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1 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS DE CITOPATOLOGIA E CITOLOGIA CLINICA CURSO: _Biomedicina_3. Sem_______ DISCIPLINA: Citopatologia e Citologia NOME DO ALUNO: _Karisa Cardoso de Miranda Hummel Deliberali_______ R.A: _2084890_________________________ POLO: Aquarius SJC_______ DATA: 20 / 11 / 2021 2 1. INTRODUÇÃO Citopatologia e Citologia clinica pode ser considerada uma ciência que estuda as células de forma isolada, com o objetivo de detectar anomalias de forma que auxilie no diagnóstico de doenças. O diagnóstico é o desafio central de toda clínica, o desenvolvimento da patologia, disciplina que estuda as doenças, recebeu enorme impulso neste século com o advento de inúmeras técnicas laboratoriais diagnósticas. Dentre estas, destaca-se o Teste de Papanicolau, que revolucionou a detecção precoce e prevenção do câncer do colo uterino. O câncer do colo do útero é a terceira causa de letalidade entre as mulheres, a sua prevenção se dá por exames citológicos. Com o passar dos anos, a inovação resultou em novas técnicas, como a de citologia em meio líquido, que possui um custo mais elevado, mas que é um a técnica com especificidade maior, que possui menos probabilidade de erro no procedimento. Pois uma lâmina de Papanicolau, se não for bem coletada, bem corada, bem fixada e bem armazenada, pode apresentar resultados insatisfatórios e inconclusivos para o diagnóstico da mulher. A disciplina estuda a Citopatologia cérvico-vaginal, Citopatologia mama, Citopatologia respiratória, Citopatologia urinária e recursos de apoio diagnóstico em Citopatologia. Interpretação de exames patológicos e normais, interpretação dos exames citopatológicos dos diversos sistemas estudados. Compreender o processo de citopatologia clínica (esfoliativa ou oncótica) nas diversas doenças que acometem os seres humanos, identificar e compreender processo de coleta e análises de material cérvico-vaginal e de outros materiais celulares de qualquer tecido ou área do corpo humano, por meio de métodos, marcações e colorações padronizadas. Compreender o diagnóstico das principais doenças infecciosas e as principais formas malignas e benignas de lesões que ocorrem no trato genital feminino, bem como a prática laboratorial de citologia esfoliativa. Histórico e importância da citopatologia em medicina preventiva. Classificações do exame citopatológico cérvico-vaginal, Papanicolau, reagan, Richart, Bethesda, e Nomenclatura brasileira. Graduação das lesões cérvicovaginais: lesão intraepitelial de baixo grau, lesão intraepitelial de alto grau. Neoplasias malignas cérvico-vaginais, carcinoma in situ, carcinoma invasor. Adenocarcinomas in situ, adenocarcinoma invasor, outras neoplasias. Outros achados no exame citopatológico 3 cérvico-vaginal: Células escamosas atípicas e células glandulares atípicas (ASC-US; ASC-H; AGC). Anatomia e histologia da mama; coleta e confecção dos esfregaços. Análise da citologia normal da mama e citologia neoplásica da mama. Citopatologia vias respiratórias: Anatomia e histologia do sistema respiratório; coleta e confecção dos esfregaços. Análise da citologia normal do sistema respiratório e citologia neoplásica do sistema respiratório. Citopatologia do trato urinário: Anatomia e histologia do trato urinário; coleta e confecção dos esfregaços. Análise da citologia normal do trato urinário e citopatologia neoplásica do trato urinário. 2. RESULTADOS E DISCUSSÃO 2.1. Aula 1 Roteiro 1 – Coloração de Papanicolau É um sistema de coloração utilizado para células colhidas por raspagem em cavidades como a vagina, a mucosa bucal, etc., e fluidos com células a partir de derrames de outras cavidades. Deve ser apenas usada in vitro. O objetivo da aula foi de conhecer os materiais e o seu devido manuseio para realização do Papanicolau, as boas práticas de laboratório (BPL) acerca dos procedimentos que serão adotados no preparo das lâminas para sua observação (análise microscópio), preparo da lâmina na sua posterior coloração e seu armazenamento. Materiais Utilizados ● Lâminas de vidro para microscopia com ponta fosca ● Lâminas