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Unidade 6 - Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais

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Legislação da 
Educação Básica e 
Políticas Educacionais
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Ruth Cássia Schreiner
Prof.ª Me. Maria do Carmo Teles F. Stringhetta 
Revisão Textual:
Jaquelina Kutsunugi
Estatuto da criança e do adolescente
• Considerações iniciais sobre o ECA;
• Direitos e deveres;
• Estatuto da Criança e do Adolescente e a educação.
• Compreender a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente.
• Analisar o estatuto no que se refere à escolarização.
• Verifi car os principais direitos assegurados às crianças e adolescentes no estatuto.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Estatuto da criança e do adolescente
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
Unidade Estatuto da criança e do adolescente
Introdução
Seja muito bem-vindo(a) a mais uma unidade de estudos! Neste momento, os 
textos aqui propostos contemplarão o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Compreender em que consiste esse estatuto, como eram assistidas as crianças 
e adolescentes antes dessa lei e em que termos ela oportunizou melhorias para 
esse público, assegurando-lhes dignidade e acesso a tudo o que for necessário ao 
seu desenvolvimento, é parte fundamental da compreensão do que de fato o ECA 
(Estatuto da Criança e do Adolescente) representa.
Sabe-se que o ECA é um marco no contexto de valorização e garantia da dig-
nidade humana às crianças e adolescentes no país. Mas para além disso, algumas 
questões precisam ser refletidas:
Em que consiste um Estatuto?
Havia alguma legislação para as crianças e adolescentes antes do ECA?
A respeito de quais direitos esse estatuto se refere?
E quanto à educação e escolarização das crianças e adolescentes, como o ECA 
contribui?
Essas são apenas alguns, dos tantos questionamentos que podem ser desenvol-
vidos, refletidos e debatidos a respeito do Estatuto. Desse modo, serão analisadas 
características desde o seu surgimento até os reflexos dessa lei para o amparo às 
crianças e adolescentes que se têm na atualidade. 
Boa leitura!
 
Considerações iniciais sobre o ECA
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) surgiu no ano de 1990, repre-
sentado pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Ele trata, essencialmente, dos 
direitos e deveres das crianças e adolescentes e possui grande representatividade 
no que tange às conquistas legais para esse público, assegurando, dentre outros 
fatores, saúde, educação e dignidade.
 Dessa forma, é válido compreender, inicialmente, em que consiste um estatuto 
e uma lei. Pois bem, estão caracterizados por um conjunto de normas, regras e de-
terminações, que organizam aspectos voltados a determinado grupo de indivíduos, 
instituição, empresa, localidade etc. Nesse sentido, a lei que rege o ECA determina 
os direitos e deveres das e, para as crianças e adolescentes no Brasil.
8
9
É oportuno destacar aqui que o período em que o ECA foi criado, foi um pe-
ríodo de mudanças no país, que possibilitaram novos olhares para a sociedade e, 
nesse caso, principalmente para as crianças e adolescentes. Antecedendo o ECA, 
tem-se a Constituição de 1988 e ao longo da década de 1990, muitas foram as leis 
que surgiram e normatizaram a vida em sociedade no país. No âmbito da educa-
ção, por exemplo, na Constituição já constava a educação como direito de todos 
e dever do Estado e das famílias, no ECA, há um trecho que contempla o direito 
de acesso e permanência na escolarização e a LDB, complementares tais leis ao 
contemplar exclusivamente da educação.
O conceito de criança e adolescente foi se modificando ao longo dos anos e 
isso implicou no surgimento de regras e leis adaptadas a cada período, o estatuto, 
reflete assim, as necessidades voltadas ao grupo que contempla e que precisavam 
ser estabelecidas em lei a fim de que fossem efetivamente colocadas em prática. 
Contudo, antes da promulgação do ECA, outras leis vigoraram voltadas às crianças 
e adolescentes no país.
Com o ECA, ficou estabelecido como criança e como adolescente: “Art. 2º 
Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade 
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”. (BRASIL, 
1990, on-line)
Voltando-se para uma breve contextualização histórica, no que se refere às políticas 
voltadas às crianças e adolescentes, a existência de atribuições legais voltada à infância 
e à juventude, mais direcionado à parcela populacional menos favorecida, dessa for-
ma, e a partir das contribuições de Romão (2015, p. 297), fica evidente que:
[...] até a Constituição da República de 1988 vigorava no Brasil o Direito 
do Menor. Através do Código de Menores de 1927 consolidou-se as leis 
de assistência e proteção vigentes na Primeira República dedicadas ao 
menor de 18 anos de idade e abandonado ou delinquente.
