Prévia do material em texto
NEUROEDUCAÇÃO UNIDADE II NEUROEDUCAÇÃO Elaboração Prof.ª Ms. Claudia Menezes Nunes Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................4 UNIDADE II NEUROEDUCAÇÃO ...............................................................................................................................................................................7 CAPÍTULO 1 NEUROEDUCAÇÃO, FUNÇÕES E APRENDIZAGEM ........................................................................................................ 11 CAPÍTULO 2 FUNÇÕES COGNITIVAS, EXECUTIVAS E APRENDIZADO ............................................................................................. 15 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................24 INTRODUÇÃO Século XXI. Estímulos de toda sorte. No cérebro e nervos, múltiplos processos físicos e químicos criando inúmeros efeitos intangíveis da consciência, do pensamento, da imaginação, da memória, da intenção, da emoção, da personalidade. Sendo assim, com a Neuroeducação, sabe-se, com certeza, que os alunos aprendem de formas diferentes. Não há receita de bolo, nem um único método ideal para todos. Há atenção à intenção diante das diversas estratégias de aprendizagem a serem usadas de acordo com a necessidade de cada um deles. Ideia central desta apostila: romper com a perspectiva do aprendente ideal e estabelecer vínculos reais, com aprendentes reais, cujas necessidades de aprendizagem são diversas e singulares porque se coadunam com suas vivências emocionais e experiências reais. Espero que gostem. Espero que tenham uma viagem muito intrigante pelos sistemas nervosos daqueles que, em formação, precisam de maior atenção, carinho e limites em nossas posturas e atitudes profissionais, todos os dias. Objetivos » Compreender e desenvolver aprofundamentos às questões relacionadas ao funcionamento do cérebro e à dinâmica e aos papéis do sistema nervoso na recepção de informações, suas interpretações e formas de elaboração de respostas em função do acontecimento do processo de aprendizagem, ainda que diante dos transtornos de aprendizagem e de desenvolvimento, e levando em consideração os diferentes gêneros. » Apresentar as bases anatômicas e fisiológicas do cérebro em sua sinergia com o mundo de maneira a compreender como o aprendente aprende. » Discutir formas de incentivar a aprendizagem diante dos transtornos, principalmente os de desenvolvimento. » Ressaltar a importância do conhecimento neurocientífico na proposta de estabelecer novos comportamentos à ação de ensinar. » Construir um panorama biopsicossocial em que se perceba como o aprendente aprende, afinal todos são influenciados e modificados pelas experiências no/com o mundo. » Adquirir noções da fisiologia do encéfalo e estabelecer relações com os fatores biopsicossociais intrínsecos e extrínsecos do desenvolvimento humano, tais como: o cognitivo, afetivo, emocional e relacional. » Facilitar a (re)organização e o (re)equilíbrio do sujeito ao ambiente em seu processo de seleção e adaptação ao meio. 7 UNIDADE IINEUROEDUCAÇÃO Cosmo, caos, natureza. Como explicar a estreia humana no cenário terráqueo? Força do trovão ou dos ventos? Força da genética? Forças das águas? Transformação do carbono? Diante do desconhecido, opções nunca faltaram para o estabelecimento de parâmetros científicos que justificassem a presença humana na Natureza. Ainda assim é importante lembrar: humanos são ‘mutações genéticas expostas ao teste de seleção natural’ (OLIVEIRA, 2003, p.11) para todo o sempre. (NUNES, 2012, p.95). Neuroeducação? Neurociência na Educação? Neuropedagogia? Neurociência Pedagógica? Muitos nomes para a descoberta do cérebro como a principal tecnologia humana, com estruturas em movimento associativo constante, diante dos tantos estímulos eletroquímicos (informações) a que é acometido. Então alguns conceitos: Neuroeducação pode ser entendida como uma metodologia capaz de favorecer a realização de intervenções nas matrizes dos sistemas cerebrais voltadas à mudança de comportamento até o estabelecimento do conhecimento. É um processo que reorienta as ações e direções dos grupos de neurônios, modificando a programação genética e possibilitando integrações entre formas de cognição, de emoção e de ação física, no intuito de transformar e aprender. E também é uma neurotecnologia, com estrutura mecânica quântica, criada para facilitar a realização de intervenções na malha de informações do sistema mental e otimizar o funcionamento das matrizes de inteligência, no mapa holográfico cerebral, através de modificações na programação de decodificadores neurológicos “mal programados”, além de possibilitar o desenvolvimento de novas codificações17. Aplicada em grande escala na população escolar, a Neuroeducação contribui para minimizar a evasão escolar, o desinteresse em aprender e as limitações que contribuem para a falta de oportunidade de uma vida melhor. Especificamente, a ‘Neuroeducação’ foi criada pela neurocientista Susan Leibig, com alguns propósitos-base: » Estender estudos quanto à “genialidade” humana no campo da educação, capazes de corrigir as dificuldades de aprendizagem, tornando o ato de 17 Fonte: http://www.neuroeducacao.com.br/susanleibig/conhecaneuropg.htm. Acesso em: 2 ago. 2020. 