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Página inicial NEUROCIÊNCIA E O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM Professora : Me. Patrícia Rodrigues da Silva Objetivos de aprendizagem • Apresentar a Neurociência em sua vertente relacionada ao comportamento humano. • Conhecer os aspectos básicos da estrutura do sistema nervoso central que se relacionam com a aprendizagem. • Aprender as principais funções cognitivas e a sua relação com o cérebro. • Conjecturar sobre a integração entre prática pedagógica e neurologia da aprendizagem. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Aspectos introdutórios sobre neurociência • O cérebro e a aprendizagem • Funções cognitivas e aprendizado escolar: percepção e memória • Funções cognitivas e aprendizado escolar: funções executivas e expressivas Introdução Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a)! Em nosso material, estudaremos a Neurociência e os elementos que de alguma forma se vinculam e influenciam no desenvolvimento da aprendizagem. Para isso, a vertente da neurociência da qual nos valeremos é a neurociência cognitiva. Mesmo assim, você será convidado(a) a conhecer aspectos introdutórios da neurociência. Esta, por sua vez, tem sido objeto de estudo de áreas diversas, dada a sua contribuição, principalmente para os estudos do comportamento humano. Nesta linha de pensamento, a neurociência pode ser compreendida como um termo “guarda-chuva” por englobar todas as áreas da ciência: biologia, fisiologia, medicina, física e psicologia, e que detêm interesse sobre a estrutura, função, desenvolvimento, evolução e disfunções do sistema nervoso. Na área de Educação, pode trazer contribuições valiosas para pedagogos, professores e psicopedagogos em busca do entendimento do processo de aprendizagem e práticas pedagógicas adequadas para estimular o alunado. Assim, as neurociências serão apresentadas, tendo como tarefa explicar o comportamento no que tange ao funcionamento cerebral, de forma a elucidar como o cérebro organiza e articula os milhões de células nervosas individuais e como estas células são influenciadas pelo ambiente externo, gerando o comportamento. Falaremos, assim, de elementos que compõem o sistema nervoso, da comunicação entre esses elementos, compreenderemos os seus significados e como repercutem no comportamento. Ressalto, caro(a) aluno(a), que o conhecimento sobre esses assuntos lhe oferecerão respaldo para o entendimento do comportamento dos alunos e, principalmente, para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que estimulem adequadamente os alunos. São conceitos que nos permitirão perceber a importância do sistema nervoso do indivíduo no desenvolvimento de sua aprendizagem. Boa leitura! https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial https://getfireshot.com Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1 Página inicial ASPECTOS INTRODUTÓRIOS SOBRE NEUROCIÊNCIA Quando abordamos a Neurociência em sua vertente voltada para a Educação, procuramos elementos que deem subsídios a nós, professores, para a compreensão da aprendizagem e o entendimento dos comportamentos manifestados pelos nossos alunos nos processos vivenciados por eles. Como podemos estimular (ou inibir) estes processos? Assim sendo, vamos, agora, conhecer aspectos gerais sobre neurociência, que serão fundamentais para o desenvolvimento do nosso estudo sobre Neurodidática. Do que trata a Neurociência? Uma das vertentes dos estudos em Neurociência se volta a suscitar o entendimento da aprendizagem, do funcionamento do cérebro nas mais variadas formas de construção do conhecimento, trazendo à tona elementos que favorecem ou dificultam a aprendizagem. Mas antes de explorar essa vertente, vamos compreender aspectos fundamentais das neurociências. Segundo Relvas (2016), a neurociência pode ser compreendida como um termo “guarda-chuva” por englobar todas as áreas da ciência: biologia, fisiologia, medicina, física e psicologia, e que detêm interesse sobre a estrutura, função, desenvolvimento, evolução e disfunções do sistema nervoso. Brandão (2004) nos mostra que a neurociência traz estudos e discussões acerca dos processos que permitem ações e comportamentos. O autor descreve que o cérebro funciona de maneira orquestrada, integrando componentes de um comportamento ou de uma função mental, assim, as neurociências investigam as ações independentes destes componentes e propiciam a compreensão sobre os comportamentos. Complementando, Kandel, Schwartz e Jessell (2003) nos trazem que a tarefa das neurociências está em explicar o comportamento no que tange ao funcionamento cerebral, de forma a elucidar como o cérebro organiza e articula os milhões de células nervosas individuais e como estas células são influenciadas pelo ambiente externo, gerando o comportamento. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial O que somos, fazemos, pensamos e desejamos é resultado do funcionamento do sistema nervoso e sua interação com o corpo, juntamente com a história de vida de cada um, a cultura, a sociedade, e a genética fazem de nós o que somos, individualmente, como seres humanos, e como animais racionais (RELVAS, 2016, p. 1). Robert Lent (2010) afirma que precisamos falar em “Neurociências”, no plural, visto que há modos de classificá-las de acordo com os níveis de abordagem a que se propõe a investigação que se deseja realizar. O autor traz um modo esquemático de compreender as neurociências, conforme apresentado no quadro a seguir: Quadro 1 - Modo esquemático de compreender as neurociências. Fonte: adaptado de Lent (2010, p. 6). Vemos, assim, caro(a) aluno(a): as ciências que “formam” a neurociências atuam em busca de investigar o sistema nervoso para, assim, entender como ele se desenvolve e funciona, e por meio dessas investigações nos revelar como o nosso cérebro produz comportamentos, emoções, sensações, levando-nos à tomada de decisões. Dialogando com o campo da educação, as neurociências nos revelam como os indivíduos aprendem e/ou podem aprender. Ressalto, ainda, que em nossos estudos nos valeremos dos aspectos que compõem a neurociência cognitiva, visto que o nosso intuito é nos voltar a questões de aprendizagem, ensino, didática e o universo de sala de aula, em busca de um diferencial da prática pedagógica. Mesmo, assim, vale destacar a perspectiva de Lent (2010) de que os limites existentes entre essas disciplinas das neurociências não são nítidos, o que nos obriga, muitas vezes, a saltar de uma disciplina a outra, sempre que tentamos compreender o funcionamento do sistema nervoso. Muito interessante não é mesmo? Vemos, assim, que a neurociência é interdisciplinar e reúne áreas, linhas e diferentes disciplinas científicas. Estudá-la é sempre uma experiência muito rica, pois adentramos em um universo que poderá ser explorado de forma diferente, em busca de resultados diferentes. Para nós professores, a neurociência desvenda caminhos para a compreensão de fatores que levam ou impedem a criança a aprender, especialmente, quando adentramos no âmbito da neurociência cognitiva . https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com [...] a neurociência cognitiva está entrelaçada nos saberes. É necessário pensar que ela está para além de mapear o cérebro, a importância está em desvendar meandros de seu funcionamento, compreendendo fluxos e refluxos dos neurotransmissores, acompanhadasde dinâmicas complexas que transformam passos de resoluções de problemas, observando, diagnosticando, diferentes segmentos que implicam na aquisição de conhecimentos (LÉO, 2010, p. 9). Complementando, de acordo com Thompson (2005), os neurocientistas cognitivos estudam o comportamento e a atividade do cérebro e como ambos se relacionam. Neste campo de estudo, o método das imagens cerebrais tem sido muito utilizado por permitir visualizar as operações do cérebro, como as pessoas veem, percebem, prestam atenção, pensam, imaginam e aprendem. Desse modo, podemos inferir que, ao conhecer sobre “como se aprende”, podemos criar elementos e ferramentas sobre “qual a melhor maneira de ensinar”, em nosso cotidiano de sala de aula. O desenvolvimento atual das Neurociências é verdadeiramente fascinante e gera grandes esperanças de que, em breve, tenhamos novos tratamentos para uma grande gama de distúrbios do sistema nervoso, que debilitam e incapacitam milhões de pessoas todos os anos (BEAR; CONNORS, 2008, p. 21). Nesta perspectiva, é importante que o professor tenha em mente que as dificuldades de aprendizagem do aluno acarretarão em problemas de funções diversas, sendo necessário, assim, entender como o cérebro deste indivíduo recebe e processa as informações que lhe são transmitidas. Mesmo que não seja o nosso objeto de estudo, vale comentar, ainda, sobre as pesquisas que vêm sendo realizadas em campos como Educação Especial, distúrbios de aprendizagem e inclusão. Vemos, assim, nas neurociências, um novo caminho para que o professor possa ensinar, utilizando-se de recursos pedagógicos que estimulem o aluno e considerando as suas individualidades para aprender. BREVE HISTÓRIA DA NEUROCIÊNCIA COGNITIVA Do que trata o campo da neurociência cognitiva? De onde surgiu? Para onde está indo? Você encontrará uma breve história das pessoas e das ideias que levaram ao novo campo da neurociência cognitiva, aquele que tem suas raízes na neurologia, na neurociência e na ciência cognitiva. O termo neurociência cognitiva foi criado dentro de um táxi da cidade de Nova York, no final dos anos de 1970, porque naquele momento uma nova missão se fazia realmente necessária. Os neurocientistas estavam descobrindo como o córtex cerebral era organizado e como ele funcionava em resposta a estímulos simples. Fonte: Gazzaniga, Ivry e Mangun (2006, p. 37). Conforme nos traz Relvas (2016), quando a neurociência dialoga com a Educação, ela promove ao professor caminhos para tornar- se mediador no processo de ensino-aprendizagem. Neste processo, torna-se fundamental que o professor promova em seu cotidiano os estímulos corretos e no momento certo, para que o aluno possa integrar, associar e entender, ou seja, aprender de forma significativa e prazerosa no processo escolar. O CÉREBRO E A APRENDIZAGEM https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Neste momento, vamos conhecer aspectos básicos do sistema nervoso, em particular sobre o cérebro e a sua relação com a aprendizagem. Uma das formas de encará-lo, diz Lent (2010), é como um objeto desconhecido, capaz de produzir comportamentos e consciência, vistos como propriedades emergentes do sistema nervoso. Vamos, então, conhecer tais aspectos básicos e compreendê-los dentro do nosso âmbito educacional, ou seja, pensando a sua relação com a aprendizagem escolar. O sistema nervoso O sistema nervoso pode ser dividido em: sistema nervoso central (SNC), sistema nervoso periférico (SNP) e sistema nervoso autônomo (SNA). Podemos dizer que no SNC estão as partes situadas dentro do crânio e da coluna vertebral, encéfalo e medula espinhal. No SNP, estão raízes, plexos e nervos distribuídos por todo o organismo. O SNP coloca o SNC em contato com os órgãos efetores, principalmente músculos voluntários, e também trazem informações periféricas como sensibilidades e sentidos (LENT, 2010; MAIA; THOMPSON, 2011). No sistema nervoso central (SNC),está a maior parte das células nervosas, seus prolongamentos e os contatos que estabelecem entre si. Já, no sistema nervoso periférico (SNP), ficam relativamente poucas células, mas um grande número de prolongamentos denominados "fibras nervosas", que estão agrupadas em filetes alongados denominados "nervos" (LENT, 2010). O sistema nervoso autônomo (SNA) é composto por estruturas centrais e periféricas relacionadas apenas ao controle involuntário das funções orgânicas (MAIA; THOMPSON, 2011). Para auxiliar na compreensão acerca do SNC, veja a seguinte representação: Figura 1 - Representação do Sistema Nervoso Fonte: adaptada de Maia e Thompson (2011). A medula espinhal é composta por 31 segmentos funcionais de onde emergem todos os nervos responsáveis pelo controle motor ou pela recepção das diversas sensações periféricas. É uma grande via de passagem, sem função independente, mas responsável por sediar importantes vias reflexas (é o que nos faz, por exemplo, levantar o pé quando se pisa em um espinho ou retirar a mão de um objeto quente) e autônomas. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Fonte: Maia e Thompson (2011, p. 20). Figura 2 - Sistemas nervoso central e periférico Fonte: adaptada de Maia e Thompson (2011). Faz-se importante ressaltar, caro(a) aluno(a), que o sistema nervoso, por meio de seu conjunto de órgãos, é altamente responsável pela vida mental e de relação do indivíduo, como também pelo funcionamento de outros órgãos do nosso corpo. Então, conhecer essas especificidades permite a nós professores compreendermos a origem de muitos comportamentos de nossos alunos, como também as dificuldades ou facilidades de aprendizagem. Figura 3 - Estrutura do cérebro humano. Fonte: extraído de http://www.megatimes.com.br/2015/05/cerebro-estrutura-encefalica-do-ser.html É claro que em tão pouco tempo não conseguimos — e nem é o objetivo aqui — esgotar as possiblidades de estudos e interpretações e muitos menos tratar de toda a complexidade em que se assenta o sistema nervoso e os estudos sobre o cérebro humano. O intuito está em trazer subsídios para criar as bases de entendimento do comportamento e aprendizagem. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.megatimes.com.br%2F2015%2F05%2Fcerebro-estrutura-encefalica-do-ser.html&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEUvANPVwo7l3AfhXbZvrtVT0grFQ O córtex cerebral é o que faz os seres humanos serem como são. Dentro do grande córtex humano situa-se uma parte expressiva do segredo da consciência humana, nossas capacidades sensoriais e sensibilidades extraordinárias do mundo externo, nossas habilidades motoras, aptidões para o raciocínio e a imaginação e, acima de tudo, nossas capacidades únicas de linguagem. Fonte: Thompson (2005, p. 19) Continuando as nossas conjecturas, Maia e Thompson (2011) salientam que as principais funções do sistema nervoso são: • Funções cognitivas, como: pensamento e emoção. • Motricidade e equilíbrio. • Sensibilidades, como: tato, dor, temperatura, pressão, vibração. • Sentidos, como: visão, audição, gustação e olfato. • Controle do meio interno, como: respiração, circulação, liberação hormonal. Os autores, ainda, destacam que o cérebro, enquanto a estrutura mais desenvolvida e complexa dentro do SNC, é o que tem atribuições mais complexas dentre as funções que foram citadas, incluindo: [...] projeção sensorial e cognição, planejamento e iniciação de movimentos voluntários, processos mentais complexos (pensamento, raciocínio), compreensão e expressão da linguagem, memória e aprendizagem, experiências emocionais e motivacionais (MAIA; THOMPSON, 2011, p. 21). Percebe, caro(a) aluno(a), a importância de o professor, o pedagogo, o psicopedagogo aprender e se apropriar do conhecimento a respeito do sistema nervoso central, em especial, sobre o cérebro?Ao tomarmos esses aspectos como pano de fundo do comportamento e aprendizagem de nossos alunos, apoderamo-nos de um conhecimento direcionador das práticas pedagógicas e em como elas se constroem no cotidiano escolar. Ao estudar e compreender sobre o funcionamento do cérebro, o professor, o pedagogo, o psicopedagogo, podem melhor utilizar os recursos disponíveis, assim como implementar novos recursos para que estimulem a aprendizagem e alcancem resultados satisfatórios com os seus alunos. Notamos, então, que inúmeros são os vínculos que se estabelecem entre tecidos, cognição, afetividade, sensibilidade e motricidade. Mas quem é o responsável pelo estabelecimento destes vínculos? O neurônio. Segundo Thompson (2005, p. 2), “o neurônio é a unidade funcional do cérebro”. A sua finalidade está em transmitir informações para outros neurônios, células musculares ou células glandulares. A principal diferença entre um neurônio e outras células está na membrana: ela se especializou para transmitir informações. Os corpos celulares dos neurônios possuem fibras que se estendem externamente. Uma destas fibras, o axônio, conduz informações do corpo celular do neurônio para outras células. As https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com terminações do axônio são muito especializadas e chamadas de sinapses: elas liberam transmissores químicos sobre as outras células (THOMPSON, 2005, p. 32). Segundo Lent (2010), a sinapse é a unidade processadora de sinais do sistema nervoso, sendo compreendida como uma estrutura microscópica de contanto entre um neurônio e outra célula. É através da sinapse que acontece e se dá a transmissão de mensagens entre as duas, podendo, ao serem transmitidas, serem modificadas no processo de passagem de uma célula à outra, caracterizando a grande flexibilidade funcional do sistema nervoso. O neurônio é capaz de produzir e conduzir impulsos elétricos, levando e tratando a informação de modo que se crie a denominada rede neural. Para Maia e Thompson (2011), o aprendizado ocorre quando a rede neural atinge uma solução generalizada para uma classe de problemas. Sobre as sinapses, os autores reforçam que essas são dotadas de plasticidade, um conceito visto como a capacidade de regeneração ou recuperação funcional das células nervosas, que atualmente se amplia também ao processo de aprendizagem. Figura 4 - Estrutura do neurônio Fonte: extraído de http://nah220kw.blogspot.com.br/2011/07/entenda-o-que-acontece-no-seu--cerebro.html Sobre o conceito de plasticidade cerebral aplicado à Educação, Léo (2010) nos diz que se relaciona à disposição de o sistema nervoso acordar diante do ambiente durante todo o desenvolvimento humano, restaurando e restituindo funções que foram desorganizadas por condições patológicas. A abordagem experimental é a mais comum da plasticidade cerebral, mas também pode ser vista na probabilidade concreta da existência e expressão funcional do sistema nervoso, na motricidade, percepção e linguagem, por exemplo (LÉO, 2010, p. 10). A atividade nervosa é fundamental para o animal viver em equilíbrio com o meio externo. Para melhor se adaptar ao meio ambiente, lança mão de três propriedades: irritabilidade, condutibilidade e contratilidade. Basta haver ação e reação para que se configure uma atividade nervosa. Fonte: Maia e Thompson (2011, p. 21). Compreendendo essas características do sistema nervoso, podemos inferir que novos comportamentos e aprendizagem dependem do cérebro e resultam dos processos que ocorrem no cérebro de cada pessoa. Por exemplo, ao ler este material, você está se apropriando de um conhecimento e, consequentemente, o seu cérebro está gerando uma aprendizagem. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://nah220kw.blogspot.com.br/2011/07/entenda-o-que-acontece-no-seu--cerebro.html Quando partimos para o âmbito da aprendizagem podemos dizer que as estratégias e práticas pedagógicas utilizadas pelos professores em sala de aula, assim como as práticas e vivências no cotidiano familiar e social, são estímulos e provocarão (ou não) uma reorganização no sistema nervoso da criança, do aluno, do educando, levando-o à aprendizagem, como também a mudanças comportamentais. FUNÇÕES COGNITIVAS E APRENDIZADO ESCOLAR: PERCEPÇÃO E MEMÓRIA Neste momento, caro(a) aluno(a), vamos nos aprofundar um pouco mais a respeito do aprendizado escolar. As nossas discussões se guiarão por meio das etapas cognitivas do processo de aprendizagem que são: a percepção, a memória, as funções executivas e as funções expressivas. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Construção do processo de aprendizagem Quais fatores cognitivos influenciam na aprendizagem da criança? Como acontece o processo de aprendizagem? O que impede o processamento de informações e a aprendizagem significativa? Estas são questões que podem nos inquietar continuamente, em nosso dia a dia de sala de aula. Por esse motivo, vamos compreender de que forma se constrói o processo de aprendizagem, amparado nas funções cognitivas do aprendente. Na concepção de Maia (2011), o aprendizado escolar se constitui em um processo que requer prontidões neurobiológicas, cognitivas, emocionais e pedagógicas, como também os estímulos apropriados. Dessa forma, a criança aprende não somente no ambiente escolar, mas imersa no meio social, que abarca a família e a escola. Este meio social também vai determinar a natureza e a qualidade do aprendizado. Denominamos funções cognitivas o conjunto de funções cerebrais básicas que permitem a recepção e o processamento de estímulos e as respostas aos mesmos. Ao mesmo tempo, representam o que muitas vezes chamamos de pensamento, que possibilita o raciocínio e a emoção, atributos que encontram a sua “máxima” expressão na espécie humana (MAIA, 2011). As funções cognitivas são a “[...] expressão do funcionamento do córtex cerebral em estreita relação com diversas estruturas encefálicas subcorticais e aferências sensoriais” (MAIA, 2011, p. 31). Pensando na construção do processo de aprendizagem, vamos refletir: o que acontece na mente de uma criança quando lhe propomos uma atividade? Para Maia (2011), a partir da proposta inicial, um grande processo se inicia, no qual a criança realiza 4 (quatro) grandes etapas cognitivas: 1. Percepção: quando ela recebe a informação e lhe dá significado. 2. Memória: quando a informação é registrada, pelo menos de forma temporária. 3. Funções executivas: quando ela processa a informação, correlacionando-a com materiais já armazenados em sua memória. 4. Funções expressiva: quando a criança dá sua resposta utilizando de alguma forma de comunicação. A seguir, vamos caracterizar cada uma dessa funções cognitivas. A percepção Segundo Lent (2010), a percepção se inicia quando uma forma qualquer de energia incide sobre as interfaces situadas entre o corpo e o ambiente. Os receptores sensoriais são denominados de sentidos: visão, olfato, audição, sensibilidade corporal e gustação. Neste processo, o nosso SNC recebe essas informações provenientes do meio externo, dando-lhe um significado. Diz-se, ainda, que existem receptores específicos — áreas especializadas — para analisar cada uma das modalidades perceptivas, que se setorizam em características específicas do todo a ser analisado. Por exemplo, áreas específicas para análise de cor, movimento e tridimensionalidade se encontram na área cortical-visual, assim como existem o processamento de sons musicais e sons pertencentes a linguagem humana, processados por áreas auditivas específicas (MAIA, 2011). O autor, ainda, destaca que, no caso da aprendizagem, as percepções são multimodais — áreas de integração ou terciárias —, algo especificamente verdadeiro para a leitura e a escrita, em que há constante correlação das formasgráficas identificadas com os sons correspondentes que representam. [...] a análise das formas gráficas “p”, “q”, “d”, “b”, todas são primariamente um semicírculo acoplado a uma haste, pode ser entendida como as letras “pê”, “quê”, “dê” e “bê”, uma vez que se analise a disposição espacial diferenciada desse semicírculo/haste e se correlacione tal representação gráfica com o som correspondente das letras representadas [...] como tais habilidades vão sendo desenvolvidas com a maturação pela idade do SNC e pela experiência e exposição repetida aos estímulos, podemos compreender como as dificuldades no reconhecimento de tais regras são próprias da aquisição de leitura e escrita, mas que podem representar disfunções em nível perceptivo-visual e fonológico, à medida que permanecem após https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com uma etapa esperada de desenvolvimento (MAIA, 2011, p. 34). A sensação e a percepção são o ponto de partida para a pesquisa moderna dos processos mentais. Os cinco órgãos dos sentidos são canais de captação dessas novas informações, mas eles apresentam algumas limitações. Por exemplo, nem todas as frequências sonoras são percebidas pelo nosso sistema auditivo, isto é, nem todos os sons que percebemos, são interpretados pelo nosso encéfalo. Além disso, nossas percepções diferem qualitativamente das propriedades físicas dos estímulos, visto que o sistema nervoso extrai somente determinadas partes da informação de cada estímulo, enquanto ignora outras, e assim interpreta esta informação no contexto das estruturas encefálicas e das experiências prévias. Para saber mais acesse: http://www.sbneurociencia.com.br/drrobertomuller/artigo1.htm Fonte: Sociedade Brasileira de Neurociência (2017). A memória O que é a memória? Compreendida em nossas discussões como a segunda etapa do processo de aprendizagem, a memória corresponde a capacidade do aprendente reter as informações que recebeu do ambiente externo e, também, de acessar informações previamente armazenadas. Brandão (2001) nos retrata que aprendizagem e memória estão imbricadas em um processo contínuo de estágios. O primeiro estágio corresponde a memória de curto prazo , memória de trabalho, uma memória sensorial ou imediata que ocorre em uma fração de segundo, como guardar um número de telefone, por exemplo. Essa memória tem duração pequena — alguns segundos, minutos ou horas — mas por meio da repetição mental do conteúdo da informação pode se converter em memória de longo prazo, , passa a integrar o sistema duradouro de armazenamento. A memória de trabalho, segundo Maia (2011), é uma modalidade mnêmica, temporalmente pequena, mas responsável pelo processamento das informações recebidas pelo meio, em tempo real, como também das informações resgatadas da memória permanente para a execução do raciocínio. Este “exercício” é facilmente percebido em crianças em fase de alfabetização, por exemplo. “Anatomicamente, a memória de trabalho corresponde a um espaço virtual onde múltiplas conexões e integrações são orquestradas sob a ‘batuta’ do lobo frontal, em especial o córtex pré-frontal” (MAIA, 2011, p. 35). Uma disfunção cognitiva que classicamente compromete a memória de trabalho é o TDAH, explicando as grandes dificuldades de organização, planejamento e retenção de informações em pessoas com este distúrbio. Há uma grande demanda de memória de trabalho em tarefa de raciocínio lógico-dedutivo, especialmente na Matemática. Na dislexia, por sua vez, a memória de trabalho especificamente fonológica está deficiente (MAIA, 2011, p. 35). A memória de longo prazo, segundo Brandão (2001), subdivide-se em secundária e terciária. Os eventos que estão armazenados na memória secundária, uma vez localizados pela busca, são trazidos a consciência. Quando em uma conversa, por exemplo, tentamos nos lembrar de um filme que assistimos e está relacionado ao assunto tratado, invocamos a memória secundária. A aprendizagem pode ser vista como um conjunto de comportamentos que viabilizam os processos neurobiológicos e neuropsicológicos da memória. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.sbneurociencia.com.br%2Fdrrobertomuller%2Fartigo1.