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A continuidade da Educação Infantil para o Ensino Fundamental

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A continuidade da Educação Infantil 
para o Ensino Fundamental
APRESENTAÇÃO
A infância é uma construção social e cultural e um tempo único no ciclo da vida. Portanto, ao 
pensar em uma proposta educativa para as crianças pequenas, é essencial reconhecê-las como 
sujeitos autores e produtores de cultura. Dessa forma, as práticas pedagógicas na educação 
infantil e no ensino fundamental devem estar comprometidas com as infâncias, buscando 
articular as dimensões do cuidado e da educação, concebendo-as não como ações opostas, mas 
detentoras da mesma finalidade: contribuir para o desenvolvimento integral das crianças.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você reconhecerá a necessária continuidade das ações 
educativas da educação infantil para o ensino fundamental, a importância em garantir práticas 
pedagógicas que assegurem as principais características da infância, assim como a importância 
de articular as práticas pedagógicas entre docentes da educação infantil e do ensino 
fundamental.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a necessidade da continuidade da educação infantil para o ensino fundamental.•
Identificar a importância de garantir práticas pedagógicas no ensino fundamental que 
assegurem as principais características da infância.
•
Explicar a importância da articulação das práticas pedagógicas entre docentes da educação 
infantil e do ensino fundamental.
•
DESAFIO
Segundo os arts. 10 e 11, da Resolução CNE/CEB 5/2009 que fixa as Diretrizes Curriculares 
Nacionais, na transição da educação infantil para o ensino fundamental, as propostas 
pedagógicas devem prever formas de garantir a continuidade no processo de aprendizagem e 
desenvolvimento das crianças, respeitando as especificidades etárias, sem antecipação de 
conteúdo.
Diante disso, e sabendo da importância da transição da educação infantil para o ensino 
fundamental e da necessária continuidade no desenvolvimento das crianças, busca-se, em nossa 
instituição, criar estratégias adequadas e envolver diferentes intervenientes nesse processo. 
Você é professora do primeiro ano do ensino fundamental, e a mãe de uma criança chega até 
você e pergunta como está conduzindo esse processo de transição das crianças da educação 
infantil para o ensino fundamental e de que forma está garantindo que as especificidades da 
criança sejam respeitadas. Como você conduziria essa conversa?
INFOGRÁFICO
As atividades lúdicas precisam ocupar um lugar especial na educação infantil e no ensino 
fundamental. Ao trabalhar com o lúdico, o professor oportuniza o desenvolvimento de 
habilidade e potencialidades necessárias ao desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor das 
crianças.
Neste Infográfico, você acompanhará a importância em considerar o brincar na prática 
pedagógica da educação infantil e do ensino fundamental.
CONTEÚDO DO LIVRO
A partir da ampliação do ensino fundamental para nove anos, com o ingresso da criança aos seis 
anos de idade, é premente a necessidade de se construir práticas diferenciadas nas escolas da 
infância, aqui compreendido como educação infantil e ensino fundamental. Esse desafio exige 
uma postura crítica e reflexiva dos profissionais que trabalham com a educação, no sentido de 
superar a visão de descontinuidade e ruptura que se tem da educação infantil para o ensino 
fundamental.
Essa ruptura é, em certa medida, posta pelo fato de que a criança, ao ingressar no ensino 
fundamental, deixa de ser criança para se tornar aluno, ou seja, toda a peculiaridade, 
singularidade e características próprias da infância deixam de ser consideradas. Porém, a criança 
que ontem criava, recriava, brincava e tinha prazer em estar na educação infantil é a mesma que 
hoje frequenta o ensino fundamental.
Na Obra A Educação infantil e a garantia dos direitos fundamentais da infância, leia 
o capítulo, A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental, base teórica desta 
Unidade de Aprendizagem, em que você reconhecerá a necessária continuidade das ações 
educativas da educação infantil para o ensino fundamental, a importância em garantir práticas 
pedagógicas que assegurem as principais características da infância, assim como reconhecer a 
importância em articular as práticas pedagógicas entre docentes da educação infantil e do ensino 
fundamental.
Boa leitura.
