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1Teorias e Práticas de Currículo O Campo do Currículo e as Teorias Curriculares Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitor de Administração Acadêmica Carlos de Oliveira Varella Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação Emilio Antonio Francischetti Pró-Reitora Comunitária Sônia Regina Mendes Direção geral: Jeferson Pandolfo Revisão: Camila Andrade e Laís Sá Produção editoração gráfica: David Vieira Desenvolvimento do material: Alba Valéria de Sant´Anna de Freitas Loiola Desenvolvimento instrucional: Luana Przybylovicz Copyright © 2018, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Sumário O Campo do Currículo e as Teorias Curriculares Objetivos .......................................................................................... 4 Introdução ........................................................................................ 5 1. Currículo: Histórico do Campo ................................................ 6 2. Teorias Tradicionais do Currículo ............................................. 9 3. Implicações das Teorias Tradicionais nas Práticas ...................... 11 Síntese ............................................................................................ 15 Referências Bibliográficas ................................................................... 16 Objetivos Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de: ▪ Identificar os principais aspectos do pensamento curricular tradicional na realidade brasileira e a influência de teorias curriculares estrangeiras; ▪ Refletir sobre o campo do currículo, tomando como base as teorias curriculares e o cotidiano das escolas. 4 Teorias e Práticas de Currículo Introdução Nesta unidade, você irá perceber que, nos Estados Unidos, o campo do currículo sofreu profunda transformação na década de 1970. Se, inicialmente, a preocupação era com uma forma de racionalizar o currículo, propondo, de forma científica, modelos e atividades pedagógicas que padronizassem o comportamento de alunos e os conhecimentos a serem aprendidos, em dado momento, essa busca por uma padronização sofreu duras críticas. Segundo Moreira (2002), houve um movimento em que diversos pesquisadores estavam insatisfeitos com os caminhos e com as perspectivas adotadas no campo do currículo. Para eles, as pesquisas nesse campo buscavam assumir uma perspectiva isenta de conceitos políticos e históricos, adotando uma abordagem prescritiva. Dessa maneira, esse movimento modificou a forma como as pesquisas sobre o currículo passaram a ser desenhadas. Se, antes, o foco era a proposta de um currículo, a partir desse momento, buscava-se compreender o processo que dava origem a esse currículo, ou seja, o fim não era o mais importante, mas, sim, os movimentos que faziam parte do desenvolvimento daqueles documentos. Mas agora você deve estar se questionando: o que vem a ser o Campo do Currículo? Como, esse movimento que ocorreu nos Estados Unidos, impactou a realidade brasileira? É também sobre essas questões que você irá estudar ao longo desta unidade. Além disso, você perceberá, de forma mais profunda, as principais características das teorias curriculares e irá observar como elas serão percebidas no contexto da escola. Dessa forma, esperamos que você busque ampliar sua percepção sobre as questões sociais que envolvem o currículo e a construção das identidades nos contextos escolares. 1. Currículo: Histórico do Campo Antes de iniciarmos uma contextualização histórica do campo do currículo, é fundamental uma descrição mais objetiva do que vem a ser um campo no contexto da pesquisa. Para tal, a definição construída a partir da Sociologia pelo sociólogo Pierre Bourdieu, de acordo com Moreira (2002), é uma referência relevante dada à natureza plural e fértil de suas publicações. Veja como Moreira descreve a obra de Pierre Bourdieu. Pierre Bourdieu pode certamente ser considerado um dos maiores sociólogos da contemporaneidade. Seu pensamento marcou a Sociologia e suas obras são, hoje, referenciais, devido à fertilidade dos instrumentos conceituais que emprega para compreender as estratégias de reprodução da desigualdade e as lutas simbólicas que os agentes sociais travam, no plano cultural, por apropriação de bens e, consequentemente, por monopólio da competência e do poder. (MOREIRA, 2002, p.89-90) Como, então, Bourdieu descreve o campo científico? O campo científico é um espaço de pesquisa que se constrói a partir de posições de supremacia e que, para mantê-las, será preciso estar em consonância com regras tácitas acordadas entre os participantes que estarão em constante luta para defender sua posição entre os dominadores. Bourdieu (1976 apud ORTIZ, 1983) apresenta o Campo Científico como um espaço de lutas. Para ele, o que está em jogo é a manutenção do monopólio e da autoridade, que dará aos envolvidos o poder de agir de forma legitimada pela autoridade reconhecida diante dos demais membros de determinada comunidade. Por exemplo, para ter seu texto publicado em um evento científico, você precisa seguir determinadas regras, não é verdade?! Todos os participantes desse evento se submetem a elas, para que cada pesquisa tenha valor. Percebeu como Bourdieu tem razão? Portanto, podemos afirmar que não há um único campo, mas, sim, vários campos, como: o campo das Artes, o da Literatura e, neste caso, o 6 Teorias e Práticas de Currículo do Currículo. Nele, observaremos a luta entre as correntes que buscam ascender e aquelas que já estão legitimadas e estabelecidas, ou seja, a luta entre movimentos que buscam legitimar seus espaços de pesquisa. O Campo Científico, assim como a ciência, não é neutro. Ele sempre buscará construir identidades sociais que atendam a certas demandas, sejam elas políticas, econômicas ou culturais. Acompanhe a seguinte linha do tempo e analise de que forma o currículo atual foi evoluindo e sendo construído historicamente. Contexto histórico do campo do currículo Ocorre a transição do regime feudal para a sociedade capitalista. O ensino perde sua característica individual para um modelo de ensino em classe. “A criança e o currículo”: John Dewey enfatiza uma proposta centrada em conceitos filosóficos, como meio de resolver problemas sociais. O foco era preparar a criança com base em sua realidade para viver em democracia. Publicação da obra The curriculum (1918), de Bobbitt: Representava a necessidade econômica de especialização - A Administração Científica focava no adulto. Política, cultura e resistência são temas presentes nas questões do currículo. Nomes como Apple e Giroux trazem novas perspectivas ao campo do currículo. O professor passa a ser visto como liderança moral e intelectual, e não só como instrutor. Início de uma proposta na qual o currículo se torna mais inclusivo, ocorrendo um diálogo entre culturas variadas – Multiculturalismo. A escola passa a ser apontada como aparelho ideológico: Eclodem movimentos culturais e sociais, destacando-se os trabalhos de Bourdieu e Passeron, Baudelot e Establet, na França. A escola, por intermédio do currículo, passa a ser tratada como parte do Aparelho Ideológico do Estado (Althusser), reprodutora da estrutura social (Bourdieu e Passeron), dual e orientada pelos interesses da classe capitalista (Baudelot e Establet). 1902 Década de 1960 Década de 1990 Séculos XV e XVIII 1918 Década de 1980 Figura 1: Contexto histórico do campo do currículo. Fonte: Adaptado de Silva (2006). 7Teorias e Práticas de Currículo Que tal complementarmos o conceito de campo proposto por Bourdieu? Neste artigo, os autores trazem, de forma bastante didática, o conceitode Campus, além de uma boa discussão sobre as hierarquias e lutas internas nos diferentes campos da vida social. Agora que você já tem um panorama da evolução histórica da pesquisa no campo do currículo, veremos a perspectiva americana, que foi forte influenciadora das pesquisas no campo do currículo e da prática escolar também no Brasil. Se, no início, buscava-se construir como ideal um currículo que formasse o indivíduo com habilidades para as letras e artes, esse modelo já não condizia com o movimento industrial que se seguia no período da guerra civil nos Estados Unidos. Em 1902, John Dewey publicou a obra A criança e o currículo. A proposta desse filósofo e pedagogo era uma abordagem progressista, isto é, que preparasse a criança para viver em democracia, questionar a realidade e viver em harmonia com os ideais de cooperação. Para ele, era desejável que a escola estimulasse momentos em que a criança pudesse externar experiências as quais já está acostumada, além