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1 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia Farmacologia INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA CLÍNICA E ANTIMICROBIANOS CONCEITOS BÁSICOS FARMACOLOGIA: “É a ciência que aborda o estudo das substâncias químicas e as suas interações com sistema biológico”. FÁRMACO: “Substância química com ação terapêutica”. DROGA: “Qualquer substância que modifica a função fisiológica de forma benéfica ou não”. MEDICAMENTO: “Produto tecnicamente elaborado contendo um ou mais fármacos”.Ex: chá é medicamento. REMÉDIO: “Não precisa conter uma substância química”. “Qualquer atividade, ação, atitude associada a felicidade”. DOSE: “Quantidade da substância que modifica a função fisiológica”. Tipos: Dose eficaz, Dose de ataque, Dose de manutenção e Dose letal. POSOLOGIA: “Intervalo entre as doses”. Tem relação direta com a meia-vida do medicamento e com a dose. FORMA FARMACÊUTICA: “Apresentação do medicamento” Ex: comprimido, pomada, colírio, cápsula. FARMACOCINÉTICA Estuda quantitativamente (metodologia matemática) a cronologia (variações no tempo) dos processos de administração, absorção, distribuição, biotransformação e eliminação/excreção das drogas”. É o caminho que a droga faz pelo corpo. A variável básica desses estudos é a concentração das drogas e dos seus metabólitos nos diferentes fluidos e tecidos e excreções do organismo. A via mais rápida é aquela que o medicamento chega mais rápido no seu sítio de ação. Numa droga via oral, a farmacocinética dessa droga, segundo o modelo hipotético, ela vai passar por vários sistemas até chegar ao local de ação, que é a corrente sanguínea. Um comprimido vai pro estômago, porém, não será 100% absorvido lá. Isso é observado em comprimidos revestidos que não será absorvido no estômago, mas sim, no intestino. Outro exemplo é quando o medicamento tem dose X mg. Os X mg não chegará no seu local de ação em sua totalidade, pois uma parte será perdido durante o processo farmacocinético. O comprimido, quando partido ao meio, não vai agir no organismo da mesma forma de quando ele está inteiro. Isso porque, o princípio ativo não vai estar distribuído homogeneamente no comprimido. Ex: Mas uma pessoa hipertensa que toma metade de um comprimido tem a pressão controlada. Isso se deve à constância do uso do medicamento. FARMACODINÂMICA Como o medicamento vai responder no organismo. BIODISPONIBILIDADE É quando o medicamento está pronto para fazer efeito. Usado, por exemplo, para comparar medicamento similar de genérico. ABSORÇÃO DOS FÁRMACOS A absorção de um fármaco, depende da forma farmacêutica, da via de administração e da funcionalidade dos órgãos envolvidos na absorção. FATORES QUE INTERFEREM NA ABSORÇÃO Fisiológicos relacionados ao trato gastrointestinal. ➢ Tempo de esvaziamento gástrico ➢ Trânsito intestinal das formas farmacêuticas ➢ Alterações de pH ➢ Área superficial de contato ➢ Atividade enzimática Características físico-químicas do fármaco. Influência da forma farmacêutica e seus excipientes. TRANSPORTE ATRAVÉS DE MEMBRANAS (a) Permeabilidade passiva transcelular. (b) Transporte mediado por carreadores de membrana. (c) Permeabilidade passiva paracelular. (d) Transporte vesicular. (e) Transporte mediado por carreadores de excreção. (f) Enzimas metabolizadoras. 2 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia Lembrando que o tamanho do medicamento e sua característica química, são fundamentais para o transporte até o local de ação. Exemplificando: A característica da droga (forma molecular: polar, apolar) vai influenciar no transporte e absorção dela. TRANSPORTE VESICULAR Importantíssimo: Essa imagem mostra a forma em que a estatina é transportada, que nesse caso é por endocitose. A maioria dos medicamentos são excretados por via renal. Mas o suor, o leite materno também são outras vias. ANTIMICROBIANOS MECANISMO DE AÇÃO: 1. Inibidores da Síntese da Parede Celular. 2. Inibidores da Síntese de Proteínas. 3. Inibidores dos Ácidos Nucleicos. 4. Inibidores do Metabolismo. INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR MECANISMO DE AÇÃO: 1º Adesão às proteínas ligantes de penicilinas das bactérias; 2º Inibição da enzima transpeptidase; 3º Instabilidade osmótica da célula bacteriana; 4ºPerda da Permeabilidade seletiva pela parede de peptidioglicano; Resumindo: ´´a droga chega na parede celular e afrouxa a parede e faz com que entre água´´. Não deve ser colocado dessa forma na prova. PRINCIPAIS REPRESENTANTE S Penicilinas; Cefalosporinas; Carbapenêmico; Monobactâmicos; Vancomicina; INIBIDORES DA SÍNTESE DE PROTEÍNAS MECANISMO DE AÇÃO: 1º Interrompe o crescimento e a proliferação ao interromper a produção de novas proteínas; 2º Ribossomo (sub unidades 30S e 50s); PRINCIPAIS REPRESENTANTES 30S Aminoglicosídeos: distorce a estrutura causando leitura incorreta do RNAm. Tetraciclinas: impede a ligação do RNAt ao RNAm. 50S Clorafenicol: inibe a formação da cadeia de peptídeos ao inibir a peptidiltranferase. Oxazolidinonas: impede ligação do RNAt ao complexo RNAm + ribossomos Lincosamidas: Impede a translocação (clindamicina). Macrolídeos: Impede a translocação (eritromicina) Estreptograminas: Provoca erro na leitura do códon 3 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia INIBIDORES DOS ÁCIDOS NUCLEICOS MECANISMO DE AÇÃO: 1- Inibidores da Replicação do DNA (Fluoroquinolonas) Interferem na replicação do DNA Inibem as enzimas topoisomerase IV ou a DNA girasse bacteriana 2- Inibidores da Síntese de RNA (Rifampicina/Quinolonas) Inibem a enzima RNA polimerase INIBIDORES DO METABOLISMO MECANISMO DE AÇÃO: GERAL: Inibem o folato impedindo a formação do RNA e DNA 1 – Inibição da Enzima di-hidropteroato sintetase (sulfonamidas) Antagonistas competitivo do para-aminobenzoico (PABA) Compete pela incorporação do ácido fólico 2 – Inibição do diidrofolato redutase bacteriana (trimetroprim) Impede a produção do ácido tetrahidrofólico OBJETIVOS O aluno deve associar o mecanismo de ação dos antimicrobianos a absorção dos fármacos. 2 – Inibição do diidrofolato redutase bacteriana (trimetroprim) - Impede a produção do ácido tetrahidrofólico. 4 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia FARMACOLOGIA DAS DROGAS DE AÇÃO DA CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA INTRODUÇÃO Farmacocinética: É a ação da droga no corpo. Ela será transportada de compartimento por compartimento, que são as vias de administração das drogas, a absorção, distribuição, metabolismo e transformação e a excreção. Farmacodinâmica: É o mecanismo da droga no corpo. São os efeitos que a droga gera no organismo. OBS: Nessa aula só será abordado o Mecanismo de ação dos fármacos. FARMACODINÂMICA Na farmacodinâmica, a droga (quando específica) tem que achar um receptor.. Quando a droga não é específica, ela não tem que achar nenhum receptor, ela realiza a sua ação dependendo de outras situações. Então, toda droga tem que ter uma ação ou uma ação sobre determinado local e, para que ele gere um efeito, pode acontecer de várias formas. A ação pode ser específica ou inespecífica. O efeito é a consequência da ação, clinicamente observável ou mensurável. INTERAÇÃO FÁRMACO -RECEPTOR Na interação fármaco-receptor tem o mecanismo modelo bem simbólico para entender: Tem uma chave que simboliza a droga e uma maçaneta que significa o receptor. Em nível celular, acontece que tem um agonista que se liga ao receptor e produz uma resposta biológica. Esse modelo da chave codificada é um agonista modificadoque produz uma resposta também. Porém, se o encaixe não for tão perfeito, essa resposta pode ser maior, menor ou acontecer um efeito colateral ou algo do tipo. Então isso é um mecanismo básico de ação, quando tem um antagonismo é quando tem algo que impeça a interação. Drogas antagonista impede uma resposta biológica. MECANISMO DE AÇÃO ESPECÍFICA Necessita de uma interação entre o medicamento e um sítio de ação. Ocorre: Enzimas: ativação, inibição ou reativação. Proteínas: Ácidos nucléicos O mecanismo de ação específica são aqueles medicamentos que precisam de um receptor. Todo medicamento que precisa da interação com receptores (proteína, uma enzima, etc), é um medicamento de ação específica, ou então, antagonizar um efeito. Necessitam da ligação a alvos moleculares específicos para desencadear sua ação farmacológica; Apresenta elevado grau de seletividade; A atividade dependerá da interação da estrutura química do fármaco com o sítio de ação específico. Por exemplo: tem os receptores alfa no coração e beta no pulmão. Então, os receptores beta tem uma conformação que só vão se ligar se a conformação do receptor for igual. Se não for, ele não vai se ligar. MECANISMO DE AÇÃO INESPECÍFICA Não ocorre sua interação com receptores específicos, mas resulta de suas propriedades físico-químicas, como grau de ionização, solubilidade, tensão superficial e a atividade termodinâmica. Ex 1: Antiácidos (leite de magnésia) – Apenas neutraliza o Hcl. ▪ Ex 2: Anestésicos gerais inalatórios – Altera a biomembrana por interações do tipo Van der walls Ex 1: A pessoa ingere o leite de magnésia e ele apenas neutraliza, é uma ação química do estômago. Então não precisa de uma de uma interação do fármaco com o receptor. Ex 2: Também tem os anestésicos inalatórios. Então, não tem necessariamente uma interação com a membrana da célula, nem com a força de Van der walls. Ele apenas tem um efeito terapêutico da droga. 5 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia FARMACOLOGIA DAS DROGAS DE AÇÃO DA CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA Local de ação dos fármacos: Arteriais, Venosos, Sistema linfático. Os fármacos agem na circulação periférica nas artérias, veias e sistema linfático, para que haja uma vasodilatação/vasoconstrição ou qualquer outro efeito. EFEITO A NÍVEL ARTERIAL Aumento do fluxo sanguíneo: Alfa-bloqueadores, derivados de ergóticos, inibidores das fosfodiesterase (é um dos focos para estudo) e drogas que aumentam a AMPc. Beta-adrenérgicos: Bloqueadores de canais de cácio, inibidores da enzima de conversão (IECA), simpaticolíticos, e os ganglioplégicos. EFEITO A NÍVEL VENOSO E LINFÁTICO Flebotômicos – Venotômicos A maioria desses medicamentos são fitoterápicos, derivados de plantas que tem estudo comprovado como: - Derivado sistemático de diidroergocritina - Derivados de castanha da índia (tem um efeito muito bom para problema de varizes). - Derivados de rutina - São plantas que tem efeito vasoconstritor/vasodilatador, são bastante usados na terapia atual. - Na prática clínica os médicos suspendiam quando os pacientes eram internados, porque na verdade, não tem um mecanismo de ação específico. INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE - São um grupo de medicamentos que atuam fazendo bloqueio em um ou mais tipos de enzima fosfodiesterase (PDE). - São 11 tipos. Possui ação: Anti-inflamatória, vasodilatadora, estimulante e ionotrópica na insuficiência cardíaca e doenças pulmonares. Mecanismo de ação de APMc GMPc Inibidores da PDE não seletivos: tem como especificidade ser estimulante modulador, broncodilatador, anti-inflamatório. Usado no tratamento de asma e sonolência. Tem as substâncias: Cafeína, Aminofilina, Pentoxifilina, teofilina. Os não seletivos podem agir em qualquer âmbito do corpo, em qualquer célula, podendo ter mais respostas ou mais reações. Inibidores seletivo de PDE1: são mais seletivos, tem ação mais local. São duas ações: neuroprotetor e anti-inflamatório. Usado em transtorno cerebrovasculares. A vimpocetina (vicog) é um exemplo de inibidor seletivo da PDE 1 que é uma enzima que fica no cérebro. Inibidores seletivos PDE 2: são várias enzimas. Inibidores seletivos PDE 3: tem como especificidade aumentar a contratilidade, frequência e velocidade da condução cardíaca, além da vasodilatação. Usado no tratamento de IC e HP. São as Milrinona (primacor) e Citostazol (cebralat). Inibidores PDE 4: é um anti-inflamatório, usado em tratamento para DPOC, asma e Rinite. É o Roflumilaste (daxas). Inibidores seletivos da PDE 5: tem especificidade em vasodilatação, disfunção erétil e HP. São os famosos Viagra e Cialis. Inibidores seletivos PDE 6: tem especificidade na retina. São os colírios. Inibidores seletivos PDE 7: é a quinazolina que é pouco usado, se usa mais na indústria. -Seriam 11 tipos, mas as outras estão inclusas nas enzimas. 