A EDUCAÇÃO 
INFANTIL E A 
GARANTIA DOS 
DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
DA INFÂNCIA
Ana Keli Moletta 
A continuidade da 
educação infantil para 
o ensino fundamental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a necessidade da continuidade da educação infantil para 
o ensino fundamental.
  Identificar a importância de garantir práticas pedagógicas no ensino 
fundamental que assegurem as principais características da infância.
  Explicar a importância da articulação das práticas pedagógicas entre 
docentes da educação infantil e do ensino fundamental.
Introdução
Como você sabe, o ensino fundamental de nove anos é recente no Brasil. 
Daí a problematização sobre a articulação entre a educação infantil e 
os anos iniciais do ensino fundamental. Afinal, é necessário promover 
práticas educativas que respeitem a infância e as especificidades das 
crianças de 5 e 6 anos de idade.
Neste capítulo, você vai estudar a continuidade das ações educativas 
da educação infantil no ensino fundamental. Você vai verificar a impor-
tância de garantir práticas pedagógicas que assegurem as principais 
características da infância. Além disso, vai reconhecer a importância de 
os docentes da educação infantil e os do ensino fundamental articularem 
suas práticas.
Continuidade entre educação infantil e ensino 
fundamental
O ensino fundamental de nove anos é recente no Brasil. Como uma política 
pública nova na área educacional, requer refl exões e discussões para uma 
análise cada vez mais aprofundada. O ensino fundamental de nove anos 
tornou-se obrigatório no ano de 2006, embora tal pretensão já fi gurasse 
como meta desde 2001, na Lei nº 10.172 (BRASIL, 2001), que aprovou o 
Plano Nacional de Educação (2001–2010). No referido plano, encontra-se a 
pretensão da ampliar a duração do ensino fundamental para nove anos, com 
ingresso da criança aos 6 anos de idade. Essa meta passou a ser parcialmente 
atendida no ano de 2005, com a Lei nº 11.114, que modifi cou dois artigos da 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Tais artigos fi caram 
com a seguinte redação:
Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a 
partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. [...]
Art. 32º O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório 
e gratuito na escola pública a partir dos seis anos, terá por objetivo a formação 
básica do cidadão (BRASIL, 2005, documento on-line).
A contemplação integral do Plano Nacional de Educação (2001–2010), 
com relação ao ensino de nove anos e a inserção da criança na escolaridade 
obrigatória aos 6 anos, ocorreu em 2006, com a promulgação da Lei nº 11.274 
(BRASIL, 2006). No ano de 2009, tal obrigatoriedade passou a fazer parte 
também do texto da Constituição Federal, por meio da Emenda Constitucional 
nº 59, de 2009, que alterou o inciso I do art. 208. Veja: “Educação básica obri-
gatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurado 
inclusive sua oferta gratuita a todos os que a ela não tiveram acesso na idade 
própria” (BRASIL, 2009, documento on-line).
Segundo o Ministério da Educação (MEC), no documento “Ensino fun-
damental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de 6 anos de 
idade” (BRASIL, 2007), a ampliação do ensino é uma estratégia política 
com vistas a atender a um número maior de alunos no ensino obrigatório, os 
quais não estavam contemplados na faixa etária do ensino fundamental de 
oito anos. Para Campos, Campos e Rocha (2007), além desse argumentodo 
A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental2
Ministério da Educação, há ainda alguns outros objetivos que o nortearam 
para a ampliação do ensino para nove anos. Entre esses argumentos, as 
autoras destacam:
[...] Acredita-se que ao assegurar melhores oportunidades educacionais, se 
atingirá indicadores mais equitativos no sistema educacional como um todo, 
favorecendo a permanência e o sucesso escolar das crianças. Nesse sentido, 
trata-se de uma medida de justiça social, na direção de uma escola de fato 
inclusiva.
Necessidade de compatibilizar os currículos e tempos escolares entre os 
sistemas educacionais dos diferentes países que integram o bloco econô-
mico do MERCOSUL (IPEA, 2005; FERNANDES, 2006). Declínio das 
taxas de fecundidade com o crescente decréscimo nas taxas de matrícula 
do Ensino Fundamental. Previsões apontam para a crescente ociosidade 
da infraestrutura destinada para este nível de ensino, o que inclui aspec-
tos relacionados à composição do corpo docente (CAMPOS; CAMPOS; 
ROCHA, 2007, p. 5).
