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UNIGRANRIO
U N I V E R S I D A D E
Vá além da sala de aula !
Pensamento 
Curricular Crítico
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitor de Administração Acadêmica
Carlos de Oliveira Varella
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação
Emilio Antonio Francischetti
Pró-Reitora Comunitária
Sônia Regina Mendes
Direção geral: Jeferson Pandolfo
Revisão: Camila Andrade e Mariana Baptista
Produção editoração gráfica: David Vieira
Desenvolvimento do material: Alba Valéria de 
Sant´Anna de Freitas Loiola
Desenvolvimento instrucional: Luana Przybylovicz
Copyright © 2018, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, 
mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
UNIGRANRIO
U N I V E R S I D A D E
Vá além da sala de aula !
Sumário
Pensamento Curricular Crítico
Objetivos .......................................................................................... 04
Introdução ........................................................................................ 05
1. Teorias Críticas do Currículo ................................................... 06
1.1 As Correntes que Influenciaram a Teoria Crítica ........................ 09
2. Implicações das Teorias Críticas nas Práticas ............................ 12
Síntese ............................................................................................ 15
Referências Bibliográficas ................................................................... 16
4 Teorias e Práticas de Currículo
Objetivo
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:
 ▪ Analisar as influências das teorias críticas estrangeiras na realidade 
brasileira.
Introdução
Ao compreender o currículo como uma seleção de conteúdos, é 
importante considerar que esses conteúdos foram escolhidos por determinados 
grupos, e que, durante essa seleção, outros foram excluídos. Se as teorias 
tradicionais não se preocupavam em refletir sobre a seleção de conteúdos e a 
sociedade que se buscava formar, as teorias críticas trouxeram esses e outros 
questionamentos à tona.
Nesse contexto, duas percepções emergem: uma perspectiva que 
considera a questão da reprodução cultural, na qual a escola é percebida 
como a responsável pela transmissão de uma cultura dominante, e outra, que 
questiona a racionalidade técnica da escola. Essa abordagem está ancorada 
na pedagogia crítica, que auxilia o aluno a desenvolver a autonomia, a 
liberdade e a percepção crítica, questionando a própria escola e o processo 
de aprendizagem.
Ao longo desta unidade, você conhecerá os principais teóricos que 
fundamentam a teoria crítica do currículo, bem como seus pensamentos e 
como essas correntes influenciaram a educação no Brasil.
5Teorias e Práticas de Currículo
1. Teorias Críticas do Currículo
As teorias críticas sucedem um modelo centrado na transmissão 
de conhecimento. As propostas que estavam emergindo se apoiavam 
em questionamentos oriundos de movimentos sociais que ocorriam nos 
Estados Unidos e na França. Silva (2010, p.29) descreve a forte influência 
do “movimento dos direitos civis nos EUA, os protestos contra a guerra do 
Vietnã; os movimentos de contracultura; o movimento feminista; a liberação 
sexual; e as lutas contra a ditadura militar no Brasil”.
Esses movimentos despertaram questões tidas antes como 
consolidadas no campo do currículo. Sabemos que, nas teorias tradicionais, 
“o que’’ ensinar não era uma questão, afinal o foco era a formação técnica. 
Já nas teorias críticas, identifica-se essa forte influência de uma parcela da 
sociedade que busca legitimar sua posição, consolidando a sua cultura, a 
partir dos conteúdos curriculares e da escola.
Segundo Moreira e Tadeu (2011, p.8), os teóricos críticos estão 
buscando:
 ▪ Compreender a quem pertence os conhecimentos que devem ser 
incluídos no currículo oficial; 
 ▪ Identificar quem ganha e quem perde nesse processo; 
 ▪ Selecionar as formas de resistência a esse modelo hegemônico. 
