Buscar

Técnicas Projetivas

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
Técnicas Projetivas
Gráficas, Aperceptivas e Impressionistas
*
Conceito
De forma geral, projeção é a representação ou transferência de sensações, sentimentos, desejos, interesses (processos interiores) para o mundo exterior. 
Projeção, em psicologia analítica, é a dinâmica pela qual o indivíduo vê como estando fora dele os conteúdos de sua própria psique que negou e reprimiu. Em outras palavras, seria colocar em alguém uma parte inaceitável do ego, querendo livrar-se desta. Trata-se de um mecanismo de defesa do próprio ego para que possa assumir a existência de si sem algo que o incomode.
*
A projeção é então conceituada como uma forma de funcionamento mental que possibilitaria a estruturação do mundo externo a partir do mundo interno, estando intimamente ligada à percepção. 
*
Testes projetivos gráficos
O instrumento principal da clínica psicológica é a entrevista; os testes projetivos estão a serviço da mesma pois, a rigor, não são senão mecanismos para conduzir uma forma de entrevista.
Sua eficiência para coletar informações mais verdadeiras e menos disfarçadas que as obtidas pela linguagem com suas influências sociais.
O psicólogo clínico sabe que o traço e as figuras lhe darão acesso aos estratos básicos e que constituem expressões menos controladas da personalidade do sujeito. 
Essa linguagem é mais ingênua e espontânea; mais complexa e difícil; cabe ao psicólogo aprender a decifrá-la além de exercitar-se para poder manejá-la profissionalmente. 
*
Caligor - o homem usa o desenho como forma de comunicação desde o tempo das cavernas.
 
Schilder - os desenhos podem ser estudados durante o tratamento analítico com adultos da mesma forma que o material oferecido pelos sonhos, pois há permanência dos esquemas gráficos que podem ser observados e descritos, revelando aspectos estruturais relativamente persistentes. 
Wartegg escolheu temas gráficos segundo seu poder de sugestão (ponto no centro, uma curva, duas linhas curtas paralelas, etc.). Baseado na teoria da Gestalt, tenta conhecer a orientação dinâmica e a genética da personalidade do sujeito, estudando as etapas distintas do processo de estruturação no teste do desenho 
*
o interesse pelas técnicas gráficas surgiu a partir de fontes diferentes: a grafologia, a psicanálise, a teoria da Gestalt, a Psicologia do caráter e a Tipologia.
Nossos antepassados recorreram ao desenho porque as imagens eram entendidas por todos como uma linguagem universal. Partindo desse ponto temos a hipótese de que o desenvolvimento da escrita na raça é paralelo ao do indivíduo. 
A teoria psicológica de Stanley Hall, discutível mas atraente, considera que a história ancestral da raça é reproduzida no desenvolvimento do indivíduo. Essa teoria afirma que "a ontogenia recapitula a filogenia".
*
Na década de 60-70, a escola inglesa de Melanie Klein tomou uma enorme importância na Argentina e consequentemente no Brasil.
Foi necessário trabalhar ardorosamente para neutralizar o furor que estimulava a criação de técnicas sem a devida validação, com o conseqüente risco de diagnósticos errados.
Atualmente chegamos a demonstrar que é imprescindível que um teste seja submetido a provas de validade e confiabilidade antes de ser lançado para fins diagnósticos.
*
Características Gerais dos Testes Gráficos
A linguagem gráfica, assim como a lúdica, é a que está mais próxima do inconsciente e do ego corporal.
Conseqüentemente, oferece maior confiabilidade que a linguagem verbal, a qual é uma aquisição mais tardia e pode ser muito mais submetida ao controle consciente do indivíduo.
É um instrumento acessível às pessoas de baixo nível de escolaridade e/ ou com dificuldades de expressão oral.
Por esse mesmo motivo os testes gráficos são de grande utilidade com crianças pequenas que ainda não falam com clareza, mas que já possuem um nível excelente de simbolização nas atividades gráficas e lúdicas.
Sua administração é simples e econômica. 
*
É imprescindível considerar que todo teste gráfico deve ser complementado com associações verbais que possibilitarão uma correta interpretação dos mesmos.
Também deve-se considerar o nível sócio-econômico-cultural do indivíduo, sua idade cronológica, seu nível evolutivo e de maturidade. Muitos erros se devem ao desconhecimento da produção típica de cada idade e de cada grupo social.
Os testes gráficos mostram uma produção muito próxima do inconsciente, revelando aspectos o que há de mais regressivo e patológico. Logo, é imprescindível a sua comparação com o material coletado em outros testes projetivos e objetivos da personalidade para completar a visão geral que se possui e fazer o diagnóstico sobre bases mais confiáveis. Podemos então, por exemplo, aplicar o Phillipson e o Rorschach em adultos e adolescentes, e o CAT de Bellak e o Rorschach em crianças.
*
Em instituições, os testes gráficos são escolhidos pela simplicidade da sua administração e economia de tempo. Mas é importante que sejam complementados por testes verbais
Mesmo não sendo possível fazer um diagnóstico fino e exaustivo, descartam-se as patologias graves.
É importante considerar os indicadores formais para fazer o diagnóstico e, principalmente, o prognóstico. Eles estão menos sujeitos ao controle consciente que aqueles de conteúdo. 
0 sujeito desconhece o significado do seu traço frágil e entrecortado ou grosso e emplastado, mas pode imaginar a diferença entre desenhar um esqueleto ou uma pessoa viva.
Para fazer o acompanhamento de uma tratamento psicoterapêutico de um paciente é importante administrar os mesmos testes gráficos e, sempre que possível, seguindo a mesma instrução, para poder compará-los. 
*
Espera-se que apareçam diferenças nos indicadores formais e de conteúdo. 
Os formais são os que devem aparecer modificados positivamente, pois são eles que nos dão informações sobre os aspectos estruturais da personalidade. 
É interessante fazer a correlação dos indicadores formais dos desenhos com os dos protocolos do Rorschach. 
Os indicadores formais são os de modificação mais difícil. Os de conteúdo, no entanto, são tão variáveis quanto o conteúdo de um sonho, os seus detalhes, não a sua estrutura.
*
A estereotipia nos gráficos indica uma falha em aspectos estruturais da personalidade. Não indica estabilidade e sim rigidez. A estereotipia pode ser total ou parcial. 
Por exemplo, desenhar todas as figuras humanas seguindo o mesmo esquema sem diferença de idades, sexos, papéis, etc. Ou então, pode acontecer a inclusão dessas diferenças mas sempre omitindo os rostos ou então desenhando três dedos nas mãos em todas as figuras, Nesses casos, os problemas registram-se no nível da própria identidade (sem rosto) ou de sentimentos de castração (três dedos em desenhos de pessoas com mais de 6 anos). Se, no entanto, desenha a sua família e omite o rosto da mãe, está demonstrando mais um transtorno no seu vínculo com ela, e nesse caso não falaríamos de estereotipia.
*
A plasticidade nos desenhos indica maior força do Ego, que pode se adaptar a situações diferentes. 
Os testes gráficos podem servir também como excelentes recursos para melhorar a comunicação com um paciente quando há falhas na possibilidade de comunicação verbal
A proposta de desenhar alguma coisa costuma provocar entusiasmo. 
Também podemos participar com nossos próprios desenhos, rompendo a assimetria que pode estar perturbando o sujeito. Oferecer-nos como centro de suas críticas a nossa produção pode favorecer a comunicação com pacientes que se envergonham de desenhar "mal" ou que devido ao seu narcisismo não suportam ser observados por um profissional passivo

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando