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FARMACOLOGIA Amanda Barreiros Medicina Ufes – Turma 107 Prof. André Willian Hollais FÁRMACOS ANTIANGINOSOS (NITRATOS) abordaremos a farmacologia daqueles que são empregados no tratamento da angina pectoris, os fármacos antianginosos. Daremos uma atenção especial aos fármacos com ação vasodilatadora, porém não ficaremos restritos a eles. São inúmeras as possibilidades de ação na célula muscular lisa para que induza a ação vasodilatadora. Temos aqui a indicação dos antagonistas dos receptores de endotelina, temos também os antagonistas dos receptores alfa-1 adrenérgicos, os ativadores de canais de potássio, os bloqueadores de canais de cálcio. Tanto os inibidores da ECA, quanto os antagonistas dos receptores AT1 de angiotensina 2, são todas substâncias que atuam de modo a impedir o aumento da disponibilidade intracelular de cálcio. Na medida que haja menor disponibilidade intracelular de cálcio, é observado menor acoplamento a calmodulina, esse menor acoplamento não permite a ativação da quinase de cadeia leve da miosina, essencial para fosforilação da cadeia leve da miosina que conduziria ao acoplamento e estabelecimento das chamadas pontes cruzadas, entre os filamentos de miosina e actina, que por certo levaria ao ato contrátil. Destaca-se que tanto antagonistas de endotelina, os antagonistas Alfa-1 adrenérgicos, os inibidores da ECA, os agonistas AT1 dos receptores de angiotensina 2, são fármacos que atuam por meio de cascatas, segundo mensageiros de forma a inibir o influxo intracelular de cálcio, o aumento da disponibilidade intracelular de cálcio. Ao passo que os bloqueadores de canais de cálcio atuam diretamente sobre os canais de cálcio do tipo L dependente de voltagem, bloqueando-os, impedindo assim a entrada do cálcio. E temos ainda os ativadores de canais de potássio, esses promovem a abertura dos canais de potássio, e isso permite um efluxo destino e conduz a hiperpolarização uma vez hiperpolarizada, a célula não permite que sejam abertos canais de cálcio do tipo L e isso faz com que haja uma menor disponibilidade intracelular deste cátion. Temos aqui inúmeras possibilidades de fármacos que inibem o ato contrátil, mas também temos aqueles que estimulam direta ou indiretamente o relaxamento da célula muscular lisa, como é o caso dos inibidores da ECA. É importante que se diga que a enzima conversora de angiotensina também é conhecida como siminase tipo 2, uma isofarma dessa enzima. Os inibidores da ECA inibem tanto a enzima conversora de angiotensina, quanto a quinase do tipo 2, essa enzima responsável pela inativação, pela degradação da bradicinina. Ao passo que ela seja inibida pela administração de inibidores da ECA é observado um acúmulo de bradicinina e o seu consequente ato estimulatório sobre seus receptores. Ação da bradicinina sobre seus receptores conduz a maior expressão da óxido nítrico sintase endotelial, a enzima fundamental para que haja a metabolização da l-arginina e formação do óxido nítrico. A medida que haja essa ação estimulatória da bradicinina temos uma maior expressão, uma maior síntese deste potente vasodilatador, que por sua vez ativa a guanilil ciclase, que permite a conversão do GTP em GMP cíclico O GMP cíclico é um fator fundamental para ativação das fosfatases de cadeia leve da miosina. Enzimas responsáveis pela desfosforilação do filamento de miosina, que inevitavelmente permite que haja o relaxamento da célula muscular lisa. Outros alvos importantes, além dos inibidores da ECA, atuando indiretamente sobre a metabolização e a disponibilidade de bradicinina, temos ainda uns nitratos orgânicos, que são doadores espontâneos ou não de óxido nítrico, fundamental para atividade da guanilil ciclase e para a formação do GMP cíclico. Temos ainda os inibidores da fosfodiesterase, em sua isoforma 5 por exemplo, esses inibem uma enzima chamada fosfodiesterase, responsável pela metabolização do GMP cíclico e sua consequente inativação. A medida que inibe enzima de degradação há um acúmulo de GMP cíclico que permite uma maior atividade das fosfatases e a sua consequente desfosforilação dos filamentos de miosina. E a partir daí é observado o relaxamento do músculo liso vascular, são inúmeras possibilidades. Recapitulemos: antagonistas de receptores AT1 da angiotensina 2, inibidores da ECA atuando sobre a maior disponibilidade de angiotensina 2 como também sobre a maior disponibilidade de bradicinina. No caso dos inibidores da ECA teremos uma menor disponibilidade de angiotensina 2, a medida que a enzima não permitisse, uma vez inibida, a conversão da angiotensina 1 em angiotensina 2. Portanto, a menor disponibilidade desse intermediário faria com que houvesse menor disponibilidade intracelular de cálcio, ao passo que esse mesmo farmaco poderia aumentar a disponibilidade de bradicinina por inibir sua degradação, e essa também conduziria indiretamente ação vasodilatadora. Temos ainda os bloqueadores dos canais de cálcio, ativadores de canais de potássio, antagonistas Alfa adrenérgicos, antagonistas de endotelina, inibidores da fosfodiesterase, os nitratos orgânicos, são inúmeras as possibilidades. Aquelas que são mais aplicáveis do ponto de vista clínico no tratamento angina pectoris configuram-se como 2, que são elas: os bloqueadores de canais de cálcio e os nitratos orgânicos, dois grupos de fármacos que são considerados o tratamento ouro no caso da angina pectoris. Os demais trazem também possibilidades de potentes ações vasodilatadoras, no entanto não tem o seu uso diretamente relacionado ao tratamento da angina pectoris, mas também a outras condições como por exemplo muitos dessas substâncias são utilizadas no tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Abordaremos a partir de agora as classes e grupos de fármacos vasodilatadores, iniciaremos pelos nitratos, os nitratos orgânicos. Temos aqui representado o nitroprussiato de sódio, e os demais nitratos orgânicos, que permitem o fornecimento de óxido nítrico para células endoteliais, e isso é possível por meio da presença de enzimas redutoras, sejam elas extra ou intracelulares, e a partir da ação de tais enzimas esses nitratos orgânicos são decompostos para que se permita tanto pela célula endotelia, quanto um aumento da disponibilidade de óxido nítrico na célula muscular lisa vascular. No caso do nitroprussiato de sódio, este se decompõe espontaneamente em óxido nítrico e é este óxido nítrico direcionado para células musculares lisas. Nessa célula o óxido nítrico ativa novamente a guanilil ciclase, converte o GTP em GMP cíclico, permitindo a ação de fosfatases que conduzem ao relaxamento da célula muscular. Temos casos onde há a necessidade obrigatória da ação de enzimas redutoras, sejam essas extra ou intracelulares, para que se tenha a formação do óxido nítrico, e isso limita por certo, de acordo com a presença da enzima, onde atuarão esses nitratos orgânicos, no leito arterial, ou no leito venoso. Temos ainda o nitroprussiato de sódio, que promove uma decomposição espontânea e o pronto fornecimento de óxido nítrico. Dessa forma, a medida que este óxido nítrico seja decomposto espontaneamente não apresentaria seletividade de de ações aos leitos vasculares, promovendo uma ação vasodilatadora, não só potente, como também disseminada pelo organismo. Ainda pensando nos nitratos orgânicos, aqui falamos de fármacos como por exemplo a nitroglicerina o trinitrato de glicerina, o dinitrato de isossorbida, mononitrato de isossorbida, o próprio oxido nítrico apresentado na forma gasosa, ou mesmo o nitroprussiato de sódio. Falaremos sobre algumas das peculiaridades relacionadas a este grupo tão distinto de fármacos pois bem. Os nitratos orgânicos atuam predominantemente sobre a veno dilatação, sobre a dilatação do leito venoso, reduzindo portanto em grande magnitude a pré-carga. Ao reduzirem a pré-carga faz com que haja uma menor demanda de oxigênio pelo tecido miocárdico. Alguns nitratos, como é o caso do nitroprussiatode sódio, que se decompõe espontaneamente, esse não apresenta seletividade no leito venoso, produzindo vasodilatação disseminada, podendo influenciar não apenas a pré-carga, como também a pós-carga. Fato este que também