normais de epitélio pavimentoso estratificado ● Lâminas normais do epitélio colunar simples ● Lâmina do epitélio metaplásico ● Lamínulas 24 x 50 mm ● Espátulas 1 Colher amostras citológicas da cavidade oral, raspando a mucosa com uma haste de madeira 2 Transferir as células para lâmina de vidro identificada (esfregaço) 3 Fixar as amostras em Etanol 95% por 15 minutos 4 Hidratar as lâminas em água destilada por 15 minutos 5 Lavar em água destilada 6 Hematoxilina de Harris por 6 minutos 7 Lavagem em água destilada 8 Desidratar em Etanol Absoluto (três mudanças) 9 Orange G por 90 segundos 10 Lavar em três mudanças de Etanol 95% 11 EA 36 por 90 segundos 12 Lavagem em três mudanças de Etanol Absoluto 13 Clarificação em Xilol por 10 minutos (em capela) 14 Montar as lâminas com Bálsamo do Canadá e lamínula (em capela) Figura 1 - próprio autor Procedimento 4 de madeira ● Cubas de vidro ● Cronometro ● Bastão de vidro ● Etanol 95% ● Etanol Absoluto ● Hematoxilina de Harris (kit Papanicolaou – Qeel) ● Orange G (kit Papanicolaou – Qeel) ● EA 36 (kit Papanicolaou – Qeel) ● Xilol ● Bálsamo do Canadá ● Microscópios ópticos binoculares. 2.2. Aula 1 – Roteiro 2 – Colpocitologia Normal O objetivo da aula foi apresentar a morfologia normal das células do epitélio pavimentoso estratificado, do epitélio colunar simples e do epitélio metaplásico. Materiais Utilizados: Lâminas normais de epitélio pavimentoso estratificado ● Lâminas normais do epitélio colunar simples ● Lâminas do epitélio metaplásico ● Microscópios ópticos binoculares. Os epitélios estratificados pavimentoso são os mais frequentemente encontrados e podem ser subdivididos em queratinizados e não-queratinizados. O epitélio estratificado pavimentoso queratinizado é encontrado normalmente em superfícies secas, como a pele, as células da camada mais superficial não apresentam núcleo, contém abundante quantidade de queratina, de modo a prevenir 1 Observar, ao microscópio óptico, amostras de colpocitologia já colhidas e coradas pelo método de Papanicolau 2 Identificar as células de cada uma das camadas do epitélio pavimentoso estratificado (escamoso), que reveste a cavidade vaginal e região ectocervical do colo uterino: basais, parabasais, intermediárias e superficiais 3 Observar as diferenças de morfologia entre as células das diferentes camadas do epitélio escamoso: tamanho e forma do citoplasma, relação núcleo/citoplasma, características tintoriais do citoplasma etc 4 Observar a morfologia das células do epitélio cilíndrico simples (glandular), que reveste a região endocervical do colo uterino (canal endocervical) 5 Observar o arranjo típico dos grupamentos celulares das células desse epitélio: favo de mel e paliçada 6 Observar a morfologia das células do epitélio metaplásico (epitélio de transição, frequentemente presente em mulheres durante a idade fértil), promovendo uma comparação entre células metaplásicas e células parabasais do epitélio escamoso Figura 2 - próprio autor PROCEDIMENTO 5 a perda de água e a penetração de agressões químicas e físicas. Já́ o epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado é encontrado em superfícies úmidas, como por exemplo, na mucosa de revestimento da cavidade bucal, no esôfago e na mucosa vaginal. A figura abaixo representa as células escamosas que compõem os três extratos do epitélio escamoso estratificado. 2.3. Aula 1 – Roteiro 3 – Citologia Hormonal. Na aula prática realizada em laboratório e orientada pelo professor aprendemos as alterações morfológicas das células do epitélio pavimentoso estratificado vaginal frente às oscilações hormonais do ciclo menstrual.Foi observado ao microscópio óptico amostras de citologia vaginal colhidas em diferentes momentos do ciclo menstrual: células parabasais Se descamam de maneira isolada, são comuns na pós-menopausa, pré-pubere e no puerpério possui o Citoplasma: arredondado, geralmente basofílico, núcleo: grande, geralmente basofílico e cromatina distribuída. 