Assim, podemos afirmar que os teóricos críticos têm maior atenção às 
relações construídas no campo do currículo. Foram precursores os pensadores 
apontados na linha do tempo ilustrada na Figura 1:
6 Teorias e Práticas de Currículo
Teorias Tradicionais
John Franklin Bobbitt 
The curriculum
Movimentos Críticos
Paulo Freire 
Pedagogia do Oprimido
Louis Althusser 
A Ideologia e os Aparelhos Ideológicos de Estado
Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron 
A Reprodução
Baudelot e Establet 
L’école Capitaliste en France
Basil Bernstein 
Class, Codes and Control, v.I
Michael Young 
Knowledge and Control: new directions for 
the sociology of education
Samuel Bowles e Herbert Gintis 
Schooling in Capitalist America
William Pinar e Madeleine Grumet 
Toward a Poor Curriculum
Michael Apple 
Ideologia e Currículo
1970
1970
1970
1970
1971
1971
1971
1976 
1976 
1979
Figura 1: Teorias críticas - pensadores. Fonte: Adaptado de Silva (2010).
7Teorias e Práticas de Currículo
A sociedade é percebida pelos teóricos críticos como um espaço de 
lutas, na qual burguesia e proletariado tecem suas estratégias tanto para 
ascensão quanto para manutenção dos seus interesses. Com base neste 
pensamento, a escola é o espaço que legitima posições, onde ocorrem as 
“batalhas’’. Por isso, o currículo é um dos saberes a serem legitimados; ele é 
um instrumento ideológico que perpetua a discriminação social à medida que 
acaba por marginalizar os saberes não eleitos. 
Nesse sentido, segundo Moreira e Tadeu (2011), o modelo tradicional do 
currículo sofreu duras críticas nos Estados Unidos ao final dos anos 1950, quando 
houve o lançamento do satélite Russo Sputnik, em 1957. Esse acontecimento 
foi um marco na história não só da 
humanidade como um todo, mas, 
na construção de novos paradigmas 
para educação e o ensino de ciências. 
A partir desse momento, a crítica a 
uma educação conteudista, isenta de 
criticidade e, principalmente, afastada 
de uma perspectiva tecnológica, 
voltou com força ao cenário do campo 
do currículo.
Assim, passou-se a apontar 
as falhas no modelo de educação 
e exigir ações para melhorar a 
qualidade escolar. Com investimento 
federal e ênfase em disciplinas como 
Ciências, Matemática e Estudos 
Sociais, o programa de qualidade 
da escola contava com treinamento 
de professores, para o uso de 
novas metodologias que pudessem 
estimular a “investigação e o pensamento indutivo, a partir de conteúdos 
que correspondiam às estruturas das diferentes disciplinas curriculares”. 
(MOREIRA; TADEU, 2011, p.19)
Porém, nesse ínterim, surgiram graves problemas na sociedade 
estadunidense, como: racismo, desemprego e violência urbana, além da 
Figura 2: Réplica do Sputnik. Museu Nacional da Força 
Aérea dos EUA, Dayton, Ohio. Fonte: Dreamstime.
Leia a matéria sobre o 
lançamento do Sputnik no 
jornal O Globo e conheça 
mais sobre o cenário e a 
época desse acontecimento.
Saiba Mais
Leia mais
8 Teorias e Práticas de Currículo
http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/lancado-em-1957-sputnik-deixou-urss-frente-dos-eua-na-corrida-espacial-10648824
entrada e posterior derrota dos EUA na guerra do Vietnã. Esse momento 
colocava em xeque os ideais de supremacia que a sociedade via ser golpeada por 
tais dificuldades. Assim, novamente a escola volta a ser criticada. Afirmava-se 
que ela não garantia ascensão social; pelo contrário, era opressora, castradora 
e violenta. A necessidade de novos modelos de propostas era urgente, a fim de 
garantir à escola o papel de destaque na formação do cidadão.
Diante disso, começava a surgir o movimento que questionava e 
denunciava o modelo de currículo tradicional da escola, que perpetuava as 
diferenças e estimulava a reprodução de estruturas sociais tradicionais e que, 
ao mesmo tempo, chamavaatenção para a necessidade de uma escola e de um 
currículo que incluísse as necessidades dos, até então, excluídos. 