6 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia PROSTANOIDES - Os prostanoides são eicosanoides (ácidos graxos de 20 carbonos) sintetizados via da ciclooxigenase (COX) da cascata de ácido ARAQUIDÔNICO. - Pertencem a este grupo de prostaglandinas (mediadores da vasoconstrição). -Existem três séries de prostanoides, e cada uma provém de um ácido graxo diferente (da família dos w-6 e w-3). - Os prostanoides têm uma função fundamental como mediadores em vários processos, entre eles a inflamação, e agregação plaquetária, a vasoconstrição e vasodilatação, assim como na regulação do transporte de água e íon, na mobilidade gastrointestinal e na atividade dos neurônios. - Existem três famílias eicosanoides: os prostanoides (prostraglandinas, prostaciclinas e tromboxanos), leucotrienos, lipoxinas. BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DA ENDOTEL INA - A endotelina é um potente vasoconstritor, ativando-se ao se ligar aos seus receptores (ET-A e ET-B) encontrados nas células endoteliais e células musculares lisas vasculares. Receptores ET-A: são predominantemente encontrados nas células musculares lisas dos vasos, e induzem a vasconstrição pelo aumento intracelular de cálcio. Receptores de ET-B: são encontrados nas células endoteliais, e estimulam a liberação de vasodilatadores como a prostaciclina e o óxido nítrico. No entanto os receptores ET- B também estão nas células musculares lisas vasculares, estimulando a vasoconstrição e hiperplasia celular. - Em condições fisiológicas, o efeito predominante de endotelina no receptor ET-B é de vasodilatação, mas em situações patológicas, predomina o efeito vasoconstritor mediado pelo receptor ET-B nas células musculares lisas. OBS: Consertar no material enviado para estudo, o medicamento ambizetrana não está ainda em pesquisa, e sim sendo usada no mercado. O arsenal terapêutico disponível para o tratamento da Hipertensão Arterial Pulmonar apresentou um desenvolvimento extremamente significativo a partir da década de 1990, quando novas drogas foram desenvolvidas tendo como base a fisiopatologia da HAP. - ANTICOAGULAÇÃO: pacientes com HP têm maior risco de trombose in situ, seja pela diminuição do fluxo sanguíneo pulmonar como pelo estado de hipercoagulabilidade observado nestes pacientes. - DIURÉTICOS: O uso de diuréticos visa ao controle do edema nos pacientes com HAPI, edema este, secundário, tanto ao aumento do volume intravascular dos pacientes com disfunção ventricular direita grave, quanto ao uso de altas doses de bloqueadores de canal de cálcio. - DILATAÇÃO E ANTI-REMODELAÇÃO VASCULAR PULMONAR: A utilização de drogas com ação sobre a circulação pulmonar é a base dessa fase de tratamento. Vários estudos sugerem que a vasoconstrição pulmonar é um dos mecanismos envolvidos na patogenia da HAP, com hipertrofia da camada média, diminuiçãoda produção de vasodilatadores pelo endotélio pulmonar (prostaciclinas e óxido nítrico) e aumento da produção de vasoconstritores (endotelina). - Os medicamentos agem inibindo esse mecanismo, agem evitando que o óxido nítrico seja diminuído nessa região, fazendo com que mantenha essa produção normaa naquela região. - BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO. Usa-se os bloqueadores de canal de cálcio rotineiramente, pois, ao bloquear os canais, age a nível cardíaco, auxiliando na vasodilatação. INIB IDORES DA FOSFODIESTERASE 5 - O sildenafil, um inibidor da fosfodiesterase 5, aumenta o GMPcíclico, prolongando o efeito vasodilatador do óxido nítrico. - Um estudo com dez voluntários sadios em uso de 100 mg de sildenafil mostrou menor aumento na pressão arterial pulmonar quando submetidos à hipóxia. - Desde então, vários relatos de casos e estudos experimentais têm sugerido efeito benéfico do sildenafil na HAP e no tromboembolismo pulmonar crônico. - Tem alguns estudos que mostra que ele tem respostas boas relacionada a diminuição da pressão pulmonar. DERIVADOS DA PROSTACICLINA -Além de potentes vasodilatadores, os prostanóides inibem a agressão plaquetária e diminuem a proliferação das células musculares lisas. Em virtude do número de estudos realizados com essa classe de medicamentos e dos diferentes níveis