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNE3s6iRLnw8ea8eNwR4SWaghsCXUA Fonte: Lent (2010, p. 650). Na memória secundária, a “leitura periódica” das informações que ali estão armazenadas permite que as informações sejam alteradas, como também novas informações relacionadas à aprendizagem inicial sejam acrescidas ao sistema. Continuando com o exemplo do filme citado anteriormente, ao trazermos para a discussão que estamos estabelecendo, acabamos por acrescentar novos aspectos, novas formas de enxergá-lo, ou seja, a memória foi modificada. Brandão (2001) e Maia (2011) chamam este processo de consolidação , aquilo que é armazenado na memória de longo prazo. E como isso acontece? O hipocampo tria e determina quais informações, dentre as milhares que são processadas pela memória de trabalho, serão permanentemente regidas em nosso córtex cerebral. O hipocampo faz parte do sistema límbico, que é região que regula emoções, estando associado principalmente à memória. O indivíduo não tem autonomia nessa tarefa ou influência consciente sobre o hipocampo para selecionar o que guardar na memória de longo prazo ou, então, esquecer. Contudo algumas características do elemento a ser memorizado apontadas por Maia (2011) merecem ser citadas: • O maior número de vezes que ele é apresentado ao indivíduo. • O maior número de modalidades cognitivas que a informação é apresentada (visuais, auditivas e táteis). • A associação do elemento com aprendizados anteriores. • A associação a estímulos afetivos, que podem ser prazerosos ou dolorosos. No processo de aprendizagem, essas características levam o hipocampo a reconhecer a informação como importante aumentando a chance de convertê-la em memória de longo prazo. A memória permanente é o acúmulo de informações desde os nossos primeiros momentos de vida [...] se não regularmente utilizadas, ou se ficam ‘soltas’ fora de um conjunto significativo de aprendizados, podem imergir na inconsciência e dar o ar de sua graça raramente. Tanto a memória quanto a atenção vão ficando maiores (em termos de duração, quantidade e complexidade), quanto mais amadurecido o sistema nervoso central e mais estimuladas forem (MAIA, 2011, p. 36). Na memória terciária, Brandão (2001) nos salienta, que são armazenadas informações relacionadas ao funcionamento da vida cotidiana, constituindo-se em traços de memórias correspondentes à fala, escrita, atividade motora e outras atividades que se mostram essenciais. A princípio, não existe uma necessidade educacional especial que afete primariamente a capacidade de memorizar (consolidar) de forma genérica da criança ou adolescente, salvo situações adquiridas que lesem a região hipocampal (tumores, traumatismo ou doenças degenerativas). Os transtornos de aprendizado são caracterizados por dificuldades mnemônicas específicas decorrentes de disfunção geneticamente determinadas em áreas cerebrais específicas. Dessa forma, os disléxicos têm dificuldades de memorização fnêmica/fonológica (embora sem alterações em outras áreas de processamento linguístico), os portadores de disgrafia na memória grafêmica e grafofonêmica e os com discalculia na memória para números (MAIA, https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com 2011, p. 36). O CÉREBRO E AS FUNÇÕES COGNITIVAS – “LOBO” CEREBRAL O lobo frontal controla a motricidade, planeja os atos, modula a memória imediata, controla a atenção e organização psicomotora, o afeto, o raciocínio e a personalidade, e ainda é o responsável pela articulação da fala. O lobo parietal registra e interpreta as sensações, imagem docorpo, é responsável pelo reconhecimento tátil de objetos e formas, direcionalidade, leitura — em interface com o logo temporal — , elaboração grafomotora e processamento espacial. O lobo temporal percebe e interpreta o paladar e o olfato, os estímulos auditivos verbais e não verbais, os eventos relacionados à memória e às emoções mais primitivas — saciedade, impulso sexual, impulsos de proteção como fuga ou luta. O lobo occipital percebe e interpreta as sensações visuais. Fonte: Maia (2011). FUNÇÕES COGNITIVAS E APRENDIZADO ESCOLAR: FUNÇÕES EXECUTIVAS E EXPRESSIVAS Continuando as nossas discussões acerca das funções cognitivas e aprendizado escolar, falaremos agora das funções executivas e das funções expressivas. Funções executivas https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Entendemos por funções executivas o conjunto de habilidades que permitem o desempenho de ações voluntárias orientadas para metas, que podem ser intelectuais ou emocionais. São aquelas habilidades que permitem ao aluno iniciar e desenvolver uma atividade com objetivo final determinado (COSTA; MAIA, 2011). São as funções executivas, caro(a) aluno(a), que nos levam a executar uma série de tarefas simples em nossa rotina, como também tarefas complexas que exijam soluções mais aprofundadas. Quando, em sala de aula, propomos atividades aos nossos alunos, estamos estimulando as suas funções executivas, pois estamos estimulando o seu cérebro e o funcionamento de diversas atividades mentais que otimizem o seu desempenho. Para Costa e Maia (2011, p. 55), “as funções executivas são, portanto, determinantes da capacidade de aprendizagem”. As autoras ainda reforçam que o bom desenvolvimento das funções executivas dependem não somente do amadurecimento cerebral, mas também da assimilação de maneira progressiva das estratégias de ensino-aprendizagem utilizadas pelo professor. Segundo Morton (2013, p. 4), as funções executivas podem ser divididas em três grandes categorias de competências : autocontrole, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. O autocontrole corresponde a capacidade de o indivíduo resistir a uma tentação, a algo que gostaria de fazer, para poder fazer aquilo que é certo. Essa é uma capacidade que ajuda as crianças a prestar atenção, agir menos impulsivamente e manter a concentração numa tarefa, por exemplo. Ligada às funções executivas, a memória de trabalho busca manter as informações na mente para que elas possam ser manipuladas. Esta é uma habilidade necessária à realização de tarefas cognitivas, como a de estabelecer uma relação entre dois assuntos, fazer cálculos mentais e/ou estabelecer uma ordem de prioridade entre várias tarefas. A flexibilidade cognitiva se volta à capacidade de o indivíduo usar o pensamento criativo e realizar ajustes flexíveis que possibilitem a adaptação às mudanças. Uma habilidade que auxilia as crianças a utilizarem imaginação e criatividade para resolver problemas. O desenvolvimento do potencial máximo das funções executivas é um processo que exige tempo e isso se explica, em parte, pela lentidão do amadurecimento do córtex pré-frontal. As alterações nas funções executivas são aparentes quando as crianças se tornam capazes de manter em mente os objetivos importantes (por exemplo, terminar o dever de casa ao invés de assistir à televisão). Observam-se melhorias nas funções executivas também quando as crianças desenvolvem a capacidade de analisar seu ambiente para decidir qual o plano de ação apropriado (por exemplo, estudar hoje à noite é essencial para a obtenção de uma boa nota no exame do dia seguinte) (MORTON, 2013, p. 4). Percebe, caro(a) aluno(a,) como as funções executivas também refletem um processo de amadurecimento do indivíduo. Este amadurecimento também acontece por meio da aprendizagem. Outrossim, Costa e Maia (2011) nos revelam que é bem possível que crianças com inteligência normal e com problemas com a função executiva tenham baixo rendimento acadêmico, como no caso de crianças com TDAH. Uma das marcas do TDAH é as disfunções executivas. Muitos especialistas, inclusive, consideram ser esta a principal origem desse transtorno. Funções expressivas As funções expressivas são aquelas que se voltam a alguma forma de comunicação. Podemos dizer que a linguagem oral e a linguagem escrita são as principais e/ou mais utilizadas pelos indivíduos. No cérebro, todo o córtex e as estruturas subcorticais trabalham para permitir a linguagem. Neste processo, os sentimentos, desejos e palavras são transformados, sendo que as partes — aspectos verbais, mediados pelo hemisfério dominante — e o todo, que são os aspectos não verbais, mediados pelo hemisfério não dominante, são igualmente importantes para que haja coerência no ato comunicativo (MAIA, 2011). Mas qual a “rota” da linguagem na cabeça dos pequenos? Vamos entender como este https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com processamento acontece. Salienta Maia (2011) que quando tratamos da fala — linguagem oral — tudo começa com as emoções e pensamentos que o emissor deseja verbalizar. Esses sentimentos são carregados de significados que deverão ser traduzidos em palavras apropriadas. Somente, aqui, temos dois processos: o de conceitualização e lexicalização. A palavra, então, é “montada” a partir de seus constituintes fonológicos e “traduzida” em movimentos articulatórios e emissões de ar pelas estruturas fonoarticulatórias — fase chamada de articulação — com a finalidade de serem emitidas palavras em ordem, emotividade e propriedade sociocultural, ou seja, sintaxe, prosódia e pragmatismo, sucessivamente. No caso da leitura e escrita, após o reconhecimento da palavra escrita, os demais processos serão semelhantes ao processamento da percepção da linguagem falada, ou seja, o significado isolado e contextualizado das palavras, a análise sintática, a apreensão do pragmatismo e a prosódia (MAIA, 2011). O cérebro processa a linguagem oral e seu correlato escrito de forma modular, ou seja, apresenta redes específicas para o processamento de níveis hierarquizados, pertinentes a aspectos constitutivos dos sons (nível fonêmico), palavras (nível lexical — léxico fonêmico em relação à palavra falada e léxico ortográfico em relação à palavra escrita) e significados (nível