor no valor de R$10.000,00, 
devidamente atualizado e com juros legais. Irresignado com a sentença o autor interpôs 
recurso de apelação visando reformar a decisão interlocutória que indeferiu a desconsideração 
da personalidade como também aumentar o valor fixado a título de indenização. Diante do 
caso indaga-se: 
a) A apelação de Carlos foi formulada adequadamente? 
b) O juiz sentenciante poderá inadmitir o recurso de Carlos? 
 
Sugestão de resposta: 
 
a) Não. O caput do artigo 1.009 do CPC prevê o cabimento de apelação como meio de 
impugnação da sentença. Ocorre que o parágrafo primeiro do mesmo dispositivo prevê a 
impugnação, também na apelação, em preliminar ou contrarrazões, das decisões 
interlocutórias que não puderem ser impugnadas por agravo de Instrumento. 
 
Em outras palavras, as decisões interlocutórias não agraváveis serão impugnadas no momento 
da apelação. 
 
No caso narrado, o enunciado evidencia que Carlos, em sua apelação, visa reformar decisão 
interlocutória que indeferiu a desconsideração da personalidade Jurídica. Ocorre que tal 
decisão deveria ter sido impugnada por agravo de instrumento, no prazo oportuno, já que este 
é o recurso cabível, conforme o art. 1.015 do CPC. 
 
Desta forma, no tocante à desconsideração da personalidade jurídica, o recurso não deverá ser 
conhecido, pois tal decisão interlocutória já está preclusa. 
 
b) Não, no sistema recursal do CPCde 2015 o juízo de admissibilidade do recurso de apelação 
será realizado exclusivamente pelo órgão ad quem (segunda instância), nos termos do art. 
1.010, § 3° do CPC. 
 
A conduta do magistrado de primeira instância em obstar o recurso, realizando o juízo de 
admissibilidade, caracterizaria usurpação de competência, podendo a conduta ser impugnada 
por meio de reclamação, prevista no art. 988, I, do CPC. 
 
- QUESTÕES OBJETIVAS: 
 
2) O recurso de apelação será recebido somente no efeito devolutivo quando interposto conta 
sentença que julgar ação (Promotor de Justiça – RO – 2006): 
a) de manutenção de posse ou interdito proibitório referentes a posse nova; 
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b) condenatória de prestação alimentícia; 
c) de reparação de danos causados em acidente de veículos processada pelo rito sumário; 
d) de reparação de danos morais, sem repercussão patrimonial, fundamentada no Código de 
Defesa do Consumidor; 
e) não confirmando os efeitos da tutela. 
 
Resposta: B. Vide art. 1.012, §1°, II, do CPC. 
 
3) É correto afirmar que o recurso de apelação comporta juízo de retratação nas seguintes 
hipóteses (XLIV Concurso para ingresso da Magistratura do TJ/RJ) : 
a) excepcionalmente, nos casos em que há deferimento de tutela de urgência, seja antecipada 
ou cautelar. 
b) em regra, nas hipóteses do art. 520 do CPC, em que não há recebimento no efeito 
suspensivo. 
c) excepcionalmente, nos casos de julgamento liminar de improcedência e nos de 
indeferimento da inicial. 
d) em regra, em todas as ações de conhecimento, seja o procedimento ordinário ou sumário, 
cautelar ou execução. 
 
Resposta: C. Vide art. 331 e art. 332, §3°, ambos do CPC. 
 
 
AULA 05: 
 
- QUESTÃO DISCURSIVA: 
 
1) Rafael e José impetraram Mandado de Segurança em face do Município visando obter a 
reintegração na Guarda Municipal, considerando que foram exonerados arbitrariamente por 
abuso de poder da municipalidade. O juiz excluiu José sob o fundamento de que, na hipótese, 
não cabe litisconsórcio. José interpôs agravo de instrumento que, após a devida distribuição, 
foi inadmitido sob o fundamento de que contra a referida decisão o recurso cabível é a 
apelação. Agiu adequadamente o Relator? 
 
Sugestão de resposta: Não. Considerando o conteúdo da decisão proferida, poder-se-ia se 
chegar à falsa conclusão de que se trata de uma sentença, já que extinguiu o processo em 
relação a um dos litisconsortes, o que levaria a inarredável conclusão de que o recurso cabível 
seria, de fato, a apelação. 
 
No entanto, considerando o prosseguimento do feito em relação ao litisconsorte 
remanescente, dúvidas não há de que trata se de uma decisão interlocutória, pois o ato 
jurisdicional não é ato final. 
 
Considerando que nem toda decisão interlocutória é agravável, resta saber se a hipótese do 
enunciado se enquadra em alguma das previsões legais do cabimento de agravo de 
instrumento e, analisando os termos do art. 1.015, no seu inciso VII, a resposta é positiva. 
 
Deste modo, acertou o agravante quando da interposição do recurso de agravo de 
instrumento e errou o relator quando de sua inadmissão. 
 
 
 
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- QUESTÕES OBJETIVAS: 
 
2) Da decisão que julgar a liquidação de sentença caberá (MPE-SP - 2011 - MPE-SP - Promotor 
de Justiça): 
a) embargos do devedor, seguro o juízo. 
b) recurso de apelação. 
c) recurso especial. 
d) objeção de pré-executividade. 
e) recurso de agravo de instrumento. 
 
Resposta: E. Vide art. 1.015, parágrafo único do CPC. 
 
3) Em um processo que observa o rito comum ordinário, o juiz profere decisão interlocutória 
contrária aos interesses do réu. É certo que, se a decisão em questão não for rapidamente 
apreciada e revertida, sofrerá a parte dano grave, de difícil ou impossível reparação. Assim 
sendo, o advogado do réu prepara o recurso de agravo de instrumento, cuja petição de 
interposição contém a exposição dos fundamentos de fato e de direito, as razões do pedido de 
reforma da decisão agravada, além do nome e endereço dos advogados que atuam no 
processo. A petição está, ainda, instruída com todas as peças obrigatórias que irão formar o 
instrumento do agravo. Contudo, o agravante deixou de requerer a juntada, no prazo legal, 
aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de 
sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso, fato que foi 
arguido e provado pelo agravado. Com base no relatado acima, assinale a alternativa correta a 
respeito da consequência processual decorrente (FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - III – Primeira Fase). 
a) Haverá prosseguimento normal do recurso, pois tal juntada caracteriza mera faculdade do 
agravante. 
b) Não será admitido o agravo de instrumento. 
c) O agravo de instrumento será julgado pelo tribunal, inviabilizando-se, apenas, o exercício do 
juízo de retratação pelo magistrado. 
d) Estará caracterizada a litigância de má-fé, por força de prática de ato processual 
manifestamente protelatório, devendo a parte agravante ser sancionada, e o feito, extinto 
sem resolução do mérito. 
 
Resposta: A ou B (dependendo se o processo é ou não eletrônico). Se o processo for 
eletrônico, tal juntada é facultativa e o recurso prosseguirá normalmente (art. 1.018, §2°, do 
CPC). Se for físico, a juntada é obrigatória e o recurso não será admitido, desde que arguido e 
provado pelo agravado (art. 1.018, §3°, do CPC). 
 
AULA 06: 
 
- QUESTÃO DISCURSIVA: 
 
1) Marcia ingressou com uma ação de revisão de cláusulas contratuais em face da Editora 
Encanto no I Juizado Especial da Comarca de Salvador. Após a realização da audiência de 
instrução e julgamento o juiz proferiu sentença julgando procedente o pedido da autora. A ré 
opôs embargos de declaração, sob o argumento de que houve erro material e omissão no 
julgado, no prazo legal, sendo este rejeitado pelo julgador. Após a publicação da decisão que 
julgou os embargos a empresa embargante interpôs recurso inominado no prazo de 10 dias. O 
recurso foi inadmitido pelo juiz por intempestividade, considerando a regra disposta no art. 50 
da Lei nº 9.099/95. Agiu adequadamente o juiz? 
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Sugestão de resposta: Não. 
 
Na sistemática do Processo Civil, os embargos de declaração sempre interromperam o prazo 
para a interposição de recurso, conforme art. 1.026, do CPC, de modo que, depois de julgados 
os embargos de declaração, a parte terá o prazo para a interposição do próximo recurso 
restituído integralmente, “zerando-se” a contagem do prazo, que se inicia contando-se o 
primeiro dia do prazo como o dia útil seguinte à publicação da decisão que julgou os embargos 
de declaração, independentemente dos dias transcorridos entre a publicação da sentença e a 
oposição dos embargos declaratórios. 
 
Originariamente, no bojo dos Juizados Especiais, os embargos de declaração somente 
suspendiam (e não interrompiam) o prazo para a interposição do recurso, de modo que, após 
o seu julgamento, o prazo recursal era computado de onde parou. Em outras palavras, nos 
juizados especiais, caso os embargos fossem opostos no 5° dia do prazo, uma vez realizado o 
seu julgamento, o prazo retomaria sua contagem a partir do 6° dia, para a interposição do 
próximo recurso. 
 
