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1 GABI VIEIRA MED FIPGBI 2022.1 PERGUNTA: Os surtos reacionais representam episódios inflamatórios que se intercalam no curso crônico da hanseníase. Devem ser prontamente diagnosticados e tratados. Encaminhe aqui uma resenha (texto) definindo as reações do Tipo 1 e do Tipo 2. A hanseníase é uma doença bacteriana crônica, infecto contagiosa, onde, seu agente etiológico é Mycobacterium leprae, que infecta nervos periféricos, em particular, as células de Schwann. Essa patologia afeta principalmente a face, pescoço, terço médio dos braços e os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos abaixo dos cotovelos e joelhos, mas também pode afetar os olhos e órgãos internos como testículos, ossos, baço e fígado. Seu tratamento, é baseado na associação de medicamentos, poliquiomioterapia (PQT), conhecidos como Rifampicina, dapsona e clofazimina, que interrompe a transmissão e previne deformidades, porém, em alguns pacientes existem complicações, conhecidas como as reações, onde precisam de tratamento adicional. Deve-se iniciar o tratamento já na primeira consulta, após a definição do diagnóstico, se não houver contraindicações formais. A reação hansênica é uma complicação inflamatória aguda que se manifesta como uma emergência médica, é considerada uma das principais causas de morbidade e disfunção neurológica, podendo ocorrer antes, durante ou após o tratamento poliquimioterápico. Normalmente seguem gatilhos como o início do poliquimioterápico, emocional, reexposição a fontes bacterianas, gravidez, infecção, vacinações, uso de medicamentos iodados e estresse físico. A reação hansênica do tipo 1, é também chamada de reação reversa. É acometida pelo aumento da atividade do sistema imunológico, onde combate as bactérias da hanseníase e os restos de bacilos mortos que ali se encontram fazendo com que haja um processo inflamatório agudo, eliminando qualquer bacilo no corpo, principalmente na pele e nos nervos. Pacientes com hanseníase paucibacilar (PB) e pacientes com hanseníase multibacilar (MB) podem ter reação do tipo 1. A reação do tipo 1 ocorre dentro dos seis primeiros meses de tratamento. Alguns pacientes podem ter reação do tipo 1 antes de iniciar o tratamento baseado na associação de medicamentos, ou seja, antes mesmo do diagnóstico da hanseníase. A reação pode ser o primeiro sinal de hanseníase e ser a razão do paciente procurar ajuda. A reação do tipo 2 possui de forma mais frequente sua manifestação clínica o Eritema Nodoso Hansênico (ENH). Acontece quando uma grande quantidade de bacilos da hanseníase é morto e gradualmente decomposto e suas proteínas provocam uma reação imunológica. Uma vez que estas proteínas estão na corrente circulatória, a reação tipo 2 poderá envolver vários órgãos do corpo, causando sintomas generalizados. Ocorre nas formas Virchowiana e Dimorfa- Virchowiana, com maior frequência após o tratamento, mais ou menos depois de seis meses. Caracteriza-se por nódulos eritematosos, dolorosos, que podem ulcerar e evoluir com necrose e acometer todo o tegumento. Em outras palavras, a reação do tipo 2, é uma reação inflamatória aguda, sistêmica, que envolve a formação de imunocomplexos que circulam pelo sangue periférico, reação de hipersensibilidade do tipo III. É reconhecido como multibacilares, pois o hospedeiro apresenta grandes quantidades de bacilo ocasionado por uma resposta imune deficiente. A ocorrência da reação do tipo 2 é provocada pelo depósito de complexos imunes nos tecidos e alteração da resposta imunológica mediada por células, levando a uma hiper-reação fora da célula, ao mesmo tempo que os bacilos estão em ambiente intracelular. Elevadas concentrações de anticorpos contra frações antigênicas do M. leprae, como o anticorpo anti-PGL-1, são observadas nas formas com alta carga bacilar. A reação do tipo 2 é mais frequente do que a reação do tipo 1 e ela ocorre durante os primeiros três anos depois do início da poliquiomioterapia. Seu sinal mais comum são os nódulos subcutâneos. Possui também um processo inflamatório, de forma que esses nódulos são vermelhos e dolorosos. Sua quantidade vai depender e acomete mais as pernas e braços. REFERÊNCIAS: (USAR NORMAS ABNT) FOSS, Norma Tiraboschi. Episódios reacionais na hanseníase. Medicina (Ribeirão Preto), v. 36, n. 2/4, p. 453-459, 2003. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/764/777. Acesso em: 30 de maio de 2022. VIRMOND, M. Hanseníase: Episódios Reacionais. Projeto Diretrizes, Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina,[online], p. 4-9, 2003. Disponível em: https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/hanseniase-episodios- reacionais.pdf. Acesso em: 30 de maio de 2022. ARAÚJO, Marcelo Grossi. Hanseníase no brasil. Revista da sociedade brasileira de medicina tropical, v. 36, n. 3, p. 373-382, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/335vHvt6zgPfyXb7vnChvQJ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 30 de maio de 2022. https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/764/777 https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/hanseniase-episodios-reacionais.pdf https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/hanseniase-episodios-reacionais.pdf https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/335vHvt6zgPfyXb7vnChvQJ/?format=pdf&lang=pt
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