8 UNIDADE II | NEUROEDUCAÇÃO aprender algo prazeroso, ao alcance de todos e capaz de criar motivações, autodidatismos e mais curiosidade. » Oferecer instrumentos para favorecer a inclusão social, capaz de extrair o máximo do potencial funcional de cada indivíduo, qualificando competências e habilidades intrínsecas. » Contribuir para minimizar a evasão de escolas, o desinteresse em aprender e as limitações trazidas do meio ambiente, como baixa autoestima, emoções disfuncionais, falta de oportunidades. No século XX, quanto à Neuroeducação, entende-se que este campo interdisciplinar, combinado à neurociência, psicologia, educação, por exemplo, ajudam a entender processos cognitivos e emocionais; além de oportunizar o pensamento e a criação de estratégias pedagógicas mais adequadas. É, então, mais uma vez, uma ‘sugestão teórica’ que pode ajudar a pensar o nosso tempo, nossos aprendentes e em possíveis mudanças nas práticas pedagógicas. Em outra perspectiva, com a Neuroeducação, é possível compreender dificuldades e transtornos do neurodesenvolvimento e de aprendizagem que possam afetar a construção do conhecimento dos aprendentes na escola e ao longo da vida. Neuroeducação como “sugestão teórica” é um campo fértil para que educadores, de forma mais pertinente, identificar vários comportamentos disfuncionais. Em várias pesquisas na área, observou-se que a Neuroeducação engloba também o estudo de doenças comuns ou raras, tais como: dislexia; discalculia; gagueira; desordem de atenção e hiperatividade; disfunção cerebral mínima; retardamento mental; disfunções no desenvolvimento; dificuldades de aprendizagem; deficiências da visão e audição; lesão cerebral; dispraxia; doenças mentais como depressão, ansiedade etc. Mesmo assim, quando o foco é a aprendizagem em si, palavras como pensamento, consciência, criatividade, inteligência, curiosidade, atenção, memória, linguagem são mais cotejadas e estudadas quando se pretende estimular a aprendizagem na sociedade atual. Mas para isso é preciso saber como o aluno aprende. Quais são suas particularidades contextuais? Será que tem algum conhecimento prévio? Como trabalhar suas habilidades e competências? É importante traçar o perfil emocional e cognitivo dos aprendentes para que se elenque estratégias pedagógicas eficazes para superar dificuldades. Como começar? Pelo entendimento do quesejam PERCEPÇÃO e SENSAÇÃO. Já pensaram em programação e reprogramação? Assim funciona nosso sistema nervoso, junto às linguagens genéticas, sensoriais e emocionais, por causa dos 9 NEUROEDUCAÇÃO | UNIDADE II estímulos cuja início constrói aspectos como a percepção e a sensação, ambos agindo por CONVERSÃO das informações oferecidas (e decodificadas). Todo organismo faz uma interpretação sistêmica em que impossível determinar suas extensões. Logo um neuroeducador torna-se um reprogramador das atividades neuronais, de forma a funcionarem com a excelência necessária a cada singularidade aprendente. Howard Gardner, Daniel Coleman, Antonio Damásio, Henry Wallon, David Auzubel entre outros reinauguraram a ideia da capacidade humana de aprender de forma significativa quando as informações enredam inteligências, emoções, memórias, linguagens etc. Nesta perspectiva, o aprendizado desenvolve matrizes cuja manifestação é também muito ramificada em sociedade: temos inteligências diversas ou temos eficiências variadas. Sem nos estendermos muito: o foco do trabalho do neuroeducador é identificar os limitadores matriciais que produzem baixos rendimentos de aprendizagem e reestruturá-los, levando a matriz de inteligência a expressar o máximo de seu potencial através de atividades significativas e desafiantes, sabendo como o sistema nervoso funciona. Princípios da neurociência com potencial aplicação no ambiente de sala de aula. Figura 18. Princípios da Neurociência e sala de aula. Fonte: http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2013/07/neurociencia-na-educacao.html. 10 UNIDADE II | NEUROEDUCAÇÃO Aprendizagem e educação têm íntima ligação com o desenvolvimento do cérebro, já que, segundo Relvas (2009), uma aprendizagem só é formativa na medida em que opera transformações na constituição daquele que aprende. O cérebro é moldável aos estímulos do ambiente. Pereira ((2012) nos lembra que Comenius (1592-1680) já prenunciava a importância desses estímulos para fundamentar um ensino e uma aprendizagem que fossem mais fáceis, a saber: » Começar cedo, antes da corrupção das inteligências. » Proceder das coisas gerais às mais particulares; e das coisas mais fáceis para as mais difíceis. » Dar sentido e importância para a vida a todas as coisas que forem ensinadas. Nesta perspectiva, de acordo com Pereira (2012, pp.158-159), alguns autores são relevantes como: » Carl Rogers: o papel do professor é facilitar a aprendizagem. » David Ausubel: preocupação com a aprendizagem verbal. Mas o que mais se faz lembrar dele é o Mapa Conceitual (o aprendizado se faz em termos de construção de uma trama cognitiva). » Jerome Bruner: a aprendizagem é um processo ativo no qual os aprendizes constroem novas ideias ou conceitos baseados nos conhecimentos anteriores. » Chris Argyris: é uma teoria de mudança pessoal orientada para a educação profissional, onde a aprendizagem volta-se para a mudança de valores subjacentes, encaminhando para o processo progressivo de solução de problemas complexos e mal estruturados. » Malcolm Knowles: é dele a teoria da aprendizagem de adultos (andragogia). Compreender seriamente quais são os processos de aprendizagem em potência em sala de aula e como estimulá-los é um grande desafio para o educador do século XXI. Somos biopsicossociais e temos especificidades emocionais, cognitivas, motoras, sociais, religiosas e relacionais diferentes. E estamos todos em desenvolvimento também em sala de aula, espaço em processo de dessacralização diante, por exemplo, da integração das novas tecnologias no desenvolvimento das práticas educativas e no comportamento dos aprendentes. É preciso, portanto, junto à Neuroeducação, reconfigurar esse lugar, de forma a promover maior convergência do cérebro e essas tecnologias como interfaces possíveis à manutenção das aprendizagens. 