Para contextualizar essa época, assista ao filme Estrelas Além do Tempo do diretor Theodore 
Melfi. O filme, baseado em fatos reais, apresenta o cenário da corrida espacial e o modelo da 
sociedade norte-americana na época. Vale a pena conferir.
Nesse cenário de contestação, emergiu o movimento crítico 
influenciado nas ideias oriundas da Escola de Frankfurt e dos pensamentos de 
Jürgen Habermas e de António Gramsci (PACHECO, 2001). Para Pacheco, 
a perspectiva crítica se caracteriza por estar sedimentada em ideais marxistas, 
sendo, por princípio, “um espaço de contestação, uma outra forma de olhar 
a realidade e um compromisso político com o que pensamos e fazemos, 
à medida que a neutralidade ‘existe’ somente nas explicações técnicas” 
(PACHECO, 2001, p.50-51). Ou seja, percebe-se, nessa descrição, que a 
escola e o currículo não são neutros e que as forças que lutam junto a eles 
precisam ser identificadas.
1.1 As Correntes que Influenciaram a Teoria Crítica
São características das correntes críticas: a rejeição aos processos de 
convencimento; adaptação que a escola reforça em seu modelo tradicional; a crítica 
ao positivismo das teorias tradicionais; além da crítica à reprodução de conceitos 
pertencentes à classe dominante, o que reforçaria as desigualdades sociais.
Importante
9Teorias e Práticas de Currículo
Nesse contexto, duas grandes escolas sobressaíram aos teóricos críticos 
do currículo: a Escola Francesa, que teve Pierre Bourdieu como seu teórico 
mais influente; e a Escola de Frankfurt, representada pelos teóricos Henry 
Giroux e Paulo Freire.
A Escola Francesa se fundamentou na teoria da reprodução cultural. 
Pierre de Bourdieu publicou a obra A reprodução, em 1970, juntamente 
com Jean-Claude Passeron, analisando o funcionamento da Escola 
Francesa. Nesse estudo, eles concluíram que a escola não apresentava uma 
proposta transformadora, pelo contrário, reproduzia as desigualdades 
sociais. Diante disso, Bourdieu e Passeron criaram conceitos para 
fundamentar suas teorias, entre eles, o conceito de Habitus e de Capital 
Cultural. O Habitus seria uma disposição para a ação, ou seja, refere-se à 
tendência à incorporação de atitudes, comportamentos e pensamentos de 
determinada estrutura social, que induzem o indivíduo a agir e reproduzir 
comportamentos sem questioná-los.
Segundo Dendask e Lopes (2016, p.5), para Bourdieu, o Habitus 
é compreendido como “um sistema de esquemas individuais, construído 
socialmente. Por ser construído socialmente, existem disposições estruturadas 
no aspecto social, e disposições estruturantes, constituídas na mente do 
indivíduo, por meio de suas experiências anteriores, adquirindo também um 
caráter simbólico”. O Habitus é, portanto, estruturado a partir das instituições 
sociais e dos agentes, como a família e a escola.
Outro conceito oriundo da proposta de Bourdieu é o conceito de 
Campo. Para Bourdieu, o Campo é o espaço em que as lutas pelo poder 
se estabelecem; assim, temos os campos da religião, da literatura, das artes 
etc. No campo da literatura, por exemplo, a luta ocorreria entre o erudito 
e o popular.
Nesse cenário, os membros da sociedade se posicionaram nos campos 
de acordo com o capital adquirido, que pode ser social, cultural ou econômico. 
Assim, um indivíduo com melhores relações interpessoais possui mais capital 
social; com mais formação e diplomas, ele teria mais capital cultural e, assim, 
ao se posicionar para as lutas, seria vencedor e formador de Habitus.
10 Teorias e Práticas de Currículo
Nesse contexto, para Bourdieu:
Prática Social CampoHabitus X Capital (Cultural, Econômico etc) 
Você conheceu um pouco sobre Pierre Bourdieu e sua importância para 
as pesquisas no campo do currículo, principalmente, no que diz respeito 
à perspectiva crítica. Para ampliar ainda mais a percepção sobre o 
pensamento deste autor, acesse alguns livros de Bourdieu que estão 
disponíveis para download.
