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0 GEOGRAFIA 1 SUMÁRIO FORMAÇÃO TERRITORIAL BRASILEIRA .......................................................................................................................... 2 2 FORMAÇÃO TERRITORIAL BRASILEIRA FORMAÇÃO TERRITORIAL BRASILEIRA A EXPANSÃO ULTRAMARINA E A ECONOMIA EUROPEIA A expansão portuguesa, inaugurada com a campanha de Ceuta em 1415, é lenta e sistemática avançando gradativamente em direção ao sul, tendo como meta imediata a cap- tura das fontes do ouro de Tombucutu. Com este propósito, já em 1445, os portugueses constroem a fortaleza de Arguim, e em 1482 está pronto o castelo de São Jorge da Mina – ponto de escoamento de escravos e de ouro da Guiné, O avanço pela costa africana pros- segue, assim como o adentramento no “Mar Tenebroso”, num movimento que incorpora os arquipélagos da Madeira e dos Açores e que acaba por esbarrar nas terras do Brasil. Ao final do século XV, os portugueses navegam no oceano Índico. Dominam três bordos do Atlântico sul: a “volta da Guiné”, a “volta do Brasil” e a “volta do Cabo”. Em meados do século XVI já comandam o tráfego interno do Índico, em 1513 estabelecem uma feitoria em Macau e em 1543 negociam no Japão (atingindo o extremo oriente: lendária Cipango de Marco Pólo). Moraes, Antonio Carlos Robert. Bases da Formação Territorial do Brasil: o território colonial bra- sileiro no “longo” século XVI – São Paulo: Hucitec, 2000. O processo de formação do território brasileiro, lento e irregular, é fruto de uma longa his- tória de encontros de povos que aqui viviam e de outros que vieram a ocupá-lo ao longo dos anos. O Brasil foi assim uma construção, na qual os colonizadores portugueses se apropriaram de cer- tas áreas, geralmente expulsando, às vezes escravizando, ou exterminando os índios que as ocu- pavam, e com o tempo expandiram o seu território e criaram neste novo mundo uma sociedade diferente, que um dia se tornou um Estado-nação “independente”. A gênese do Estado brasileiro encontra-se na colonização portuguesa da América. A ex- pansão oficial, realizada por expedições militares a serviço de Portugal (desde o final do século XVI, e principalmente no século XVII), foi responsável pela conquista de uma vasta porção do atual território brasileiro. Entretanto, o território não é apenas uma continuação da América Portuguesa: a delimitação das fronteiras atuais, concluída apenas no início do século XX, envolveu diversos conflitos, negociações econômicas e acordos diplomáticos. Nos primeiros séculos de colonização, a ocupação portuguesa limitou-se ao litoral. A economia voltava-se para o mercado externo, com a produção de açúcar nas áreas próximas ao litoral. No interior a presença europeia praticamente limitava-se à vila de São Paulo e a um punhado de núcleos vizinhos. Inicialmente, os portugueses ampliaram suas terras incorporando áreas de domínio espanhol, ainda no período colonial. Diver- sos fatores contribuíram para o processo expansionista, que acabou por ultrapassar a linha de Tordesilhas. 3 A CHEGADA DE CABRAL A chegada de Pedro Álvares Cabral à baia, hoje chamada Cabrália, em sua homena- gem, no dia 22 de abril de 1500, não foi obra do acaso, mas consequência de uma política de expansão comercial desenvolvida desde o início do século XV, pelos países europeus, liderados por Portugal e Espanha. O que é confirmado pelo fato de, ao chegar ao Brasil, saber Cabral que pisava em terras juridicamente pertencentes a Portugal, em face do Tra- tado de Tordesilhas, assinado por seu país e pela Espanha em 1494. ANDRADE, Manuel Correia. Formação Territorial e Econômica do Brasil. Recife: Fundação Joa- quim Nabuco, Editora Massangana, 2007. ESTRUTURA POLÍTICA E ADMINISTRATIVA Os limites político-administrativos criados para delimitar países, estados, cidades e até mesmo bairros são alterados em função de forças econômicas, políticas, sociais e culturais que atuam nesses territórios ao longo de sua história. As iniciativas da Coroa Portuguesa obedeciam a interesses estratégicos, na medida em que procuravam estabelecer limites à expansão espanhola na América. O PAPEL DA ESPANHA A história do Brasil está ligada de duas maneiras à do Império Espanhol na América: 1. Madrid exerce, apoiada no direito, a sua soberania sobre tudo o que se encontra a Oeste do meridiano de Tordesilhas; 2. A união das duas coroas, que resulta da extinção da dinas- tia de Avis, reduz, consideravelmente, a liberdade de manobra de Portugal entre 1580 e 1640. A penetração espanhola na América do Sul faz-se por Este: O império Inca, que se estendia do Equador ao Chile, passando pelo Peru, pela Bolívia e noroeste da Argentina, foi conquistado entre 1531 e 1544. É preciso esperar por 1580 para que uma rota permanente seja aberta entre Potosí e o Rio da Prata, e que Buenos Aires seja definitivamente fundada. [...] [...] A União das duas coroas foi realizada em 1580. A Espanha não tem inveja da presença portuguesa no Brasil e tolera bem o contrabando que se exerce pela Prata em benefício dos portugueses. A ocupação do Recife pelos holandeses desagrada Madrid, mas não ameaça os eixos vitais da construção imperial – lembra apenas que seria loucura abrir ainda mais o continente para o Sul, por Buenos Aires. Em 1625, os espanhóis enviam uma frota para libertar Salvador, depois deixam os portugueses praticamente sós face à empresa holandesa. CLAVAL, Paul. A Construção do Brasil: uma grande potência em emergência. Ed. Belim, 2004. 4 A fundação da Vila de São Vicente no litoral Paulista, em 1532, assinalou o início da colo- nização dos domínios portugueses na América, com a distribuição das primeiras sesmarias, inspi- radas na legislação fundiária portuguesa do século XIV. No território colonial, os sesmeiros eram homens da pequena nobreza, militares ou nave- gantes, que recebiam as suas glebas como recompensa por serviços prestados à Coroa. Ao to- marem posse das terras, ficavam obrigados apenas a fazê-las produzir em alguns anos (em geral cinco) e pagar o dízimo à Ordem de Cristo. A extensão das sesmarias brasileiras girava em torno de 10 mil a 13 mil hectares. Assim, as sesmarias foram o embrião do modelo concentrador que ainda hoje permanece na estrutura agrária brasileira. Entre 1534 – 1536, a Coroa portuguesa implantou o sistema político-administrativo das ca- pitanias hereditárias. O território foi dividido em capitanias, lotes doados a quem tivesse capital para colonizá-los. Os detentores desses lotes, transmitidos de pai para filho, eram os capitães- donatários. Esse regime fragmentou a América Portuguesa em unidade autônomas e desarticula- das entre si. ANTIGO MAPA DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS VICENTINO, Claudio. Atlas histórico: geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 100. 