11 CAPÍTULO 1 NEUROEDUCAÇÃO, FUNÇÕES E APRENDIZAGEM Cérebro humano. Cérebro em evolução, revolução e ação. Sinergia cérebro, mente e corpo. Compreensão dos comportamentos cognitivo, emocional e motor. Tudo isso revisto e ampliado pelo desenvolvimento das técnicas de imageamento. Técnicas que possibilitaram estabelecer parâmetros, limites e atitudes reais do cérebro diante de diferentes estímulos. Nesta revolução, hoje, é possível, acompanhar o desempenho dos aprendentes enquanto realizam atividades da matemática; percebem e veem imagens; mexem determinadas partes do corpo; ou mesmo, quando imaginam uma cena qualquer. As bases biológicas demonstram estruturas cuja funcionalidade gera pensamento, memória, imaginação, aprendizado, comportamento. Neste sentido, apresentam- se possibilidades de se compreender outras maneiras de, por exemplo, minimizar dificuldades de aprendizagem; além de oportunizar soluções para o desenvolvimento de planos e planejamentos de ensino em diferentes áreas de saber. Desta maneira, as aulas podem ser mais desafiantes; há mais proatividade e maior motivação. Nos estudos neurocientíficos, os educadores têm uma promessa de novos caminhos para uma melhor formação educacional e social. Início importante: entender e observar os processos neurofisiológicos, principalmente, no que concerne, o funcionamento da imensa rede de neurônios em relação aos sentidos e às informações em input e output no cérebro humano. De acordo com Cosenza (2011, p. 141), “a educação tem por finalidade o desenvolvimento de novos conhecimentos ou comportamentos, sendo mediada por um processo que envolve a aprendizagem”. E segue o mesmo autor, “aprendemos quando somos capazes de exibir, de expressar novos comportamentos que nos permitem transformar nossa prática e o mundo em que vivemos, realizando-os como pessoas vivendo em sociedade” (CONSENZA, 2011, p.141). Ou seja, “os comportamentos são produtos da atividade do nosso cérebro, de nosso sistema nervoso” CONSENZA, 2011, p. 141). Mas para isso, importante reconhecer que todo comportamento se relaciona com as três principais dimensões humanas: cognitiva, emocional e motora. Em ambiente social e em transformação constante, nós podemos apresentar falhas na funcionalidade de cada dimensão em separado, afinal somos um ambiente de compartilhamento entre sistemas, células, glândulas, hormônios, gerando ações ou emoções diversas. Ainda assim, sabe-se hoje que nenhuma dessas dimensões 12 UNIDADE II | NEUROEDUCAÇÃO é melhor individualmente. Elas dependem das experiências anteriores, mesmo que apenas sensoriais, como no caso dos recém-nascidos; dependem muito do acesso que o educador promover à necessidade e ao desejo do aprendente. 1.1 Sinergias importantes: Neurociência e educação A partir da Revolução das máquinas (Industrial), da introdução de mídias digitais nos contextos domiciliares, dentre outros eventos, a sociedade vem alterando sua dinâmica interna e a escola não poderia ficar de fora. Sentir, conhecer e agir tem outros tônus dependendo das necessidades. E a escola, espaço que recebe ininterruptamente a própria sociedade, está agora em processo de alteração cognitiva e emocional, mas ainda com grande expectativa de aprender, se formar e voltar ao social com ferramentas suficientes para o acontecimento de sua integração sem grandes interrupções ou obstáculos. A partir da Revolução Industrial, uma revolução no ambiente educacional está em curso acelerado. Escola e ciência começaram a juntar informações para justificar e objetivar suas práticas de ensino. Uma questão tornou-se fundamental: como o aprendente aprende? E surge a Neuroeducação: um entendimento de como as redes neurais são estabelecidas no momento da aprendizagem, bem como de que maneira os estímulos chegam ao cérebro, da forma como as memórias se consolidam e de como temos acesso a essas informações armazenadas. Aqui, de novo, Cosenza (2011) nos ajuda: Se os comportamentos dependem do cérebro, a aquisição de novos comportamentos, importante objetivo da educação, também resulta de processos que ocorrem nocérebro do aprendente. As estratégias pedagógicas promovidas pelo processo ensino-aprendizagem, aliadas às experiências de vida às quais o indivíduo é exposto, desencadeiam processos como neuroplasticidade, modificando a estrutura cerebral de quem aprende. Tais comportamentos possibilitam o aparecimento dos novos comportamentos, adquiridos pelo processo de aprendizagem (COSENZA, 2001, p.141). Quando falamos em educação e aprendizagem, estamos falando em processos neurais, redes que se estabelecem, neurônios que se ligam e fazem novas sinapses; falamos em estimular mudanças de comportamento. “Nossas sensações e percepções, ações motoras, emoções, pensamentos, ideias e decisões, ou seja, nossas funções mentais estão associadas ao cérebro em funcionamento” (COSENZA, 2011, p. 141). Daí a aprendizagem se torna um processo complexo e 13 NEUROEDUCAÇÃO | UNIDADE II criativo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, ativa essas sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos), tornando-as mais “intensas”. A cada estímulo novo, a cada repetição de um comportamento que queremos que seja consolidado, temos circuitos que