de propor outras novas; ou seja, ensinar a partir de elementos que a criança já conhecesse. A proposta que segue a corrente progressista de Dewey era centrada em uma perspectiva com foco no resultado. Com a publicação da obra The Curriculum, por Franklin Bobbitt, em 1918, termos como “eficiência” e “organização” passaram a ser elementos presentes no campo do ensino. Bobbitt reforçava um modelo curricular centrado no conteúdo, na disciplina e na padronização. Para tal, o reforço, a repetição e a avaliação eram instrumentos centrais no processo de ensino. Nessa época, a escola deveria ensinar os conteúdos que melhor preparassem os indivíduos para Saiba Mais Leia mais Biografia Para um melhor conhecimento sobre os feitos de John Dewey, veja um resumo de sua biografia. Leia mais 8 Teorias e Práticas de Currículo https://revistascientificas.ifrj.edu.br/revista/index.php/revistapct/article/view/14 http://revistascientificas.ifrj.edu.br:8080/revista/index.php/revistapct/article/view/14/14 https://novaescola.org.br/conteudo/1711/john-dewey-o-pensador-que-pos-a-pratica-em-foco https://novaescola.org.br/conteudo/1711/john-dewey-o-pensador-que-pos-a-pratica-em-foco o mercado de trabalho e, para isso, era preciso construir modelos que evitassem “falhas”; logo, era preciso avaliar, mensurar e sistematizar todo o processo reproduzido nas escolas. Um modelo disciplinar que logo estaria presente nas organizações. Como podemos perceber em nossa atuação e vivência escolar, esse modelo ainda não foi totalmente superado. É importante levarmos em conta que estamos tratando de teorias e que, embora sejam modelos reconhecidos por variadas comunidades científicas como carentes de adaptações, não é fácil mudar um hábito que, por vários anos, foi se reproduzindo e construindo identidades. Nossa formação sofreu uma influência muito forte dessa proposta tradicional, e a quebra desse paradigma é demorada. Ao mesmo tempo, é preciso lembrar que vivemos em uma sociedade capitalista e que os valores que permeiam os anseios desse ideal serão reforçados pela escola, já que este é o local em que se preparam os alunos para reproduzir valores. O currículo, enquanto instrumento de construção de valores e culturas, irá reforçar os conteúdos que sejam adequados aos valores que a sociedade quer construir. 2. Teorias Tradicionais do Currículo Até aqui, você já foi apresentado a nomes como Dewey e Bobbitt, que foram teóricos importantes nesse movimento tradicional do currículo, mas o que propunham essas teorias? Malta (2013, p.344) as descreve com o seguinte objetivo: “A teoria tradicional procura ser neutra, tendo como principal foco identificar os objetivos da educação escolarizada, formar o trabalhador especializado ou proporcionar à população uma educação geral, acadêmica”. Ao olharmos os objetivos das teorias tradicionais do currículo de forma distanciada, podemos pensar sobre a importância da formação de alguns alunos com habilidades para assumir o desenvolvimento científico e 9Teorias e Práticas de Currículo tecnológico da sociedade, e de outros com habilidades para assumir atividades mais operacionais, certo?! Então, por que esse modelo seria um problema? Reflita sobre isso enquanto aprofundamos outras perspectivas da teoria. Como vimos anteriormente, a corrente chamada progressista teve como principal teórico o filósofo e pedagogo John Dewey (1859-1952). Para Malta (2013), essa corrente não tinha como foco principal a economia, mas, sim, a democracia. Dessa forma, considerava importante também “os interesses e as experiências das crianças e jovens. Seu ponto de vista estava mais direcionado à prática de princípios democráticos, sendo a escola um local para essas vivências” (MALTA, 2013, p.345). Esse modelo privilegiava a capacidade de aprendizagem e dava ao aluno liberdade para construir seus conhecimentos e certezas. O professor, por sua vez, deveria mediar os conteúdos escolares de forma contextualizada e a partir de problemas, sem que os conceitos fossem finalizados com respostas prontas. Por outro lado, ainda na corrente tradicional, havia uma proposta mais inspirada na teoria da administração, implementada pelo modelo do engenheiro norte-americano Taylor. Essa abordagem mais tecnocrata foi proposta por Bobbitt (1876-1956). Nesse modelo, os estudos sobre o currículo