Nesse período, as ações voltadas às crianças e adolescentes tinham cunho assis-
tencialista e contavam também com algumas entidades que desenvolviam o mesmo 
papel, de oferecer a assistência necessária básica aos menores em condições des-
favorecidas na sociedade. Essa assistência era desde o aspecto educativo, formativo 
de ofícios e também assistência corretiva. Após esse período e com o Estado Novo,
[...] o menor delinquente passou a ser considerado infrator, a partir do 
Decreto-Lei nº 6.026/1943 que dispunha sobre as medidas aplicáveis 
aos menores de 18 anos pela prática de fatos considerados infrações 
penais. Este primeiro código ficou conhecido como Mello Mattos [...]. 
(ROMÃO, 2015, p. 297)
Com o passar dos anos e de acordo com as novas tendências, os direitos e deve-
res das crianças e adolescentes foram crescendo, percebendo-os enquanto sujeitos 
sociais que são, e por isso, cabíveis de oportunidades de direitos e obrigações que 
lhes responsabiliza os deveres.
9
Unidade Estatuto da criança e do adolescente
Na década de 1970, em detrimento das novas condições políticas do país, foi 
desenvolvido um novo Código do Menor, substituindo o que existia até então.
Sujeito ou objetode medidas judiciais, assim, esse código, considerava ainda 
uma parcela de indivíduos menores de 18 anos, assim, como nas antecedentes 
políticas sociais para esse grupo. Contudo, no código de 1979, verificava-se uma 
atenção ao menor que se encontrava em situação irregular. De acordo com o Có-
digo do Menor, sob a Lei nº 6.697, de 10 de outubro de 1979, verifica-se:
Art. 2º. Para os efeitos deste Código, considera-se em situação irregular o menor:
I - privado de condições essenciais à sua subsistência, saúde e instrução 
obrigatória, ainda que eventualmente, em razão de:
a) falta, ação ou omissão dos pais ou responsável;
b) manifesta impossibilidade dos pais ou responsável para provê-las;
II - vítima de maus-tratos ou castigos imoderados impostos pelos pais ou 
responsável;
III - em perigo moral, devido a:
a) encontrar-se, de modo habitual, em ambiente contrário aos bons cos-
tumes;
b) exploração em atividade contrária aos bons costumes;
IV - privado de representação ou assistência legal, pela falta eventual dos 
pais ou responsável;
V - Com desvio de conduta, em virtude de grave inadaptação familiar ou 
comunitária;
VI - autor de infração penal.
Dessa forma, por situação irregular, pode-se entender como aqueles menores 
que encontravam-se em condições mais precárias, de marginalização, abandono, 
de violação de direitos, ou que tivessem cometido ato infracional. Dessa forma, o 
menor em situação regular não estava inserido nas medidas previstas neste código.
Vale ressaltar que o Código do Menor foi o que entendeu e que foi revogado 
com o surgimento do Estatuto da Criança e do adolescente. A grande distinção do 
ECA para o código que o antecedeu foi o fato do ECA estar direcionado para todas 
as crianças e adolescentes menores de 18 anos, conforme o excerto:
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais 
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata 
esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportu-
nidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, men-
tal, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as 
crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação fami-
10
11
liar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, con-
dição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, 
ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferen-
cie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído pela 
Lei nº 13.257, de 2016)
Fica evidente que a essência do Estatuto consiste na normatização e legalização 
dos direitos e deveres das crianças e adolescentes e também da sociedade e do Es-
tado para com eles. A partir de 1990, o código do menor perdeu sua validade ao 
ser revogado pelo ECA que, por sua vez, tornou-se a lei que vigora até hoje para 
esse grupo. Por estar em vigência desde a década de 1990, várias foram as adap-
tações e modificações feitas no Texto da Lei nº 8.069/90, por isso não é difícil se 
deparar ao longo da leitura inclusões feitas em seu texto por novas leis.