Acompanhando as mudanças da educação infantil, em 17 de dezembro de 
2009, a Resolução nº 5 fixou as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para 
a Educação Infantil (DCNEI), substituindo a Resolução CNE/CEB nº 1/99. 
Em seu art. 5º, a lei destaca que a educação infantil continua fazendo parte da 
primeira etapa da educação básica, sendo oferecida em creches e pré-escolas 
que educam e cuidam de crianças, só que agora para a faixa etária de 0 a 5 
anos (BRASIL, 2009a).
Primando pelo acompanhamento da continuidade do processo de educação, 
o Parecer CNE/CEB nº 20/2009 (BRASIL, 2009b) destaca a importância:
  do acolhimento tanto das crianças como de suas famílias no ingresso 
da criança na instituição de ensino fundamental;
  do acompanhamento do processo de vivência e desenvolvimento da 
criança;
  do planejamento do trabalho pedagógico reunindo as equipes da creche 
e da pré-escola, acompanhado de relatórios descritivos das turmas e das 
crianças, suas vivências, conquistas e planos, de modo a dar continuidade 
ao seu processo de aprendizagem;
  da previsão de formas de articulação entre os docentes da educação 
infantil e do ensino fundamental.
3A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental
Quanto ao atendimento à criança em sua totalidade, as DCNEI, em 
seu art. 11, apontam que, na transição da educação infantil para o ensino 
fundamental, as propostas pedagógicas devem prever formas de garantir a 
continuidade do processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças. 
A ideia é respeitar as especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos 
que serão trabalhados no ensino fundamental (BRASIL, 2010).
Seguindo com as normativas legais, no ano de 2017 surgiu a Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2017). Ela é um documento de caráter 
normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens 
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e 
modalidades da educação básica. O documento assevera que a transição entre 
as duas etapas da educação básica (educação infantil e ensino fundamental) 
requer muita atenção para que haja equilíbrio, integração e continuidade dos 
processos de aprendizagens das crianças. Para isso, é necessário estabelecer 
estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para 
os professores. A ideia é que a nova etapa se construa com base no que a 
criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu 
percurso educativo.
Tais alterações trazem mudanças e isso exige dos profissionais envolvidos 
com a educação reflexão sobre o lugar da infância na contemporaneidade. 
Também exige o entendimento do currículo e da proposta pedagógica a serem 
elaborados nas instituições de educação infantil e de ensino fundamental para 
atenderem a essa nova realidade.
Sobre tais mudanças, o Ministério da Educação (BRASIL, 2017) indica 
a necessidade de se reorganizar a estrutura espacial, ou seja, os materiais 
didáticos, o mobiliário e os equipamentos. Esses elementos precisam ser 
repensados para atender às crianças da nova faixa etária no ensino funda-
mental, bem como àquelas que já estavam nessa etapa de ensino com oito 
anos de duração.
Contudo, somente pensar no espaço não basta; é necessário que haja tempo 
para que a interação e as experimentações ocorram. Nesse sentido, é impres-
cindível a mediação do professor tanto nos momentos voltados para atividades 
de leitura e escrita quanto nos momentos de brincadeiras. Kramer (2006) 
destaca que essas dimensões devem ser (e já deveriam ser) respeitadas, seja 
na educação infantil ou no ensino fundamental. O aluno não é algo dissociado 
das infâncias e das crianças, e sim parte integrante delas. Portanto, o objetivo 
da educação básica é assegurar a apropriação e a construção do conhecimento 
por todas as crianças.
A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental4
No Quadro 1, a seguir, você pode ver como a legislação brasileira vem 
definindo a idade de ingresso na escolarização.