tinham como objetivo compreender os mecanismos de reprodução de comportamentos e construção de habilidades que fossem adequadas às demandas das fábricas. Assim, a escola deveria preparar para o mundo com a mesma precisão que uma fábrica cuida de sua linha de produção. Malta (2013, p.345) descreve esse período da seguinte forma: O currículo era uma questão de organização e ocorria de forma mecânica e burocrática. A tarefa dos especialistas em currículo consistia em fazer um levantamento das habilidades, em desenvolver currículos que permitissem que essas habilidades fossem desenvolvidas e, finalmente, em planejar e elaborar instrumentos de medição para dizer, com precisão, se elas foram aprendidas. Essas ideias influenciaram muito a educação, até os anos 1980, nos EUA e em muitos países, inclusive no Brasil. 10 Teorias e Práticas de Currículo Planejar, mensurar e corrigir são os termos que permeiam a corrente proposta por Bobbitt. O aluno, nesse modelo, é representado como um recipiente vazio, que irá ser preenchido com os conhecimentos que o farão produtivo para a sociedade; o currículo, por sua vez, é o instrumento que controla e padroniza os comportamentos. Agora, volte a pensar sobre o que foi perguntado no início deste tema. Por que esse modelo seria um problema? Lembra do filme que representa o julgamento da escola? Ali, é representado o que um modelo que desconsidera a individualidade, as múltiplas inteligências e os contextos de aprendizagem pode fazer com o espaço escolar. O aluno, ao não se reconhecer como habilidoso para aprender aqueles conteúdos apresentados como mínimos e fundamentais, acaba por se sentir incapaz e excluído do modelo escolar. São as inquietações que surgem dessas considerações que vão servir de contorno para as outras teorias sobre o currículo. Ao propor um modelo centrado no conteúdo e no modelo de Bobbitt, estamos privilegiando a competição, o consumismo e a individualidade, uma vez que o aluno “só terá valor” pela quantidade de conhecimentos legitimados pela escola que ele consegue reter. O fato é que aquilo que é ensinado na escola é apenas uma parte das variadas culturas e saberes que estão presentes no cotidiano de toda a sociedade. Sendo assim, esta se torna uma abordagem extremamente elitista e excludente. 3. Implicações das Teorias Tradicionais nas Práticas As teorias tradicionais partem do pressuposto de que não há necessidade de questionar sobre o que deve ser ensinado, mas que os esforços devem ser concentrados em refletir sobre “como ensinar o que deve ser ensinado”. Essa proposta não acredita em outra forma de conhecimentosem ser aquela ensinada na escola, com uma abordagem técnica. Somente os conteúdos validados pelo currículo vigente podem atender às demandas da sociedade, no que diz respeito à construção de uma sociedade eficiente; assim, esses teóricos acreditam não haver ideologia no modelo de seleção dos conteúdos – eles são legítimos e inquestionáveis. 11Teorias e Práticas de Currículo Sacristán (2013) aponta o equívoco desse pensamento. Para ele, o currículo não é “neutro, universal e imóvel, mas um território controverso e conflituoso a respeito do qual se tomam decisões e são feitas opções que não são as únicas possíveis (SACRISTÁN, 2013, p.23). Pense, agora, no seguinte cenário: o aluno vê, no dia a dia, manifestações culturais que são ricas e compartilhadas por todos em sua comunidade. Sua linguagem e fala são compreendidas perfeitamente por todos aqueles inseridos em seu cotidiano. No entanto, ao chegar à escola, tudo aquilo que ele já conhece deve ser substituído por conteúdos que estão no livro didático e que precisam ser exaustivamente repetidos e fixados em um modelo insípido e desconectado da realidade. Nesse contexto, é necessário destacar pelo menos três pontos a respeito do currículo proposto pela teoria tradicional do currículo. ▪ O primeiro é: O aluno é um recipiente vazio, no qual tudo que é necessário ao seu desenvolvimento pode ser ensinado pela escola, a partir dos conteúdos selecionados? Isso garantirá seu sucesso escolar? As pesquisas sobre educação respondem a essas perguntas de forma negativa. O aluno traz saberes de sua vivência comunitária e familiar que, muitas vezes, o próprio professor desconhece. Pense em uma criança criada em um meio rural, por exemplo. A sua