Como se sabe, na suspensão do prazo processual, o prazo reinicia a sua contagem de onde 
parou, enquanto que na interrupção o prazo é contado como se nunca houvesse iniciado. 
 
O Código de Processo Civil de 2015, contudo, uniformizou a questão referente ao efeito 
interruptivo dos embargos de declaração, promovendo alteração na Lei n°. 9.0990/95. 
 
É que, a despeito da redação original do art. 50 da referida lei, o art. 1.065 do CPC alterou a 
sua redação, para determinar que, agora, também nos juizados especiais, os embargos de 
declaração interrompem o prazo para recurso. 
 
Deste modo, atualmente, tal efeito foi uniformizado: tanto no juizado, quanto no processo civil 
comum, os embargos de declaração irão interromper o prazo do recurso. 
 
Assim sendo, considerando o que consta no enunciadoe considerando a interrupção do prazo 
observada, errou o juízo ao inadmitir o recurso por intempestividade. 
 
- QUESTÕES OBJETIVAS: 
 
2) Sobre os embargos de declaração, é INCORRETO afirmar que (Técnico Judiciário do TJ/RJ – 
Prova 1 – Concurso 2014): 
a) têm por finalidade primordial o aclaramento ou a integração da decisão judicial. 
b) devem ser interpostos no prazo de cinco dias. 
c) suspendem o prazo para a interposição de outro recurso, por qualquer das partes. 
d) podem dar azo à aplicação de multa, caso o órgão jurisdicional os reconheça como 
manifestamente protelatórios. 
e) não estão sujeitos a preparo. 
 
Resposta: C. Vide art. 1.026 e art. 1.065, ambos do CPC. 
 
3) O TRF da 2a Região denegou a ordem de segurança pleiteada em processo de sua 
competência originária. Nesse caso, qual seria o recurso cabível contra tal decisão? 
a) Recurso Extraordinário ao STF, se a decisão contrariar dispositivo constitucional. 
b) Recurso Especial ao STJ, se a decisão contrariar lei federal. 
c) Recurso Ordinário ao STJ, se a decisão contrariar lei federal. 
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d) Recurso Ordinário ao STF, independentemente do conteúdo da decisão. 
e) Recurso Ordinário ao STJ, independentemente do conteúdo da decisão. 
 
Resposta: E. Vide art. 1.027, II, a, do CPC. 
 
 
AULA 07: 
 
- QUESTÃO DISCURSIVA: 
 
1) Determinado Tribunal Regional Federal confirmou a sentença proferida por juízo federal no 
sentido de negar a equiparação de soldos entre militares das forças armadas. Inconformado, o 
recorrente interpôs recurso extraordinário, que foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. 
O Ministro Relator entendeu que a violação ao texto constitucional era reflexa, por necessitar 
de revisão de lei federal, e inadmitiu o recurso extraordinário. Agiu adequadamente o relator? 
 
Sugestão de resposta: Não. O art. 1.033 do CPC prevê a convertibilidade de recurso 
extraordinário em especial, de modo que, uma vez interposto recurso extraordinário para o 
Supremo Tribunal Federal, verificando este Tribunal que a hipótese é de violação reflexa da 
constituição, deverá remetê-lo ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso 
especial. 
 
Como se observa, o objetivo de tal dispositivo legal é maximizar o julgamento de mérito dos 
recursos, estando em harmonia com a instrumentalidade das formas. 
 
É importante consignar que não constitui uma faculdade do STF a remessa dos autos para o 
STJ, tratando-se de uma determinação imperativa. 
 
- QUESTÕES OBJETIVAS: 
 
2) Em sede de recurso extraordinário, a questão constitucional nele versada deverá oferecer 
repercussão geral sob pena de (OAB/SP – 2007) 
a) não ser provido pelo STJ. 
b) não ser provido perante o juízo a quo. 
c) não ser conhecido pelo juízo ad quem. 
d) não ser provido pelo juízo ad quem. 
 
Resposta: C. Vide art. 1.035, do CPC. 
 
3) Em relação ao recurso extraordinário, a decisão do Supremo Tribunal Federal que não 
admite a repercussão geral é (OAB/RS – 2007) 
a) irrecorrível. 
b) passível de embargos infringentes. 
c) passível de reclamação. 
d) agravável. 
 
Resposta: A. Vide art. 1.035, do CPC.

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