Lei
Nível de 
escolarização
Idade de ingresso na 
escolarização
Constituição Federal de 1988 Ensino fundamental 7 anos
Lei de Diretrizes e Bases de 
1996 
Ensino fundamental 7 anos (facultativo a 
partir dos 6 anos)
Plano Nacional da Educação 
(Lei nº 10.172/01)
Ensino fundamental 6 anos
Lei nº 11.114/05 (modifica 
a LDB)
Ensino fundamental 6 anos
Lei nº 11.274/06 (modifica 
a LDB)
Ensino fundamental 6 anos
Emenda Constitucional 
nº 59/09 (altera a 
Constituição Federal)
Educação básica:
EI (pré-escola)
Ensino fundamental
Ensino médio
O ingresso na educação 
básica é a partir dos 
4 anos e, no ensino 
fundamental, com 6 
anos de idade
Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação 
Infantil (Resolução nº 5, de 
17 de dezembro de 2009)
Educação infantil:
Creches: até 3 anos
Pré-escola: até 5 
anos
Reafirma o exposto
Base Nacional Comum 
Curricular (educação infantil) 
(Resolução CNE/CP nº 2, de 
22 de dezembro de 2017)
Reafirma o exposto Reafirma o exposto
Quadro 1. Histórico da legislação brasileira
A necessidade de assegurar as características 
da infância
A infância não pode ser reduzida a um simples estágio. Ela é uma categoria 
histórica, tendo em vista que todo ser humano passa por ela. Além disso, 
é um período que é constituído de características próprias, tais como a 
5A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental
imaginação, a fantasia, a criação, a brincadeira, entre outras. Assim, esse 
período precisa ser compreendido a partir do ponto de vista da criança, para 
não se correr o risco de considerá-la enquanto infans, ou seja, a que não 
fala, a que não tem voz.
Para isso, é necessário primeiramente considerar que toda criança cria 
cultura, brinca. Nisso reside a sua singularidade. No ato de criar e recriar, 
fazer e refazer, próprio da criança, reside o potencial da brincadeira, entendida 
como experiência da cultura. Nesse sentido, “As crianças produzem cultura 
e são produzidas na cultura em que se inserem (em seu espaço) e que lhes é 
contemporânea (de seu tempo)” (KRAMER, 2007, p. 16). A criança não se 
resume a ser alguém que não é, mas que se tornará.
O segundo ponto a se considerar é que a criança é colecionadora, ou seja, 
atribui sentido ao mundo, produz história como colecionadora. A partir disso, 
ela vai construindo, dia a dia, a sua trajetória. Portanto, 
[...] a criança busca, perde e encontra, separa os objetos de seus contextos, 
vai juntando figurinhas, chapinhas, ponteiras, pedaços de lápis, borrachas 
antigas, pedaços de brinquedos, lembranças, presentes, fotografias” (KRA-
MER, 2007, p. 16).
O terceiro ponto indica que a criança subverte a ordem e estabelece 
uma relação crítica com a tradição. Olhar o mundo através dos olhos da 
criança pode revelar o desconhecido, uma outra maneira de ver o mundo 
e tudo o que há nele. Considerar o olhar da criança é favorecer aos adultos 
que continuem agindo enquantosujeitos críticos da história que produzem. 
Por meio do seu olhar crítico, a criança fala do seu mundo, do mundo do 
adulto e da sociedade. Nesse contexto, Kramer (2007) revela que o papel 
da documentação pedagógica é ajudar a constituir esse olhar infantil, 
sensível e crítico.
Por fim, você deve considerar que as crianças são sujeitos sociais, per-
tencem a um grupo social, uma etnia. Ou seja, as crianças não formam uma 
comunidade isolada, elas fazem parte de um grupo maior. Por meio de suas 
brincadeiras, é possível observar essa singularidade, esse pertencimento. 
De acordo com Kramer (2007, p. 17), “[...] os costumes, valores, hábitos, as 
práticas sociais, as experiências interferem em suas ações e nos significados 
que atribuem às pessoas, às coisas e às relações”. As crianças brincam e isso 
as caracteriza. Assim, cabe ao professor considerar, simultaneamente, a sin-
gularidade da criança e as determinações sociais e econômicas que interferem 
na sua condição, para que possa reconhecer a diversidade cultural e combater 
a desigualdade de condições existentes.
A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental6
As crianças têm direito de estar em uma instituição educacional estruturada de forma 
a favorecer a sua inserção crítica na cultura. A ideia é propiciar, mais do que uma escola 
digna, uma vida digna para elas.
