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Resumo APEX(Allison_Lima)


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Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Economia e Relações Internacionais
Graduação em Relações Internacionais
Laboratório de Pesquisa em Relações Internacionais I
CRUVINEL, Victória (11711RIT036)
CARVALHO, Beatriz (11711RIT007)
Resumos Tipo I
1. Essence of Decision: Explaining the Cuban Missile Crisis, Allison & Zelikow
1.1. Uma breve apresentação do(s) autor(es);
	Grahem Allison, autor do texto Essence of Decision, é um cientista, escritor e político estadunidense, professor da Escola de Governo de Harvard. Foi diretor da Harvard's Belfer Center para Ciência e Relações Internacionais de 1995 a 2017, servindo, posteriormente, como analista líder em segurança nacional e defesa política aos Estados Unidos.
1.2. Qual o problema central do(s) texto(s)?
	Em Essence of Decision, capítulo V, o autor elucida um modelo de tomada de decisão nomeado A Política Governamental, que busca formular padrões de embasamento para ações governamentais para a melhor compreensão destas, como em um jogo. Questionando se o tomador de decisão é um ator unitário, busca entender qual a importância dos demais participantes da política no processo, procurando compreender de que forma ocorre sua inserção.
1.3. Qual a tese/argumento central do(s) autor(es)?
	Grahem Allison apresenta a tese de que a ação governamental deve ser analisada como decorrente de um processo político, ou seja, formada através da relação, seja por negociação ou conflito, que ocorre entre os demandantes internos e/ou externos. De acordo com o autor, as demandas são responsáveis por moldar as prioridades, percepções e questões do jogador. 
1.4. Que conceitos o(s) autor enfatiza?
	O autor de Essence of Decision organiza os conceitos em 4 perguntas: Quem joga? Quem determina a posição de cada jogador? Quem determina a influência relativa de cada jogador? Como se combina, através do jogo, as posições, influências e movimentos que desembocam nas decisões e ações governamentais? 
1.5. Como estes conceitos são definidos?
	Os conceitos, organizados em perguntas no texto Essence of Decision, são respondidos da seguinte maneira: Quem joga: um conjunto de atores individuais, pessoas capazes de intervir na tomada de decisão por sua posição política. Quem determina as posições: Percepções, prioridades, interesses, postura e prazo dos envolvidos. Como é determinada a influência no jogo: contingência de poder dos atores. Como são combinadas as posições, influências e movimentos que desembocam nas decisões e ações governamentais: através dos canais de ação e das regras estabelecidas.
1.6. Como estes conceitos são relacionados?
	Os conceitos se relacionam na medida em que têm uma relação intrínseca para explicar como funciona o jogo. A determinação da posição dos jogadores não pode ser realizada sem que antes seja estabelecido quais são os atores prováveis. Como são combinados os fatores que desembocam na ação final, por sua vez, não pode ser pensada sem o pré estabelecimento das influências de cada ator no tabuleiro, e assim por diante. 
1.7. Quais são as conclusões do(s) autor(es)?
	Acredito que, do texto Essence of Decision de Grahem Allison, a principal conclusão que podemos tirar é de que o processo decisório não deve ser analisado como a orientação de um ator individual, mas sim de uma base que se organiza e atua por meio de demandas, apresentando participação ativa e moldando as prioridades do tomador de decisão. Devemos enxergar o processo como composto por diversos jogadores, posicionados individualmente em um tabuleiro que vem, por fim, a formar a configuração final. 
2. Instituições democráticas e política exterior, Lima
2.1. Uma breve apresentação da autora
	Doutora em Ciência Política pela Universidade de Vanderbilt nos EUA, atua como professora do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ. Seus principais tópicos de estudo são: política exterior brasileira, instituições políticas, economia política, política social e sistema internacional. 