Quadro 1 - Diferenças entre o Código do Menor e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
Código de Menores ECA
Lei nº 6.697/79 Lei nº 8.069/90
Menor em situação irregular Proteção Integral para crianças e adolescentes
Objeto de medidas judiciais Sujeito de direitos
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Desde o código de menores até o ECA, se observa o auxílio e a assistência di-
recionados para as crianças e adolescentes, e que com a efetivação do ECA como 
a lei nacional que ampara esse grupo, outras novas conquistas foram possíveis, 
especialmente pelo fato de que seu foco de atuação está no todo que compreende 
esse grupo. Dessa forma, todas as crianças e adolescentes passam a ser sujeitos 
de direitos perante o estatuto, de modo que, legalmente, possuem todo o respaldo 
para o pleno desenvolvimento.
Para compreender um pouco mais do processo de atendimento às crianças e adolescentes 
no país, acesse e realize a leitura do texto “Uma Breve História dos Direitos da Criança e 
do Adolescente no Brasil”. Nele, será possível observar com mais detalhes cada período do 
país desde o século XX e as principais normas e leis que vigoraram em prol da criança e do 
adolescente. O texto está disponível em: <http://fundacaotelefonica.org.br/promenino/
trabalhoinfantil/noticia/uma-breve-historia-dos-direitos-da-crianca-e-do-adolescente-
-no-brasil/>. Acesso em: 23 fev. 2019.
Boa leitura!
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UNIDADE Estatuto da criança e do adolescente
Direitos e Deveres
Ao pensar o ECA como um grande marco para as crianças e adolescentes, surge 
sempre a ideia de direitos assegurados legalmente, contudo, vale ressaltar que o refe-
rido estatuto considera os direitos e também os deveres que as crianças e adolescen-
tes possuem na sociedade brasileira. De modo geral, o ECA visa assegurar os direitos 
básicos para a manutenção da dignidade humana e desenvolvimento das crianças e 
adolescentes, bem como as medidas socioeducativas, caso seja necessário.
Das mais expressivas contribuições do ECA, podem ser destacadas a roupagem 
mais descentralizadora e emancipatória que possui, bem como a garantia de di-
reitos que são fundamentais ao desenvolvimento na infância e juventude, como a 
saúde, educação e outros.
Ainda nas disposições preliminares no início da lei, fica claro que um dos fato-
res determinantes do ECA é o direito a prioridade, nele considera-se uma série de 
fatores em que são assegurados às crianças e adolescentes, incluindo-se o fato de 
punição aos que não garantirem a esse público os direitos fundamentais, de modo 
que não haja negligências ou qualquer forma de discriminação, violência e explora-
ção. Verifique o direito à prioridade contido no artigo 4º da Lei.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do 
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direi-
tos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao 
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade 
e à convivência familiar e comunitária.
Figura 1 - Garantia à prioridade
Fonte: Tarapong / 123RF. 
12
13
Dentre as várias determinações contidas na Lei, ao tratar dos direitos fundamen-
tais voltados às crianças e adolescentes, e que devem ser considerados pela família, 
responsáveis, da comunidade, do Estado e da sociedade em geral, verifica-se o 
direito à saúde desde a gravidez, ao nascimento e desenvolvimento infantojuvenil 
ao oportunizar acesso à saúde pública por meios de programas e políticas voltadas 
à área, abarcando o Sistema Único de Saúde (SUS), bem como os serviços de as-
sistência médica, odontológica e social, ofertando o atendimento e demais ações 
necessárias ao desenvolvimento de maneira gratuita.
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade, compreende conforme a Lei 
em seu artigo 15 “A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito 
e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como 
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis”. 
(BRASIL, 1990, on-line). Assegurando assim a liberdade, a autonomia e o respeito, 
mantendo-os a salvo de qualquer forma discriminatória, violenta ou de exploração.
No que faz menção ao Direito à Convivência Familiar e Comunitária, inclui o 
fato de que toda criança ou adolescente deve ter assegurado o convívio familiar e 
com a comunidade, seja na família original ou em caso específicos com famílias 
substitutas, bem como o respeito da guarda, tutela e adoção, com todo o suporte 
necessário oferecido por programas e políticas para tal fim.
Outro direito contido na lei,diz respeito à Educação, Cultura, Esporte e Lazer, 
do qual as crianças e adolescentes precisam ter acesso para seu pleno desenvolvi-
mento, enquanto cidadãos. Quanto ao Direito à Profissionalização e à Proteção no 
Trabalho, enquadra-se, basicamente, o fato de o trabalho ser proibido a menores 
de 14 anos de idade, bem como o direcionamento para ações profissionalizantes 
quando devido, de modo a direcionar os jovens ao mercado de trabalho, sem que 
isso prejudique seus demais direitos como o de educação, por exemplo.