de evidência entre as drogas, segue separadamente: - EPOPROSTENOL: Mostraram benefícios do seu uso em pacientes com HAP idiopática ou associadas à doença do colágeno. Houve melhora, observa-se diminuição da pressão da artéria pulmonar média e da resistência vascular pulmonar, e aumento da capacidade ao exercício. - O epoprostenol, por possuir meia-vida curta (3ª 5 minutos), necessita de ser administrado por via intravenosa (cateter venoso central de longa permanência), de forma contínua através de bomba de efusão. É necessário o aumento gradual da dose infundida, e há risco de morte caso a medicação seja interrompida abruptamente. Outras complicações são inerentes à manutenção do cateter venoso central, com sepse e trombose. Embora seja a única droga que tenha evidência melhorada sobrevida em um estudo prospectivo e controlado, o custo e as complicações relacionadas ao epoprostenol trazem à 7 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia tona a discussão sobre a viabilidade de seu uso em nosso meio, nas atuais condições socioeconômicas. - TREPROSTINIL: O treprostinil é um análogo da prostaciclina, que permite a infusão subcutânea. Em estudo controlado e randomizado, entre pacientes com HAPI secundárias à doença do colágeno e a síndrome de Einsenmenger, o grupo em uso de troprostinil apresentou pequeno ganho na capacidade ao exercício, no grau de dispneia e nos parâmetros hemodinâmicos, - ILOPROST: É um análogo estável da prostaciclina, e pode ser administrado por via inalatória, o que minimiza a vasodilatação sistêmica. TRATAMENTO PRIMEIRA LINHA Consideramos o uso dos inibidores de endotelina, mais especificamente a bosentana, como primeira droga a ser utilizada nos pacientes sem contraindicação a seu uso. Inicia-se o tratamento com 62,5 mg duas vezes ao dia por duas a quatro semanas, após controle de enzimas hepáticas, e a depender do peso do paciente, progride-se a dose para 125 mg duas vezes ao dia. Os pacientes que apresentam piora clínica ou efeitos colaterais em vigência do tratamento com bosentana são considerados ao uso da segunda linha de tratamento. Exemplo: desenvolver uma hepatite medicamentosa, tem que partir para a segunda linha de tratamento. - Não são tão indicados, pois são medicamentos de alto custo. SEGUNDA L INHA Consideramos o uso da sildenafila como segunda opção no manejo de pacientes com HP. Desta forma, são candidatos ao uso os pacientes que apresentarem contraindicação aos inibidores ou ainda que apresentaram efeitos colaterais refratários durante o seu uso. Muitas vezes o paciente já entra para segunda linha de tratamento direto, isso porque a sildenafila tem um manejo melhor, e é mais barato. Tem efeito parecido e poucos efeitos colaterais comparado com os medicamentos de primeira linha. TERCEIRA LINHA Consideramos o uso iloprost como terceira opção no manejo com HP, ou como primeira opção para manuseio de pacientes em que a administração oral não é possível. Dose utilizada nos estudos clínicos controlados foi de 10ª 150 mg por dia, divididos em seis a nove inalações, com o uso de inaladores nos quais a capacidade de dispersão de partículas é conhecida, a fim de se garantir que uma dose efetiva de 5 mg atinja a capacidade oral em cada inalação. Desta droga, são candidatos ao uso do iloprost os pacientes que apresentarem deterioração clinica durante o uso da primeira e/ou segunda linha de tratamento e ainda os pacientes cuja administração oral está comprometida, ressaltando-se aqui os pacientes em regime de terapia intensiva que tenham perspectiva terapêutica. É pouco utilizado. Muitas vezes o paciente tem problemas hepáticos ou outro problema mais grave que é contraindicado. Com isso, o médico vai para a segunda ou a primeira linha de tratamento. TERAPIA COMBINADA Até o momento, não existem evidências que suportem a terapia combinada de forma rotineira, embora exista razão fisiopatológica que embase seu potencial. Vários estudos estão em andamento, combinando drogas de diferentes mecanismos de ação. Até o resultado desses estudos, o uso de terapia combinada deve ser considerado como exceção, reservado para casos refratários às terapias disponíveis, usadas isoladamente. TRATAMENTO CIRÚRGICO Terapêuticas, os critérios de indicação do transplante pulmonar na HP passam por um grande processo de adaptação. De forma geral, o paciente deve ser encaminhado para centros de referência no tratamento de HP para que a avaliação conjunta possa determinar os critérios de falência de tratamento. Determinada a falência de tratamento clínico, o paciente dever ser encaminhado para seguimento em um centro de transplante pulmonar. 