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LESÃO E MORTE CELULAR REVISANDO 1 - Eduardo Ferreira – Patologia, 1ª Prova. VISÃO GERAL Lesão celular, quando os limites adaptativos são superados. A lesão é reversível quando o estímulo nocivo é removido, mas se demorar torna-se irreversível configurando em morte celular. Lesão reversível, principais causas: ● Redução da fosforilação oxidativa, perda de reserva de ATP ● Tumefação celular, alteração na concentração de íons e entrada de água ● Alterações em organelas Morte celular (lesão celular irreversível), principais causas: ● Persistência do dano ● Necrose: lesão na membrana, enzimas lisossômicas extravasam para o citoplasma e digerem a célula, o conteúdo celular escapo é a causa. o Sempre um processo patológico. o Ponto final comum da morte celular. ● Apoptose: DNA ou proteínas celulares sofrem danos irreparáveis é a causa. o Característica: dissolução nuclear, fragmentação da célula sem perda da integridade da membrana, e rápida remoção dos restos celulares. o Nem sempre associada à lesão celular. o Apoptose pode progredir para necrose. LESÃO CELULAR Causas ● Privação de oxigênio (hipóxia) ● Agentes físicos ● Agentes químicos e drogas ● Agentes infecciosos ● Reações imunológicas ● Defeitos genéticos ● Desequilíbrios nutricionais Lesão reversível ● Microscopia óptica: tumefação (desequilíbrio hidrolílico) e degeneração gordurosa (lesão hipóxica e outras metabólicas ou tóxicas). ● Tumefação é mais vista no órgão macroscopicamente NECROSE Aspecto morfológico ● Desnaturação de proteínas intracelulares e da digestão enzimática das células lesadas letalmente. ● As células incapazes de manter integridade de membrana. ● Células necróticas mostram-se eosinofilia aumentada. o Perda de RNA citoplasmático que se liga a hematoxilina (azul) o Proteínas desnaturadas que se ligam a eosina (vermelho) ● Perda de partículas de glicogênio – aspecto mais homogêneo. ● Figuras de mielinas, massas fosfolipídicas – degradados em ácido graxo – calcificação do s resíduos. Padrões de necrose tecidual ● Coagulação: A arquitetura básica é mantida; isquemia causada pela obstrução de um vaso que nutrício. Exceto no cérebro. Caracteriza o infarto. ● Liquefativa: Digestão de células mortas, o tecido fica uma massa viscosa e líquida. Geralmente infecção bacteriana e fúngica, enzima que degradam. Acúmulo de leucócito, forma pus. ● Gangrenosa: termo usado na clínica para necrose coagulativa que atinge várias camadas teciduais nos membros. Quando a infecção sobrepõe, há necrose liquefativa, com formação de pus. Agentes externos. ● Caseosa: Focos de infecção tuberculosa. Aspecto de “queijo”. Aparência flexível e esbranquiçada, com formação de granulomas. ● Gordurosa: enzimas pancreáticas escapam das células acinares, liquefazem a membrana dos adipócitos do peritônio. Saponificação da gordura (áreas brancas) MECANISMOS DE LESÃO CELULAR ● Depleção de ATP: associado a hipóxia, redução de nutrientes, danos mitocondriais e ação de algumas toxinas (ex. cianeto). Fígado sobrevive mais pela capacidade glicolítica. o ↑Glicólise anaeróbia ↓pH, glicogênio – agregação da cromatina nuclear. o ↓Bomba de Na+ dependente de energia – Entra mais sódio, equilíbrio osmótico e TUMEFAÇÃO. o Falência da bomba de Ca+ causa influxo do mesmo e diversos problemas. o Dano à mitocôndria e membranas lisossômicas. ● Danos Mitocondriais: extravasamento de proteínas que participam da morte por apoptose, citocromo C e outras que ativam caspases. ● Influxo de cálcio e perda da homeostasia do cálcio o Acúmulo de Ca+ causa abertura de poros de transição de permeabilidade mitocondrial, gera deficiência de ATP. ● Acúmulo de radicais livres derivados do oxigênio (estresse oxidativo): ERO o Lesão na membrana desencadeada quando as ligações duplas em ácidos graxos insaturados dos lipídios da membrana são atacadas. o Oxidação de cadeias laterais de aminoácidos, causa interação cruzada de proteínas. o Danos no DNA ● Defeitos da permeabilidade da membrana o Redução de produção de fosfolipídios, consequência de defeitos da função mitocondrial ou hipóxia. o Aumento da degradação, ↑Ca2+. o Alterações no citoesqueleto – no miocárdio, tumefação pode romper o citoesqueleto. ● Danos ao DNA e às proteínas CORRELAÇÕES CLÍNICO-PATOLÓGICAS Se ocorrer isquemia, há redução de glicose e oxigênio (hipóxia), é decorrente geralmente da obstrução de um vaso nutrício ou dificuldade na drenagem. Mas se ocorrer só hipóxia, as células desviam para a via anaeróbia preservando o metabolismo. Por isso, a lesão isquêmica é mais rápida. ● Na isquemia, é relatada microscopicamente, tumefação. Causa necrose, mas a apoptose também ajuda. ● Lesão de isquemia-perfusão, as células isquêmicas quando recebem o fluxo sanguíneo podem entrar num processo maior de dano. ● A lesão química (tóxica) afeta muito o fígado, limita drogas. APOPTOSE