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CANNABIS Ana Carolina Pereira, Ana Catarina Rebelo, Anah Clara Lacerda, Jamilly Lima, Júlia Araújo, Lara Ohara, Marcello Valle e Mateus Souza 6º Período – Turma C Psiquiatria TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS MANAUS, 18 DE JUNHO DE 2022 INTRODUÇÃO Preparações de Cannabis são obtidas a partir da planta Cannabis sativa Planta feminina contém as maiores concentrações de mais de 60 canabinoides, exclusivos da planta Delta-9-tetraidrocanabinol (Δ-9-THC) é o principal canabinoide responsável pelos efeitos psicoativos Terceira substância controlada mais comumente utilizada no mundo depois do álcool e do tabaco Nações Unidas estimam que 192 milhões de pessoas (3,9% da população mundial adulta) consumiram a droga em anos anteriores a 2018 Países de alta renda têm maior prevalência de consumo do que países de baixa renda No Brasil, o LENAD II mostrou que 4% dos adolescentes e 7% dos adultos já tinham experimentado maconha, e 3% dos adolescentes e 3% dos adultos tinham usado no último ano EPIDEMIOLOGIA Transtorno por uso de Cannabis é amplamente definido como a incapacidade de parar de consumir maconha mesmo quando está causando danos físicos ou psicológicos THC é o responsável tanto pela dependência química como pelos efeitos deletérios Usuários de variedades ricas em THC e pobres em canabidiol (CBD) estão sob risco maior de quadros psicóticos, de diminuição volumétrica de áreas cerebrais responsáveis pela memória, planejamento e execução de tarefas e de diversos tipos de prejuízos cognitivo Recomenda-se a triagem para uso de drogas ilícitas em adultos = 18 anos, em gestantes e puérperas e em adolescentes de 12 a 17 anos em ambientes de atenção primária, se o acompanhamento puder ser oferecido EPIDEMIOLOGIA FATORES DE RISCO Temperamentais: história de transtorno da conduta na infância ou adolescência e de transtorno da personalidade antissocial Ambientais: fracasso acadêmico, tabagismo, situação familiar instável ou violenta, uso de Cannabis por familiares imediatos, história familiar de transtorno por uso de substância e baixo nível socioeconômico Genéticos e Fisiológicos: fatores hereditários contribuem de 30 a 80% para a variância total no risco de transtorno por uso de Cannabis RECEPTORES DE CANABINOIDES Receptores canabinoides pertencem à superfamília dos receptores de membrana ligados a proteína G Ativação desses receptores, tipicamente, inibe a adenilato-ciclase com consequente fechamento dos canais de cálcio, abertura dos canais de potássio e estimulação de proteínas quinases Receptor GPCR mais abundante no cérebro, expresso predominantemente nos neurônios pré-sinápticos, mas também se encontra presente no sistema nervoso periférico Presentes nas células do sistema imunológico CB1 CB2 RECEPTORES DE CANABINOIDES CANABINOIDES As principais diferenças entre os canabinoides são determinadas pela medida em que são psicologicamente ativas CBD não tem tal efeito THC e alguns outros são conhecidos por serem psicologicamente ativos em graus variados CANCER Venus is the second planet from the Sun Mars is actually a very cold place GLAUCOMA Ao se fumar Cannabis, os efeitos de euforia surgem em minutos, atingem o auge em aproximadamente 30 minutos e duram de 2 a 4 horas E efeitos motores e cognitivos podem durar de 5 a 12 horas NEUROFARMACOLOGIA - O receptor canabinoide, um membro da família de receptores ligados à proteína G, está ligado à proteína G inibitória (Gi), a qual está ligada à adenilciclase de maneira inibitória - Receptor canabinoide é encontrado em suas concentrações mais elevadas nos gânglios basais, no hipocampo e no cerebelo, sendo que concentrações mais baixas encontram-se no córtex cerebral DILATAÇÃO DE VASOS SANGUÍNEOS DA CONJUNTIVA CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS TAQUICARDIA LEVE DOSES ELEVADAS: Hipotensão ortostática AUMENTO DO APETITE BOCA SECACRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-V Padrão problemático de uso de Cannabis, levando a comprometimento ou sofrimento clinicamente significativos, manifestado por pelo menos DOIS dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 MESES 1- Cannabis é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido 2- Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso de Cannabis 3- Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção de Cannabis, na utilização de Cannabis ou na recuperação de seus efeitos 4- Fissura ou um forte desejo ou necessidade de usar Cannabis 5- Uso recorrente de Cannabis, resultando em fracasso em desempenhar papéis importantes no trabalho, na escola ou em casa CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-V 7- Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso de Cannabis 8-Uso recorrente de Cannabis em situações nas quais isso representa perigo para a integridade física 9- Uso de Cannabis é mantido apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela substância 