A educação infantil e o ensino fundamental são indissociáveis. Ambos 
envolvem conhecimentos e afetos, saberes e valores, cuidados e atenção, 
seriedade e riso. Além disso, os desafios que se apresentam nas duas etapas 
são os mesmos: é necessário pensar a creche, a pré-escola e a educação fun-
damental como instâncias de formação cultural, que veem as crianças como 
sujeitos de cultura e história, sujeitos sociais. Portanto, considere o seguinte:
[...] o planejamento e o acompanhamento pelos adultos que atuam na educação 
infantil e no ensino fundamental devem levar em conta a singularidade das ações 
infantis e o direito à brincadeira, à produção cultural, na educação infantil e 
no ensino fundamental. Isso significa que as crianças devem ser atendidas nas 
suas necessidades (a de aprender e a de brincar) e que tanto na educação Infantil 
quanto no ensino fundamental sejamos capazes de ver, entender e lidar com 
as crianças como crianças e não só como alunos (KRAMER, 2006, p. 811).
Pensar sobre a infância na escola e na sala de aula é um grande desafio 
para o ensino fundamental, que, ao longo de sua história, não tem considerado 
o corpo, o universo lúdico, os jogos e as brincadeiras como prioridade. Para 
Corsino (2007), é necessário que o professor considere as crianças enquanto 
sujeitos ativos que participam e intervêm no que acontece ao seu redor, pois suas 
ações são também forma de reelaboração e de recriação do mundo. As ações 
da criança são simultaneamente individuais e únicas (subjetivas), porque são 
suas formas de ser e de estar no mundo, mas são ao mesmo tempo coletivas, 
na medida em que são situadas histórica e socialmente. Assim:
[...] a ação da criança no mundo não pode ser entendida apenas como desem-
penho ou comportamento, mas como simbolização do sujeito. Nessa perspec-
tiva, conhecer a criança implica observar suas ações-simbolizações, o que 
abre espaço para a valorização de falas, produções, conquistas e interesses 
infantis e faz da sala de aula um espaço de socialização de saberes e confronto 
de diferentes pontos de vista — das crianças, do professor, dos livros e de 
outras fontes — fazendo o trabalho se abrir ao novo, inédito, imprevisível e 
surpreendente (CORSINO, 2007, p. 62).
7A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental
São muitos os desafios que se apresentam para a construção de uma escola 
da/para a infância que escape da lógica da aceleração das aprendizagens e da 
mensuração da educação. A educação infantil e o ensino fundamental devem 
ser espaços nos quais as crianças sintam vontade de permanecer, em que se 
sintam acolhidas, estimuladas e valorizadas. A qualidade da educação ofertada 
a elas deve estar relacionada a uma concepção de sociedade na qual o ensino 
e o cuidado articulam-se à perspectiva cidadã da participação na produção 
de uma sociedade mais justa e de qualidade para todos.
Articulação das práticas pedagógicas 
entre docentes
A antecipação da idade obrigatória da criança para o ingresso no ensino 
fundamental, a partir dos 4 anos de idade, exige arranjos e adequações físicas. 
Além disso, há exigências de caráter conceitual e metodológico que precisam 
ser ressignifi cadas e intensifi cadas. Se do ponto de vista organizacional a 
educação infantil e o ensino fundamental são etapas distintas, do ponto de 
vista pedagógico elas são indissociáveis. Isso porque os objetivos educa-
cionais devem continuar sendo trabalhados de forma gradativa, integrada 
e articulada com as características do desenvolvimento e com a trajetória 
de cada criança.
Infelizmente, na medida em que a criança avança nos anos escolares ou 
nas séries do ensino fundamental, vê reduzidas as suas possibilidades de 
expressão, de leitura e produção de diferentes linguagens, como desenho, 
pintura, dança, canto, teatro, modelagem, literatura (prosa e poesia). Nesse 
nível, frequentemente privilegia-se certo tipo de linguagem vinculada aos 
usos escolares, ou seja, a que serve à reprodução dos conteúdos dos livros 
didáticos mediante a transmissão, a repetição e a avaliação.
