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Conhecimento e Métodos de pesquisa

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CONHECIMENTO 
 
 
 
 Introdução 
 
Este texto não tem a pretensão de abranger todas as questões envolvidas em Elaboração 
de Projetos. É apenas uma ajuda para consulta por parte dos estudantes dos cursos da 
pós-graduação. O aprofundamento teórico deverá ser buscado na bibliografia sugerida no 
final deste trabalho. 
 
Nossa intenção foi apenas facilitar a busca dos estudantes no que diz respeito aos trabalhos 
de pesquisa acadêmica. 
 
Nossa experiência em sala de aula nos mostra que a disciplina Elaboração de Projetos/ 
Metodologia Científica é uma das mais rejeitadas pelos estudantes em praticamente todos 
os cursos de graduação e Pós-graduação. Essa quase ojeriza à disciplina se deve 
primordialmente pelo cunho teórico com que tem sido ministrada. Entretanto, ela precisa ser 
ensinada/aprendida de forma prática, estimulando os estudantes a buscarem motivações 
para encontrar respostas às suas dúvidas, hipóteses para resolver os problemas, por meio 
de um método. 
 
Ao nos dirigirmos aos alunos da Pós-graduação, estamos naturalmente nos referindo a uma 
Academia de Ciência e, como tal, as respostas aos problemas de aquisição de 
conhecimento deveriam ser buscadas por meio do rigor científico e apresentadas através 
das normas acadêmicas vigentes. 
 
Sendo assim, fica claro que a Elaboração de Projetos não é um simples conteúdo a ser 
decorado pelos alunos, para ser verificado num dia de prova; trata-se de fornecer aos 
estudantes um instrumental indispensável para que sejam capazes de atingir os objetivos 
da Academia, que são o estudo e a pesquisa em qualquer área do conhecimento. 
 
Vamos analisar alguns conceitos fundamentais sobre a construção do conhecimento! 
 
 
1- O QUE É CONHECIMENTO? 
 
O vocábulo “conhecer” tem origem no latim - “cognascere” - que significa conhecer pela 
experiência. Significa que o homem colheu informações pelos seus sentidos e agora 
“conhece” determinado objeto ou fato. Pode significar também o conhecimento de si, um 
ato ou efeito de saber, de forma não organizada, não metódica. No sentido amplo, então, 
significa apenas ter posse da informação. O ato de conhecer o mundo acontece 
diariamente para cada ser humano, pela intuição e pela razão e é comunicado pelo 
discurso. 
 
No sentido “estrito”, significa o conhecimento organizado, metódico, de qualquer ciência, 
construído pela observação rigorosa, seguindo os passos do método científico. O método 
científico submete a intuição ao rigor da observação e experimentação científica. 
 
2- A TEORIA DO CONHECIMENTO 
 
A Teoria do Conhecimento foi preocupação primeira da Filosofia. Na origem grega do 
vocábulo filosofia já se pressupõe essa idéia: filos - sofia: “amizade, amor pelo saber”, 
quando então o filósofo é o “amigo do saber”. A filosofia se esforça para universalizar sua 
visão, escrever e explicá – la. 
 
Para efeito didático, costuma-se dividir a Teoria do Conhecimento em Geral e Especial. A 
parte Geral estuda a aproximação do pensamento ao objeto de forma ampla. A segunda 
procura investigar como nosso pensamento se refere aos objetos. 
 
Os primeiros estudos sistematizados sobre Teoria do Conhecimento vêm da contribuição do 
pré-socráticos e dos filósofos socráticos. Na Idade Média ampliou-se a discussão, mas 
somente nos tempos modernos, com John Locke, em 1690, com a publicação de sua obra 
“Ensaios sobre o Entendimento Humano”, se deu corpo e vida à Teoria do Conhecimento. 
Em 1765, Leibnitz publica “Novos Ensaios Sobre o Entendimento Humano” onde refuta 
muitos dos princípios de Locke, trazendo, contudo, novas proposições sobre a questão. 
 