10-Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos: a. Necessidade de quantidades progressivamente maiores de Cannabis para atingir a intoxicação ou o efeito desejado. b. Efeito acentuadamente menor com o uso continuado da mesma quantidade de Cannabis 11-Abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos: a. Síndrome de abstinência característica de Cannabis b. Cannabis (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para aliviar ou evitar os sintomas de abstinência INTOXICAÇÃO POR CANNABIS A. Uso recente de Cannabis. B. Alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas e problemáticas desenvolvidas durante ou logo após o uso de Cannabis. C. Dois (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas, desenvolvidos no período de 2 horas após o uso de Cannabis: 1. Conjuntivas hiperemiadas. 2. Apetite aumentado. 3. Boca seca. 4. Taquicardia. D. Os sinais ou sintomas não são atribuíveis a outra condição médica nem são mais bem explicados por outro transtorno mental, incluindo intoxicação por outra substância. - Especificar se: Com perturbações da percepção: Alucinações com teste de realidade intacto ou ilusões auditivas, visuais ou táteis ocorrem na ausência de delirium. A. Cessação do uso pesado e prolongado de Cannabis (uso diário ou quase diário durante um período mínimo de alguns meses). B. Três (ou mais) dos seguintes sinais e sintomas, desenvolvidos no prazo de aproximadamente uma semana após o Critério A: 1. Irritabilidade, raiva ou agressividade. 2. Nervosismo ou ansiedade. 3. Dificuldade em dormir (insônia, sonhos perturbadores). 4. Apetite reduzido ou perda de peso. 5. Inquietação. 6. Humor deprimido. 7. Pelo menos um dos seguintes sintomas físicos causa desconforto significativo: dor abdominal, tremor, sudorese, febre, calafrios ou cefaleia. ABSTINÊNCIA DE CANNABIS C. Os sinais ou sintomas do Critério B causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional, ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. D. Os sinais ou sintomas não são atribuíveis a outra condição médica nem são mais bem explicados por outro transtorno mental DEPENDÊNCIA Embora a maioria dos usuários de cannabis não relata dependência, 10% - 30% desenvolverão um transtorno por uso de cannabis. Sintomas de abstinência tendem a ser mais leves pela longa meia-vida Pico entre o 2º e o 6º dia Duração de 5 a 21 dias para maior parte dos sintomas Os dados sugerem que a abstinência é experimentada pela maioria dos sujeitos que procuram tratamento para dependência de maconha. RISCOS 1- PSICOSE 2- ANSIEDADE 3-DEPRESSÃO 4- USO DE OUTRAS DROGAS 5- TENTATIVA DE SUICÍDO 6- DIMINUIÇÃO DO QI 7- CONFLITOS FAMILIARES CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS PERDA DE MEMÓRIA DE CURTO PRAZO ALTERAÇÃO NA COORDENAÇÃO MOTORA DIFICULDADE DE APRENDIZADO ALTERAÇÃO NO JULGAMENTO Baixa adesão Baixa percepção de prejuízos Não há medicamentos eficazes Envolve, principalmente as abordagens psicossociais, destacando-se a TCC e o manejo de contingências TRATAMENTO ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) Visa identificar e modificar pensamentos disfuncionais (cognição) e ações (comportamento) 1 a 14 sessões durante 12 a 18 semanas Terapia de aprimoramento motivacional (TAM) Abordagem centrada no paciente para aumentar a motivação para mudar comportamentos não saudáveis 1 a 4 sessões durante 4 a 14 semanas Manejo de Contingência Usa reforços tangíveis, como dinheiro ou vouchers, para aumentar os resultados positivos do tratamento 9 a 12 sessões por 9 a 12 semanas USO MEDICINALAVALIAÇÃO DE RISCO-BENEFÍCIO Idade Gravidade e natureza da desordem médica Sério distúrbio psiquiátrico ou uso de substâncias prévio ou atual Falha da terapia padrão médica Doença cardíaca grave subjacente / pulmonar Contrato de visitas para acompanhamento e aceitação da explicação detalhada dos potenciais riscos adversos EVIDÊNCIAS - TRATAMENTO Dor crônica em adultos Antieméticos para náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia Sintomas de espasticidade de Esclerose Múltipla Epilepsia refratária REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e psiquiatria clínica [recurso eletrônico] / Benjamin J. Sadock, Virginia A. Sadock, Pedro Ruiz ; tradução: Marcelo de Abreu Almeida ... [et al.] ; revisão técnica: Gustavo Schestatsky... [et al.] – 11. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico] : DSM-5 / [American Psychiatric Association ; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento ... et al.] ; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli ... [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014. Tratado de psiquiatria da Associação Brasileira de Psiquiatria [recurso eletrônico] / Organizadores, Antonio Egidio Nardi, Antônio Geraldo da Silva, João Quevedo. – Porto Alegre : Artmed, 2022. OBRIGADA! CREDITS: This presentation template was created by Slidesgo, including icons by Flaticon and infographics & images by Freepik
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