5 NOVO MAPA DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS Em 2014, Jorge Cintra, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, divulgou um novo mapa das capitanias hereditárias, baseando-se em novas pesquisas que mostraram que os mapas anteriores das capitanias foram elaborados com base nos paralelos e não nos meridianos, o que muda a disposição das capitanias do extremo norte da América Portuguesa. As dificuldades de administração de várias capitanias fizeram com que elas fossem retor- nando para a tutela da Coroa portuguesa. A primeira foi a da Bahia de Todos-os-Santos (parte do que é hoje o estado da Bahia), onde foi implantado, em 1549, o Governo-Geral do Brasil. Mas, na verdade, Portugal sempre temeu a formação de um centro de poder unificado em suas colônias do Novo Mundo. Em 1621, a América Portuguesa foi dividida em Estado do Brasil e Estado do Maranhão. Este segundo subordinado apenasà Coroa, destinava-se a garantir a defesa do litoral setentrional sujeito a ataques de franceses corsários. Em 1737, afastadas as ameaças francesas, a atenção da Coroa concentrou-se na consolidação da soberania sobre a bacia amazônica, alterando-se o nome da entidade para Estado do Grão-Pará e Maranhão e transferindo-se a sede de São Luiz para Belém. 6 Nos primeiros séculos de colonização, a ocupação portuguesa limitou-se ao litoral. A eco- nomia voltava-se para o mercado externo, com a produção de açúcar nas áreas próximas ao litoral. No interior a presença europeia praticamente limitava-se à vila de São Paulo e a um punhado de núcleos vizinhos. Inicialmente, os portugueses ampliaram suas terras incorporando áreas de do- mínio espanhol, ainda no período colonial. Diversos fatores contribuíram para o processo expan- sionista, que acabou por ultrapassar a linha de Tordesilhas. O território brasileiro foi sendo constituído e legalizado ao longo do tempo por meio de di- versos tratados. O principal norteador do nosso território é o famoso Tratado de Tordesilhas. No entanto, outros tratados importantes contribuíram para a formação e organização do território bra- sileiro ao longo do tempo. São exemplos: • Tratado de Ultrech I (1713): Assinado entre Portugal e França estabeleceu as fronteiras portu- guesas no norte do Brasil, onde o Oiapoque foi reconhecido como a fronteira natural entre a Ca- pitania do Cabo Norte e a Guiana; Limites entre Brasil e Guiana Francesa. • Tratado de Ultrech II (1715): Assinado entre Portugal e Espanha, tratou da segunda devolução de Colônia do Sacramento para os portugueses. • Tratado de Madri (1750): Considerado o mais importante tratado em termos territoriais, esse tratado redefiniu as fronteiras portuguesas e espanholas. Os princípios que nortearam o Tratado de Madri foram o uti possidetis (o território pertencia a quem tivesse ocupado e povoado), uma espécie de usucapião e as fronteiras naturais (a fim de evitar a fragilidade dos tratados anteriores, procurou-se estabelecer as fronteiras em locais que possibilitavam a demarcação. Ex: montanha, Rio, etc.). Portugal passou de 2.800.000km² para 6.900.000km², ou seja, praticamente foram de- finidas as fronteiras brasileiras nesse momento. 7 ÁREA INCORPORADA PELO TRATADO DE MADRI • Tratado de Santo Ildefonso (1777): Teve como intuito finalizar os conflitos que ocorreram ao longo de três séculos entre as Coroas portuguesa e espanhola e seus súditos, sobre os limites dos domínios da América e da Ásia. Confirmou o Tratado de Madri e devolveu a Portugal a Ilha de Santa Catarina, ficando com a Espanha a Colônia de Sacramento e a região dos Sete Povos das Missões; • Tratado de Badajóz (1801): Assinado entre Portugal e Espanha/França, oficializou a incorpora- ção definitivamente dos Sete Povos das Missões ao Brasil. Esse Tratado também é conhecido como Paz de Badajóz, que coloca fim ao conflito chamado de Guerra das Laranjas. • Tratado de Petrópolis (1903): formalizou a permuta de territórios entre Brasil e Bolívia — uma faixa de terra entre os rios Madeira, o rio Abunã do Brasil para a Bolívia — e o território do atual Acre da Bolívia para o Brasil. O governo brasileiro também se comprometia a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, para dar trânsito às trocas comerciais bolivianas pelo rio Amazonas, 8 no acordo o governo brasileiro obrigou-se a pagar à Bolívia a quantia de 2 milhões de libras ester- linas para indenizar Bolivian Syndicate, um consórcio de investidores estadunidenses, pela resci- são do contrato de arrendamento, firmado em 1901 com o governo boliviano. Fortificações na região amazônica. Em 1759, foram organizadas as Capitanias da Coroa, governadas por funcionários nomea- dos pelo rei. Com a independência do Brasil, essas áreas transformaram-se em províncias de um Império Unitário. Após a independência, ocorrida em 1822, outras áreas se incorporaram ao território do Bra- sil. Essas áreas foram anexadas de países fronteiriços (como Bolívia, Paraguai e Peru), por meio de tratados bilaterais ou por arbitramento internacional1. O Império foi responsável pela fixação de mais da metade da formação das fronteiras ter- restres brasileiras. Os limites com o Uruguai, anexados por D. João VI em 1821, foram frutos de acordos de 1828, que reconheceram a independência do país. 1 Arbitramento Internacional: situação em que outros países são escolhidos para resolver as questões de fronteira. 9 FORMAÇÃO DAS FRONTEIRA AO LONGO DA HISTÓRIA As fronteiras com o Paraguai formaram-se a partir do conflito entre a Tríplice Aliança e o Paraguai, no fim da Guerra do Paraguai em 1870. Duque de Caxias e o ditador paraguaio Francisco Solano Lopes. MALDITA GUERRA A geração daqueles que lutaram na guerra, quer nos países aliados, quer no Paraguai, não registrava de forma positiva o papel histórico de Solano López. Havia certeza da sua res- ponsabilidade, quer no desencadear da guerra, ao invadir o Mato Grosso, quer na destrui- ção de seu país, pelos erros na condução das operações militares e na decisão de sacrificar os paraguaios, mesmo quando caracterizada a derrota, em lugar de pôr fim ao conflito. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjM38_b7_jXAhWKjZAKHWKcCaAQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fguiadoscuriosos.uol.com.br%2Fcategorias%2F2699%2F1%2Fduque-de-caxias.html&psig=AOvVaw36DLVhaaBX69txa8AEMIEb&ust=1512769502530701 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiZ74v07_jXAhUBQ5AKHVCeCd8QjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fgeaciprianobarata.blogspot.com%2F2016%2F04%2Fa-guerra-da-triplice-infamia.html&psig=AOvVaw1--ZN6MIpO4Mo0o3p6_Rh_&ust=1512769554582974 10 Dessa geração nasceu a historiografia tradicional sobre a guerra, que simplificou a explica- ção do conflito ao ater-se às características pessoais de Solano López, classificado como ambicioso, tirânico e, mesmo, quase desequilibrado. DORATIOTO, Francisco. Maldita Guerra: Nova Historia Da Guerra Do Paraguai. A INDEPENDÊNCIA E A IDENTIDADE NACIONAL Com a Independência, nasceu um imenso império nos trópicos, comandados por D. Pedro I. A Constituição de 1824, imposta pelo imperador, consolidou o caráter hereditário e escravista desse império cuja capital era o Rio de Janeiro. Proclamação da República, Pedro Américo. Desde o início, a elite imperial dedicou-se à obra de produção e de uma identidade nacional. O IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro), organizado em 1838 e presidido a partir de 1849 por D. Pedro II, reuniu arquitetos dessa obra. Escritores como Gonçalves Dias e José de Alencar elaboraram a mitologia romântica do índio. Naturalistas como o alemão Carl Von Martius dedicaram-se a descrever a flora brasileira. Intelectuais como Francisco de Varnhagen e Capis- trano de Abreu começaram a gerar uma narrativa da história colonial, na qual a natureza ocupava lugar privilegiado. Ao mesmo tempo expedições científicas e artísticas percorreriam o país produ- zindo um paisagismo brasileiro. Os viajantes descreviam, desenhavam, gravavam e pintavam a paisagem tropical, os animais e as plantas, assim como os índios. O PERÍODO REPUBLICANO Desde a Proclamação da República em 1889, as províncias foram transformadas em esta- dos. A Constituição republicana de 1891, organizou o país como Estado federal. Com isso, os estados, unidades da Federação, ganharam autonomia. Ao longo da República, as mudanças nos limites político-administrativos das unidades da federação decorreram dos processos de criação de territórios federais e de desmembramentos de estados. O Acre foi oprimeiro território federal, criado em 1903. A política externa do início do 11 período republicano foi marcada pela figura do Barão do Rio Branco, responsável pela delimitação de quase um terço da extensão das fronteiras terrestres. Em 1960, o estado de Goiás recebeu o novo Distrito Federal (Brasília); em 1977, o Mato Grosso foi dividido em dois: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; e, em 1989, a porção norte do estado de Goiás passou a constituir o 26o estado brasileiro: Tocantins. Até 1988 o país possuía também territórios federais, administrados diretamente pelo governo federal (sem governo próprio nem ligação com qualquer estado). A Constituição, entre outras tantas coisas, também proibiu a secessão, ou seja, a independência dos estados. No mapa abaixo, que retrata a divisão política do Brasil em 1945, é possível observar os antigos territórios. BRASIL – DIVISÃO POLÍTICA (1945) IBGE – Atlas geográfico escolar.7ed.Rio de Janeiro: 2016 EXTENSÃO, LOCALIZAÇÃO E LIMITES Com 8.510.345,385 Km² de superfície, o Brasil é o quinto país do mundo em extensão ter- ritorial, sendo superado pela Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. O território brasileiro cor- responde a 1,6% de toda a superfície terrestre, 5,7% das terras emersas, 20,8% da América e 47,3% da América do Sul. O território brasileiro atual tem 7.367 km de contorno marítimo e 15.719 km de fronteiras terrestres limitando-se com 10 países sul-americanos com exceção de Chile e Equador. A maior fronteira é com a Bolívia (3.423,2 km) e a menor com o Suriname (593 km). As últimas mudanças com relação as fronteiras do país aconteceram no fim do século XIX e no início do século XX, como as questões que envolviam os territórios do Acre, Palmas, Amapá e Pirara. 12 FRONTEIRAS ATUAIS Fonte: IBGE. Disponível em http://www.ibge.com.br; THÉRY, Hervé. Esse processo de sucessivas expansões territoriais transformou o Brasil no maior país da América do Sul. Sua posição astronômica é determinada pela passagem de dois dos principais paralelos: a linha do Equador (0°) e o Trópico de Capricórnio (23°27´S). A linha do Equador deixa 7% das terras brasileiras no hemisfério norte e o restante no he- misfério sul, cortando os estados do Pará, Amazonas, Amapá e Roraima; o Trópico de Capricórnio coloca 8% da superfície do país na zona subtropical e 92% das terras na zona intertropical, cor- tando os estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Sua posição geográfica é ampla- mente favorável impedindo que haja áreas anecumênicas como altas montanhas, desertos e áreas predominantemente geladas. Invasões Holandesas – Batalha dos Guararapes. Vitor Meirelles de Lima. 13 PONTOS EXTREMOS - O BRASIL VAI DO OIAPOQUE AO CHUÍ? A extensão latitudinal considerável tem como consequência principal a grande diversidade climato-botânica e possibilidade de grande diversidade agrícola em nosso país. Por muito tempo acreditou-se que o ponto mais extremo ao norte do nosso território era o Oiapoque, no Amapá. Na realidade, o Monte Caburaí é a borda de um imenso planalto, com mais de 2000 m de altitude, que se estende ao longo da fronteira, com 5º 16' 20" norte, sendo o ponto mais setentrional do Brasil (Norte). Então o ditado correto seria: “O Brasil vai do Caburaí ao Chuí”! O Monte Caburaí localiza-se 84,5 km mais ao norte que o Oiapoque. FRONTEIRAS: SEGURANÇA OU COOPERAÇÃO? 14 “O marco jurídico-institucional que trata das áreas de fronteira sofreu ao longo dos anos modificações, em parte para adaptar-se a novas realidades e em parte por mudanças de orientação das políticas públicas. Numa perspectiva histórica, os países limítrofes da Amé- rica do Sul aplicaram regimes específicos para suas áreas de fronteira, geralmente qualifi- cadas como ‘zonas ou faixas de segurança’, cujos critérios restritivos inibiram e restringi- ram a implementação de projetos de integração localizados nessas zonas ou faixas. O Brasil também seguiu esse padrão, a fronteira sendo concebida como área de segurança nacional a ser protegida de inimigos externos. Só recentemente passou-se a pensar a zona de fronteira como espaço de integração econômica e política entre as nações sul-america- nas, fato este provavelmente ligado à recuperação do regime democrático no continente, após longo período de ditaduras. Assim o momento atual pode ser caracterizado como um momento de passagem de uma concepção de fronteira exclusivamente de defesa de limites territoriais, rígida e isolante, para uma ‘concepção de aproximação, união e abertura num espaço integrador sobre o qual se devem orientar as estratégias’ de desenvolvimento através de ações conjuntas entre pa- íses vizinhos’. Nesse novo contexto, o marco regulatório da Faixa de Fronteira está sendo reavaliado, embora permaneça ainda a concepção de área de ‘segurança, controle e prote- ção’. Projetos de lei e novos acordos estão surgindo, ligados à integração fronteiriça, à cidadania e ao desenvolvimento econômico [...]