Neves e Baptista (2016) apontam que as crianças que são atendidas nas 
instituições de educação infantil são as mesmas que frequentam ou que vão 
frequentar o ensino fundamental, mas infelizmente a trajetória educacional 
da criança nem sempre é compreendida como um contínuo. Para as pesqui-
sadoras, é necessário reconhecer as especificidades de cada etapa, mas, ao 
mesmo tempo, levar em consideração as semelhanças que fazem com que 
a educação infantil e o ensino fundamental constituam um mesmo nível de 
ensino. Para que isso seja possível, se faz necessária a cultura do diálogo, por 
muito tempo ausente na organização do sistema educacional brasileiro em 
relação às duas primeiras etapas da educação básica. Esse fato se refletiu e 
A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental8
ainda se reflete no processo de desencontros vivenciados pelas crianças na 
passagem da educação infantil para o ensino fundamental.
Para Neves e Baptista (2016), urge a consolidação da identidade da educação 
infantil. Isso deve ser feito com base nas especificidades da faixa etária das 
crianças e na construção de práticas pedagógicas que integrem o educar e o 
cuidar, centradas nas interações e nas brincadeiras, e que considerem a relação 
com as famílias. A ideia é que essa identidade dialogue com a continuidade 
do processo de escolarização da infância, tendo em vista que o foco principal 
das práticas educativas, tanto na educação infantil quanto nos anos iniciais do 
ensino fundamental, é o sujeito e a sua relação com a cultura.
Tal assertiva é considerada na Base Nacional Comum Curricular, que 
esclarece sobre a necessária continuidade das aprendizagens e do acolhimento 
afetivo. Desse modo, a nova etapa (ensino fundamental) deve se construir 
com base no que os educandos sabem e são capazes de fazer, evitando a 
fragmentação e a descontinuidade do trabalho pedagógico. Veja:
A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, 
para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração 
e continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando 
suas singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os 
conhecimentos, assim como a natureza das mediações de cada etapa. Torna-
-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto para 
as crianças quanto para os docentes, de modo que a nova etapa se construa 
com base no que a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de 
continuidade de seu percurso educativo (BRASIL, 2017, documentoon-line, 
grifo do autor).
Para Borba e Goulart (2007), se as diversas linguagens artístico-culturais 
constituem modos de conhecer e de explicar a realidade tão válidos quanto os 
saberes organizados pelos diversos ramos da ciência, é preciso rever as práticas 
educativas. A apropriação pelas crianças dos conhecimentos produzidos se 
faz pela ação. Elas interpretam, reinterpretam, criam e transformam o mundo 
ao seu redor. As autoras questionam o seguinte: se é possível ampliar as ex-
periências das crianças pequenas por meio de diferentes linguagens, fazendo 
circularem diferentes manifestações artístico-culturais, base fundamental 
para o processo de criação, por que isso não é feito com as crianças maiores?
Não há como alguém se constituir como autor, crítico e criativo, se não 
tiver acesso à pluralidade de linguagens. Portanto, é preciso permitir às 
crianças que sejam livres para opinar, criar e construir sentidos e conheci-
mentos. A ampliação da experiência é uma forma de fazer circular diferentes 
9A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental
saberes. Além disso, é a base fundamental para o processo de criação, pois 
alarga o acervo de referências relativas às características e ao funcionamento 
de cada tipo de expressão, bem como amplia a rede de significados e modos 
diferenciados de comunicabilidade e compreensão. Você deve considerar que 
o desenvolvimento dos conceitos científicos não é fruto de memorização ou 
de imitação, mas de criação.
No link a seguir, você pode conferir um vídeo em que se discute a transição da pré-
-escola ao ensino fundamental.
https://goo.gl/sQsozv
BORBA, A. M.; GOULART, C. As diversas expressões e o desenvolvimento da criança na 
escola. In: BRASIL. Ministério da Educação. Ensino fundamental de nove anos: orientações 
para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: MEC, 2007.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado 
Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm>. Acesso em: 2 jan. 2019.
BRASIL. Emenda constitucional nº. 59, de 11 de novembro de 2009. Acrescenta § 3º ao 
art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente, 
a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União 
incidente sobre os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino 
de que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá nova redação aos incisos I e VII 
do art. 208, de forma a prever a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete 
anos e ampliar a abrangência dos programas suplementares para todas as etapas 
da educação básica, e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e ao 
caput do art. 214, com a inserção neste dispositivo de inciso VI. 2009. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc59.htm>. 