vivência em relação aos ciclos lunares, à terra e ao plantio pode ser superior a de um professor que não tenha crescido nesse meio, não é verdade? Portanto, saber todas as flexões verbais em tempo e modo não garante o sucesso do aluno ao conduzir o manejo da lavoura e da pecuária; dessa forma, o que é ensinado na escola será de pouca valia para aquele aluno. Por essa razão, existe a necessidade de currículos diferenciados e influenciados pelo contexto. Esse foi um exemplo superficial, mas que ilustra, de forma mínima, a necessidade de se questionar o que deve ser ensinado na escola, e não somente como deve ser ensinado. ▪ O segundo ponto é: Se o aluno não for capaz de alcançar aqueles saberes legitimados pelo currículo vigente, significa que ele não poderá ter um espaço na sociedade? 12 Teorias e Práticas de Currículo Novamente, a resposta é não. Nessa proposta de currículo, ao privilegiar a técnica, ela desconsidera a relevância das artes para a sociedade. É preciso refletir sobre as múltiplas habilidades que podem ser desenvolvidas com objetivos diversos, contrariando, assim, a proposta de Taylor, que objetivava o espaço das organizações. ▪ O terceiro ponto: Relaciona-se ao aprendizado. Todas as crianças aprendem ao mesmo tempo e da mesma maneira? Como educador em formação, você deve saber que não. Ao observarmos o desenvolvimento infantil, podemos afirmar que há fases de amadurecimento biológico que permitirão que a criança avance em seu desenvolvimento motor, por exemplo. Contudo, isso não significa que uma criança entre nove e doze meses, que ainda não anda, jamais andará, nem que será preciso a mãe obrigá-la a realizar exercícios repetitivos diários para que venha a andar. Isso só deve acontecer em casos de aconselhamento médico. No entanto, é essa a proposta do modelo tecnicista. Um outro exemplo é quando os alunos precisam desenvolver certas habilidades para cálculo, em determinada etapa. Todos deverão repetir exaustivamente a tabuada, e aqueles que não chegarem aos conhecimentos mínimos serão reprovados. Quem controla se o aluno alcançou ou não o conhecimento esperado é o professor, com base em avaliações padronizadas, que serão aplicadas de forma pontual. O grupo Pink Floyd fez uma música chamada Another Brick In The Wall, a qual expõe a crueldade da escola que machuca as crianças ao desconsiderar seus saberes e buscar controlar suas mentes com modelos de repetição e punição. Assista ao clipe e veja a tradução da letra. Analisando a música e o clipe citados, percebemos que esse é um exemplo de representação crítica ao modelo punitivo de educação. O clipe retrata as consequências psicológicas que as crianças podem sofrer quando Vídeo Assista agora 13Teorias e Práticas de Currículo https://www.youtube.com/watch?v=mP-ZAgsMAkE https://www.youtube.com/watch?v=mP-ZAgsMAkE não conseguem alcançar os objetivos da proposta tecnicista. Se você observar atentamente, verá que a forma de tijolos também representa uma metáfora para uma abordagem de padronização de todos, construindo encaixes e moldes para atender ao ideal do mercado. Que tal levar essas questões também para o espaço de discussão do fórum? Depois de refletirmos sobre todos esses exemplos, como você percebe esse modelo de currículo? Agora é o momento de discutir com seus colegas e professores sobre o impacto dessa proposta no modelo de escola que temos hoje. 14 Teorias e Práticas de Currículo Síntese Durante a unidade, você acompanhou uma contextualização do campo do currículo, partindo da definição que Bourdieu propõe para o campo. Baseando-se nessa definição, foi apresentado um cenário histórico, que serviu como origem para o desenvolvimento da teoria tradicional do currículo. Dessa forma, foi apresentada, primeiramente, a abordagem progressista com a proposta de John Dewey. Esse é um modelo focado no desenvolvimento humano, na construção de uma sociedade democrática, respeitando o espaço originário do educando. Em seguida, foi analisada a proposta de Bobbitt, que via o campo do currículo como um espaço de reflexão sobre o “como se deve ensinar”, ou seja, como desenvolver habilidades, comportamentos e competências necessárias que formem o indivíduo para o mercado de trabalho. Essas eram as suas principais preocupações e foi no modelo de administração, proposto por Taylor, que o autor elaborou sua resposta. De acordo com essa proposta, o currículo deveria ser instrumento de ensino de conteúdos técnicos e de comportamentos que disciplinassem o aluno para a vivência industrial. Para finalizarmos o estudo desta unidade, foram propostas reflexões e discussões a respeito de como essa teoria interferiu na prática escolar e nas relações no espaço da escola. 