contribuiria para redução da demanda de oxigênio miocárdico. Além disso, os nitratos orgânicos podem aumentar o suprimento de oxigênio miocárdico, por meio da dilatação das artérias epicárdicas de grande calibre, o que permitiria o maior fluxo sanguíneo e uma maior oxigenação dos cardiomiócitos, de tal modo que os nitratos pudessem atuar em duas frentes distintas, predominantemente diminuindo a pré-carga e levando a consequente redução da demanda de oxigênio miocárdico, e ao mesmo tempo aumentando o suprimento de oxigênio ao miocárdio dada a ação vasodilatadora sobre as artérias epicárdicas de grande calibre. Essas ações conduziriam inequivocamente a uma redução dos sintomas da angina pectoris, que são marcados principalmente pela dor torácica. Os nitratos orgânicos, como o trinitrato de glicerina, também chamado de nitroglicerina, e o dinitrato de isossorbida, apresentam um bom tempo de meia-vida. No entanto, dada sua metabolização biológica, também são capazes de produzir metabólitos igualmente ativos, que fazem com que seu tempo de meia vida biológica seja bastante estendido, e apresente uma ação por longo período. Como é o caso do trinitrato de glicerina, permitindo a formação do 1,2- dinitrato de glicerina e do 1,3-dinitrato de glicerina, ou como também o dinitrato de isossorbida permitindo a decomposição, e a formação dos cinco mononitrato de isossorbida, que apresentam tempo de meia-vida bem maior do que o próprio dinitrato de isossorbida. Também é importante que ressaltemos que esses fármacos uma vez administrados pela via oral apresentam importante efeito de primeira passagem, que faz com que tenhamos uma redução da sua biodisponibilidade, dada uma degradação Inicial logo após a sua absorção. Para burlarmos esse metabolismo de primeira passagem, surge como possibilidade administração de tais fármacos pela via sublingual, que não permitia a ocorrência do metabolismo de primeira passagem e ao mesmo tempo nos proporcionaria uma rápida e boa absorção. Daí o efeito vasodilatador sendo observado quase que de forma instantânea sobre a redução da pressão arterial, como também sobre a ação venodilatadora e a redução da pré-carga. Dentre as reações adversas aos medicamentos aqui temos RAMs, que nada mais são do que reações adversas aos medicamentos. Incluem-se para os nitratos a hipotensão, quase que todas as reações adversas relacionadas aos entraves estão diretamente atrelados ao fato da sua ação vasodilatadora, mesmo propósito clínico que justifica o uso de tais fármacos. A hipotensão é gerada justamente pela sua ação vasodilatadora. Diante de uma hipotensão tão severa, quanto aquela observada para administração de nitrato, é possível que os barorreceptores, localizados nos seios carotídeos e no ar aórtico, detectem a queda da pressão arterial e iniciem a chamada taquicardia reflexa, essa mesma para que seja recobrado o nível pressórico anteriormente perdido, e a partir deste momento temos a taquicardia exigindo mais cardiomiócitos, para o ato contrátil de ejeção de sangue pelo coração e isso demandará maior consumo de oxigênio, que por certo não será benéfico ao paciente que sofreu de angina pectoris. Portanto, a taquicardia reflexa configura-se como um mecanismo compensatório para reversão do quadro hipotensivo gerado a partir da exposição os nitratos, e essa taquicardia pode reduzir a eficácia clínica dos nitratos, a medida que demande, por conta da taquicardia, maior fornecimento, maior demanda de oxigênio aos cardiomiócitos. Também é possível que o sistema renal entra em ação retendo líquidos, promovendo a chamada retenção hídrica, para novamente restabelecer o quadro pressórico anteriormente perdido, e por conta disso também há a possibilidade de por meio de mecanismos adaptativos dada a queda do nível pressórico seja observada a retenção hídrica pelo aparelho renal. Também é possível que seja observado rubor cutâneo, que se deve a uma extensa e grande vaso dilatação de vasos superficiais em tecido cutâneo, como também a cefaleia, dor de cabeça, decorrente da vaso dilatação de vasos centrais. Ou mesmo relaxamento de outros tecidos