Outros teóricos que contribuíram para a estruturação da Teoria do Conhecimento foram: 
George Berkeley, com a obra “Tratado dos Princípios do Conhecimento Humano”, publicada 
em l710; David Hume, com a obra “Tratado da Natureza Humana”, publicada em entre 
1739 e 1740 e numa outra outra vinda a público em 1748, intitulada “Investigação Sobre o 
Entendimento Humano”. Entretanto, Immanuel Kant é que surgiu como verdadeiro pai da 
Teoria do Conhecimento, na obra publicada em 1781, intitulada “Crítica da Razão Pura”. 
Fichte, seu sucessor, tratou pela primeira vez em público da Teoria do Conhecimento como 
a “Teoria da Ciência”. 
 
Duas correntes Filosóficas contribuíram para ampliar a discussão sobre o conhecimento. O 
Racionalismo, que afirmava o primado da razão na aquisição do conhecimento. Para 
René Descarte(1596-1650) em suas obras “Meditações Metafísicas” e “Discurso do 
Método”, o homem pode chegar ao conhecimento sem necessitar dos sentidos, porque 
estes são limitados e tendentes a enganos na percepção das coisas. Para elaborar sua 
teoria, adotou o a “dúvida” como método. Podemos duvidar do mundo ao redor, podemos 
duvidar de tudo, menos de que estamos duvidando. Daí a máxima cartesiano: “Penso, logo 
existo”. A conseqüência dessa proposta é o surgimento do conhecimento científico 
dissociado do conhecimento filosófico e do conhecimento religioso. 
 
O Empirismo, por outro lado, afirmava o primado da experiência na aquisição do 
conhecimento. Sua máxima se expressa na seguinte frase: “não há nada mente que não 
tenha passado pelos sentidos”. Os principais expoentes desta escola filosófica foram: 
Francis Bacon(1561-1626), John Locke(1632 - 1704), David Hume(1711 - 1776), Immanuel 
Kant(1724 - 1808). 
 
Deve-se dizer que até os dias de hoje não está esgotada a discussão sobre a aquisição do 
conhecimento, se pela razão ou pela experiência, surgindo posteriormente o 
Interacionismo. 
 
 
2.1 - Conhecer e saber. 
Ambos os vocábulos têm origem no latim: “cognascere” e “sapere”. São sinônimos e estão 
intimamente relacionados ao termo conhecimento. Enquanto o saber significa “ter posse da 
informação”, o conhecer refere-se à experiência prática. No sentido geral, ambos os 
vocábulos podem referir-se a conhecimento superficial e desorganizado. No sentido estrito, 
referem-se ao conhecimento organizado e metódico. 
 
Como categoria metodológica, o saber organizado tende a produzir o desaparecimento de 
preconceitos, mitos, lendas, superstições e misticismo, constituindo-se numa superação de 
obstáculos na busca da “verdade”, do “conhecimento real”, da “razão”. 
 
2.2 - Formas de Conhecer. 
Pelos processos cognitivos o homem se apropria e domina o mundo ao redor. Esse é um 
processo natural, nem sempre autoconsciente. Pode-se conhecer pela intuição e pela 
razão. Pela intuição tem-se o primeiro contato com o objeto do conhecimento. A intuição 
pode ser sensível, inventiva, intelectual. Já o ato de conhecer advindo da razão capacita o 
homem a ponderar e julgar. Tanto o conhecimento intuitivo quanto o racional são 
comunicados pelo discurso. O saber organizado metodicamente é fruto de permanente 
interação entre intuição e razão. 
 
3- TIPOS DE CONHECIMENTO. 
Há diferentes tipos de conhecimento, resultado de diferentes objetos de estudo. 
 
3.1- Conhecimento Popular. É o conhecimento do senso comum, do dia a dia, não 
elaborado, geralmente surgido no início da caminhada do ser humano rumo à 
sistematização da Teoria do Conhecimento. Para Ander - Egg(1978) “o conhecimento 
popular caracteriza-se por ser superficial, sensitivo, subjetivo, assistemático e acrítico”. 
 