8 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia FARMACOLOGIA DOS DIURÉTICOS Sumário: - Distribuição dos fármacos. - Potência dos fármacos. - Fisiologia renal. - Definição de diuréticos. - Classificação dos diuréticos e mecanismos de ação. - Efeitos adversos e interações medicamentosas dos diuréticos. DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS Quando o mecanismo entra no organismo ele precisa ser transportado para um local de ação. Quem transporta os medicamentos no nosso corpo são as proteínas plasmáticas, que podem ser, na sua grande maioria, a albumina. BIODISPONIBIL IDADE: É quando a droga já está pronta para fazer ação/ efeito. É quando a droga já está na corrente sanguínea ligada a proteínas plasmáticas ou não e irá realizar a sua ação. É quanto tempo a droga vai estar pronta para fazer efeito. Ex. dipirona via oral (demora certo tempo pra chegar até a corrente sanguínea. A biodisponibilidade tem o tempo médio de 30 minutos). Uma droga via oral vai passar pelo estômago até chegar na corrente sanguínea. Uma droga via venosa cai diretamente na corrente sanguínea e vai direto para o seu local de ação. Depois que a droga chega na corrente sanguínea, como é que ela chega no seu receptor, local de ação, célula alvo? Através das proteínas plasmáticas. Essas proteínas são específicas para o transporte. G RAU DE LIG AÇÃO ÀS PROTEÍNAS PL ASMÁTICAS O grau de ligação das proteínas plasmáticas é o que influencia no tempo, na meia-vida da droga e nos efeitos colaterais. Fármaco A - 90% de ligação = 10% livre. Os 10% livre é que são os 10% responsáveis por fazer a ação terapêutica naquele momento. O fármaco solta de 10 em 10%, até o medicamento ser utilizado totalmente no organismo. Fármaco B - 70% de ligação = 30% livre. 70% está preso a proteína e 30% está livre para fazer o efeito terapêutico. A fração livre á a fração que está pronta para ir pro receptor e fazer o efeito terapêutico. Quanto maior o grau de ligação, menor a fração livre. - Os medicamentos precisam de carreadores/transportadores (proteínas plasmáticas). Em relação ao grau de ligação a essas proteínas, o que importa não é o quanto se liga, e sim o que está disponível (livre). Resumo: Depois da corrente sanguínea, a droga vai até os receptores pelas proteínas plasmáticas. Essas proteínas e receptores plasmáticos interferem na meia vida. Se os receptores segurarem a proteína por um tempo maior, eles podem interferir na meia vida. No caso da distribuição dos fármacos, a proteína plasmática interfere na meia vida, pois quanto mais droga livre, menor é a meia vida da droga. Se eu tenho 10% livre, daqui que consuma 90% da proteína vai levar mais tempo. No fármaco B, eu já entro com 30% livre, necessitando de um tempo menor para que seja consumida. Quanto maior o grau de ligação, maior a meia vida. O grau de ligação é muito usado em posologia, para se descobrir de quanto em quanto tempo vai usar o fármaco. POTÊNCIA DOS FÁRMACOS • Quando se tratar do mesmo fármaco, a dose influencia na potência do fármaco. Dose maior, maior potência. • Quando se trata de fármaco diferente, a dose não define o fármaco mais potente. Ex. Às vezes, o ibuprofeno só precisa de 300mg para fazer um efeito, muitas vezes até maior que o paracetamol de 750. Analisar o grau de ligação dele a proteína plasmática (relação com potência e efeito). Ex 1: Ex 2: Resumo: Os fármacos se ligam a proteínas plasmáticas, que o transportam para a corrente sanguínea e daí para o local de ação. Não chega o fármaco inteiro (ex.300g de ibuprofeno) no receptor. Existe uma fração livre que vai fazer a ação terapêutica, que em geral, vai durar em torno de 8 a 