A Escola de Frankfurt também influenciou as correntes críticas. 
Segundo Moreira e Tadeu (2011), essa corrente não formava um bloco único, 
mas contemplava dois movimentos distintos: um ligado ao marxismo, com 
representantes como Michael Apple e Henry Giroux; e outro associado à 
“tradição humanista”, tendo como representante William Pinar. O movimento 
dessa escola tinha como objetivo reconceituar o campo, pois rejeitavam o 
modelo técnico, fundamentado em um modelo de ensino pretensamente 
isento de teorias e correntes políticas. 
Para teóricos como Giroux e Freire, a escola deveria tornar-se espaço 
de libertação e os professores deveriam perceber-se como líderes morais e 
intelectuais que auxiliam os alunos nesse movimento.
É interessante percebermos que, embora Paulo Freire não tenha elaborado uma teoria sobre 
o currículo, grande parte de sua obra já discutia questões sobre esse campo. A construção da 
autonomia do educando e a educação libertadora são temas de suas 
obras. Para ele, era preciso ajudar o aluno a ler o mundo como forma 
de ajudá-lo a libertar-se. Freire acreditava que ensinar não era transmitir 
conteúdos, pois o papel do professor é apresentar os conteúdos sem, no 
entanto, apontá-los como verdade absoluta. Clique na seta ao lado para 
ter acesso a obras de Paulo Freire disponíveis para download. 
Saiba Mais
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Leia mais
Leia mais
11Teorias e Práticas de Currículo
https://www.geledes.org.br/18-livros-de-pierre-bourdieu-para-download-gratuito-21-artigos-sobre-sua-obra/
http://ww12.edlpaulofreire.org/
É possível afirmar que, a partir das influências dessas escolas, o 
campo do currículo passou a considerá-lo não mais como um conjunto de 
conhecimentos técnicos selecionados de forma neutra e desinteressada, mas 
sim, como relações de poder e, mais tarde, de construção de identidade.
“A escola e o currículo, na perspectiva crítica, será percebido como 
instrumento de controle ideológico” (MALTA, 2013, p.342), assim como a 
igreja e a mídia têm a missão de manter os ideais capitalistas. 
2. Implicações das Teorias Críticas nas Práticas
Se, na proposta fundamentada nas teorias tradicionais, o currículo era 
visto como isento e a escola como espaço de transmissão de conteúdo técnico, 
nesse movimento, os espaços e os atores serão ressignificados.
Giroux e Simon (2011) destacam o potencial da pedagogia na influência 
dos processos de construção de conhecimentos e identidades, atribuindo à ela, 
o papel de reconstruir conceitos e valores em seu papel crítico. O ensinar e o 
aprender estão entrelaçados com os objetivos do aluno; então, é preciso ir além 
do conteúdo, apresentando o “porquê das coisas’’ e a trajetória construída, 
até se chegar àquele conceito. Por isso, essa nova perspectiva exigirá que o 
professor tenha consciência que deve ‘’reaprender a ensinar’’. 
O ensino não está mais centrado na figura do professor, mas, na 
construção de uma prática que permite ao aluno aprender a questionar, a 
construir sua autonomia e questionar o que lhe é ensinado, não aceitando 
naturalmente tudo como lhe apresentam.
Podemos sintetizar os papéis no modelo crítico de forma resumida com a seguinte estrutura:
A escola, no movimento crítico, é apontada como espaço de socialização, em que ocorre 
a articulação entre o ato político e o ato pedagógico. Para isso, a avaliação passa a ser 
realizada não somente para mensurar apreensão de conteúdos, mas, como instrumento 
informativo sobre o desenvolvimento da prática pedagógica, a fim de que o professor possa 
identificar novas estratégias mais eficazes para a formação do indivíduo. O professor e o 
Importante
12 Teorias e Práticas de Currículo
aluno são companheiros de trajetória, que precisam ser ativos e autores do processo de 
aprendizagem, construindo sua autonomia. E o conteúdo deve estar relacionado a culturas 
universais e sedimentado no contexto da prática cotidiana do aluno, tornando-o significativo.