1 Observar ao microscópio óptico amostras de citologia vaginal colhidas em diferentes momentos do ciclo menstrual (7º dia, 14º dia, 21º dia e 28º dia) 2 Identificar elementos da microbiota vaginal normal: Lactobacillus sp, cocos e outros bacilos, discutindo o processo de citólise bacteriana observado em amostras de mulheres com alta concentração plasmática de progesterona Figura 3 - próprio autor PROCEDIMENTO 6 2.4. Aula 2 – Roteiro 1 – Alterações Benignas Nesta aula orientada pelo professor foram apresentadas as alterações morfológicas das células do epitélio pavimentoso estratificado frente a processos benignos (inflamação, radiação, reparo tecidual). O professor ilustrou a aula com diversos slides e imagens antes da pratica o que contribuiu efetivamente para um melhor entendimento das alterações celulares que devemos observar nas lâminas bem como características especificas como aumento nuclear, hipercromatismo, binucleação, multinucleação, degeneração nuclear (cariorrexe; cariólise, picnose), nucléolos únicos ou múltiplos halos perinucleares, sem espessamento periférico, Inflamação (incluindo reparo típico e células de defesa). 2.5. Aula 2 – Roteiro 2 – Infecções Genitais Na aula prática realizada em laboratório e orientada pelo professor analisamos as possíveis infecções genitais vaginais por microrganismos não carcinogênicos identificáveis em exames de colpocitologia através da morfologia dos microrganismos ou de seu efeito citopático nas células do epitélio pavimentoso estratificado. Foram observadas lâminas no microscópio para identificação dos microrganismos infecciosos bem como apresentados slides com conteúdo teórico para melhor explicação e ilustração. 7 2.6. Aula 2 – Roteiro 3 – Lesões HPV-Induzidas Analisamos as atipias presentes em células do epitélio pavimentoso estratificado (escamoso) infectadas pelo Papilomavírus Humano (HPV). Seguindo o seguinte procedimento: observar, ao microscópio óptico, amostras de colpocitologia visando a identificação de alterações morfológicas sugestivas da presença do HPV, cariomegalia, hipercromasia nuclear, cromatina granulosa, irregularidades de membrana nuclear, bi ou multinucleação, coilocitose. 8 A infecção persistente latente representa a maioria das infecções pelo HPV , o período de incubação varia de 3 a 4 meses podendo chegar até 2 anos. Os HPV infectam o epitélio escamoso queratinizado (pele) e não queratinizado, como mucosa da boca, vias respiratórias superiores, conjuntiva, trato ano genital, com diferentes tipos de HPV exibindo preferências para sítios diferentes do corpo e vai replicar somente no lugar que foi inoculado, pode replicar formando uma verruga localizada, o que pode ser resolvido por meio da remoção ou gerando uma transformação celular, podendo evoluir par a um câncer. A verruga só nasce de novo se não houver a remoção total da camada basal, pois é o local onde ela prioritariamente se instala; a verruga elimina vários vírus e NÃO faz integração celular. A história natural do HPV leva décadas até desencadear o câncer, em casos de mulheres é imprescindível a realização do preventivo. 2.7. Aula 3 – Roteiro 1 – Carcinoma Epidermoide O Objetivo desta aula foi conhecer as lesões presentes em células do epitélio pavimentoso estratificado (escamoso) infectadas pelo Papilomavírus Humano (HPV) 9 com características malignas. O Papiloma Vírus Humano (HPV) é um vírus capaz de provocar lesões na pele e mucosas, essas infecções são frequentes e quase sempre regridem naturalmente. Existem mais de cem tipos de HPV, sendo que quarenta podem contaminar o trato ano-genital. O HPV também pode ser classificado como de baixo risco oncogênico e alto risco oncogênico, representados principalmente pelos tipos 16 e 18, que são os que mais prevalecem nos casos de câncer cervical invasivo, compreendendo uma porcentagem de 70% do total dessas neoplasias. 2.8. Aula 3 – Roteiro 2 – Nomenclatura Brasileira para laudos citopatologicos cervicais A nomenclatura brasileira utilizada para laudos citopatológicos tem sofrido constantes alterações. A adoção do Sistema de Bethesda, ainda que adaptado ao Brasil, facilita a comparação de resultados nacionais com os encontrados em publicações estrangeiras O método de coloração, Papanicolaou apresentou também, em 1943, em sua monografia intitulada Diagnosis of Uterine Cancer by the Vaginal Smear, uma classificação na qual os quadros citológicos observados nas lâminas eram divididos em cinco grupos: ● Classe I: ausência de células atípicas ou anormais; ● Classe II: citologia atípica sem evidencia de malignidade; ● Classe III: citologia sugestiva de malignidade; ● Classe IV: citologia muito suspeita de malignidade; ● Classe V: citologia conclusiva de malignidade. Essa classificação foi adotada no mundo inteiro por várias décadas. A distribuição por classes dos quadros citológicos apresentada por Papanicolaou serviu de base para a criação de vários outros sistemas de classificação. Atualmente, um sistema amplamente aceito é o Bethesda, que tem sido constantemente atualizado, mas o Brasil também possui um referencial para a classificação citopatológica proposto pelo INCA no livro Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos. 2.9. Aula 3 – Roteiro 3 – Citologia da Mama Na aula prática realizada em laboratório e orientada pelo professor analisamos a morfologia normal das células do epitélio da mama e as possíveis atipias que indicam processo neoplásico. O procedimento foi observar ao microscópio óptico 10 amostras de citologia da mama colhidas por punção aspirativa, visando identificar células epiteliais/luminais, células mioepiteliais e células apócrinas e posteriormente procurar por alterações morfológicas que sugerem malignidade: tamanho e forma do núcleo, anisonucleose, hipercromasia, presença de nucléolo proeminente. Foram observadas várias lâminas com os seguintes resultados: negativo para células malignas (células normais/alterações benignas). atípico (características comuns entre entidades benignas e malignas). Suspeito (células atípicas que não permitem diagnóstico) positivo para células malignas (características inequívocas de malignidade). Inadequado ou insatisfatório. 2.10. Aula 4 – Roteiro 1 – Citologia Pulmonar Foi apresentado a morfologia normal das células do epitélio respiratório e as possíveis atipias que indicam processo neoplásico. O epitélio respiratório é caracterizado por ser pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes, é um epitélio de revestimento altamente especializado, as células caliciformes e os cílios são importantes mecanismos de defesa desse epitélio, o muco e os movimentos ciliares retêm partículas provenientes do ar inalado. 11 2.11. Aula 4 – Roteiro 2 – Citologia Oncótica da Urina O Objetivo desta aula foi apresentar a morfologia normal das células do trato urinário e as possíveis atipias que indicam processo neoplásico. A microscopia do sedimento urinário é um recurso muito importante na avaliação dos pacientes, os achados mais comuns são: células epiteliais, Eritrócitos, Leucócitos, cristais, Cilindros, bactérias e parasitas. O exame de urina pode oferecer informações não apenas sobre os rins e bexiga, mas sobre o fígado, pâncreas e outros órgãos, analisando uma ampla gama de distúrbios (KASVI 2). O procedimento foi observar, ao microscópio óptico, lâminas normais do epitélio de bexiga e comparar com lâminasde neoplasia de bexiga, observando as alterações típicas do processo. 12 Referências Bibliográficas 1. Atlas de Citopatologia Ginecológica - Nísio Marcondes - Livraria Atheneu, 1987. 2. Biologia e Patologia do Colo Uterino - Edgar da Rosa Ribeiro - Revinter, 1994. 3. Citologia Ginecológica e suas Bases Anátomo - Clínicas - Claude Gompel e Leopold Koss - Editora Manole - 1. Edição Brasileira, 1997. 4. Colposcopia - René e Isabelle Cartier - Roca, 1994. 5. COOC. O que é citologia. Disponível em: https://www.coc.com.br/blog/soualuno/biologia/o-que-e-citologia. Acesso em 02/11/2021 6. COOPLAB. Importância da Citopatologia. Disponível em: http://www.coopegoce.com.br/noticias/a-importancia-da-citopatologia/. Acesso em 01/11/2021 7. MEDRADO, Leandro.Citologia e Histologia Humana - Fundamentos de Morfofisiologia Celular e Tecidual.Editora Saraiva, 2014. 9788536520834. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520834/. Acesso em: 02 nov. 2021. 8. TEIXEIRA, Tarso F. Trato Genital Feminino. Slides de Aula.
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