processam as informações, que deverão ser, então, consolidadas. A neurociência vem nos ofertar a possibilidade de entender o que antes desconhecíamos sobre o movimento de aprendizagem, e, como vimos na unidade anterior, as regiões, lobos, sulcos, reentrâncias do cérebro têm sua função e real importância num trabalho interativo, flexível e contínuo. É o cérebro como ambiente no qual os vínculos neuronais, por exemplo, ajudam o aprendente a aprender a escrever, ler e contar; além de criar memórias para aprendizagem emocional, formas de convivência e estratégias mais empáticas. Mesmo com todas as teorias da aprendizagem oportunizando o modus operandi educacional, o entendimento de como o sistema nervoso funciona, a partir de determinados estímulos, ajuda também a se conhecer/entender/desvendar: » o papel do hipocampo na consolidação de nossas memórias; » a importância do sistema límbico, responsável pelas nossas emoções; » os mistérios que envolvem a região frontal, sede da cognição, linguagem e escrita; » os mecanismos atencionais e comportamentais de nossas crianças com TDAH; » as funções executivas e o sistema de comando inibitório do lobo pré-frontal; » os mistérios da região temporal relacionado a percepção e identificação de sons. CONEXÃO e ASSOCIAÇÃO são palavras que postulam a força do movimento neuronal pelas vias sensórias e motoras do cérebro para que se possa aprender dia a dia. Cada órgão e estruturas se interliga com neurônios especializados e específicos para estabelecer aprendizagem. Desta feita, podemos compreender que o uso de estratégias adequadas, em um processo de ensino dinâmico e prazeroso, consequentemente, provocará alterações na quantidade e qualidade destas conexões sinápticas, afetando, assim, o funcionamento cerebral de forma positiva e permanente, com resultados extremamente satisfatórios. 14 UNIDADE II | NEUROEDUCAÇÃO Neste aspecto, focando os estudos neurocientíficos no aprendente, reconhece-se que aprendizagem é resultado de múltiplas associações genéticas e trazidas do meio ambiente. Logo, atividades envolvendo artes em geral, o corpo e diferentes jogos reelaboram as funcionalidades dos sentidos, criando performances mais curiosas, inovadoras e motivadas. Lembre-se: o aprendente é integral em seus processos de maturação biológica, sociológica, psicológica e educacional, por isso do indivíduo ao sujeito social, o educador deve reconhecer que: o INDIVÍDUO tem uma hereditariedade, uma biologia, uma natureza e tem sua memória envolvida em fatores intrínsecos, criando um CONHECIMENTO PRÉVIO; desta feita, cabe dar atenção ao ambiente, às suas experiências, aos tipos de aprendizagem, às formas de encorajamento e engajamento; com tarefas relacionadas aos aspectos motores, perceptivos, e energéticos. É estabelecer uma ponte entre a estimulação OCASIONAL para uma estimulação ORGANIZADA. Diante disso, temos que estudar as funções cognitivas e executivas do cérebro humano. 15 CAPÍTULO 2 FUNÇÕES COGNITIVAS, EXECUTIVAS E APRENDIZADO Efetivamente, em termos neuropsicopedagógicos, os neurônios podem ser considerados as células da aprendizagem, pois são elas em si, mais a interação que recriam com as células denominadas glias, que sustentam e consolidam, somaticamente, qualquer tipo de aprendizagem, seja a mais simples de tipo sensório-motor, práxica, não-simbólica ou não-verbal, seja a mais complexa do tipo operacional, simbólica ou verbal, como são a leitura, a escrita e a matemática. (FONSECA, 2014, p.48). Estamos diante de uma massa, recheada de neurônios específicos e especializados, em constante interconectividade, com eficácia e velocidade nas comunicações. O cotidiano oferece diferentes desafios e situações imprevistas que exigem habilidades de várias funções cerebrais, por exemplo: descobrir o melhor caminho para se chegar a um determinado local, desenvolver uma nova função no emprego, analisar um problema, fazer uma conta matemática e finalizar uma tarefa complexa. Quaisquer aprendizagens emergem da integração de múltiplas funções, capacidades e habilidades cognitivas interligadas, de acordo com Fonseca (2014), quer de recepção (componente sensorial – input), quer de integração (componente perceptiva, conativa, mnésica e representacional), quer de planificação (componentes antecipatória e decisória), quer, finalmente, de execução ou de expressão de informação (componente motora – output). Além da emoção, o foco é a COGNIÇÃO. De acordo com Gazzaniga (2003), em resumo, cognição refere-se a um conjunto de habilidades cerebrais/mentais necessárias para obtenção de conhecimento sobre o mundo. Tais habilidades envolvem pensamento, raciocínio, abstração, linguagem, memória, atenção, criatividade, capacidade de resolução de problemas, entre outras funções. Ou seja, estamos nos referindo ao conjunto de HABILIDADES MENTAIS que são básicas para a construção do conhecimento sobre o mundo; não se trata de memorização APENAS, mas sim de informações que são devidamente entendidas, assimiladas e compreendidas, e que são aprendidas conforme o crescimento e o desenvolvimento mental do ser humano, podendo ser ensinadas desde a mais tenra idade, e ocorrem em diferentes graus, o que significa que podem ser treinadas e melhoradas. 