Figura 2 - Direitos fundamentais contidos no ECA
Fonte: Elaborada pelas autoras.
13
Unidade Estatuto da criança e do adolescente
Na sequência dos direitos que são fundamentais as crianças e adolescente há na 
lei um capítulo específico para tratar da prevenção, que abarca diversos condicio-
nantes desse aspecto e que tem como característica principal, conforme o artigo 
70, o fato de que “é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação 
dos direitos da criança e do adolescente”. (BRASIL, 1990, on-line). Contém tam-
bém como particularidades deste item, as entidades de atendimento, a fiscalização, 
bem como medidas de proteção.
Outro ponto muito importante a ser tratado são os atos infracionais cometidos 
pelas crianças e adolescentes, que caso seja necessário, terão medidas e penalida-
des específicas e consequentes de seus atos, dentre elas medidas socioeducativas, 
conforme legislação para tal fim.
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente 
poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade 
de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação 
de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental re-
ceberão tratamento individual e especializado, em local adequado às 
suas condições.
Dessa forma, ao passo que o Estatuto prevê os direitos, considera também os 
deveres, sobretudo, as consequências de atos infracionais que, porventura, crianças 
e adolescentes venham a cometer.
Em continuidade ao que contempla o Estatuto da Criança e do Adolescente, 
encontram-se as medidas direcionadas aos pais ou responsáveis. É também com o 
ECA que surgem conselhos de direito, como o Conselho Tutelar, que está encarre-
gado de zelar pelas crianças e adolescentes com relação aos direitos que possuem. 
De acordo com a Lei nº 8.069/90, em seu artigo 131, verifica-se: “Art. 131. O 
Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado 
pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, 
14
15
definidos nesta Lei”. Está incluída neste item a escolha dos conselheiros, assim 
como as atribuições cabíveis ao conselho em questão.
São consideradas também na lei, o acesso à justiça por parte das crianças e ado-
lescentes e as particularidades cabíveis a esse atendimento, e a respeito dos Crimes 
e das infrações administrativas.
De modo geral, pode-se compreender que o ECA estabelece direitos às crianças e adolescen-
tes. Tais direitos estão relacionados à vida, saúde, alimentação, educação, lazer, profi ssiona-
lização, cultura, dignidade humana, o respeito, assim como a liberdade, o convívio familiar 
e comunitário, igualmente está voltado para atender aspectos voltados às políticas de aten-
dimento, medidas protetivas ou socioeducativas, e diversas outras providências.
Ex
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Consoante as considerações apresentadas, ainda que brevemente a respeito 
do Estatuto da Criança e do Adolescente, fica evidente que ele representa uma 
conquista legal que ampara e principalmente esclarece em determinações legais os 
direitos e deveres voltados para esse público, reconhecendo-o como sujeito social.
Como visto, o ECA foi estabelecido pela Lei nº 8.069 de 1990. Você considera que todas as 
suas atribuições estão sendo aplicadas e as crianças estão com seus direitos garantidos ple-
namente? Considera que ainda hoje é um desafi o implementá-lo em sua completude?
Ex
pl
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Estatuto da criança e do adolescente e a 
educação
Dentre as várias atribuições legais para as crianças e adolescentes, o ECA de-
termina o direito à educação, mas o que de fato se relaciona à educação e quais as 
contribuições do estatuto nesse sentido?
 A partir de seu estudo, torna-se evidente que o ECA foi também um marco de 
desenvolvimento no âmbito da educação básica no Brasil, primeiro porque foi de-
senvolvido em um período em que muitas mudanças estavam sendo pensadas para 
essa área, segundo porque foi estabelecido após as determinações da Constituição 
Federal de 1988 e, também, antecede a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional.
Verifique o que consta no Estatuto com relação à educação:
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao ple-
no desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania 
e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
15
Unidade Estatuto da criança e do adolescente
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instân-
cias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo 
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Ao assegurar tais direitos, ao tratar especificamente da educação nos artigos 53 
ao 59, é possível identificar as várias caracterizações desse direito à educação por 
parte das crianças e adolescentes. Trata-se assim de aspectos gerais, bem como do 
dever do Estado, do respeito que os alunos precisam ter no processo educativo, as-
sim como a obrigatoriedade dos pais ou responsáveis de matricularem as crianças 
e adolescentes que estão sob suas responsabilidades na escola.