. A faixa de fronteira está sendo finalmente chamada a desempenhar um papel ativo nas relações entre países limítrofes. Fonte: Brasil. Proposta de reestruturação do programa de desenvolvimento da faixa de fronteira. Brasília: Minis- tério da Integração Nacional, 2005.p.174. EQUIDISTÂNCIA O Brasil é considerado um país equidistante, pois as distâncias entre o norte/sul (4.394,7km) e leste/oeste (4.319,4km) são praticamente as mesmas. Fonte: IBGE 15 DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E SISTEMA DE GOVERNO Atualmente, a República Federativa do Brasil é formada por 26 estados, 1 Distrito Estadual e pelo Distrito Federal. Os estados, por sua vez, dividem-se em municípios. Em 2017, existiam no país 5570 municípios, sendo Minas Gerais com 853 municípios o estado com maior divisão e Ro- raima, com 15 municípios o estado com menor fragmentação. Os estados são as unidades de maior hierarquia na organização político-administrativa do país; a localidade que abriga a sede do governo é chamada da capital. Os municípios são as menores unidades políticas autônomas na federação brasileira. Na maioria dos casos apresentam áreas rurais e urbanas. Porém existem municípios 100% urbaniza- dos. O Distrito Federal é uma unidade federativa autônoma que sedia o governo federal, Brasília é a capital federal do Brasil. O Distrito Federal não se divide em municípios, e sim em regiões ad- ministrativas (RAs) Existe também o caso sui generis do Distrito Estadual de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Este distrito possui natureza autárquica e vinculação ao Poder Executivo do estado, que acumula as atribuições e responsabilidades estaduais e municipais. É o único caso de distrito estadual existente em solo brasileiro. 16 FERNANDO DE NORONHA Segue exatamente sua descrição legal, segundo a Constituição Estadual de Pernambuco: Seção II — Do Distrito Estadual de Fernando de Noronha Art. 96. O Arquipélago de Fernando de Noronha constitui região geoeconômica, social e cultural do Estado de Pernambuco, sob a forma de Distrito Estadual, dotado de estatuto próprio, com au- tonomia administrativa e financeira. §1.º O Distrito Estadual de Fernando de Noronha será dirigido por um Administrador- Geral, no- meado pelo Governador do Estado, com prévia aprovação da Assembléia Legislativa. §2.º Os cidadãos residentes no Arquipélago elegerão pelo voto direto e secreto, concomitante- mente com as eleições de Governador do Estado, sete conselheiros, com mandato de quatro anos, para formação do Conselho Distrital, órgão que terá funções consultivas e de fiscalização, na forma da lei. §3.º O Distrito Estadual de Fernando de Noronha deverá sertransformado em Município quando alcançar os requisitos e exigências mínimas, previstos em lei complementar estadual. 17 ÁREA TOTAL DAS UNIDADES TERRITORIAIS DO BRASIL O Brasil é uma República federativa presidencialista. A República, proclamada em nosso país em 1889, é uma forma de governo na qual representantes eleitos pelo governo por tempo determinado. O presidencialismo é um regime político chefiado por um presidente da República, que acumula as funções de chefe de Estado e chefe de governo. O termo federativa indica que os estados estão unidos numa federação, mas mantêm relativa autonomia. No Brasil, o presidente da República é eleito por voto direto para um período de quatro anos, podendo ser reeleito para mais quatro anos. O mesmo acontece com os governadores dos estados e os prefeitos dos muni- cípios. A Constituição é a Lei Maior que rege a vida de um país, determinado, entre outros aspec- tos, a organização do Estado. De acordo com a Constituição Federal de 1988, existem três pode- res da União, independentes e harmônicos entre si: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O primeiro encarrega-se da administração e do encaminhamento das políticas públicas; o Legislativo, constituído pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados, elabora as leis do país; e o Judiciário, responsável pelo julgamento e pela solução de conflitos, é exercido em suas instâncias mais altas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça. Dos três poderes, é o único cujos titulares não são eleitos pela população. 18 Posse de Luiz Fux, atual Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Brasília, 10/09/2020. O sistema político brasileiro é a democracia caracterizada, entre outros aspectos, pela ga- rantia do direito de voto e pelo respeito aos direitos individuais e coletivos e às decisões dos cida- dãos expressas nas eleições. Mas o país já conheceu períodos de autoritarismo, como ocorreu durante o Estado Novo (1937-1945) e a Ditadura Civil-Militar (1964-1985). O voto no Brasil é obrigatório para os indivíduos de 18 até 70 anos, e opcional para os analfabetos, os que têm mais de 70 anos ou estão na faixa dos 16 aos 18 anos. Segundo os levantamentos do Tribunal Superior Eleitoral, o número de eleitores superou 140 milhões de eleitores no final de 2012, o que faz do Brasil uma das maiores democracias do mundo. Mas nem sempre foi assim. Durante o Império, existiu o chamado voto censitário, em que pessoas com baixa renda não tinham direito a eleger seus representantes. As mulheres só adqui- riram o direito de votar em 1932, e os analfabetos em 1985. Primeira mulher a votar no Brasil, a mossoroense, Celina Guimarães Viana, em 1927, ação pro- movida pelo governador que autorizou o voto feminino mesmo sendo proibido. 19 Entre os fatores que reforçam a democracia brasileira no início do século XXI, estão o au- mento do número de ONGs (Organização Não-Governamentais), de conselhos estaduais e muni- cipais, movimentos sociais e outros órgãos que constituem importantes instrumentos e espaços de interação entre governo e a sociedade civil e da participação popular na vida política do país. Apesar disso, alguns fatores ainda dificultam o pleno exercício da cidadania dos brasileiros. Entre eles, destacam-se as desigualdades econômicas, os obstáculos à representação parlamentar de algumas minorias étnicas e socioculturais, a dificuldade de acesso da população mais pobre aos meios de comunicação e a exclusão de parte da população dos canais de participação e dos mo- vimentos promovidos pela sociedade civil. No Brasil, existem territórios indígenas (chamados Terras Indígenas) e territórios de comu- nidades remanescentes de quilombos. Neles, esses povos originários, também chamados tradici- onais, se organizam de acordo com sua cultura, definindo como desenvolver suas atividades produtivas e preservar seus costumes e tra- dições. Esses territórios, portanto, são necessários ao modo de vida tradicional, isto é, são funda- mentais para a preservação do modo de vida desses povos, e o governo federal deve assegurar esse direito a eles. No caso dos indígenas, é concedido o direito de usufruto das terras. Para os descendentes de quilombolas, é dado o direito de propriedade da comunidade, isto é, as terras pertencem à comunidade toda, e não a um indivíduo da comunidade. Além disso, essas terras não podem ser vendidas. Em 2020, cerca de 14% do território nacional estava ocupado por Terras Indígenas e havia 1 536 terras de remanescentes de quilombos em processo de demarcação. Em 2015, 154 comu- nidades de descendentes de quilombolas haviam obtido o título de propriedade sobre suas terras. A maior parte das Tis concentra-se na Amazônia Legal: são 424 áreas, representando 23% do território amazônico e 98,25% da extensão de todas as Tis do país. TERRAS INDÍGENAS NO BRASIL Fonte: pib.socioambiental.org 20 Embora a Constituição Federal de 1988 garanta o direito dos povos tradicionais a seus territórios, muitos deles ainda enfrentam problemas de invasões de suas terras por pequenos, médios e grandes agricultores, garimpeiros e pessoas que extraem madeira ilegalmente. Muitas vezes essas invasões provocam conflitos e mortes. POR QUE NÃO MINERAR EM TERRAS INDÍGENAS? A mineração é uma atividade altamente impactante, podendo contaminar os cursos d’água, o solo e a fauna e flora locais. Além disso, historicamente, expõe os povos indígenas diretamente afetados a situações de violência. Por isso, mesmo atualmente não sendo permitida em Terras Indígenas, a exploração minerária é uma ameaça constante a esses territórios – e aos povos que neles vivem. Atualmente, 177 Terras Indígenas no Brasil têm incidência de mais de 4 mil processos minerários; no total, são 44 mil processos minerários na Amazônia Brasileira. TERRA INDÍGENA ROOSEVELT A mineração e o garimpo ilegais nessa terra dos Cinta Larga, entre Rondônia e Mato Grosso, tem gerado conflitos e mortes desde os anos 1950, mas a grande invasão aconteceu nos anos 2000. Desativado várias vezes pelos Cinta Larga, o mega-garimpo de Lajes levou 5 000 garimpeiros à TI em 2004 e, ainda hoje, mais de 500 exploram diamantes na TI. POR QUE não minerar em Terras Indígenas. Terras Indígenas no Brasil. Disponível em: <https://terrasindigenas.org.br/pt-br/node/41>. Acesso em: 12 jul. 2018. DO ARQUIPÉLAGO ECONÔMICO À ECONOMIA NACIONAL Até o início do século XX, o território nacional podia ser descrito como um arquipélago eco- nômico, marcado pela fragmentação espacial. As atividades econômicas eram organizadas em torno de polos ou regiões e de seu produto de exportação. Nessa situação, as economias regionais pouco se articulavam entre si. Como exemplos podemos citar a economia açucareira do Nordeste, a coleta de drogas do sertão, a extração de borracha no Norte e a atividade cafeeira no Sudeste do país, maior centro econômico, político, cultural, industrial, urbano, demográfico, rodoferroviário do país. A estrutura de arquipélago foi sendo progressivamente superada pela formação de uma economia nacional integrada, em grande parte resultante dos seguintes fatores: • Políticas de industrialização implementadas a partir da d´pecada de 1930; • Expansão dos investimentos estrangeiros, que passaram a formar redes de alcance nacional; • Incremento das trocas comerciais entre as regiões. Ainda no final do século XIX e início do século XX, outras atividades econômicas foram responsáveis pela expansão e povoamento de áreas ainda pouco integradas ao território. Podemos citar como exemplos: ▪ A extração de borracha na floresta amazônica e a consequente ocupação dessa área (principal- mente por nordestinos). 21Na sequência quatro cartazes concebidos por Charbloz para o SEMTA (Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia) e a capa do primeiro breviário criado pelo artista para ser distribuído entre os imigrantes. ▪ A expansão das plantações de café e as frentes pioneiras para o oeste paulista, o norte do Pa- raná e o sul do Mato Grosso do Sul. ▪ A política de interiorização do desenvolvimento, que teve início nas décadas de 1940 e 1950, resultou na construção de Brasília na década de 1960. 22 REGIONALIZAÇÕES A palavra região provém do latim regio, que significa “reger, governar”. Na Roma antiga, regio era o nome dado às divisões territoriais que formavam o Império Romano. Com o passar do tempo, o termo ‘região‘ ganhou significados diferentes e hoje, no estudo de Geografia, representa uma área da superfície terrestre com características próprias, particulares, que as diferenciam das demais. Uma região pode ser delimitada, por exemplo, pelas particularidades naturais de sua paisa- gem, considerando relevo, hidrografia, clima e vegetação. Pode também ser definida de acordo com suas características econômicas, levando em conta a atividade industrial, os cultivos agrícolas e a aglomeração urbana. Outra possibilidade é definir uma região com base em seus aspectos sociais, como a qualidade de vida das pessoas, ou culturais, considerando, por exemplo, idioma ou religião. Embora as regiões diferenciem-se por suas particularidades, elas não estão isoladas e po- dem manter relações econômicas, sociais e culturais umas com as outras. Com o avanço da in- ternacionalização da economia, muitas regiões deixaram de ter importância apenas local e passa- ram a estabelecer relações com lugares de outras regiões do Brasil e do mundo. A DIVISÃO DO IBGE (MACRORREGIÕES) O IBGE é o órgão responsável pela elaboração da divisão regional ou regionalização oficial do território brasileiro, que é uma ordenação ou classificação que agrupa unidades com caracterís- ticas semelhantes, a partir de determinados critérios. A primeira proposta de regionalização foi apresentada em 1913 e depois dela outras propostas surgiram tentando adaptar a divisão regional às novas condições econômicas, sociais e políticas do país. A atual regionalização é dos anos 70 com algumas adaptações na Constituição de 1988. No caso do IBGE, nascido nos anos 1940, sua primeira proposta foi elaborada em 1942. Nessa divisão, as unidades federadas foram agrupadas em macrorregiões. Em 1969 o IBGE considerou os novos conhecimentos adquiridos sobre o país e também as transformações ocorridas em função de desenvolvimento urbano e industrial. Foi elaborada uma nova proposta com base no conceito de regiões homogêneas, combinando aspectos naturais, so- ciais e econômicos e respeitando os limites dos estados. Por ela, o país está dividido em 5 macror- regiões. A atual regionalização é dos anos 70 com algumas adaptações na Constituição de 1988. 23 REGIONALIZAÇÃO ATUAL Fonte: IBGE, Anuário estatístico do Brasil 1999, p. 1-43. REGIONALIZAÇÃO FUTURA? Fonte: www.camara.gov.br O processo de desmembramento de estados é justificado pelo povoamento e pela valoriza- ção das regiões interiores do país. A autonomia política e a instalação de administrações estaduais funcionam como fundamentos para o planejamento econômico e social. Mas a criação de novas unidades da federação também é uma resposta a demandas das elites regionais, que adquirem por essa via maior poder político, novos instrumentos de pressão sobre o governo central e uma rede de cargos políticos sobre os quais se armam máquinas eleitorais. Em abril de 2010, a Câmara dos Deputados aprovou a realização de um plebiscito sobre a criação de dois novos estados: 24 Carajás e Tapajós. A aprovação seria um grande golpe para o governo paraense, que perderia importante parte de sua arrecadação. A população do Pará não aceitou a mudança. DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ: COMO FICARIA? As regiões brasileiras do IBGE apresentam grandes em diferenças em relação às suas áreas e ao número de habitantes. Observe os gráficos abaixo: Fonte: IBGE. Conheça Cidades e Estados do Brasil. https://cidades.ibge.gov.br 25 A DIVISÃO GEOECONÔMICA Há outra divisão regional do território brasileiro que não