12 horas, até que eu tome a segunda dose. A potência só é comparada quando os fármacos são diferentes. Quando o fármaco é igual eu comparo as doses (quanto maior a dose, maior a potência). Quanto maior a ligação a proteína, menor a biodisponibilidade (droga no sangue). A droga disponível é a fração livre. Ex: caso clínico: Se uma paciente tem hipoalbuminemia, qual vai ser a consequência de um medicamento no organismo dela? Se eu sei que o efeito depende da ligação do medicamento a proteína plasmática em níveis normais... Se ela tem diminuída, eu vou ter mais droga livre e, consequentemente, uma maior biodisponibilidade. Pode acontecer uma toxicidade alta e uma meia vida alterada. Tem drogas que se ligam apenas 5% às proteínas plasmática, enquanto que 95% já vai logo fazer a ação. FISIOLOGIA RENAL A diferença de cada diurético é o local e o tempo de ação, mas todos com o mesmo objetivo de eliminar o sódio na urina. Algumas drogas agem no túbulo proximal, outras na alça de Henle, outras do túbulo distal, outros dos ductos. 9 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia TCP (túbulo contorcido proximal): 67% do sódio; HNO3; Potássio ; Glicose DEFINIÇÃO DE DIURÉTICOS ▪ Fármaco que causa o aumento do volume urinário. ▪ Volemia. ▪ Hipertensão. O diurético é utilizado para jogar líquido para fora. CLASSIFICAÇÃO DOS DIURETICOS DIU RÉTICOS OSMÓTICOS • Mecanismos de ação: aumento da osmolaridade do líquido tubular. É o único da classe que tem ação inespecífica. Ele apenas chega na célula e cria pressão osmótica no interior do túbulo impedindo a reabsorção de água. Mudança da osmolaridade → liberação de sódio pelo organismo. • Local de ação: TCP (ação mais devagar. Apenas 5%)) e alça de Henle (95%) • Representantes: ➢ Manitol (I.V): É a droga mais importante. Medicamento bastante utilizado como diurético osmótico porque tem uma função de aumentar a secreção do sódio, potássio, eletrólitos em geral, e bicarbonato. O bicarbonato que é liberado é um tamponador do sangue e o deixa mais ácido, podendo causar a acidose metabólica. ➢ Uréia (I.V) ➢ Glicerina (V.O) ➢ Isossorbida (V.O) • Efeitos: Aumenta excreção de Na⁺, K⁺, Ca⁺⁺, Mg, Cl⁻, HCO3⁻, Fosfato • Uso terapêutico: Insuficiências Renal Aguda (tem que haver estimulação do néfron para que ele volte a funcionar normalmente), crise aguda de glaucoma, edema cerebral • Principais Efeitos Colaterais: ➢ Acidose Metabólica: Causada pelo excesso de bicarbonato. ➢ Litíase (insolubilidade do cálcio na urina); ➢ Hiperamonemia (alcalinidade da urina): A amônia deixa de ser absorvida. ➢ Hipocalemia (Aumento de sódio); INIB IDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA (AC) São pouco utilizados como diuréticos. Uso mais restrito! São mais utilizado para pacientes com glaucoma... A anidrase carbônica está dentro e fora da célula. Quando você usa um medicamento com a finalidade de inibir a AC, inibe tanto dentro quanto fora. A anidrase tem como finalidade agir sobre o bicarbonato, fazendo com que o bicarbonato seja impedido de entrar na célula. A enzima que converte bicarbonato em água e gás carbônica é a enzima carbônica. A finalidade do medicamento é inibir a AC, deixando uma quantidade maior de bicarbonato livre (atrai o sódio). Toda vez que você tem sódio excretado, você tem bicarbonato também. Um atrai o outro. • Mecanismo de ação: Inibindo a ação da AC. • Local de ação: Túbulo Proximal. • H2CO3 -> H2O + CO2 • Mecanismo: enzima catalizadora da conversão do bicarbonato em água e gás carbônico; • Inibindo a anidrase inibe a reabsorção do Na⁺; • Risco: Acidose sanguínea; • Representante: Acetazolamida • Uso Terapêutico: Glaucoma, Edema, Alcalose Metabólica Utilizado em colírios porque tem a anidrase carbônica na retina. A Acetazolamida diminui a pressão intraocular. INIB IDORES SIMPORTE NA⁺/K⁺/2CL⁻ OU DIUR ÉTICOS DE AL ÇA 10 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia São hoje os mais potentes e mais utilizados. Conseguem mexer em muitas partes no néfron. Conseguem eliminar cerca de 25% de sódio, cálcio, magnésio. Age também na zona impermeável. • Mecanismo de ação: Inibição do transportador • Local de ação: Ramo ascendente da AH • ERA: 25% Sódio, Ca, Mg, Impermeável • Furosemida: ela inibe o transportador simporte de sódio/potássio/cloreto. Ação sobre Anidrase carbônica e também no edema Agudo de Pulmão (retirada de líquido). É um mecanismo simples. O diurético chega no canal, faz o bloqueio, impede a entrada do sódio e o joga para fora. Impede a entrada dos eletrólitos, como magnésio, cloreto... Ela é potente porque age em vários locais: inibe anidrase, age na alça fazendo a água e sódio ter volume maior • Mais potentes; São mais potentes porque consegue mexer em mais partes do nefron. • Excreção urinária: aumento de Na⁺, Ca2⁺ Mg2⁺, Cl, H⁺ e diminuição do ácido úrico; • Efeito sobre as PGE2 (fosfodiesterase 2)– venodilatação • Efeitos Colaterais ➢ Alcalose Metabólica (perda de sódio → urina alcalina); ➢ Hipomagnesemia; ➢ Ototoxicidade; Sempre associada a alguns fármacos. Ex. antibióticos. Anfotericina B + diuréticos. ➢ Hiperurecemia (baixa reabsorção); Quando você bloqueia um canal desse, você bloqueia tanto a entrada quanto o retorno. ➢ Hipocalemia; INIB IDORES SIMPORTE NA⁺/K⁺ OU TIAZIDICOS Basicamente o mesmo efeito do simporte com cloro dos diuréticos de alça. Ação menos potente. Se limita a bomba. Não tem ação sobre a anidrase. Inibe apenas o fluxo de sódio e potássio. • Mecanismo de ação: Inibir o fluxo de Na e K. Inibe a ação do receptor do simporte de sódio e potássio. • Local de Ação: Túbulo distal • Representantes: Hidroclorotiazida. • Efeitos Colaterais ➢ Alcalose Metabólica; ➢ Hipolacalemia; ➢ Hiperurecemia; ➢ Hiperglicemia: A ação é no local onde absorve glicose, deixando mais glicose livre.➢ Hiperlipidemia (LDL) ➢ Hiponatremia; DIU RÉTICOS POU PADORES DE POTÁSSIO São específicos. Tem a mesma finalidade. 1- Antagonistas da Aldosterona. 2 – Inibidores do canal Na+ renal. O resultado final é igual. Ação da aldosterona e ação na ENAC. Uso terapêutico: Edema, HAS, Hiperaldosteronismo secundário. Efeitos Adversos: Hipercalemia, Acidose Metabólica, Efeitos estrogênicos (Ginecomastia, Irregularidade menstruais, Impotência, alteração da voz. ANTAGONISTA DA ALDOSTERONA Mecanismo de ação: Faz com que a aldosterona não tenha seu efeito. Inibir a reabsorção do sódio no ducto coletor Local de Ação: Ducto coletor Representantes: Espironolactona. Estimula a aldosterona a antagonizar o canal renal → potássio fica dentro da célula e o sódio fica fora da célula. INIBIDORES DO CANAL NA⁺ RENAL Mecanismo de ação: Inibir a reabsorção do sódio no ducto coletor Local de Ação: Ducto coletor Representantes: Amilorida. Se liga no canal e ela mesma faz efeito. Não precisa se ligar a aldosterona. Impede a saída de potássio da célula e deixa o sódio lá fora. EFEITOS ADVERSOS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DOS DIURÉTICOS Os diuréticos de alça tem uma potência maior. Ex.furosemida (ação em vários locais do néfron). 11 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Farmacologia Às vezes não é necessária uma droga tão potente, podendo ser utilizado um diurético mais simples. Não se usa poupador de potássio com inibidor de sódio. Poupar potássio e liberar sódio causa problema. O potássio e o sódio estão sempre em ambientes distintos. Se um está dentro o outro está fora. Se o paciente estiver perdendo potássio em excesso, você usa o poupador de potássio. Os poupadores de potássio são associados aos diuréticos, como por exemplo, inibidor do sódio e cloro. Segura o potássio e o sódio vai sendo liberado aos poucos. Principais efeitos: Podem diminuir os efeitos dos agentes uricosúricos e dos hipoglicemiantes; Podem aumentar os efeitos dos digitálicos (intoxicação digitálica); Existem muitos íons na corrente sanguínea. Pode haver uma intoxicação. A efetividade terapêutica pode ser alterada por AINE (anti- inflamatórios não esteroides. Ação específica. A excreção renal pode atrapalhar a eficácia de alguns desses AINES); A anfotericina B e os corticosteroides; Podem surgir taquiarritmias ventriculares quando associados com a quinidina (potencialmente fatal); Podem aumentar a hipocalemia; Podem causar toxicidade ao lítio.
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