Via de morte celular induzida por um programa de suicídio estreitamente regulado no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. ● Manutenção da membrana plasmática, mas alteradas para ajudar fagócitos ● NÃO INICIA VIA INFLAMATÓRIA NO HOSPEDEIRO Apoptose em condições patogênicas ● Lesão de DNA ● Acúmulo de proteínas anormalmente dobradas ● Morte celular em certas infecções ● Atrofia patológica no parênquima de órgãos após a obstrução de ducto – pâncreas, parótida e rim. Características morfológicas na microscopia ● Retração celular – citoplasma denso (lembre-se que em outras formas de lesão celular, uma característica inicial é a tumefação) ● Condensação da cromatina – perto da membrana nuclear ● Formação de bolhas citoplasmáticas e corpos apoptóticos ● Fagocitose das células apoptóticas ou corpos apoptóticos Características bioquímicas ● Ativação de caspases ● Quebra de DNA e proteína ● Alterações na membrana e reconhecimento pelos fagócitos Mecanismos de apoptose ● Via intrínseca – Mitocondrial – caspase 9 ● Via extrínseca da apoptose (morte iniciada por receptor)–TNFR1, Faz (CD95) ● Fase executora ● Remoção das células mortas Exemplos de apoptose ● Privação de fator de crescimento – células sensíveis à hormônios não são mais estimuladas. ● Lesão de DNA – Relacionado ao gene supressor tumoral p53. Proteína p53 acumula – interrompe na fase G1. ● Proteínas anormalmente dobradas – resposta de proteína não dobrada. ● Induzida pela família de receptores TNF – desconhecido. ● Mediada por linfócitos T citotóxico. ACÚMULOS INTRACELULARES LIPÍDIOS ESTEATOSE: Acúmulo de triglicerídeos. Hepatócito muito comum. Abuso de álcool e doença hepática gordurosa não alcoólica, que frequentemente está associada com diabetes e obesidade. ● Aterosclerose ● Xantomas – Massas tumorais o Nódulos ou placas superficiais na pele, de cor amarelada o São formados por acúmulos de macrófagos carregados de colesterol. ● Colesterolose – acúmulo de macrófagos na vesícula biliar. ● Doença de Niemann-Pik tipo C. Doença de depósito lisossômico, causada por mutações numa enzima envolvida no transporte de colesterol. PROTEÍNAS Depósito intersticial de material proteico fibrilar substância amiloide. Material amorfo e acidófilo que se deposita no interstício, comprimindo e hipotrofiando as células. ● Macroclossia por deposição de amiloide ● Espessamento do nervo cutâneo do pescoço por amiloide Pode ser observada ● Gotículas de reabsorção nos túbulos renais proximais ● Corpúsculo de Russell – RE torna-se imensamente distendido ● Transporte intracelular e secreção defeituosa de proteínas fundamentais ● Acúmulo de proteínas do citoesqueleto ● Agregação de proteínas anormais ● Hialinizada GLICOGÊNIO ● Diabetes ● Doenças de depósito de glicogênio ou glicogenoses PIGMENTOS São substâncias que possuem cor própria e têm, origem, composição química e significado biológico diversos. ● Pigmento exógeno mais comum é o carbono (poeira de carvão). o Macrófagos dentro de alvéolos – canais linfáticos – linfonodos traqueobrônquicos – escurece o pulmão (antracose) e linfonodosenvolvidos. ● Pigmento endógeno o Lipofuscina – polímeros de lipídios formando complexos com proteínas – sinais de alarme para lesão por radicais livres e peroxidação lipídica. Castanho-escuro. o Ocronose - Melanina – preto castanho o Hemossiderina - hemossiderinose – amarelo dourado – agregados de micela de ferritina. CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA O depósito de sais de cálcio ocorre localmente em tecidos que estão morrendo, ocorre a despeito de níveis séricos normais de cálcio e na ausência de perturbações do seu metabolismo. ● Encontrada em áreas de necrose – seja coagulativa, caseosa ou liquefativa, e em focos de necrose enzimática de gordura. ● Presente em ateromas da aterosclerose avançada ● Valvas cardíacas envelhecidas ou danificadas ● Acredita-se estar concentrado em vesículas ligadas à membrana por um processo que é iniciado pela lesão da membrana. METASTÁTICA Depósito de sais de cálcio em tecidos normais, quase sempre resulta de hipercalcemia secundária a algum distúrbio do metabolismo do cálcio. O que causa hipercalemia ● Aumento da secreção de paratormônio (PTH) com subsequente reabsorção óssea, como no Hiperparatireoidismo ● Destruição de tecido ósseo ● Distúrbios associados à vitamina D, sarcoidose e hipercalcemia idiopática da lactância (síndrome de Williams) ● Insuficiência renal, retenção de fosfato. ● Intoxicação por alumínio ● Síndrome de Leite-álcali – resulta da ingestão excessiva de cálcio e antiácidos Preferência por tecidos intersticiais da mucosa gástrica, rins, pulmões, artérias sistêmicas e veias pulmonares. Por secretarem ácido, têm um compartimento interno alcalino que predispõe à calcificação metastática. Perigoso quando há aumento no pulmão.
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