semântico), bem como para o encadeamento das palavras de forma coerente e inteligível (sintaxe), acrescido de aspectos não verbais, como a intencionalidade do ato comunicativo (pragmatismo) e os contornos afetivos de que ela se reveste (prosódia) (MAIA, 2011, p. 37). Complementando o entendimento deste processo, Lent (2010, p. 683) nos aponta que: As modalidades da linguagem envolvem sistemas pareados de expressão e compreensão. Assim, quando a expressão é oral ou vocal (modalidade que chamamos de fala), a compreensão ocorre principalmente pelo sistema auditivo; quando a expressão é gestual, a compreensão é realizada pelo sistema visual. Da mesma forma, quando a expressão é escrita, é o sistema visual que possibilita a leitura. E quando a escrita é Braile, é o sistema somestésico que assume a tarefa. Observamos, assim, que o processo realizado pelo cérebro para que a função expressiva se cumpra, aconteça, é uma atividade complexa e intrínseca. Precisamos enquanto professores compreender este processo esquemático para que assim possamos estimular adequadamente os nossos alunos. Imagine todo esse processo ao trabalharmos a leitura e escrita, por exemplo? Sem sombra de dúvidas, muitas das dificuldades de aprendizagem podem ser mapeadas ao compreendermos as funções cognitivas. Vale ressaltar ainda, conforme Maia (2011), que dificuldades de atenção e execução podem atrapalhar esse processo, por exemplo, indivíduos com TDAH podem ler todo um texto, sem problemáticas de articulação e fluência, mas é comum ao final quando perguntadossobre o que entenderam, de nada lembrarem. São muitos outros desdobramentos que envolvem as funções cognitivas, caro(a) aluno(a). O nosso material não esgota as discussões sobre o assunto, assim, recomendo que você continue as suas pesquisas, explore o tema. Existem materiais fantásticos para pesquisa sobre o assunto ao explorarmos o campo da neurociência. Por exemplo, o uso de técnicas de imagem funcional para as áreas cerebrais a fim de compreender as regiões impactadas ao ouvir, ler, falar ou imaginar palavras, como outras tantas pesquisas. Não pare por aqui suas pesquisas sobre este assunto! Aprofunde os seus conhecimentos! https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/atividades Página inicial ATIVIDADES 1. Vimos em nossos estudos que uma das vertentes dos estudos em Neurociência se volta a suscitar o entendimento da aprendizagem e do funcionamento do cérebro, nas mais variadas formas de construção do conhecimento, trazendo à tona elementos que favorecem ou dificultam a aprendizagem. Sobre a neurociência, assinale V para verdadeiro e F para falso nas sentenças a seguir e, depois, marque a alternativa correta. ( ) A neurociência pode ser compreendida como um termo “guarda-chuva” por englobar todas as áreas da ciência. ( ) A neurociência no traz os estudos e discussões acerca dos processos que permitem ações, comportamentos. ( ) A tarefa das neurociências está em explicar o comportamento no que tange ao funcionamento cerebral, focando unicamente na função celular. ( ) Há modos diferentes de classificar as neurociências de acordo com os níveis de abordagem a que se propõe a investigação que se deseja realizar. ( ) Na neurociência cognitiva, estão concentrados os estudos que se valem das questões de aprendizagem, ensino, didática e o universo de sala de aula. a) V, V, F, V, F. b) F, F, V, V, V. c) V, V, V, V, V. d) F, V, V, F, V. e) V, V, F, V, V. 2. Sabemos que o sistema nervoso pode ser dividido em: sistema nervoso central (SNC), sistema nervoso periférico (SNP) e sistema nervoso autônomo (SNA). Analise as afirmações, a seguir, acerca do sistema nervoso e, depois, assinale a alternativa correta. I - No sistema nervoso central (SNC), estão os músculos voluntários e as informações periféricas, como sensibilidades e sentidos. II - No SNC, estão as partes situadas dentro do crânio e da coluna vertebral, encéfalo e medula espinhal. III - O sistema nervoso periférico (SNP) coloca o SNC em contato com os órgãos efetores. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial IV - No sistema nervoso central (SNC), está a maior parte das células nervosas, seus prolongamentos e os contatos que estabelecem entre si. V - O sistema nervoso autônomo (SNA) é composto por estruturas centrais e periféricas relacionadas apenas ao controle involuntário das funções orgânicas. Está correto SOMENTE o que se afirma em: a) I e II. b) II e III. c) I, II e III. d) I, III, IV e V. e) II, III IV e V. 3. As funções cognitivas são as funções cerebrais básicas que permitem a recepção e o processamento de estímulos e as respostas aos mesmos. Analise as afirmações a seguir: "[...] o significado dado a informação quando ela é recebida pelo cérebro"; "[...] registro da informação, mesmo que de forma temporária". Os trechos apresentados correspondem, respectivamente, a quais funções cognitivas? Assinale a alternativa correta. a) Linguagem e expressão. b) Executivas e expressivas. c) Percepção e memória. d) Armazenamento e inteligência. e) Leitura e aprendizagem. 4. Considerando o que foi estudado sobre as funções executivas e expressivas, relacione as sentenças apresentadas à função cognitiva a que pertence, sendo (1) para função executiva e (2) para função cognitiva. Depois, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. ( ) Conjunto de habilidades que permitem o desempenho de ações voluntárias orientadas para metas. ( ) Permitem ao aluno iniciar e desenvolver uma atividade com objetivo final determinado. ( ) São funções que se voltam a alguma forma de comunicação. ( ) Uma de suas funções é o autocontrole, que corresponde a capacidade de o indivíduo resistir a uma tentação, a algo que gostaria de fazer, para poder fazer aquilo que é certo. ( ) Envolvem sistemas pareados de expressão e compreensão, podendo se materializar em formas de linguagem como a oral e a escrita. a) 2,2,1,1,2. b) 1,1,1,1,2. c) 1,2,2,2,1. d) 1,1, 2,1,2. e) 1,2,1,1,2. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/resumo Página inicial RESUMO Neste encontro, pudemos conhecer aspectos voltados à neurociência e ao desenvolvimento da aprendizagem. Tivemos a oportunidade de estudar elementos da neurociência, em sua vertente relacionada ao comportamento humano. Também pudemos conhecer os aspectos básicos da estrutura do sistema nervoso central que se relacionam com a aprendizagem, tais como as funções cognitivas, que podem ser subdivididas em pensamento e emoção, motricidade e equilíbrio, sensibilidades, sentidos e controle do meio interno, como respiração, circulação, liberação hormonal. Fizemos discussões que trouxeram à tona estes elementos, sempre, voltando-nos à aprendizagem do indivíduo. Assim, aprendemos sobre as principais funções cognitivas e a sua relação com o cérebro, conjecturando sobre a integração entre prática pedagógica e neurologia da aprendizagem. Assim, voltamo-nos a tratar sobre a importância de o professor, o pedagogo e o psicopedagogo aprenderem e se apropriarem do conhecimento a respeito do sistema nervoso central, em especial sobre o cérebro. Pudemos ainda constatar que o aprendizado escolar se constitui em um processo que requer prontidões neurobiológicas, cognitivas, emocionais e pedagógicas, como também os estímulos apropriados. E que as funções cognitivas permitem a recepção e o processamento de estímulos e as respostas, possibilitando o raciocínio e a emoção. Falando em funções cognitivas, pudemos estudá-las como um grande processo que se realiza em quatro etapas: percepção, memória, funções executivas e funções expressivas. Espero que este material tenha lhe ajudado, caro(a) aluno(a), a tecer reflexões sobre os elementos da neurociência que se voltam ao processo de aprendizagem e, principalmente, a refletir sobre práticas pedagógicas que podem ser desenvolvidas e aplicadas ao cotidiano escolar, propiciando o desenvolvimento adequado de nossos alunos. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico Página inicial Material Complementar Na Web KANDEL - EM BUSCA DA MEMÓRIA Mostra-nos com profundidade as realizações ao longo da vida e as reflexões de um homem, que acabou por ser muito maior do que a soma de todas as suas partes, por isso considerado um dos pesquisadores da memória mais importante do século XXI. Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicialhttps://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=afZ5MFc2whE https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Página inicial REFERÊNCIAS BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W. Neurociências : Desvendando o Sistema Nervoso. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. BRANDÃO, M. L. As bases biológicas do comportamento : introdução à neurociência. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 2004. BRANDÃO, M. L. Psicofisiologia : as bases fisiológicas do comportamento. São Paulo: Atheneu, 2001. COSTA, C. R. C. M; MAIA, H. Funções executivas. In.: MAIA, H. (org.). Neurociências e desenvolvimento cognitivo . Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. Volume 2. GAZZANIGA, Michael S.; IVRY, Richard, MANGUN, George R. ; tradução de Angelica Rosat Consiglio. Neurociência cognitiva : a biologia da mente. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.p. 20-37. KANDEL, Eric R.; SCHWARTZ, James H.; JESSELL,Thomas M. Princípios da neurociência . 4.ed. Barueri - SP: Manole, 2003.p. 5-17 LENT, Roberto. Fundamentos da Neurociência. In LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios : conceitos fundamentais de neurociência São Paulo: Atheneu, 2010. LÉO, M. F. G. Neurociência e Educação. Monografia . Universidade Candido Mendes. Niterói: Projeto A vez do Mestre, 2010. MAIA, H.; THOMPSON, R. Cérebro e aprendizagem. In.: MAIA, H. (org.). Neurociências e desenvolvimento cognitivo . Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. Volume 2. MAIA, H. Funções cognitivas e aprendizado escolar. In.: MAIA, H. (org.). Neurociências e desenvolvimento cognitivo . Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. Volume 2. THOMPSON, R. O cérebro : uma introdução à Neurociência. São Paulo: Santos Editora, 2005. REFERÊNCIAS ON-LINE MORTON, J. B. Funções Executivas . Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância. CEECD/SKC-ECD. 2013. Disponível em: http://www.enciclopedia-crianca.com/funcoes-executivas/tema-completo . Acesso em 24/03/2017. RELVAS, M. P. Estudos da Neurociência aplicada à aprendizagem . 2016. Disponível em: http://www.martarelvas.com.br/rj/rio-de- janeiro/tijuca/marta-relvas-palestrante/neurociencia-na-aprendizagem . Acesso em 24/03/2017. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.enciclopedia-crianca.com%2Ffuncoes-executivas%2Ftema-completo&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEBZ78xJfBPk3BCnh_VoiD0FwwVtw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.martarelvas.com.br%2Frj%2Frio-de-janeiro%2Ftijuca%2Fmarta-relvas-palestrante%2Fneurociencia-na-aprendizagem&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF5xlmwQHivwEWVBcb0i7hMUZCKuw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.martarelvas.com.br%2Frj%2Frio-de-janeiro%2Ftijuca%2Fmarta-relvas-palestrante%2Fneurociencia-na-aprendizagem&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF5xlmwQHivwEWVBcb0i7hMUZCKuw https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando Página inicial APROFUNDANDO Abordaremos, aqui, as funções executivas e o universo de sala de aula. Em material publicado na Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância, Clancy Blair, PhD em NYU Steinhard, EUA, trata sobre as funções executiva na sala de aula. Este é um rico material que merece ser visitado e explorado, pois pode auxiliar muito o professor que trabalha com a Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental, principalmente. Também podem se valer deste material pedagogos, psicopedagogos e demais profissionais e pesquisadores da Educação e processos de aprendizagem. Segundo Blair (2013), em um nível mais refinado, as funções executivas, tal como têm sido estudadas nas publicações sobre o desenvolvimento cognitivo, têm sido vinculadas às habilidades específicas de processamento de informações inter-relacionadas que permitem a resolução de informações conflitantes, como: As funções executivas despertam um interesse cada vez maior para os pesquisadores do desenvolvimento infantil como um indicador geral da saúde e do bem-estar da criança e, específico, de autorregulação. O grau de capacidade que as crianças mais jovens demonstram para poder resolver adequadamente informações conflitantes e inibir respostas automáticas quando necessário é visto como um indicador da capacidade de reflexão e da habilidade para direcionar o comportamento, utilizando um raciocínio voltado para o futuro. Essas habilidades devem, por sua vez, levar a um comportamento bem regulado e aumentar a adaptação a uma variedade de contextos (BLAIR, 2013). A autora ainda destaca que existem várias questões relevantes para o estudo das funções executivas em crianças. A evidência indica que as funções executivas são importantes para a prontidão no trabalho escolar e que elas representam um aspecto central de autorregulação na criança, existem questões fundamentais relacionadas à identificação das influências relevantes no https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial desenvolvimento das funções executivas e em sua maleabilidade. Quanto aos resultados, estudos recentes proporcionam perspectivas valiosas sobre o desenvolvimento das funções executivas na primeira infância. Várias medidas de avaliação apropriadas para uso longitudinal com crianças a partir dos 30 meses de idade foram desenvolvidas e estão sendo validadas. Entre elas, encontram-se uma versão da tarefa Dimensional Change Card Sort (DCCS), apropriada para uso longitudinal, e uma avaliação conhecida como Shape School . De forma semelhante, desenvolveu-se uma bateria de tarefas inovadoras com diferentes tarefas designadas para medir a memória de trabalho, o controle inibitório e a flexibilidade de atenção (BLAIR, 2013). Vários estudos, utilizando diversos tipos de medidas, demonstraram associações de nível moderado a alto entre a capacidade de função executiva e o desempenho escolar nos primeiros graus do Ensino Fundamental. Mais importante ainda, essas associações foram observadas no controle de inteligência geral ou na verificação de indicadores do desempenho nos primeiros anos de vida, ou em ambos os casos. Na verdade, as avaliações das funções executivas atenuaram substancialmente ou levaram inteiramente em conta a variação dos resultados associados às avaliações da inteligência geral e da habilidade escolar nos primeiros anos de vida (BLAIR, 2013). A demonstração das relações entre as experiências nos primeiros anos de vida e as funções executivas bem como entre as funções executivas e os resultados socioemocionais e escolares deu origem a estudos de intervenção, analisando as funções executivas como um alvo potencial dos esforços para promover a competência socioemocional e escolar em crianças com um risco elevado de insucesso escolar. As constatações desses estudos são, geralmente, positivas, sugerindo ou indicando que as mudanças relacionadas ao programa em funções executivas servem até certo ponto de mediadores para os efeitos do programa em resultados escolares e comportamentais (BLAIR, 2013). Em geral, as publicações específicas sobre o construto indicam que as funções executivas podem ser medidas de forma confiável e válida na primeira infância e que as avaliações da habilidade das funções executivas estão significativamente relacionadas a múltiplos aspectos do desenvolvimento infantil, incluindo os resultados socioemocionais e escolares (BLAIR, 2013). Dessa forma, os estudos realizados tendem a confirmar que o desenvolvimento das funções executivas é um indicador central das capacidades de prontidão para o trabalho escolar. Além disso, os estudos sugerem que os déficits das funçõesexecutivas iniciais podem ser indicadores sensíveis de risco de dificuldades de aprendizado e, talvez, do risco de desenvolvimento precoce de psicopatologia (BLAIR, 2013). Pense e se aprofunde sobre o assunto, caro(a) aluno(a). Pude trazer, neste momento, apenas alguns recortes a respeito das funções executivas. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Referências BLAIR, C. As Funções Executivas na Sala de Aula. 2013. Disponível em: http://www.enciclopedia- crianca.com/sites/default/files/textes-experts/pt-pt/2474/as-funcoes-executivas-na-sala-de-aula.pdf . Acesso em: 31 maio 2017. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.enciclopedia-crianca.com%2Fsites%2Fdefault%2Ffiles%2Ftextes-experts%2Fpt-pt%2F2474%2Fas-funcoes-executivas-na-sala-de-aula.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFaI2glS-Hh2dbb4nxlAuK-b1h1Qg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.enciclopedia-crianca.com%2Fsites%2Fdefault%2Ffiles%2Ftextes-experts%2Fpt-pt%2F2474%2Fas-funcoes-executivas-na-sala-de-aula.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFaI2glS-Hh2dbb4nxlAuK-b1h1Qg https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial/editorial Página inicial EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; SILVA, Patrícia Rodrigues da; Neurodidática . Patrícia Rodrigues da Silva; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 40 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Neurodidática. 2. Neurociência. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 370 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd1/p%C3%A1gina-inicial Página inicial REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA Professora: Me. Patrícia Rodrigues da Silva Objetivos de aprendizagem • Estudar o processo de desenvolvimento da criança. • Compreender a influência do ambiente no processo de desenvolvimento e aprendizagem. • Conhecer as concepções principais de Vygotsky e Piaget voltadas ao desenvolvimento e à aprendizagem. • Conhecer as concepções principais de Piaget voltadas ao desenvolvimento e à aprendizagem. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Conceitos básicos sobre aprendizagem e desenvolvimento humano • O ambiente e as habilidades sociais • A abordagem histórico-cultural de Lev Vygotsky • Piaget, o desenvolvimento humano e a aprendizagem Introdução Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a)! Neste momento do nosso estudo, vamos conhecer algumas reflexões teóricas a respeito do desenvolvimento da criança. Trabalharemos conteúdos, pautando-nos em referenciais de autores que se voltam a esclarecer como acontecem os processos de desenvolvimento e aprendizagem de nossos pequenos. Começaremos refletindo sobre os conceitos básicos em torno do ato de educar. O intuito neste início de conteúdo é que possamos fazer uma reflexão sobre os desdobramentos da educação e formação da criança para além dos muros escolares. Assim sendo, são elementos vivos deste processo pais, familiares, professores e todos os outros indivíduos que convivem e, consequentemente, influenciam na formação da criança. Trabalharemos de forma que a criança seja percebida como protagonista do processo de ensino aprendizagem, considerando para isso as suas individualidades, fases de desenvolvimento e contexto em que vive. Também falaremos sobre o processo de maturação da criança e do desenvolvimento de habilidades sociais na infância, entendendo que a criança transita por um território de contínua transformação, e que só aumenta na medida em que ela ingressa em novos grupos sociais, com novos desafios de socialização e relações. Como a nossa linha de estudos está amparada na vertente da neurociência cognitiva, ao falarmos das teorias de desenvolvimento e aprendizagem, minha opção foi em tratarmos de aspectos-chave das abordagens Lev Vygotsky e Jean Piaget, por entender que a ênfase de suas teorias está no cognitivismo e no conhecimento construído. Esclareço, caro(a) aluno(a), que existem outras correntes teóricas sobre aprendizagem e desenvolvimento humano que aqui não serão tratadas, mas que você poderá pesquisar para enriquecer ainda mais o seu rol de conhecimento. Não devemos deixar que a nossa busca pelo conhecimento se esgote nessas páginas de nosso material. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial https://getfireshot.com Boa leitura, boas reflexões! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial/unidade-2 Página inicial CONCEITOS BÁSICOS SOBRE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO HUMANO Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente… E ficando mais rico interiormente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela qual vivemos. Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da Educação, Filosofia da Educação […]. Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do Olhar. Ou à importância do olhar na Educação, em qualquer um deles. A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo […]. Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente. A Educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades. Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver. Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal. Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não veem. Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos — mas esqueci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore […] ou para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam. As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mundo aparece refletido dentrohttps://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p%C3%A1gina-inicial da gente. São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio (ALVES, 2015, p. 1). E assim começamos as nossas discussões acerca da aprendizagem e do desenvolvimento humano. O poeta e professor Rubem Alves nos traz em suas palavras a grande riqueza que existe no papel de educar um ser humano. Por meio de uma reflexão e avaliação profunda de seu texto, vemo-nos imersos em um processo no qual somos os responsáveis em mudar a vida de um ser humano. É isso que acontece quando falamos da aprendizagem, quando falamos do ensinar. Ensinamos enquanto pais, tios, tias, irmãos, irmãs, professores, avós, enquanto seres humanos que convivem em sociedade. Mas quando tratamos dos seres incríveis que são as crianças, a nossa responsabilidade aumenta ainda mais, pois nos vemos envoltos por um processo de descobertas, como disse Rubem Alves “[...] mostrar a vida a quem ainda não viu”. E assim, caro(a) aluno(a), iniciaremos a tratativa sobre algumas concepções da aprendizagem e desenvolvimento humano. Vamos lá! Aprendizagem e desenvolvimento humano Para estudar os processos de aprendizagem e desenvolvimento humano dentro de nosso material, vamos nos amparar nas contribuições da vertente de Análise de Comportamento. Compreenderemos alguns dos aspectos mais importantes deste cenário de descobertas no qual se encontra a criança nos primeiros anos de vida. Podemos tratar a aprendizagem como um novo comportamento manifestado no indivíduo, que foi estimulado por uma experiência, treino, orientação etc., que o levará à construção de novos significados, de novas estruturas cognitivas, à resolução de problemas e tantos outros comportamentos. O professor José Carlos Libâneo (2013, p. 81) nos traz que “qualquer atividade humana praticada no ambiente em que vivemos pode levar a uma aprendizagem”. Assim sendo, aprendemos desde o momento em que nascemos e ao longo de toda a nossa vida. Como o nosso foco aqui é a criança, vamos pensar um pouco mais em seu processo de descobertas e, consequentemente, aprendizagem. A atenção e o contato físico com o bebê nos primeiros momentos de vida, seguido das demonstrações e interações realizadas durante a infância, tais como o conversar, cantar e sorrir. O modo como os pais e conviventes com a criança se comportam nas mais diversas situações, são modelos de comportamento que repercutem diretamente no desenvolvimento da competência social dos indivíduos. Fonte: Bee (1997). Uma criança pequena aprende de várias formas, ela aprende ao distinguir barulhos, aprende manipulando brinquedos, aprende ouvindo as pessoas a sua volta, aprende com adultos, aprende com outras crianças. Um fator determinante, neste processo, é que tenhamos em mente enquanto formadores dessa criança, que somos estimuladores do processo de aprendizagem. E quando falo “somos”, chamo a atenção para a conscientização que precisa existir para os pais, familiares e todos os outros que convivem com a criança em seu meio familiar e social. Para pensar o contexto da aprendizagem dentro e fora da escola, vamos nos atentar as duas formas apresentadas por Libâneo (2013): https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com • Aprendizagem causal : é espontânea, surge naturalmente da interação entre as pessoas e com o ambiente em que vivem, em que estão inseridas. Aqui, podemos pensar nos impactos da convivência social, da observação de objetos, acontecimentos e comportamentos, do contato com meios de comunicação, leituras, conversas, pois todos esses elementos contribuem para a aquisição de conhecimento e formação de atitudes e convicções. • Aprendizagem organizada : se orienta por uma finalidade específica, como aprender determinados conhecimentos, habilidades, normas etc. Essa aprendizagem pode ocorrer em vários lugares, mas é na escola que ela acontece em maior proporção, por ser neste espaço que se organizam as condições específicas para transmissão de conhecimentos e habilidades, uma tarefa específica do ensino. Sobre os níveis de aprendizagem, o professor Libâneo (2013) nos aponta que esquematicamente existem dois níveis de aprendizagem humana: o reflexo e o cognitivo. O nível reflexo está relacionado às sensações do indivíduo pelas quais são desenvolvidos processos de observação e percepção das coisas e noções motoras físicas no ambiente. São aprendizagens responsáveis pela formação de hábitos sensorimotores e que predominam na fase inicial de desenvolvimento da criança. São exemplos: agarrar objetos, distinguir cores, formas e sons, andar, dentre outros. Vale enfatizar que muitos desses hábitos acontecem de forma automática e inconsciente, caracterizando-se como um nível de aprendizagem contínua que ocorre ao longo de toda a vida. O nível cognitivo é descrito por Libâneo (2013, p. 84), como aquele relacionado à “aprendizagem de determinados conhecimentos e operações mentais, caracterizada pela apreensão consciente, compreensão e generalização das propriedades e relações essenciais da realidade”. Acrescenta-se, ainda, que nesse nível de aprendizagem os indivíduos aprendem tanto com o contato direto com as coisas no ambiente como também com as palavras que designam as coisas e os fenômenos do ambiente. Aqui, destaca-se a linguagem, como instrumento que gera condição para a aprendizagem. Vemos, assim, que a Educação é um processo de busca de saber que acontece ao longo de toda a vida do indivíduo. Se a Educação é um processo contínuo de busca de um saber ampliado e aprofundado, de um viver inteiro, é preciso que os indivíduos estejam inteiros nesta busca. Ao lado da razão, a imaginação, os sentimentos, os sentidos são instrumentos de atuação na realidade e criação de saberes e valores. O bom ensino será, então, estimulador do desenvolvimento desses instrumentos/capacidades (RIOS, 2006, p. 61). Vemos, assim, que a Educação está imbricada em um processo no qual professores e alunos atuam juntos em um processo de transformação e descobertas. Em uma perspectiva das teorias do desenvolvimento, Valle e Garnica (2009) nos apontam que a questão da socialização e da importância de interações e relações sociais