 Para além dessas atribuições, há uma relação da educação estabelecida entre a 
escola e o Conselho Tutelar em que o conselho deverá ser avisado quando houver 
muitas faltas, repetências ou percepção de maus-tratos.
Consoante o ECA e a educação como um direito, pode-se considerar mediante 
contribuições de Lamenza e Machado (2012, p. 95) que:
a educação infantojuvenil compreende o processo de transmissão de co-
nhecimentos à criança e ao adolescente sobre os mais variados ramos do 
saber humano, tarefa de competência do Estado (por si só ou por delega-
ção), fazendo com que sejam estimuladas a capacidade de aprendizado, a 
criação e difusão de idéias próprias e a formação do público infantojuvenil 
para o exercício da cidadania plena, com preparo suficiente para o ingres-
so no mercado de trabalho.
Tais considerações possuem também embasamento na Constituição Federal, 
que promulga:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando 
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988, on-line)
O direito à educação está assim, diretamente vinculado a outros direitos como o 
de respeito, inclusão, igualdade e outros tantos, relacionados a inserção e permanên-
cia do estudante na escola que deve, por sua vez, manter um foco democrático e di-
nâmico que capacite e forme indivíduos para a sociedade, ou seja,cidadãos atuantes.
Ao passo que o ECA assegura legalmente o direito das crianças e adolescentes 
à educação, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, 
irá tratar, dentre outras condicionantes da educação, da educação que deve ser 
ofertada a todos. Dentre os diversos condicionantes educativos contidos na LDB, 
16
17
constam o papel das instituições de ensino e também dos professores. Observe 
o Quadro a seguir.
Quadro 2 - Incumbências das Instituições de ensino e dos professores, segundo a LDB
INCUMBÊNCIAS
Instituições de Ensino Professores
Elaborar e executar sua proposta pedagógica e administrar seu 
pessoal e seus recursos materiais e financeiros.
Participar da elaboração da proposta pedagógica do 
estabelecimento.
Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula 
estabelecidas.
Elaborar e cumprir plano de trabalho, conforme a 
proposta pedagógica da instituição.
Cumprir com o plano de trabalho de cada docente e prover meios 
para a recuperação dos alunos de menor rendimento. Zelar pela aprendizagem dos alunos.
Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos 
de integração da sociedade com a escola, e manter os pais ou 
responsáveis cientes do cotidiano escolar do estudante.
Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de 
menor rendimento.
Notificar o Conselho Tutelar em casos específicos e previstos por 
lei, como o excesso de faltas. Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos.
Promover medidas de conscientização, prevenção e combate a 
todos os tipos de violência, no âmbito escolar.
Participar dos períodos dedicados ao planejamento, à 
avaliação e ao desenvolvimento profissional.
Estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas 
escolas.
Colaborar com as atividades de articulação da escola com 
as famílias e a comunidade
Fonte: Adaptado de artigos 12 e 13 da LDB.
A gestão democrática é outro aspecto fundamental para a educação e que man-
tém a relação entre a LDB e o ECA, ao possibilitar a participação e o reconheci-
mento do aluno enquanto sujeito atuante de sua formação, integrando também a 
escola e a comunidade de maneira democrática, inclusiva e igualitária.
17
Unidade Estatuto da criança e do adolescente
O ECA, no contexto escolar, reforça e reassegura o direito que as crianças e adolescentes têm 
à educação e para além disso, na prática, esse acesso à educação deve assegurar também 
a permanência, a integração, interação e inclusão, para que efetivamente a aprendizagem 
seja significativa e prazerosa, formadora de cidadãos.
Ex
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or
Quanto às medidas protetivas das crianças e adolescentes também podem ser 
direcionadas na escola para o Conselho Tutelar, caso sejam percebidos indícios de 
maus-tratos, ou em casos como faltas excessivas e comportamento inadequado.
Na educação, pode-se considerar que a LDB e o ECA caminham juntos no 
que se refere ao direito de acesso e permanência nas instituições de ensino, bem 
como a obrigatoriedade da oferta de vagas gratuita atendendo a demanda e pre-
missa de que a educação é um direito de todos e um dever do Estado e da família 
em assegurar aos estudantes tais direitos que culmine em uma formação cidadã, 
crítica e reflexiva.