2.2. Introdução ao texto
	Em uma análise das políticas doméstica e internacional dos países periféricos, a autora ressalta a realidade da América Latina, cujos países possuem um passado ditatorial comum e passaram por um processo de democratização das relações políticas e de liberalização da economia. Nesse sentido, ela traz a discussão para a relação entre instituições políticas democráticas e política externa, tendo em vista a incompatibilidade entre ambas e o peso das questões internas na formação da política exterior. Essa dificuldade de conciliação deriva da natureza específica da política externa em comparação com a política interna e das características institucionais das democracias.
	Além disso, mais ao final do texto, a autora destaca três principais períodos na política externa brasileira, com base nos tipos de política externa (bem coletiva/distributiva) e nos diferentes regimes políticos: i. construção do Estado (do Império à República Velha); ii. industrialização protegida (entre 1946 e 1964); iii. integração competitiva (a partir de 1988). Contudo, é possível observar uma ênfase à última fase, haja vista os efeitos da globalização sobre o posicionamento do Brasil no cenário internacional em detrimento aos grupos de interesse no âmbito interno.
2.3. Conceitos principais do texto
	Os principais conceitos abordados pela autora são o de Estado realista, o qual é dotado de racionalidade instrumental, autonomia com relação às suas respectivas sociedades nacionais e capacidade de agir de forma coerente com respeito a outros países. Nesse sentido, outro conceito em destaque no texto, o de interesse nacional é tido como sinônimo de interesse do Estado, dando ênfase à garantia de segurança e sobrevivência do Estado. Daí, surge a crítica à democracia e sua ineficiência no âmbito internacional, devido à irracionalidade e imediatismo da opinião pública, refletindo interesses particulares da elite ou dispondo de sacrifícios aos benefícios reais no longo prazo. 
	Por sua vez, o conceito de “interesse nacional” apresenta abordagens distintas: dedutiva e indutiva; entre as quais a autora sublinha a última, resultado da contribuição teórica de Stephen Krasner. Essa definição indutiva é mais abrangente e permite variações de acordo com conjunturas históricas, apontando para possibilidade de conflitos domésticos na definição do interesse nacional. Diante disso, tem-se a noção de consequências distributivas, ou seja, desigualdades em relação aos resultados das negociações internacionais. E, logo, o interesse nacional seria representado apenas por aquelas que se distanciassem de tais e se aproximassem do “bem coletivo”.
	
2.4. Quais são as conclusões da autora?
	A autora parece buscar desenvolver argumentos que provam os mecanismos e instituições capazes de atenuar os problemas de "oportunismo" dos governantes e neutralizar a ameaça potencial da não-ratificação doméstica. Por exemplo, a delegação da autoridade de decidir, necessária para obter políticas voltadas aos interesses da coletividade, para preservar a estabilidade de decisões em arenas internacionais e a credibilidade dos compromissos internacionais acordados.
	Além disso, ela sustenta a indiferenciação entre interno e externo, em vista da existência de uma comunidade internacional que ultrapassa as fronteiras nacionais e considera as relações morais entre seus membros. Nesse sentido, aplica-se o modelo dos jogos de dois níveis de Putnam, haja vista que o sucesso de uma negociação depende das expectativas de cada um dos parceiros com respeito aos resultados do processo de ratificação interna do outro.
	Por fim, nota-se a relevância do processo de globalização, marcado pela liberalização política e abertura econômica (características do terceiro período da política externa brasileira, a partir de 1988). Estes fenômenos conseguem modificar a natureza da política externa, incluindo a representação de interesses setoriais que inserem-se no conflito distributivo. Logo, embora a burocracia especializada brasileira na figura do MRE representauma vantagem na obtenção da estabilidade, as determinações da constituição de 1988 acerca de ratificação ex post pelo Congresso Nacional são anacrônicas em comparação aos novos desafios da política externa em contexto de democracia e integração competitiva à economia mundial.
Referências
LIMA, M. R. S. Instituições democráticas e política exterior. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, v. 22, n.2, p. 265-303, 2000.
ALLISON, G.; ZELIKOW, P. Essence of Decision: Explaining the Cuban Missile Crisis, 2a. edição. New York: Longman, 1999, cap. V.