onde também haja células musculares lisas, pois a ação do óxido nítrico é indistinta sobre o tecido muscular liso, sendo este presente ou não no tecido vascular, formando a parede dos vasos sanguíneos podendo, portanto, termos uma ação sobre outros locais onde também haja a presença de células musculares lisas, como por exemplo no aparelho gastrointestinal. O óxido nítrico também atua sobre agregação plaquetária, reduzindo agregação plaquetária, essa configura-se como uma importante ação, à medida que a inibição da agregação plaquetária evita de certa forma a formação de trombos e coágulos, que poderiam agravar o episódio isquêmico miocárdico, no caso da angina pectoris. Outro fator que merece grande destaque é o fato de podermos ter a chamada tolerância, tanto fisiológica, quanto farmacológica. Fisiológica por conta dos mecanismos compensatórios. O vaso dilatador, o nitrato, causa vasodilatação, no entanto de forma compensatória os barorreceptores identificam essa queda da pressão arterial decorrente da vasodilatação, e desencadeia taquicardia reflexa e retenção hídrica. Esses efeitos conjuntamente fazem com que se demande mais do tecido miocárdico. Então ainda que tem havido uma redução da pré-carga, dada a ação venodilatadora dos nitratos pode haver logo adiante um aumento da demanda, decorrente da taquicardia reflexa, e isso diminuiria a efetividade clínica dos nitratos no tratamento da angina pectoris. Outro fato também importante é podermos ver a chamada tolerância farmacológica, que vem de uma observação direta de trabalhadores que na indústria bélica manipulavam nitratos orgânicos, como é o caso da nitroglicerina, e no início da semana às segundas-feiras pelas manhãs apresentavam grande cefaleia, enxaqueca bastante grande. Muito provavelmente devido à ação vasodilatadora em vasos centrais, exercida pelos nitratos orgânicos. E ao longo da semana esse efeito era tolerado, os trabalhadores que manipulavam os extratos orgânicos não mais apresentavam essa enxaqueca. No entanto, aos finais de semana era recuperado o estado anterior de não exposição os nitratos e isso era capaz de fazer com que novamente na segunda-feira este indivíduo se mostrassem sensíveis aos efeitos nocivos dos nitratos, manifestando novamente enxaqueca. Essa tolerância farmacológica é possível quanto maior também seja o grau de exposição aos nitratos, portanto é recomendado para que não seja observada essa tolerância, essa taquifilaxia, que hajam períodos de não exposição aos nitratos, ainda que isso possa gerar a angina rebote, uma dor torácica rebote no momento onde não houver quantidade suficiente de nitrato, para causar venodilatação e redução da pré carga. Outra possibilidade que há como justificativa para que seja observado essa tolerância farmacológica, é que enzimas responsáveis pela degradação dos nitratos orgânicos sejam saturadas, e por conta disso há uma possibilidade de recobrar esse efeito frente a um estado estabelecido de tolerância, a partir da administração por exemplo de cisteína, ou melhor de n-acetilcisteína, um fármaco exógeno que se administrado a um paciente que estivesse manifestando um quadro de tolerância farmacológica aos nitratos, poderia ser recobrado o efeito terapêutico dos nitratos, frente a administração da n-acetilcisteína. Dentre as contraindicações relacionadas a administração de nitratos, temos os pacientes que já se mostrem previamente hipotensos, aqueles cuja elevação da pressão craniana esteja presente, pois a vaso dilatação de vasos cerebrais poderia agravar essa pressão intracraniana, aumentando-a. Também não é recomendado o uso de nitratosem pacientes que sofram de angina associada miocardiopatia obstrutiva hipertrófica. Os nitratos não são recomendáveis ao tratamento da angina? Sim, desde que essa não se mostre obstrutiva, dado uma condição hipertrófica. Também não sendo recomendado em pacientes que sofram de insuficiência cardíaca diastólica, frente a evidente ação dos nitratos na redução da pré-carga. Isso poderia gravar bastante a condição clínica desse tipo de paciente, como também não seria recomendado a associação