acompanha os limites estaduais, havendo estados que possuem parte do território em uma região e parte em outra. Trata-se da divisão elaborada em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger. É uma classificação que consi- dera a formação histórico-econômica do Brasil e a recente modernização econômica, que se ma- nifestou nos espaços urbano e rural, estabelecendo novas formas de relacionamento entre os lugares do território brasileiro e criando uma nova dinâmica no relacionamento entre a sociedade e a natureza. Assim, o oeste do Maranhão integra a Amazônia e o restante o Nordeste, com atu- ação, respectivamente, da SUDAM e da SUDENE. O Norte de Minas Gerais (Vale do Jequitinho- nha) integra o Nordeste, com atuação da SUDENE e do BNB e o restante o Centro-Sul. O Norte do Mato Grosso e o Tocantins são amazônicos e o restante dos territórios integra a região Centro- Sul. 26 AMAZÔNIA A Floresta Amazônica foi o critério inicial para delimitar a região geoeconômica da Amazônia. Na foto, de 2016, vista aérea da Província Petrolífera de Urucu, no Amazonas Os limites da macrorregião Amazônia correspondem à área coberta originalmente pela Flo- resta Amazônica, o que inclui o centro-norte do estado de Mato Grosso, o oeste do Maranhão e grande parte do Tocantins. Além da floresta, em seu interior encontramos diversas outras forma- ções vegetais, como Mangues, Cerrados e Campos. É a região de menor densidade demográfica do Brasil. Nas últimas décadas, vem apresentando elevado crescimento urbano, investimentos em transportes, comunicações e energia e é grande a diversificação de suas atividades econômicas. Muitas áreas vêm sendo ocupadas de forma desordenada. Além disso, é importante destacar que o crescimento de atividades como cultivo agrícola, extração de madeira e mineração tem gerado grandes focos de desmatamentos na região. CENTRO-SUL Na região Centro-Sul concentra-se a maior parte da população brasileira e o maior volume e diversificação de atividades econômicas do país. Encontra-se a maior concentração de indús- trias, uma rede de cidades mais densa e interligada, agropecuária dinâmica e setor de serviços mais variado. Essa região, assim como as demais, possui grande desigualdade social e enormes bolsões de pobreza, principalmente na periferia das grandes cidades. NORDESTE A região Nordeste, nessa divisão, abrange as áreas de clima semiárido, por isso também inclui o norte de Minas Gerais. Na faixa litorânea, estende-se pelas áreas mais exploradas no 27 período colonial com emprego de mão de obra escrava e atualmente abriga diversos polos indus- triais. Onde o solo e o clima são favoráveis à agricultura, pratica-se agricultura desde o período colonial. Atualmente encontramos grandes áreas de agricultura irrigada no Sertão, associadas a complexos agroindustriais com produção voltada ao mercado interno e à exportação. Apesar das grandes mudanças nas últimas décadas, são dessa região os piores indicadores sociais do país (mortalidade infantil, analfabetismo, concentração de renda, etc.). SUB-REGIÕES NORDESTINAS IBGE. Atlas Nacional do Brasil. Rio de Janeiro, 1993. • Zona da Mata: Ocupa a parte oriental da região Nordeste, área dominada pelo clima tropical úmido (quente e chuvoso). O índice pluviométrico é de aproximadamente 2.000 mm/ano e as mé- dias térmicas variam entre 24ºC e26º C. O ambiente quente e úmido favoreceu o desenvolvimento da floresta Tropical, mata exuberante e com grande diversidade de espécies. Originalmente a flo- resta ocupava grande parte dessa sub-região. Atualmente restam apenas pequenos trechos de vegetação nativa preservados, em sua maior parte transformados em unidades de conservação. A Zona da Mata apresenta-se como a região mais importante do Nordeste do ponto de vista econômico. Nela concentram-se dois segmentos industriais: indústrias têxtil e alimentícia, agroin- dustriais (sobretudo usinas de açúcar e álcool) e indústrias extrativistas minerais. Além das atividades industriais, na Zona da Mata desenvolvem-se importantes atividades econômicas ligadas ao meio rural, predominando os latifúndios monocultores de cana-de-açúcar, fumo e cacau, que atendem ao consumo industrial e ao comércio exterior. 28 Usina sucroalcooleira na Zona da Mata Alagoana. A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA CANA A palavra “nordeste” é hoje uma palavra desfigurada pela expressão “obras do Nor- deste” que quer dizer “obras contra as secas”. E quase não sugere senão as secas. Os sertões de areia seca rangendo debaixo dos pés. Os sertões de paisagens duras doendo nos olhos. Os mandacarus. Os bois e os cavalos angulosos. As sombras leves como umas almas do outro mundo com medo do sol. Mas esse Nordeste de figuras de homens e de bichos se alongando quase em figuras de El Greco é apenas um lado do Nordeste. O outro Nordeste. Mais velho que ele é o Nordeste de árvores gordas, de sombras profundas, de bois pachorrentos, de gente vagarosa e às vezes arredondada quase em sanchos-panças pelo mel de engenho, pelo peixe cozido com pirão, pelo trabalho parado e sempre o mesmo, pela opilação, pela aguardente, pela garapa de cana, pelo feijão de coco, pelos vermes, pela erisipela, pelo ócio, pelas doenças que fazem a pessoa inchar, pelo próprio mal de comer terra. Um Nordeste onde nunca deixa de haver um mancha de água: um avanço de mar, um rio, um riacho, o esverdeado de uma lagoa. Onde a água faz da terra mais mole o que quer: inventa ilhas, desmancha istmos e cabos, altera a seu gosto a geografia convencional dos compêndios. Um Nordeste com a cal das casas de telha tirada das pedras do mar, com uma população numerosa vivendo de peixe, de marisco, de caranguejo, com as mulheres dos mucambos lavando as panelas e os meninos na água dos rios, com alguns caturras ainda iluminando as casas de azeite de peixe. Um Nordeste oleoso onde noite de lua parece es- correr um óleo gordo das coisas e das pessoas. Da terra. Do cabelo preto das mulatas e das caboclas. Das árvores lambuzadas de resinas. Das águas. Do corpo pardo dos homens que trabalham dentro do mar e dos rios, na bagaceira dos engenhos, no cais do Apolo, nos tra- piches de Maceió. Esse Nordeste da terra gorda e de ar oleoso é o Nordeste da cana-de- açúcar. FREYRE, Gilberto. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nor- deste do Brasil. 7ed. São Paulo: Global, 2004. • Agreste: Apresenta características naturais tanto da Zona da Mata como do Sertão, pois nos seus trechos mais úmidos desenvolve-se a floresta Tropical, enquanto nas áreas mais secas pre- domina a Caatinga. 29 Desde o período colonial até os dias atuais, a agricultura e a pecuária são muito comuns no Agreste, que oferece boas condições naturais para o desenvolvimento dessas atividades. Em fun- ção disso a vegetação original está pouco preservada. Nessa sub-região destacam-se as pequenas e médias propriedades rurais policultoras, que produzem principalmente mandioca, feijão, milho e hortaliças, além de criar gado para o fornecimento de leite e seus derivados. O desenvolvimento das atividades agropecuárias no Agreste contribuiu para o crescimento de cidades como Campina Grande (PB), Caruaru e Garanhuns (PE) Arapiraca (AL) e Feira de Santana (BA). Hoje há uma importante produção de frutas, grãos, legumes e verduras, além de leite e derivados, para o abastecimento das grandes cidades da própria sub-região e da Zona da Mata, produzidos principalmente em peque- nas e médias propriedades familiares. REGIÃO METROPOLITANA DO AGRESTE ALAGOANO Fonte: Estado de Alagoas – Secretaria de Estado da Cultura – Superintendência de Identidade e Diversidade Cultural • Sertão: Compreende as áreas dominadas pelo clima semiárido, que apresenta temperaturas ele- vadas (entre 24ºC e 28º C) e duas estações bem definidas: uma seca outra chuvosa. O Sertão é a maior sub-região nordestina ocupando mais de 50% do território nordestino, chegando até o litoral, nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. Desde o período colonial, nessa sub-região desenvolve-se a pecuária extensiva, que atual- mente é uma atividade em declínio devido ao aumento da produção de carne em outras regiões que proporcionam melhores condições de criação. Com a escassez de água, a prática da agricultura no Sertão durante o ano inteiro só é possível em propriedades próximas aos rios perenes, onde o solo fica permanentemente úmido, como nos brejos ou em áreas em que há açudes e canais de irrigação. Embora existam poços artesianos, açudes e represas desde o século XIX, somente nas últimas duas décadas o aumento dos investimentos tem permitido ampliar a área irrigada e con- quistar novas terras para a agricultura. 30 O Vale do São Francisco, por exemplo, depende de projetos de irrigação para manter a produção de frutas para exportação. A água é captada na margem do rio São Francisco e através de bombas é levada até os canais, que cortam a Caatinga, chegando às plantações. A produção de frutas tem proporcionado grande crescimento econômico para a região, contribuindo para a diversidade de paisagens. Canal de irrigação do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em Cabrobó (PE), em 2018. A TRISTE PARTIDA Setembro passou com oitubro e novembro Já tamo em dezembro Meu Deus que é de nós Assim fala o pobre do sêco Nordeste Com medo da peste Da fome feroz Patativa do Assaré O Polígono das Secas compreende a área do Nordeste brasileiro reconhecida pela legis- lação como sujeita à repetidas crises de prolongamento das estiagens e, consequentemente, ob- jeto de especiais providências do setor público. Constitui-se o Polígono das Secas de diferentes zonas geográficas, com distintos índices de aridez. Em algumas delas o balanço hídrico é acentu- adamente negativo, onde somente se desenvolve a caatinga hiperxerófila sobre solos finos. Em outras, verifica-se balanço hídrico ligeiramente negativo, desenvolvendo-se a caatinga hipoxerófila. Existem também áreas no Polígono, de balanço hídrico positivo e presença de solos bem desen- volvidos. Contudo, na área delimitada pela poligonal, ocorrem, periodicamente, secas anômalas que se traduzem na maioria das vezes em grandes calamidades, ocasionando sérios danos à agro- pecuária nordestina e graves problemas sociais. 31 O Polígono das Secas foi criado pela lei nº. 1348 de 10-2-1951. Desde o império, o governo brasi- leiro adota uma postura de combate aos efeitos da seca, valendo-se da construção de açudes para represar os rios locais e, assim, conseguir reservatórios de água para tornar perenes os rios tem- porários. Em 1909, foi criada a Inspetoria de Obras contra as Secas (IOCS) que mais tarde trans- formou-se em DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca). POLÍGONO DAS SECAS Fonte: INPE/Centro de Pesquisas da Universidade de São Paulo. • Meio Norte: Formada pelos estados do Piauí e Maranhão, é uma área de transição entre o Sertão e a Amazônia. Os índices de pluviosidade são elevados na porção oeste e diminuem em direção ao leste e sul. Encerra a Zona dos Cocais, área de vegetação peculiar, caracterizada porextensos babaçuais. Atualmente, a vegetação original está muito devastada por causa da expansão das ativida- des agrícolas, principalmente do cultivo de soja e algodão. Da mata original restaram apenas algu- mas áreas onde se pratica o extrativismo. Da carnaúba são utilizadas as sementes, na produção de óleo para uso industrial, e as folhas, na produção de uma cera utilizada em tintas e cosméticos e na confecção artesanal de cestos e esteiras, já que são fibrosas. 32 Trabalho feminino da colheita de babaçu. O PRECONCEITO CONTRA O NORDESTINO “O Nordeste, como recorte espacial, como uma identidade regional à parte, nem sem- pre existiu, como faz crer quase toda a produção artística, literária e acadêmica contempo- râneas, que normalmente se referem ao Nordeste como este tendo existido desde o período colonial; os portugueses já teriam desembarcado no Nordeste e teria sido esta a área onde primeiro se efetivou a implantação da colonização portuguesa, com o sucesso da produção açucareira. Esta designação Nordeste para nomear uma região específica do país, tendo pretensamente uma história particular, só vai surgir, no entanto, muito recentemente, na década de 10 do século XX. Antes, a divisão regional do Brasil se fazia apenas entre o Norte, que abrangia todo o atual Nordeste e toda a atual Amazônia e o Sul que abarcava toda a parte do Brasil que ficava abaixo do estado da Bahia. Por isso, ainda hoje, os nordestinos são comumente chamados de nortistas em São Paulo ou em outros estados do Sul e do Sudeste e os moradores destas regiões dizem que vão passar férias no Norte, para se refe- rirem ao Nordeste. Isto indica, também, que a criação da ideia de Nordeste e, consequente- mente, da ideia de ser nordestino, surgiram nesta própria área, foram produzidas pelas eli- tes políticas e pelos letrados deste próprio espaço, não foi uma criação feita de fora, por membros das elites de outras regiões. O sentimento, as práticas e os discursos regionalis- tas que irão dar origem à região que conhecemos, hoje, como Nordeste, emergiram entre as elites ligadas às atividades agrícolas e agrárias tradicionais, como à produção do açúcar, do algodão ou ligadas à pecuária, mesmo que muitos destes vivessem nas cidades, exer- cessem profissões liberais ou fossem comerciantes, de parte do então chamado Norte do país, no final do século XIX. Este regionalismo, como vimos, é fruto da própria forma como se constituiu o Estado Nacional brasileiro, caracterizando, por um lado, pela centralização das decisões, e por outro, por sua presença episódica e sua incapacidade de dar soluções para os problemas que afetam os interesses das elites de certas áreas do país, notadamente daquelas que representavam áreas que eram ou se tornaram periféricas do ponto de vista econômico ou que ficavam distantes do centro das decisões políticas.” JÚNIOR, Durval Mu- niz de Albuquerque. Preconceito contra a origem geográfica e de lugar: as fronteiras da discórdia. São Paulo: Ed. Cortez, 2007, p. 90. 