é enfatizada enquanto fator promotor de saúde mental e de desenvolvimento. Estudo do comportamento controlado por estímulos Textuais Conhecer como estímulos textuais influenciam o comportamento subsequente do leitor é de grande interesse de maneira geral, uma vez que uma das práticas bem-estabelecidas em nossa cultura é a utilização de texto como forma de interferir e modificar o comportamento do leitor. São exemplos dessas práticas a utilização: (a) de histórias infantis com a finalidade de estabelecer em crianças comportamentos ético e moral importantes para a cultura; (b) de códigos que regem condutas e regulam relações, como o Estatuto da Criança e do Adolescente ou o Código Nacional de Trânsito; (c) de livros didáticos no ensino sistematizado; ou mesmo de (d) panfletos informativos em campanhas de saúde, por exemplo. Fonte: Almeida, Battaglini e Verdu (2009). https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com O AMBIENTE E AS HABILIDADES SOCIAIS Sabemos que o processo de desenvolvimento da criança é um processo contínuo que se intensifica na medida em que ela se insere nos grupos sociais. Agora, falaremos um pouco mais sobre o processo de maturação da criança e do desenvolvimento de habilidades sociais na infância. Influências do ambiente no processo de maturação e o desenvolvimento dehabilidades sociais Para Hartup e Rubin (1986), o desenvolvimento infantil depende de relacionamentos do tipo vertical e do tipo horizontal. Os relacionamentos do tipo vertical envolverão o apego com pessoas de maior poder, enquanto os do tipo horizontal, experiências com indivíduos da mesma idade e igual “poder social”. Dentro dessa perspectiva dos autores, vemos que relacionamentos do tipo vertical asseguram a sobrevivência, segurança e proteção, e os relacionamentos do tipo horizontal criam oportunidade de cooperação, competição e intimidade. Em um ambiente educacional como a sala de aula, nessa perspectiva do desenvolvimento infantil, observamos os dois tipos de relacionamentos: com o professor (vertical) e com os colegas de sala (horizontal). É neste ínterim que o professor se torna elemento fundamental do desenvolvimento da criança, utilizando práticas e recursos didático-pedagógicos direcionados ao processo de aprendizagem. Paralelamente, os pais e outras pessoas que convivem diretamente com a criança fora da escola, também, atuam diretamente neste processo. Pensando no processo de desenvolvimento da criança fora “dos muros da escola”, de que forma professores, pedagogos e gestores escolares podem contribuir e auxiliar os pais sobre a influência do ambiente no processo de desenvolvimento da criança? https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Como vimos os processos de interação e socialização são fundamentais. Os autores Valle e Garnica (2009) nos dizem que o processo de socialização pode ser o definidor das etapas formativas do indivíduo. Podemos, então, considerar que o sucesso das etapas formativas do indivíduo depende, primordialmente, do processo de socialização. Esse processo ocorre inicialmente no contato com os pais, em que a criança aprende habilidades motoras, linguísticas e afetivas, necessárias para a orientação em seu ambiente físico e social (VALLE, GARNICA, 2009, p. 50). Ou seja, observamos que a criança transita por um território de contínua transformação, e que só aumenta na medida em que ela ingressa em novos grupos sociais, com novos desafios de socialização e relações. Mesmo, assim, vale destacar, caro(a) aluno(a), que este processo é necessário e imprescindível ao desenvolvimento humano. [...] as relações sociais com os companheiros da escola passam a ser imprescindíveis ao desenvolvimento humano, ao comportamento e à saúde da criança, com possibilidades de interação completamente novas e, com isso, a desejável ampliação das habilidades sociais (VALLE; GARNICA, 2009, p. 50). Complemento dizendo que as relações familiares também influenciam neste processo. Assim, podemos dizer que os indivíduos se desenvolvem e consequentemente aprendem influenciados fortemente por dois fatores: intrapessoais e situacionais. Os intrapessoais são aqueles fatores internos e individuais, por exemplo: idade mental, maturidade emocional, fatores genéticos, histórias de vida, inteligência, personalidade, temperamento etc. Já os fatores situacionais são aqueles do contexto social e familiar. No contexto escolar, por exemplo, a interação com os pares e o professor, promove a socialização. Esses aspectos são muito importantes, caro(a) aluno, pois possibilitam a capacidade da criança, do indivíduo de estabelecer vínculos, de pertencimento, e a construir a sua identidade. Assim, os reflexos no processo de aprendizagem e desenvolvimento são claros. Os problemas de comportamento seriam considerados como excessos ou déficits comportamentais que dificultariam o acesso da criança a novas contingências relevantes de aprendizagem, promotoras do desenvolvimento. Fonte: Valle e Garnica (2009, p. 50). Quando pensamos em instrumentos de avaliação de habilidades sociais em crianças, Valle e Garnica (2009) salientam que a maioria desses instrumentos precisam ser planejados para aplicação junto a pais e professores, visto que esses são os informantes mais qualificados para este processo. Mesmo sendo ainda raros os instrumentos de autoavaliação nesta etapa do desenvolvimento, esses podem ser utilizados como uma oportunidade de compreender a percepção que a criança tem de si, amadurecendo por exemplo, a importância que deve ser dada a qualidade das relações estabelecidas com os demais. Um exemplo de cenário de avaliação e estímulo das habilidades sociais pode acontecer tanto dentro como fora da escola. Familiares podem observar a criança enquanto ela brinca e interage com outras crianças ou até mesmo com os seus próprios brinquedos. O tratamento dados a bonecas e bonecos, por exemplo, o diálogo estabelecido, os comportamentos manifestados. A atenção neste momento é fundamental para que sejam realizadas intervenções pontuais e orientadas que contribuam para o processo de formação desse indivíduo. https://sites.google.com/fabrico.com.br/nd2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com Na escola, professores se voltam a desenvolver práticas pedagógicas que além de permitir a avaliação das habilidades sociais já existentes nos alunos, podem estimulá-las. Os jogos e as brincadeiras, por exemplo, são uma forma de trabalhar as habilidades sociais. Um exemplo de atividade pode ser a de percepção do outro. O professor propõe que os pequenos se olhem e por meio deste contato visual tenham a consciência de si e do outro e para isso pode ir propondo desafios, como: qual a cor do cabelo, qual a cor dos olhos, o que há de similar comigo? O que há de diferente? etc. Podem ser exploradas ainda a emoção: o coleguinha está triste ou feliz? Como você está? Triste ou feliz? etc. Ainda, brincadeiras como “Cirandinha e Cabo de Guerra” estimulam o trabalho em equipe e o instinto de cooperação, habilidades sociais muito requeridas ao ser humano adulto. Desde que as atividades sejam previamente planejadas e estruturadas, caro(a) aluno(a), o professor pode utilizar a sua criatividade e implementar uma série de atividades que se voltem a estimular as habilidades sociais. Brincar proporciona o desenvolvimento da identidade e da autonomia, a socialização, o contato com regras sociais, possibilidades de escolhas, resolução de situações problemas e o desenvolvimento da imaginação através das brincadeiras de faz-de-conta, do jogo simbólico, representativo ou imaginário. Por isso, o brincar de faz-de-conta na Educação Infantil é importante, pois por consequência dessas brincadeiras originam-se todas as outras formas de brincar (BARBOZA; VOLPINI, 2015, p. 2). Complementando essa percepção, podemos dizer que as brincadeiras são métodos vivenciais que, de maneira estruturada, proporcionam a análise e intervenção sobre o desempenho social da criança, podendo o mediador desse processo — professor, familiares etc. — direcionar e orientar o indivíduo em seu desenvolvimento e aprendizagem. Reforçam Valle e Garnica (2009) que as brincadeiras são metodologias vivenciais que viabilizam, em um contexto terapêutico e educativo, que a criança desempenhe comportamento sociais relevantes para a intervenção do facilitador, por meio de procedimentos cognitivos comportamentais de instrução, modelagem, feedback , reforçamento, por exemplo. Vemos, assim, que se trata de um contexto de interação, de intervenção no qual o conceito de convivência emerge na medida em que a convivência em grupo se estrutura no cotidiano da criança. Em casa ou na escola. O ambiente torna-se força propulsora de seu desenvolvimento e influencia diretamente na forma como a sua identidade e personalidade vai sendo construída. Quando falamos em desenvolvimento afetivo, social e físico de crianças de pouca idade, vale destacar que estes gerarão impacto direto no desenvolvimento dessas crianças e influenciarão na pessoa adulta que essas se tornarão. Assim sendo, é importante investir nos pequenos para assim otimizar o seu futuro. Pesquisas em neurologia, por exemplo, mostram-nos que sendo
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