Acesso em: 2 jan. 2019.
BRASIL. Lei nº. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e 
dá outras providências. 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 2 jan. 2019.
A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental10
BRASIL. Lei nº. 11.114, de 16 de maio de 2005. Altera os arts. 6o, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatório o início do ensino 
fundamental aos seis anos de idade. 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11114.htm>. Acesso em: 2 jan. 2019.
BRASIL. Lei nº. 11.274, 06 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei 
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com 
matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. 2006. Disponível em: <http://
www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2006/lei-11274-6-fevereiro-2006-540875-publica-
caooriginal-42341-pl.html>. Acesso em: 2 jan. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educa-
ção Básica. Parecer CNE/CEB n. 20. 2009b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
dmdocuments/pceb020_09.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2019. 
BRASIL. Ministério da educação. Base nacional comum curricular. Brasília: MEC, 2017. 
Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/12/
BNCC_19dez2018_site.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação in-
fantil. Brasília: MEC, 2010. Disponível em: <http://ndi.ufsc.br/files/2012/02/Diretrizes-
-Curriculares-para-a-E-I.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a 
inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: MEC, 2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº. 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Di-
retrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. 2009a. Disponível em: <http://
www.seduc.ro.gov.br/portal/legislacao/RESCNE005_2009.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2019.
CAMPOS, R. F.; CAMPOS, R.; ROCHA, E. A. C. Ensino fundamental de nove anos: continuidade 
ou ruptura com as políticas de focalização no ensino fundamental? In: CONGRESSO LUSO 
BRASILEIRO DE POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO, 2007. Anais... Lisboa, 2007.
CORSINO. P. As crianças de seis anos e as áreas do conhecimento. In: BRASIL. Ministério 
da Educação. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança 
de seis anos de idade. Brasília: MEC, 2007.
KRAMER, S. A infância e sua singularidade. In: BRASIL. Ministério da Educação. Ensino 
fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de 
idade. Brasília: MEC, 2007.
KRAMER, S. As crianças de 0 a 6 anos nas políticas educacionais no Brasil: educação 
infantil e/é fundamental. Educação & Sociedade, v. 27, nº. 96, p. 797-818, out. 2006. Dis-
ponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v27n96/a09v2796>. Acesso em: 2 jan. 2019.
NEVES, V. F. A.; BAPTISTA, M. C. Transição da educação infantil para o ensino fundamental. 2016. 
Disponível em: <http://www.anped.org.br/news/transicao-da-educacao-infantil-para-
-o-ensino-fundamental-entrevista-com-vanessa-neves-ufmg-e>. Acesso em: 2 jan. 2019.
11A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L9394.htm>. Acesso em: 2 jan. 2019.
TV UNESP. Unesp Notícias: transição. Youtube, fev. 2017. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=caDvPt0Q4x8&feature=youtu.be>. Acesso em: 2 jan. 2019.
NOGUEIRA, G. M. Contribuições da pedagogia da infância para a articulação entre 
educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. Revista Linhas, v. 14, nº. 26, 
jan./jun. 2013.
A continuidade da educação infantil para o ensino fundamental12
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Ao falar em ludicidade, lembre-se de brincadeiras, jogos, faz de conta, cantigas de roda, alegria. 
Isso porque, por meio dessas atividades, se pode agir, comunicar conosco e com o mundo, 
aceitar e acolher a existência dos outros, estabelecer relações sociais, construir conhecimentos e 
desenvolver-se integralmente. Trabalhar com o lúdico na educação infantil e no ensino 
fundamental é uma forma de garantir que a criança terá um leque de possibilidades de 
aprendizagem.
Na dica do professor, você verá a importância em considerar o lúdico na continuidade da 
educação infantil para o ensino fundamental.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) Segundo o art. 11 da Resolução CNE/CEB 5/2009, que fixa as Diretrizes Curriculares 
Nacionais, na transição para o ensino fundamental, a proposta pedagógica deve 
prever formas para garantir a continuidade no processo de aprendizageme 
desenvolvimento das crianças, respeitando as especificidades etárias, sem antecipação 
de conteúdos que serão trabalhados no ensino fundamental. Sabendo disso, assinale a 
alternativa correta. 