33 OS LIMITES DAS MACRORREGIÕES NÃO SÃO FIXOS À medida que novas áreas do território se desenvolvem e ocorre uma descentralização in- dustrial, os limites das macrorregiões geoeconômicas podem se alterar. Desde a década de 1980, as maiores metrópoles do Nordeste – Salvador, Recife e Fortaleza – vêm apresentando elevados índices de crescimento econômico, principalmente nos setores da indústria e do turismo, e várias cidades do interior estão se industrializando, além da modernização da agricultura em regiões como o Vale do São Francisco, como já foi mencionado, e o oeste baiano. Os investimentos em transportes e comunicações dos últimos anos também impulsionaram a modernização de outras áreas que antes estavam economicamente marginalizadas – como o sul de Goiás e parte de Mato Grosso do Sul, com a construção da hidrovia Tietê-Paraná; Rondônia e o norte de Mato Grosso, com a hidrovia do rio Madeira; o oeste baiano, Tocantins e parte do Ma- ranhão, com a hidrovia Araguaia-Tocantins e a Estrada de Ferro Carajás. Outro exemplo é a expansão das atuais características da região Centro-Sul em direção aos estados de Mato Grosso, Tocantins, Bahia, Maranhão e Piauí, por causa da modernização agrícola. MAPITOBA, BATOPIBA OU MAPITOMA? 34 LITORAL A fronteira marítima brasileira tem aproximadamente 7.370 km que se estende desde a foz do Oiapoque, na divisa do Amapá com a Guiana Francesa, até o arroio do Chuí, na divisa do Rio Grande do Sul com o Uruguai, e caracteriza-se por uma enorme diversidade de paisagens litorâ- neas. Para um estudo mais detalhado dividiremos o nosso litoral em três áreas: Setentrional, Ori- ental e Meridional. LITORAL SETENTRIONAL • Do Cabo Orange (AP) ao Cabo de São Roque (RN). • Área rebaixada devido à extensa plataforma continental, facilmente inundada daí a presença de mangues, praias e dunas. (PA, MA, PI, CE). • Principais Acidentes Geográficos: Golfão Amazônico, Golfão Maranhense e as Baías de São José e São Marcos (As marés mais altas do país, no Maranhão). • Principais Portos: Santana (AP), Itaqui (MA), Pecém e Mucuripe (CE) e Areia Branca (RN). 35 LITORAL ORIENTAL • Do Cabo de São Roque (RN) ao Cabo de São Tomé (RJ). • Domínio das barreiras de corais e dos recifes areníticos. • Principais Acidentes Geográficos: Ponta do Seixas (PB), Ilha Itamaracá (PE), Baía de Todos os Santos e Ilhéus (BA), Fernando de Noronha (PE), Ilhas de Trindade e Martim Vaz (1.200km do ES). • Principais Portos: Recife e Suape (PE), Salvador e Ilhéus (BA), Vitória e Tubarão (ES), Pecém (CE); LITORAL MERIDIONAL • Do Cabo de São Tomé (RJ) ao Arroio do Chuí (RS). • Principais Acidentes Geográficos: Ilha Grande (RJ), Baía da Guanabara (RJ) Ilha de São Sebas- tião (SP), Baía de Paranaguá (PR) Ilha de Santa Catarina (SC). • Principais Portos: Rio de Janeiro e Sepetiba (RJ), Santos (SP) Paranaguá (PR), Rio Grande (RS). A REGIONALIZAÇÃO DE ACORDO COM O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do sé- culo XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2001.p.268. De acordo com o professor Milton Santos, no contexto da Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica e do processo de globalização, aparece uma configuração espacial que pode ser denominada meio técnico-científico-informacional. Tendo em mente essa confi- guração, o professor Milton Santos apresentou essa proposta de regionalização para o território brasileiro que leva em consideração uma série de aspectos: a quantidade de recursos tecnológicos avançados (redes de telecomunicações e de energia, equipamentos de informática); o volume de atividades econômicas modernas na área financeira (bancos, bolsa de valores, financeiras), co- mercial (shoppings centers, empresas de comércio eletrônico) de serviços (provedores de acesso 36 à Internet, agências de publicidade e consultorias), industriais (empresas que utilizam robôs e sis- temas informatizados) e a situação da agropecuária em relação à mecanização e a integração a indústria. Milton Santos divide o território nacional em “quatro brasis”, considerando também o processo histórico de ocupação da área. “Neste ponto da história do território brasileiro, parece lícito propor, a partir das pre- missas levantadas aqui, uma discussão em torno da possibilidade de propormos uma divi- são regional baseada, simultaneamente, numa atualidade marcada pela difusão diferencial do meio-técnico-científico-informacional e nas heranças do passado”. Fonte: SANTOS, Mil- ton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Ja- neiro/São Paulo: Record, 2001.p.268.AMAZÔNIA A Amazônia é formada nessa regionalização pelos estados do Pará, Amapá, Roraima, Ama- zonas, Acre e Rondônia. É uma região de pequena densidade demográfica e poucos recursos tecnológicos. São raras as áreas destinadas à agricultura mecanizada e outras atividades moder- nas. Foi a última a ampliar sua mecanização, tanto na produção econômica quanto no próprio ter- ritório. REGIÃO CONCENTRADA Abrangendo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Cata- rina e Rio Grande do Sul, é composta por um denso sistema de fluxos, em razão dos elevados índices de urbanização, por atividades comerciais intensas e alto padrão de consumo de muitas empresas e de parte da população. É o centro de tomada de decisões do território brasileiro, abri- gando atividades modernas e globalizadas, como alguns setores financeiros e de serviços. Os maiores centros urbanos se tornaram polos de comércio e de serviços. Na foto, prédios com helipontos, na Vila Olímpia, em São Paulo. 37 REGIÃO NORDESTE Excetuando-se o período de grande desenvolvimento da economia canavieira (séculos XVI e XVII), de modo geral nela a circulação de pessoas, produtos, informação, dinheiro sempre foi precária, em razão da agricultura pouco intensiva e da urbanização irregular em alguns pontos do território sem falar é claro das relações sociais que aí se estabelecem. A influência do fenômeno da globalização e a instalação do meio técnico-científico- informacional em certas manchas do território regional, como nas áreas irrigadas (o caso do vale do São Francisco), vão-se dar sobre um quadro socioespacial praticamente enges- sado. Essa situação abre a perspectiva de importantes fraturas na história social, com mu- danças brutais dos papéis econômicos e políticos de grupos e pessoas e também lugares. Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2001.p.268. REGIÃO CENTRO-OESTE Nela estão presentes algumas características da modernização em função de uma agropecuária modernizada, marcadamente exportadora e com ampla utilização de insumos agrícolas, comerci- alizados por grandes empresas multinacionais. É possível afirmar que o Centro-Oeste também está integrado à globalização. Sobre este primeiro assunto selecionamos estas importantes informações da lavra do Prof. Le- andro Cadenas,
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