farmacológica de nitratos orgânicos com sildenafila, um inibidor da fosfodiesterase, isso se deve ao fato dos nitratos orgânicos potencializarem a disponibilidade de óxido nítrico, por meio da ativação da guanilil ciclase, enzima que converte o GTP em GMP cíclico. Ao passo que os inibidores da fosfodiesterase, como é o caso da sildenafila, inibem a fosfodiesterase, enzima responsável pela metabolização do GMP cíclico. De tal modo que se associarmos a sildenafila junto a nitrato orgânico teríamos uma biodisponibilidade bastante grande de GMP cíclico, que conduziria a um sinergismo bastante perigoso, dado uma grande possibilidade fosse gerado um quadro hipotensivo severo. Por conta disso não sendo recomendado esse tipo de associação terapêutica. Portanto, se o sujeito tem angina pectoris e por conta disso faça o uso de nitratos orgânicos, não usem o famoso “azulzinho”, o Viagra. Eu me refiro a sildenafila, mas isso seria estendido para os demais fármacos dessa classe, como a tadalafila e tantos outros que também atuam da mesma forma como sildenafila. Outra característica importante é o nitroprussiato de sódio, nitroprussiato tem 5 grupamento cianeto associados a um ferro e a um grupamento de óxido nítrico. O nitroprussiato de sódio se decompõe espontaneamente, liberando o óxido nítrico, no entanto resta os cianetos. O cianeto é um elemento altamente tóxico, e uma vez disponibilizado biologicamente ele precisa obrigatoriamente ser metabolizado pelo fígado, e junto a doadores de sulfidrila ser conjugado, ser metabolizado, para que seja formado o tiocianato, esse mais facilmente excretado pela via renal. Portanto, sujeitos que utilizem nitroprussiato de sódio devem ter cautela bastante grande especialmente, uma atenção adicional aos pacientes que tenham algum grau de comprometimento hepático. Um indivíduo hepatopata, que ao administrar nitroprussiato de sódio, dado uma redução do metabolismo hepático, pudesse ter um acúmulo de cianeto, gerando quadros de intoxicação bastante perigosos, onde pudesse ser visto por exemplo desequilíbrios ácidos básicos, e até mesmo arritmia. Também deve-se ter cautela em pacientes que façam uso deste mesmo fármaco, e tem um comprometimento da função renal, como por exemplo insuficiência renal, pois isso comprometeria a excreta do tiocianato, oriundo do metabolismo do cianeto. E o acúmulo de tiocianato poderia conduzir a redução da função renal, desorientação, psicose, espasmos, convulsões e em ambos os casos, seja pelo acúmulo do cianeto ou do seu metabólico tiocianato, poderia ter induzido um estado de óbito, por conta disso muita cautela ao tratarem de um paciente cuja administração de nitroprussiato de sódio esteja presente. A necessidade obrigatória de se monitorar a função hepática e renal, garantido que haja uma adequada metabolização e excreção deste fármaco, para que assim não possam ser observados tanto os efeitos adversos, quanto aqueles listados para o nitroprussiato de sódio. Dentre os benefícios e prejuízos trazidos pelos nitratos, temos aqui a indicação de alguns bastante claros. Os benefícios incluem redução do volume ventricular, redução da pressão arterial, redução do tempo de ejeção total, vasodilatação das artérias epicárdicas, que permitem um maior fluxo sanguíneo, maior aporte de oxigênio aos cardiomiócitos, fazendo com que haja maior fornecimento de oxigênio. Aumento do fluxo colateral, uma redução da pressão diastólica ventricular esquerda, que permite uma redução da pré-carga, decorrente de uma venodilatação. Quanto aos efeitos deletérios e nocivos, temos a possibilidade de serem ativados mecanismos compensatórios que levem a tolerância fisiológico, como por exemplo a taquicardia reflexa e o aumento da contratilidade miocárdica, que por certo fariam com que houvessem uma maior demanda de oxigênio pelo miocárdio, que não seria nem um pouco interessante ao sujeito que já sofresse de angina pectoris. Portanto, cautela e atenção tanto aos benefícios, quanto aos eventuais prejuízos potencialmente trazidos pela administração de nitrato.
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