Giroux eSimon (2011, p.122) propõem algumas perguntas que o 
professor crítico deve fazer a si mesmo:
Quais são as condições históricas e quais 
as circunstâncias materiais em que se 
buscam, organizam, ratificam e regulam 
as práticas da cultura popular?
Excluem outras identidades 
e possibilidades? E, em caso 
positivo, quais?
Essas práticas 
dão margem a 
novas noções de 
identidades e 
possibilidades?
Quem tem seus 
interesses e 
investimentos 
favorecidos – e 
quem tem os 
seus criticados 
e questionados 
por determinado 
conjunto de práticas 
culturais populares?
Figura 3: Questões ao professor crítico. Fonte: Adaptado de Giroux e Simon (2011).
Para os autores, a importância de se autoquestionar está exatamente 
em verificar as formas pelas quais sua prática está sendo produzida, avaliando 
13Teorias e Práticas de Currículo
seu significado pelo o que foi e o que está tornando, a fim de atingir os 
ideais desejados.
Malta (2013) descreve que, nessa proposta, o currículo e a escola são 
os instrumentos que auxiliam as crianças na formação de uma experiência 
democrática, pois é na escola que vivenciam e discutem questões sobre as 
práticas sociais e políticas e as relações econômicas, construindo, assim, 
uma postura emancipatória. Por isso, cabe aos professores tornarem-se 
instrumentos desse desenvolvimento da autonomia no educando.
14 Teorias e Práticas de Currículo
Síntese
Ao longo desta unidade de aprendizagem, você acompanhou o 
contexto histórico das teorias críticas do currículo, e percebeu que a derrota 
dos Estados Unidos para a Rússia na corrida espacial foi um grande fato que 
desencadeou a crítica ao modelo teórico vigente na época.
Além disso, você conheceu os principais teóricos desse modelo, 
podendo identificar suas teorias e propostas para o currículo. Na corrente 
da Escola Francesa, encontra-se em Bourdieu o questionamento sobre temas 
como poder, a teoria da reprodução cultural e os conceitos de Habitus e Campo. 
E na corrente americana, identifica-se, na escola de Frankfurt, sedimentada 
na abordagem de Henry Giroux, a proposta de uma pedagogia crítica, na 
qual o professor é descrito como líder moral e ético, que deve promover uma 
prática libertadora. Ao final da unidade, contextualizamos as teorias críticas 
no momento da prática, buscando refletir sobre o impacto delas no papel da 
escola, do professor, do currículo e da avaliação.
15Teorias e Práticas de Currículo
Referências Bibliográficas
CHAVES, Ozinei dos Santos; ALENCAR, Mary Sônia Dutra de. Teorias 
do Currículo: concepções, verdades e contradições. II Congresso Nacional 
de Educação (CONEDU). Disponível em: http://www.editorarealize.
com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV045_MD4_SA3_
ID5660_08092015071213.pdf. Acesso em: 08 mar. 2018.
DENDASCK, Carla Viana Dendasck; LOPES, Gileade Ferreira. Conceito 
de Habitus em Pierre Bourdieu e Norbert Elias. Revista Científica 
Multidisciplinar Núcleo do conhecimento. v. 3, 2016. Disponível em: 
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencias-sociais/conceito-de-
habitus-em-pierre-bourdieu-e-norbert-elias. Acesso em 26/02/2018. Acesso 
em: 08 mar. 2018.
EDITORA PAULO FREIRE. Disponível em: http://ww12.edlpaulofreire.org/. 
Acesso em: 08 mar.2018.
