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Atividade Texto (Rodrigues, Urdinez e Oliveira)

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Nomes: Anna Clara Sampaio de Almeida Santos, Beatriz Guilherme Carvalho e Fernando Higor Alves Corrêa Silva
1. Com suas próprias palavras, explique justificativa para a Hipótese 1. Comente as escolhas dos autores e os resultados.
Penso que o argumento central que sustenta a hipótese 1 - de que o Brasil foi capaz de expandir suas relações com o Sul Global sem comprometer a política externa ao Norte Global - é o fato de que não houve uma lógica de jogo de soma zero. A conquista de associações melhores e mais amplas com países do Sul ocorreu e foi, sim, prioritária, sobretudo nos mandatos presidenciais de Lula. No entanto, ela não custou as relações com as economias centrais, de modo que o engajamento exterior do Brasil se manteve em ambas as direções.
É importante considerar a perspectiva dos autores sobre o governo do PT e, principalmente, os mandatos de Lula. É perceptível (pelos gráficos e imagens do texto) que a interação brasileira com o Sul Global foi alavancada durante o segundo mandato, resultando de um esforço contínuo do presidente desde o primeiro. E, muito embora, Cardoso e Rousseff também tenham mantido relações com os dois pólos, as alusões históricas realizadas mais cedo no texto demonstram um maior comprometimento de FHC com o Norte (tendo em vista o Consenso de Washington), e uma retração na pauta internacional do governo Dilma como um todo. Contudo, esta última observação é mais notável para o Norte, marcando uma continuidade da política característica do PT.
Dessa forma, penso que os autores foram claros ao associar os elementos quantitativos e históricos (estes trazidos anteriormente no texto) para justificar a primeira hipótese. Confesso que tendo a ser relutante com análises quantitativas em política externa, mas pude compreender o ponto de partida para a elaboração do modelo matemático que comporta o índice proposto pelos autores.
2. Com suas próprias palavras, explique a justificativa para a Hipótese 2. Comente as escolhas dos autores e os resultados. 
Os autores optaram por dividir a hipótese 2 em duas: 2a e 2b. Referindo-me à hipótese 2a, em um primeiro momento, os autores sugerem que a política doméstica foi um fator mais determinante para explicar o engajamento com o Sul Global do que com o Norte Global. Para tanto, eles utilizam-se do índice de PEx (FPI) em relação a duas variáveis: a influência da política doméstica sobre as relações com um país; e o pertencimento deste país ao Sul Global de modo a observar o peso dessa classificação. Logo, foi observado que o índice se acentuava nos casos em que a política doméstica era definidora do estabelecimento de relações com um país, e que se este país fosse do Sul Global o índice acentuava-se ainda mais.
Confirmada a primeira parte, a segunda parte da hipótese (2b) busca compreender se houve impacto da ideologia partidária petista sobre a produção de PEx e, mais especificamente, sobre a alteração na direção de países do Sul Global. Para isso, os autores estabeleceram uma variável que mede a convergência ideológica entre o Brasil e demais países, considerando a ideologia presente e dominante nestes. Uma vez que a hipótese se concentra na ideologia difundida pelo PT, o governo de FHC é tido por base. Por isso, os resultados encontrados mostram que durante os mandatos de Lula a ideologia partidária foi definitiva ao processo decisório de PEx, e que essa tendência foi crescente no mandato de Dilma Rousseff. 
Entretanto, abro um parênteses acerca da consideração final sobre a hipótese 2b, para a qual são adicionadas a variável estrutural de “alinhamento político com os EUA” e a noção de pragmatismo. Este último é apresentado pelos autores como aspecto consistente na PEB, o que remete ao interesse próprio do Brasil em ampliar seu espaço e sua voz no cenário internacional. Logo, tendo por base os textos de VIGEVANI et al (2003) e CARDOSO (2001), percebo que houve uma transição suave do governo de FHC para o de Lula, em razão das críticas mais intensas daquele para com o modelo de globalização imposto pelo Norte Global. Desta forma, a ideologia petista de distanciamento e negação do Consenso de Washington é sim marcante para o processo decisório de PEx nos mandatos de Lula e Dilma, mas deve-se ter cuidado para não pode rotular como uma ruptura em relação ao governo de FHC (uma vez que este é o grau de comparação).