16 UNIDADE II | NEUROEDUCAÇÃO Como observamos essas habilidades? A partir do desenvolvimento das técnicas de imageamento, em que cientistas puderam analisar o cérebro vivo. Várias investigações se desenvolveram quanto ao funcionamento do cérebro e a correção do seu comportamento. Ler e compreender esse texto, anotar um recado para um colega, reconhecer alguém e lembrar seu nome, calcular o orçamento doméstico, conversar com uma pessoa, saber que amarelo é uma cor e que carro é um meio de transporte, lembrar o caminho de casa, são apenas algumas, de uma infinidade de funções, que nosso cérebro faz no dia a dia. À realização dessas tarefas chamamos de COGNIÇÃO, e às funções chamamos de COGNITIVAS. Figura 19. Funções Cognitivas e executivas. Fonte: elaborada pela autora. As principais funções cognitivas são: Atenção Tabela 4. Funções Cognitivas: ATENÇÃO. FUNÇÕES COGNITIVAS CARACTERÍSTICAS ATENÇÃO Sua função complexa. Relaciona-se diretamente com a compreensão das coisas; a manutenção das informações e do foco; as memorizações diversas; seleção de informações, mesmo em ambientes ruidosos; a construção do conhecimento; as funções executivas etc. ela organiza os sentidos e estímulos. Apresenta-se em diferentes aspectos, como: atenção seletiva (nossas escolhas; formas de descartar distrações/barulhos); atenção concentrada (nosso foco para assistir aula; ler um livro; fazer uma prova); atenção alternada (nosso equilíbrio para dirigir um carro; receber mensagens no meio da aula; ligaçãono meio do trabalho); e atenção sustentada (nossas decisões para que mantenhamos a atenção em reuniões, filmes e palestras). Sem esta habilidade, a informação para uso futuro ocorre com inadequações; há maior falta de vontade/motivação/ânimo até a presença de dificuldades específicas como aquelas relacionadas ao TDAH (interferência na atenção dividida) em diferentes graus. Estruturas relacionadas a atenção: lobo parietal, pré-frontal e giro do cíngulo. Fonte: elaborado pela autora, a partir de DOIDGE, 2011; LENT, 2001; RELVAS, 2005. 17 NEUROEDUCAÇÃO | UNIDADE II Memória Tabela 5. Funções Cognitivas: MEMÓRIA. MEMÓRIA Em outro momento, nós apresentaremos esta função com mais detalhes, mas por enquanto, as memórias são feitas por células nervosas (neurônios); são armazenadas em rede de neurônios e são evocadas pelas mesmas redes neuronais ou por outras; são moduladas pelas emoções, pelo nível de consciência e pelos estados de ânimo. É nossa capacidade de armazenar, lembrar e utilizar informações, mas depende da atenção. De forma simplificada, de acordo com a duração e os tipos de informação envolvidos (veja quadro abaixo), podem ser classificadas de duas maneiras: memória de curto prazo (memória de trabalho): armazena (numa quantidade limitada) informações por alguns minutos; possibilita, por exemplo, uma pessoa discar um número de telefone que alguém acabou de lhe dizer ou repetir algumas frases de um texto lido naquele exato momento; e memória de longo prazo: tem uma capacidade maior para o armazenamento de informações, que permanecem com o indivíduo durante longos períodos, podendo até ficar guardadas indefinidamente. Prejuízos à memória: estresse emocional, depressão e problemas de ordem física dentre outros. Quanto maior o interesse em aprender algo, melhor será o armazenamento das informações obtidas nesse processo, assim quanto maior o número de emoções (sejam elas positivas ou negativas) atribuídas a um evento mais chances de ele permanecer na memória para uma futura recuperação. Neurotransmissores moduladores mais importantes: acetilcolina e dopamina.18 Fonte: elaborado pela autora, a partir de DOIDGE, 2011; IZQUIERDO, 2011. Figura 20. Tipos de MEMÓRIA. Fonte: elaborada pela autora. 18 A função cognitiva MEMÓRIA será melhor desenvolvida em capítulo posterior desta apostila, pois junto com a atenção é uma das funções mais importantes para o desenvolvimento da aprendizagem. 18 UNIDADE II | NEUROEDUCAÇÃO Linguagem Tabela 6. Funções Cognitivas: LINGUAGEM. LINGUAGEM Segundo Lent (2001, p.623), “dá-se o nome de linguagem, numa acepção genérica do termo, aos sistemas de comunicação com regras definidas qe devem ser empregadas por um emissor para que a mensagem possa ser compreendida pelo receptor. Uma acepção mais específica do termo refere-se a cada uma das modalidades linguísticas: linguagem, oral, gestual, escrita etc.”. Ou seja, é a nossa capacidade de expressar sentimentos, opiniões, pensamentos. Onde há comunicação, há linguagem. Há inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por exemplo). É um processo que ocorre apenas se existir uma sequência coerente de símbolos (sons ou palavras). Assim, para uma comunicação ser satisfatória, o indivíduo precisa compreender uma determinada informação para entender a seguinte, e daí por diante até o fim de um texto ou uma conversa. Mas atenção: armazenamos (e compreendemos) apenas as informações mais relevantes como palavras-chave e ideias centrais. Este é o fundamento da memória de longo prazo. Problemas na linguagem verbal e não verbal, apresentam-se como problemas de comportamento; problemas de comunicação; problemas de expressão corporal. Fonte: elaborado pela autora, a partir de BRANDÃO, 2004; LENT, 2001; MAIA, 2011. Figura 21. Distúrbios de LINGUAGEM. Fonte: elaborada pela autora. Percepção Tabela 7. Funções Cognitivas: PERCEPÇÃO. PERCEPÇÃO De acordo com Lundy-Ekman (2008, p.372), “percepção é a interpretação da sensação de forma significativa; é um processo ativo, exigindo interação entre o encéfalo, o corpo e o ambiente. Ela envolve a memória de experiências passadas, a motivação, as expectativas, a seleção das informações sensorial e a busca ativa de informação sensorial pertinente. O tálamo e muitas áreas do cérebro estão envolvidas na percepção”. É a habilidade do reconhecimento, da organização e da produção de significado a partir de estímulos vindos do ambiente