Mediante informações anteriores, ressalta-se que tão importante quanto a exis-
tência das leis aqui contempladas é a sua aplicabilidade efetiva, que assegure re-
almente tais direitos às crianças e adolescentes. Pois embora várias ações sejam, 
ainda hoje, desafiadoras, precisam ser implementadas com eficácia para que os 
objetivos de tais medidas sejam atingidos com excelência.
A partir de tais leituras foi possível a compreensão de que o Estatuto da Criança 
e do Adolescente é um grande marco de direitos a esse grupo, entendendo-os como 
cidadãos de direitos, assegurando-lhes o desenvolvimento pleno para a cidadania.
Ainda que desafiador, as premissas contidas no estatuto possibilitaram e ainda 
possibilitam a muitas crianças e adolescentes o amparo quanto a saúde, lazer, cultu-
ra, educação, dignidade humana, liberdade, convívio familiar e profissionalização.
O direito à educação preconizado no ECA, aliado a outras leis como a Constitui-
ção Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e tantas outras polí-
ticas que atendam a diversidade da qual o país é composto no que tange a educação, 
fomentam o desenvolvimento e capacitação infantojuvenil de maneira democrática 
e inclusiva, possibilitando a esses indivíduos a formação para a cidadania.
Que estes textos tenham possibilitado inquietações que te levem a aprofundar 
ainda mais e manter-se sempre atualizado quanto aos assuntos aqui tratados.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
ECA
Esse material consiste em um livro que traz o Estatuto da Criança e do Adolescente 
com alguns breves comentários que irão esclarecer e facilitar a compreensão da lei que 
o constitui.
EQUIPE EUREKA. ECA: estatuto da criança e do adolescente. São Paulo: Eureka, 2015.
A proteção constitucional de crianças e adolescentes e os direitos humanos
Neste livro é possível ter uma visão geral da proteção aos direitos da criança e do 
adolescente sob a ótica da Constituição Brasileira de 1988, ao analisar em seu texto os 
direitos fundamentais de crianças e adolescentes, bem como as principais características 
dessa proteção, os motivos e os principais aspectos que a fundamentam.
MACHADO, M. de T. A proteção constitucional de crianças e adolescentes e os 
direitos humanos. Barueri, SP: Manole, 2003.
 Leitura
Entrevista Antonio Carlos Gomes da Costa
Segue a indicação de leitura da entrevista concedida por Antonio Carlos Gomes da 
Costa, que foi um dos redatores da lei do estatuto em 1990. Nessa entrevista, ele 
apresentará seu posicionamento e conhecimentos relacionados ao Estatuto da Criança 
e do Adolescente.
ECA na escola – entrevista com o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa. 
Disponível em:
https://bit.ly/2XpyLSw
Entrevista Antonio Carlos Gomes da Costa
Segue a indicação de leitura da entrevista concedida por Antonio Carlos Gomes da 
Costa, que foi um dos redatores da lei do estatuto em 1990. Nessa entrevista, ele 
apresentará seu posicionamento e conhecimentos relacionados ao Estatuto da Criança 
e do Adolescente.
ECA na escola – entrevista com o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa. 
Disponível em:
https://bit.ly/2XpyLSw
Secretária nacional diz que desafio do ECA é integração de esforços
A notícia publicada na EBC apresenta o posicionamento da então secretária nacional, 
a respeito do ECA, no que tange os principais desafios do Estatuto.
EBC. Agência Brasil. Secretária nacional diz que desafio do ECA é integração de 
esforços.
https://bit.ly/2KStdgw
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Unidade Estatuto da criança e do adolescente
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso 
em: 10 jan. 2019.
______. Lei n. 6.697, de 10 de outubro de 1979. Institui o Código de Menores. 
Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-6697-
-10-outubro-1979-365840-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 29 jan. 
2019.
______. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança 
e do Adolescente. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L8069.htm>. Acesso em: 29 jan. 2019.
______. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro 1996. Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9394.htm>. Acesso em: 10 jan. 2019.
LAMENZA, F.; MACHADO, A. C. da C. (orgs.). Estatuto da Criança e do Adoles-
cente interpretado: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. Barueri, SP: Mano-
le, 2012.
ROMÃO, L. F. de F. OEstatuto da Criança e do Adolescente no Direito Brasilei-
ro: Significados e desafios decorridos 25 anos da lei. In: ZAGAGLIA, R. A. et al. 
(orgs.). Criança e adolescente. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015, pp. 297-316.
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