3. Com suas próprias palavras, explique os resultados apresentados na Tabela 4.
Analisando os números expostos na tabela 4, pode-se dizer que os autores tentaram criar um padrão (ou sistematizar) o efeito da ideologia partidária na efetivação da política externa brasileira durante os dois mandatos de Lula e o primeiro da Dilma, tendo como base comparativa o governo de FHC. Os números na tabela tem a intenção de nos mostrar o quanto o partido em vigor de um país compartilha uma ideologia em comum com o governo brasileiro no que diz respeito à política econômica em determinado ano. Quanto mais próximo de “1”, mais próximo ideologicamente eles estão. Se compararmos os dois mandatos do presidente Lula, podemos ver um grande avanço em relação à isso, sendo que passou de 0.00839 (1) no primeiro mandato para 0.0345* (1) no segundo mandato, os valores aproximando-se mais de “1”. Há um aumento ainda mais expressivo no primeiro mandato de Dilma, sendo 0.0477* (1) com um aumento de 38% comparado ao último mandato de Lula. Com isso, podemos concluir que no decorrer dos governos de Lula e Dilma, o efeito do índice FPI teve um aumento, ou seja, a ideologia partidária passou a assumir um papel mais crucial nas decisões de política externa brasileira. 
4. Comente as conclusões dos autores. 
Conclui-se que observar as ações do MRE ou do próprio presidente não é suficiente para entender a PEB, que requer uma nova forma de análise. Deu-se atenção à aproximação brasileira com o Sul Global, que não ocorreu em detrimento das relações com o Norte, ao contrário, buscou-se um equilíbrio. Notou-se que fatores internos são mais determinantes na condução da PEx, como as ideologias que conduzem o partido governante, de forma a aproximar o Brasil a países com líderes ideologicamente parecidos. De fato, isso é facilmente observado ao longo da história brasileira, tendo um ápice no momento que vivemos. Nos encontramos sob o governo de Jair Bolsonaro, um presidente que tem sido bastante extremista em relação às suas escolhas na PEB, chegando até mesmo a comprometer anos de construção da diplomacia brasileira e sendo muito mais ideológico que aqueles que o antecederam. 
5. Na análise de vocês, quem serão os atores que vão definir a posição do Brasil como membro do Conselho de DH da ONU? Quais serão as ações propostas pelo Brasil no órgão? Você acha que a mudança de governo em 2021 muda a posição dos EUA e do Brasil sobre esse tema? 
A mudança de governo nos Estados Unidos em 2021 vai levar o país às mãos do partido democrata, historicamente muito mais ligado a causas sociais e humanitárias, além de todas as promessas de campanha de Joe Biden e Kamala Harris, esta escolhida, inclusive, pela força e popularidade que obteve durante os protestos do Black Lives Matter este ano. Apesar de ainda ser cedo pra dizer, acreditamos que essa mudança possa ser capaz de abrandar um pouco o posicionamento mais radical que o Brasil vem tendo em relação a diversos aspectos, incluindo os Direitos Humanos, mas não será o suficiente para mudar radicalmente suas ações, pois, como já foi citados, estamos sob um governo que influencia muito a política externa do país é guiado fortemente por ideologias, muito mais que um histórico de diplomacia. Nesse sentido, os EUA terão sua parcela de influência sobre os posicionamentos brasileiros no Conselho, mas o Brasil ainda manterá seu pensamento anti-DH e, mais do que simplesmente se abster do debate, fará propostas que contribuem pouco para as causas em discussão, deixando-se guiar por países como Venezuela, Cuba e China, países com a mesma linha de pensamento do atual governo brasileiro.
6. Na análise de vocês, qual deveriaser o papel da PEB no combate ao racismo?	Comment by Beatriz Carvalho: http://opeb.org/2020/06/26/politica-externa-brasileira-quer-frear-combate-ao-racismo-e-enfraquecer-o-conselho-de-direitos-humano-da-onu/
De modo geral, a Política Externa deveria ser guiada (ou direcionada) aos alinhamentos feitos e acordados em convenções, como a Conferência de Durban, no que diz respeito à implementação de temas gerais, como o de Direitos Humanos. Não diferente, o combate ao racismo deveria seguir uma linha de implementação semelhante ao que fora proposto em acordos assinados e ratificados pelos países. Tratando-se de Brasil, em que o índice de “brutalidade policial” contra a população afrodescente é elevado, a PEB deveria atuar de forma a apoiar e afirmar a necessidade de uma maior investigação acerca do racismo. O Brasil possui a maior população negra fora do continente africano, sendo assim deveria não só estar alinhado às políticas propostas pelos países africanos, principalmente em relação à esse tópico de violência contra negros, mas também ser um país propositor de soluções para cessar esse tipo de ação.

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