GELEDÉS. 18 livros de Pierre Bourdieu para download gratuito [+ 21 
artigos sobre sua obra]. Disponível em: https://www.geledes.org.br/18-
livros-de-pierre-bourdieu-para-download-gratuito-21-artigos-sobre-sua-
obra/. Acesso em: 08 mar.2018.
GIROUX, H. e SIMON, R. Cultura popular e pedagogia crítica: a vida 
cotidiana como base para o conhecimento curricular. In: MOREIRA, A. F.; 
TADEU, T. Currículo, cultura e sociedade. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MALTA, Shirley Cristina Lacerda. Uma abordagem sobre currículo e teorias 
afins visando à compreensão e mudança. Espaço do currículo. v. 6, n. 2, 
16 Teorias e Práticas de Currículo
http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV045_MD4_SA3_ID5660_08092015071213.pdf
http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV045_MD4_SA3_ID5660_08092015071213.pdf
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https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencias-sociais/conceito-de-habitus-em-pierre-bourdieu-e-norbert-elias
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencias-sociais/conceito-de-habitus-em-pierre-bourdieu-e-norbert-elias
http://ww12.edlpaulofreire.org/
https://www.geledes.org.br/18-livros-de-pierre-bourdieu-para-download-gratuito-21-artigos-sobre-sua-obra/
https://www.geledes.org.br/18-livros-de-pierre-bourdieu-para-download-gratuito-21-artigos-sobre-sua-obra/
https://www.geledes.org.br/18-livros-de-pierre-bourdieu-para-download-gratuito-21-artigos-sobre-sua-obra/
2013. Disponível em: http://www.okara.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/
view/3732. Acesso em: 08 mar. 2018.
O GLOBO. Lançado em 1957, Sputnik deixou a URSS à frente dos 
EUA na corrida espacial. Disponível em: http://acervo.oglobo.globo.com/
fatos-historicos/lancado-em-1957-sputnik-deixou-urss-frente-dos-eua-na-
corrida-espacial-10648824. Acesso em: 08 mar.2018.
PACHECO, José Augusto. Teoria curricular crítica: os dilemas (e contradições) 
dos educadores críticos. Revista Portuguesa de Educação. v. 14, n. 1, 2001. 
Disponível em: http://www.redalyc.org/html/374/37414104/. Acesso em: 08 
mar. 2018.
SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às 
teorias do currículo. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. Disponível em: 
https://sites.google.com/site/teoriasdecurriculo/home/livro. Acesso em: 08 
mar. 2018. 
17Teorias e Práticas de Currículo
http://www.okara.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/3732
http://www.okara.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/3732
http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/lancado-em-1957-sputnik-deixou-urss-frente-dos-eua-na-corrida-espacial-10648824
http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/lancado-em-1957-sputnik-deixou-urss-frente-dos-eua-na-corrida-espacial-10648824
http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/lancado-em-1957-sputnik-deixou-urss-frente-dos-eua-na-corrida-espacial-10648824
http://www.redalyc.org/html/374/37414104/
https://sites.google.com/site/teoriasdecurriculo/home/livro
	Título da Unidade
	Objetivos
	Introdução
	1.	Arquitetura no Brasil
	Currículo, 
Conhecimento e Cultura
	Objetivos
	Introdução
	1.	O Currículo como Formador de Identidades
	1.1	Exigências Curriculares para o Diálogo entre Culturas
	1.2	Relação entre Sociedade, Economia e Currículo
	Síntese
	Referências Bibliográficas
	_30j0zll
	_ms3agjh2e5l8
	O Campo do Currículo e 
as Teorias Curriculares
	Objetivos
	Introdução
	1.	Currículo: Histórico do Campo
	2.	Teorias Tradicionais do Currículo
	3.	Implicações das Teorias Tradicionais nas Práticas
	Síntese
	Referências Bibliográficas
	Pensamento
Curricular Crítico
	Objetivos
	Introdução
	1.	Teorias críticas do currículo
	1.1	As Correntes que Influenciaram a Teoria Crítica
	2.	Implicações das Teorias Críticas nas Práticas
	Síntese
	Referências Bibliográficas