através dos órgãos sensoriais. Todos os sentidos estão envolvidos para o desenvolvimento de um ato, uma ideia e/ou um sentimento. Por ela, nós percebemos, por exemplo, texturas (áspero ou macio, duro ou mole), formas (quadrado, redondo, grande etc.); e reconhecer cheiros de fumaça (olfato), identificar doce, salgado ou azedo (gustação/paladar), reconhecer sons e tons (audição) e identificar obstáculos, cores (visão). Daí podermos nomear coisas, transpor ou desviar de objetos, dentre outras ações. As agnosias são os déficits na capacidade de percepção dos estímulos sensoriais, especialmente os relacionados à visão. Embora o sujeito não seja portador de qualquer tipo de deficiência sensorial, ele não é capaz de reconhecer e identificar o estímulo que lhe é oferecido, normalmente em consequência a lesões cerebrais adquiridas. Fonte: elaborado pela autora, a partir de BRANDÃO, 2004; LENT, 2001; LUNDY-EKMAN 2008. 19 NEUROEDUCAÇÃO | UNIDADE II Figura 22. Da Sensação à Cognição. Fonte: https://pt.slideshare.net/sergiolima/introduo-a-cognio. Tabela 8. Funções Executivas (ou Superiores). FUNÇÕES EXECUTIVAS (ou SUPERIORES) Incluem raciocínio, lógica, estratégias e tomada de decisões têm papel central na organização e no planejamento das ações em geral, pois auxiliam na manutenção de iniciativa, estabelecimento de objetivos, monitoramento de tarefas por meio do autocontrole e construção de metas. São aquelas que nos diferenciam dos animais; são habilidades de solução de problemas cotidianos de forma geral; são o que nos fazem civilizados; são um conjunto de funções mentais responsáveis pelo processamento humano da informação; oferecem condições para interpretação, comportamento, comunicação e relacionamento, em interação com os outros. Liga o presente ao futuro. São desenvolvidas nos primeiros anos de vida e quando há falhas aparecerão problemas de aprendizagem. Mudam ao longo da vida, melhoram na adolescência e podem ser treinadas e desenvolvidas (+ exercícios, + neuroplasticidade = interconexões). É o âmbito do córtex pré-frontal, sede do pensamento, planejamento e do raciocínio; além do córtex dorsolateral e ventrolateral (lobos frontal e parietal). Necessitam de atenção sustentada e seletiva, e de memória operacional (capacidade de manter algo em mente tempo suficiente para ser usado em uma tarefa imediata). Alterações na linguagem, pensamento e memória demonstram já alterações nas funções executivas. Pacientes com lesões pré-frontais apresentam sinais e sintomas similares aos de pessoas com autismo: prejuízo no juízo crítico relacionado às regras sociais; problemas atencionais; prejuízo na memória de trabalho; perseveração; daí prejuízo social, de comunicação e comportamentos repetitivos. Há algumas necessidades especiais em que podemos encontrar disfunção executiva mais ampla ou específica como o TDAH, o autismo, a deficiência intelectual, os transtornos de aprendizado, ou em condições como a depressão e as epilepsias. Fonte: elaborado pela autora, a partir de BRANDÃO, 2004; MAIA, 2011; LENT, 2001. 20 UNIDADE II | NEUROEDUCAÇÃO Figura 23. Memória de Trabalho. Fonte: elaborada pela autora. Em todas as funções cognitivas e executivas, preponderantemente, há a ocorrência dos neurônios de associação (também chamados de interneurônios ou neurônios internunciais), que juntamente com os neurônios sensitivos (que levam ao SNC os estímulosderivados do ambiente e/ou do próprio organismo) e os neurônios eferentes (responsáveis pelo envio, para músculos e órgãos, de sinais oriundos no SNC) compõem o conjunto de neurônios do sistema nervoso dos animais. São os neurônios de associação que permitem o processamento da informação, pois comunicam-se entre si e “decidem” a informação a ser enviada para outra região. Nos vertebrados, estes neurônios estão presentes principalmente no encéfalo. O neurofisiologista Alexander Luria, da Universidade de Moscou, identificou três sistemas relacionados às funções executivas: » Regular o sono e vigília (funções básicas). » Obter, processar e armazenar informações (englobando funções como memória, pensamento e linguagem). » Programar, regular e verificar a atividade mental (esta última considerada metacognição). 21 NEUROEDUCAÇÃO | UNIDADE II Com um olhar voltado à educação, as funções executivas podem ser observadas da seguinte maneira: » Refletem uma memória de trabalho dentro de um comportamento pessoal e social. » Identificam o comportamento e sua expressão no mundo. » Comportam quatro componentes: formação de objetivos, planejamento, realização do plano voltado ao objetivo e desempenho eficaz. » É um sistema funcional neuropsicológico. » Gerenciam recursos cognitivo-comportamentais com finalidade de regulação do comportamento. » Organizam capacidade perceptivas, mnemônicas e da práxis dentro de um contexto. » Funcionam a partir do desejo, do prazer e da motivação. Importante saber que para observar a ação das funções executivas, o docente deve ter outras habilidades cognitivas não executivas, como habilidade verbal, velocidade motora, ou habilidade visuoespacial. A literatura sobre dificuldades de aprendizagem, especialmente numa perspectiva neuropsicológica e neurobiológica, por exemplo, destaca o papel das funções executivas no processo de aprendizagem, e, consequentemente, o déficit dessas funções nos quadros de dificuldade de aprendizagem. Especificamente as dificuldades em compreensão leitora, por exemplo, envolvem a presença de déficits em processos cognitivos identificados como subdomínios das funções executivas: leitura e memória de trabalho; estabelecimento da escrita; automotivação par aprender; organização das informações na linguagem oral; assimilação das regras das tarefas solicitadas; dentre outras. A neurociência junto à educação quer saber como o aprendente aprende neste século XXI cheio de distrações e repleto de informações de todos os tipos. Ela se alia à educação em busca de se contribuir para a discussão sobre a aprendizagem a partir de diferentes pontos e propostas relacionadas ao entendimento do funcionamento do cérebro, do nosso sistema nervoso e da praticidade da neuroplasticidade. É repensar o que é ensinado, como se ensina e como se avalia a aprendizagem. 