15Teorias e Práticas de Currículo Referências Bibliográficas ARAÚJO, Flávia Monteiro; ALVES, Elaine Moreira; DA CRUZ, Monalise Pinto. Algumas reflexões em torno dos conceitos de campo e de habitus na obra de Pierre Bourdieu. Revista Eletrônica Perspectivas da Ciência e Tecnologia. 1984-5693, v. 1, n.1, p.31-40, 2008. Disponível em: https:// revistascientificas.ifrj.edu.br/revista/index.php/revistapct/article/view/14. Acesso em: 23 set. 2021. FERRARI, Márcio. John Dewey, o pensador que pôs a prática em foco. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1711/john-dewey-o- pensador-que-pos-a-pratica-em-foco. Acesso em: 15 fev. 2018. LAGE, Ana Cristina Pereira. Pedagogia escolanovista. Disponível em: www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_pedagogia_ escolanovista.htm. Acesso em: 15 fev. 2018. 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Implicações das Teorias Críticas nas Práticas Síntese Referências Bibliográficas Teorias Pós-críticas e Novos Estudos em Currículo Objetivo Introdução 1. Teorias Pós-críticas e Novos Estudos em Currículo 2. Implicações das Teorias Pós-críticas nas Práticas Síntese Referências Bibliográficas Estudos Culturais do Currículo Objetivo Introdução 1. Estudos Culturais 2. Implicações dos Estudos Culturais nas Práticas Escolares Síntese Referências Bibliográficas _k4t44upa9710 _a8mmuqwwvarq Questões Atuais de Currículo Objetivo Introdução 1. Diversidade Cultural/Multiculturalismo 1.1. Lei 10.639/03 Síntese Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas Síntese Introdução 1. Livro Didático, DCNs e Propostas Curriculares 2. Lei 9394/96, DNCs e Propostas Curriculares, Base Nacional Curricular Comum e Reflexões Críticas 2.1 Qual o Papel da LDB? 2.2 Parâmetros Curriculares Nacionais 2.3 Base Nacional Comum Curricular - O que é e o que ela propõe? Objetivo _gjdgxs _30j0zll Práticas Curriculares na Escola Objetivo Introdução 1. Observação e Análise de Práticas Escolares 2. Reflexões Críticas Síntese Referências Currículo, Conhecimento e Cultura Objetivos Introdução 1. O Currículo como Formador de Identidades 1.1 Exigências Curriculares para o Diálogo entre Culturas 1.2 Relação entre Sociedade, Economia e Currículo Síntese Referências Bibliográficas O Campo do Currículo e as Teorias Curriculares Objetivos Introdução 1. Currículo: Histórico do Campo 2. Teorias Tradicionais do Currículo 3. Implicações das Teorias Tradicionais nas Práticas Síntese Referências Bibliográficas Pensamento Curricular Crítico Objetivo Introdução 1. Teorias Críticas do Currículo 1.1 As Correntes que Influenciaram a Teoria Crítica 2. Implicações das Teorias Críticas nas Práticas Síntese Referências Bibliográficas Teorias Pós-críticas e Novos Estudos em Currículo Objetivo Introdução 1. Teorias Pós-críticas e Novos Estudos em Currículo 2. Implicações das Teorias Pós-críticas nas Práticas Síntese Referências Bibliográficas Estudos Culturais do Currículo Objetivo Introdução 1. Estudos Culturais 2. Implicações dos Estudos Culturais nas Práticas Escolares Síntese Referências Bibliográficas Questões Atuais de Currículo Objetivo Introdução 1. Diversidade Cultural/Multiculturalismo 1.1. Lei 10.639/03 Síntese Referências Bibliográficas Práticas Curriculares na Escola Objetivo Introdução 1. Observação e Análise de Práticas Escolares 2. Reflexões Críticas Síntese Referências Teoria e Prática do Currículo Objetivo Introdução 1. Livro Didático, DCNs e Propostas Curriculares 2. Lei 9394/96, DNCs e Propostas Curriculares, Base Nacional Curricular Comum e Reflexões Críticas 2.1 Qual o Papel da LDB? 2.2 Parâmetros Curriculares Nacionais 2.3 Base Nacional Comum Curricular - O que é e o que ela propõe? Síntese Referências Bibliográficas O Campo do Currículo e as Teorias Curriculares Objetivos Introdução 1. Currículo: Histórico do Campo 2. Teorias Tradicionais do Currículo 3. Implicações das Teorias Tradicionais nas Práticas Síntese Referências Bibliográficas