A) A educação infantil e o ensino fundamental são etapas independentes e, ao mesmo tempo, 
indissociáveis. 
B) Com relação ao ensino de nove anos, não há necessidade em se organizar a estrutura 
espacial para as crianças do 1º e 2º anos.
C) O tempo a ser considerado no ensino fundamental restringe-se, unicamente, ao tempo da 
leitura e da escrita.
D) A fragmentação entre a educação infantil e o ensino fundamental é uma ação necessária 
para a nova fase que a criança enfrentará.
E) Articular experiências e culturas próprias da criança são ações a serem 
consideradas apenas na educação infantil.
2) Com relação às características da infância e à necessidade de considerá-la na 
educação infantil e no ensino fundamental, é correto afirmar:
A) A infância, enquanto um simples estágio no desenvolvimento da criança, não precisa ser 
considerada na educação infantil.
B) As características próprias da infância, tais como imaginação, fantasia, criação e 
brincadeira, devem ser consideradas apenas na educação infantil. 
C) Não há como considerar a infância a partir do ponto de vista da criança.
D) Toda criança cria cultura, e nisso reside sua singularidade.
E) Toda criança deve ser considerada enquanto infan.
3) A criança tem a capacidade de se relacionar com o mundo ao seu redor e dele 
construir aquilo que é de seu interesse, e não o que é dito, mandado, estipulado e 
esperado pelo adulto. Desse modo, a cultura infantil é produção e criação. Com 
relação à singularidade da criança, assinale a alternativa correta. 
A) O ato de criar e recriar, fazer e refazer é algo próprio da criança apenas na educação 
infantil. 
B) A brincadeira, mesmo entendida como experiência da cultura, deve ser desconsiderada nos 
anos iniciais ensino fundamental, que tem por objetivo a alfabetização. 
C) Por meio do seu olhar crítico, a criança fala do seu mundo, do mundo do adulto e da 
sociedade.
D) A documentação pedagógica, ação necessária para compreendermos o desenvolvimento da 
criança, é uma prática restrita à educação infantil.
E) A criança não deve subverter a ordem e tampouco estabelecer uma relação crítica com a 
tradição.
4) As crianças têm direito a estar em uma instituição educacional estruturada de forma 
a favorecer sua inserção crítica na cultura, propiciando, com isso, mais que uma 
escola digna, mas uma vida digna para elas. Sabendo disso, assinale a alternativa 
correta.
A) Educação infantil e ensino fundamental não guardam particularidades, são etapas distintas 
e dissociáveis, fato que desprende o professor de estabelecer qualquer relação entre elas.
B) Afetos, saberes e valores, cuidados e atenção, seriedade e riso devem ser considerados 
apenas na educação infantil, onde a preocupação é apenas com o cuidado da criança.
C) Os desafios que se apresentam nos dois espaços são distintos, por isso da necessidade de 
dissociá-los.
D) O planejamento e o acompanhamento pelos adultos que atuam na educação infantil e no 
ensino fundamental devem levar em conta a singularidade das ações infantis e o direito à 
brincadeira e à produção cultural.
E) As crianças no ensino fundamental são meramente alunos.
5) O ensino fundamental com duração de 9 (nove) anos, com matrícula a partir dos 6 
(seis) anos de idade, tornou-se obrigatório a partir de qual lei?
A) Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009.
B) Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009.
C) Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001.
D) Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017.
E) Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006.
NA PRÁTICA
As crianças estão a todo o momento passando por transformações, sejam elas físicas, cognitivas, 
afetivo-emocionais e sociais, de acordo com sua faixa etária. Na escola não é diferente, somam-
se as transformações de caráter educacional com as de desenvolvimento humano, e isso constitui 
a subjetividade de cada criança.
Na prática, você acompanhará um projeto de trabalho elaborado para auxiliar as crianças no 
momento de transição da educação infantil para o ensino fundamental.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A articulação entre a educação infantil e os anos iniciais
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A infância no ensino fundamental de 9 anos: O que dizem os professores do primeiro ano?
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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