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Prática 4- semana 5

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Prática Escolar 4 
Semana 5 
Simone Aparecida de Souza Oliveira 
 
Resumo das principais ideias de Paulo Freire e Boaventura de Souza Santos 
apontadas no texto, a partir do item 4. Tente escrever sua compreensão com 
suas palavras. 
 
É papel da comunidade escolar reconhecer que o aluno, ao chegar à escola, 
traz consigo uma diversidade sociocultural expressa na fase da vida na qual se 
encontra, com suas demandas e necessidades específicas, mas também na 
origem social e cultural, no gênero, no pertencimento étnico-racial e nas 
experiências sociais e pessoais vividas, dentre outras, que interferem direta ou 
indiretamente nos modos como cada jovem vai lidar com a sua escolarização e 
construir sua trajetória escolar. Para Freire a educação deve ser acima de tudo 
uma ato de libertação. No qual os alunos possam por meio da reflexão e do 
diálogo transformar o mundo em que vivem. E isso só será possível se os jovens 
puderem ser ouvidos, vistos, reconhecidos nas suas diversidades e 
especificidades. É importante deixar de considerar os alunos como um grupo 
homogêneo e abstrato, reduzido a um dado natural, sem levar em conta essas 
múltiplas variáveis que o constituem como sujeito. É através da participação 
efetiva nos espaços sociais que se torna possível o ato de libertação e ruptura 
com a opressão exercida desde sempre sobre as minorias. Segundo Freire a 
educação deve ser um processo reflexivo e de diálogo, que respeite os saberes 
do educando, sua história e sua realidade, aproveitando dessas experiências 
para que eles se apropriem dos conceitos. Boaventura diz que ao negar a 
existência de outras formas de conhecimento possíveis, que tenham validade, 
se constitui um pensamento abissal. E que há do outro lado, uma gama de 
conhecimento e experiências sociais desperdiçadas, tornando invisíveis seus 
autores. Considerando assim alguns grupos sociais incapazes de produzir 
conhecimentos, colocando-os cada vez mais à margem da sociedade. Para 
Boaventura “o entendimento de que a compreensão do mundo excede a 
compreensão ocidental do mundo” é o grande começo. “Existem os outros 
saberes, não científicos, nem filosóficos, e, sobretudo os saberes não ocidentais 
fora dos debates.” Os saberes dos povos indígenas, ribeirinhos, favelados, dos 
habitantes do campo, quilombolas e das juventudes são rejeitados, colocados a 
uma condição de não-existência, de ignorância. Segundo Boaventura, a 
ecologia dos saberes se baseia na ideia de que o conhecimento é 
interconhecimento, ou seja, os saberes são todos incompletos, sendo que um 
saber pode ser considerado mais apropriado que o outro para certos objetivos, 
mas todos possuem limitações, preconceitos e suas próprias linguagens. 
Existe uma distância entre o que pensa a instituição escolar e o que pensa os 
alunos. Para muitas escolas e seus profissionais, o problema está na 
juventude, no seu individualismo, na sua busca por satisfação, sua 
irresponsabilidade, dentre outros adjetivos, e um desinteresse total pela 
educação escolar. 
Para os jovens, a escola se mostra distante dos seus interesses, 
reduzida a um cotidiano enfadonho, com professores que pouco 
acrescentam à sua formação, tornando-se cada vez mais uma obrigação, 
porque precisam de trabalhar para sobreviver e pra isso precisam de 
diplomas. Estamos assistindo à uma crise da escola na sua relação com a 
juventude, com professores e jovens se perguntando a que ela se propõe, e 
quais são seus papéis. Ao buscar compreender essa realidade, é necessário 
constatar que a relação da juventude com a escola não se explica em si 
mesma: o problema não se reduz nem apenas aos jovens, nem 
apenas à escola, as tensões e os desafios existentes na relação atual da 
juventude com a escola são expressões de mutações profundas que vêm 
ocorrendo na sociedade. Trata-se de um novo modo de ser jovem. 
A maioria dos jovens que frequenta as escolas públicas é formada por 
jovens pobres que vivem nas periferias dos grandes centros urbanos 
marcados por um contexto de desigualdade social, de onde já vem 
excluídos, sem voz. E não tem o seus saberes reconhecidos e respeitados. 
A ecologia dos saberes vem pra reconhecer essa pluralidade do mundo, das 
diferenças e dos diversos saberes.

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