22 UNIDADE II | NEUROEDUCAÇÃO A Neuroeducação vem se constituindo num campo de pesquisa educacional, com metodologia própria, que se fortalece com as contribuições da Neurociência, da Psicologia e da Pedagogia. Os estudos atuais sobre a mente, o cérebro e os processos neurais envolvidos no pensamento e na aprendizagem têm possibilitado a emergência de explicações e uma melhor compreensão da ciência da educação. A área educacional tem merecido maior atenção de cientistas e pesquisadores da neurociência como maneira de refinar processo de ensino e aprendizagem, de acordo com a percepção de quem são os aprendentes do século XXI. Teorias, dinâmicas das salas de aula e projetos/planos, em diversos ambientes, oferecem a oportunidade ideal para outras aplicações pedagógicas mais próximas aos estudos neurocientíficos. Neste sentido, as funções cognitivas e executivas e suas características oferecem a oportunidade se de criar abordagens atualizadas ao desenvolvimento do sistema nervoso e os comportamentos emocionais e cognitivos. É possível, então, identificar os obstáculos que as bloqueiam ou prevenir disfunções ou dificuldades (ou descapacidades) que estejam impedindo estas mesmas funções de florescer e se qualificar. Saber não mais se refere à capacidade de se lembrar de informações ou repetir informações recebidas, mas como a capacidade de encontrar e usar as informações corretas em contextos diversos. Para Cosenza e Guerra (2011, p. 141), a educação tem por finalidade o desenvolvimento de novos conhecimentos ou comportamentos, sendo mediada por um processo que envolve a aprendizagem”. Não é mais espaço de suprimento total do conhecimento humano. É espaço em que o aprendente aprende meios para seu desenvolvimento também automotivado, principalmente a partir de recursos pedagógicos variados e de estratégias de aprendizagem capazes de ajudá-lo na aquisição de conhecimento que lhe permita pensar ativamente sobre as ciências. Ou seja, “aprendemos quando somos capazes de exibir, de expressar novos comportamentos que nos permitem transformar nossas práticas e o mundo em que vivemos, realizando-nos como pessoas vivendo em sociedade. (COSENZA; GUERRA, 2011, p. 141). Educação, portanto, torna-se um lugar do fomento de independência/autonomia do aprendente. Nos primeiros anos do século XX, a educação focalizava a aquisição das habilidades de letramento: leitura, escrita e cálculos básicos. Para os sistemas educacionais, a regra geral não era treinar as pessoas para pensar e ler criticamente, para 23 NEUROEDUCAÇÃO | UNIDADE II se expressar com clareza e de modo convincente, para solucionar problemas complexos de ciência e matemática. Hoje em dia, esses aspectos do letramento avançado são exigidos de quase todos, para que possam lidar com sucesso com as complexidades da vida contemporânea. Na interface entre educação e neurociência emergem desafios como a divulgação adequada da neurociência para que os educadores e o público em geral, o estudo dos mecanismos de aprendizagem em indivíduos com dificuldades educacionais especiais e a inclusão das neurociências na formação inicial do educador (COSENZA; GUERRA, 2001, p. 143). Com o acelerado ritmo de produção de informações no mundo inteiro, nos tempos atuais, esperamos que, em sua grande maioria, os aprendentes sejam capazes de assimilar, organizar e evocar essas informações para criar convivências emocional e cognitiva mais pertinentes. Este é o uso adequado de funções como memória, linguagem e raciocínio lógico. 24 REFERÊNCIAS AAODT, Sandra; WANG, Sam. Bem-vindo ao seu cérebro: por que perdemos as chaves do carro, mas nunca esquecemos como se dirige e outros enigmas do comportamento cotidiano. São Paulo: Cultrix, 2009. BRANDÃO, Marcus. As bases biológicas do comportamento: introdução à neurociência. São Paulo: EPU, 2004. CHANGEUX, Jean-Pierre. O verdadeiro, o belo e o bem: uma nova abordagem neuronal. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. COSENZA, Ramon M. e GUERRA, Leonor B. Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011. DAMÁSIO, Antonio R. O Erro de Descartes. São Paulo. Cia das Letras, 1996. DAMÁSIO, Antônio. O Mistério da Consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. DAVIDSON, Richard.; BEGLEY, Sharon. O estilo emocional do cérebro: como o funcionamento cerebral afeta sua maneira de pensar, sentir e viver. Rio de Janeiro: Sextante, 2013. DOIDGE, Norman. O cérebro que se transforma: como a neurociência pode curar as pessoas. Rio de Janeiro: Record, 2011. FERNÀNDEZ, Alicia. A Inteligência Aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre. Artes Médicas, 1991. FERRAREZI, Eugênio. O insubstituível cérebro: manual do proprietário. 2ª edição. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2012. FONSECA, Vitor. Cognição, Neuropsicologia e Aprendizagem: abordagem neuropsicológica e psicopedagógica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. GARCIA, Luiz Fernando. O cérebro de alta performance: como orientar seu cérebro para resultados e aproveitar todo o seu potencial de realização.São Paulo: Editora Gente, 2013. GOLEMAN, Daniel. O cérebro e a inteligência emocional: novas perspectivas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. GOLDBERG, Elkhonon. O cérebro executivo: lobos frontais e a mente civilizada. Rio de Janeiro: Imago, 2002. IZQUIERDO, Iván. Memória. 2ª edição revista e ampliada. Porto Alegre: Artmed, 2011. JOHNSON, D. J.; MYKLEBUST, H. R. O cérebro e a aprendizagem. São Paulo. Pioneira, 1987. JOSÉ, Elisabete.; COELHO, Maria Teresa. Problemas de Aprendizagem. São Paulo: Ática, 2010. LeDOUX, Joseph. O cérebro emocional: os misteriosos alicerces da vida emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 25 REFERÊNCIAS LENT. Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Editora Atheneu, 2001. LENT, Roberto (coord.). Neurociência da mente e do comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. LENT, Roberto. Sobre neurônios, cérebros e pessoas. São Paulo: Editora Atheneu, 2011. LUNDY-EKAMN, Laurie et al. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. MAIA, Heber. (org.). Neurociências e desenvolvimento cognitivo. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2011. (Coleção Neuroeducação – vol. 02). MAIA, Heber. (org.). Necessidades educacionais especiais. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2011. (Coleção Neuroeducação – vol. 03). MATURANA Humberto R.; VARELA, Francisco J. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2001. PIAGET, Jean. Problemas de Psicologia Genética. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Série Os Pensadores). RELVAS, Marta. Fundamentos biológicos da educação: despertando inteligência e afetividade no processo de aprendizagem. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2005. RELVAS, Marta. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2007. RELVAS, Marta. Neurociência e educação: potencialidades dos gêneros humanos em sala de aula. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2009. RELVAS, Marta. Neurociência na prática pedagógica. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2012. RELVAS, Marta. Que cérebro é esse que chegou à escola: as bases neurocientíficas da aprendizagem. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2012. SAMPAIO, Simaia.; FREITAS, Ivana Braga de. Transtornos e Dificuldades de Aprendizagem: entendendo melhor os alunos com necessidades educativas especiais. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2011. TEIXEIRA, Gustavo. Manual dos Transtornos Escolares: entendendo os problemas de crianças e adolescentes na escola. Rio de Janeiro: Editora Best Seller, 2013. VISCA, J. Clínica Psicopedagógica: Epistemologia Convergente. Porto Alegre. Artes Médicas, 1987. VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. Imagens e Tabelas Figura 2. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 7. Disponível em: https://www.infoescola.com/anatomia-humana/lobos-cerebrais/. Acesso em: 17 set. 2021. 26 REFERÊNCIAS Figura 8. Disponível em: https://www.psicoactiva.com/biblioteca-de-psicologia/atlas-visual-del-cerebro/. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 9. Disponível em: https://www.auladeanatomia.com/neurologia/telencefalo.htm. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 10. Disponível em: http://neuroinformacao.blogspot.com/2012/08/o-sistema-limbico.html. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 11. Disponível em: http://www.infoescola.com/sistema-nervoso/neuronios/. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 12. Disponível em: http://neuroinformacao.blogspot.com.br/2012/01/o-que-e-uma-sinapse.html. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 13. Disponível em: http://curaredolorem.blogspot.com.br/2013/05/motivacao-ou-aquela-coisa- que-sempre.html. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 14. Disponível em: http://audiosons.blogspot.com.br/2012/09/area-de-broca-area-de-wernicke. html. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 15. Disponível em: http://www.coladaweb.com/biologia/corpo-humano/cerebro. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 16. Disponível em: http://auladefisiologia.wordpress.com/tag/cerebro/. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 17. Disponível em: http://www.infoescola.com/anatomia-humana/cerebro/. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 21. Disponível em: https://pt.slideshare.net/sergiolima/introduo-a-cognio. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 23. Disponível em: https://cerebromente.org.br/n05/mente/limbic.htm. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 24. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2008/247/nossas- lembrancas-para-sempre. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 25. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0009-67252011000200005. Acesso em: 17 set. 2021. Figura 26. Disponível em: http://www.cerebromente.org.br/n01/memo/memoria.htm. Acesso em: 17 set. 2021. Tabela 4. Princípio da Neurociência e sala de aula. Fonte: https://neuropsicopedagogianasaladeaula. blogspot.com/2013/07/neurociencia-na-educacao.html. Acesso em: 17 set. 2021. Tabela 10. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-56482004000100010&script=sci_ arttext. Acesso em: 17 set. 2021. _Hlk36534759 _Hlk34232318 Introdução UNIDADE Ii Neuroeducação Capítulo 1 Neuroeducação, funções e aprendizagem Capítulo 2 Funções Cognitivas, Executivas E Aprendizado Referências