3.2 – Conhecimento Religioso. 
Desde os primórdios o conhecimento religioso foi direcionado a compreender a realidade do 
homem em relação à divindade ou ao universo. Não se propõe a experimentar e 
demonstrar cientificamente. Para o conhecimento religioso a fé é o meio de compreender a 
divindade e sua revelação. É um conhecimento absoluto, imutável. A teologia propõe-se a 
fazer uma reflexão lógica sobre o que compõe o mundo no campo do estudo da vida terrena 
e eterna, enquanto que a fé refere-se à revelação de Deus ao homem. A multiplicidade de 
religiões no mundo gera uma multiplicidade de conhecimentos religiosos, alguns deles até 
contraditórios. Seja qual for a religião, para o fiel tudo se explica pela fé no sobrenatural.O ponto central do conhecimento religioso para o cristianismo é a Bíblia, enquanto que para 
outras religiões são seus livros sagrados. A Bíblia não se propõe a ser um tratado de 
ciência. É matéria de fé. Entretanto, hoje em dia há número cada vez maior de cientistas 
cristãos procurando harmonizar ciência e fé. 
 
3.3 – Conhecimento Filosófico. 
O conhecimento filosófico surge da necessidade de separar as explicações místicas e 
religiosas das explicações racionais. Esse conhecimento ganhou notoriedade nas colônias 
gregas nos séculos VII e VI a.C, chegando depois à Grécia Continental, daí espalhando-se 
para outras partes do mundo. A filosofia permeia todo conhecimento humano, constituindo-
se na base do conhecimento científico. A palavra “filosofia” foi usada pela primeira vez por 
Pitágoras e, em seu sentido original significa “amor, amizade pelo saber”. O filósofo, então, 
é o amigo do saber. 
 
Os filósofos mais antigos, os pré-socráticos, preocupavam-se em explicar o “princípio” de 
todas as coisas, a “causa primeira”. Da confusão inicial surgiu um universo ordenado. Pela 
lógica a filosofia procura chegar a um conhecimento racional e infalível da realidade 
existente. Foi a partir dos filósofos que a ciência veio formular o seu método cientifico. 
 
3.4 – Conhecimento Científico. 
Para que o conhecimento seja considerado científico são necessários dois requisitos: em 
primeiro lugar, que o campos do conhecimento seja delimitado e que o assunto que se 
deseja investigar seja objetivamente formulado; em segundo lugar, que existam métodos 
adequados de pesquisa para o estudo desejado. Os campos do conhecimento que 
possuem método próprio de pesquisa, como a Astronomia, a Química, a Matemática, a 
Biologia, entre muitos outros, são classificados como conhecimento científico. 
 
Entre as características do conhecimento científico está a de cuidar de fenômenos 
regulares, em que as causas e os efeitos se sucedem entre fatos isolados ou grupos de 
fenômenos. Um exemplo disso é a Física, que estuda o sucessivo fenômeno da dilatação 
dos corpos pelo calor e sua volta ao estado normal. O conhecimento só atinge grau de 
cientificidade se forem registradas semelhanças entre fenômenos e se forem classificados 
de acordo com propriedades comuns, seguindo o rigor do método científico. 
 
Outra característica do conhecimento científico e a maneira como expressa os seus 
resultados em leis, teorias e generalidades. Pela lei é feita a demonstração da 
indispensável relação entre os fenômenos, sua regularidade e suas normas. Temos como 
exemplo a “lei do comportamento dos gases”, a “lei da gravitação dos corpos celestes”, etc. 
Por teoria se entende o produto final de um estudo, contendo todas as comprovações 
necessárias para que seja dada como verdade. 
 
O objeto de estudo das Ciência Exatas e da Natureza é diferente do objeto das Ciências 
Sociais e Humanas. Assim sendo, como resultado da pesquisa as Ciências Exatas e da 
Natureza formulam-se princípios ou leis, e das Ciências Sociais e Humanas formulam-se 
generalidades, que são a variação de fatos ou fenômenos. 
 
 
 
Estrutura metodológica da atividade científica: 
1- Levantar do maior número possível de informações sobre o estudo. 
2- Fazer experiências para saber em que condições ocorrem os fenômenos e quais fatores 
os influenciam. 
3- Estudar a regularidade da ocorrência e a previsão de sua repetição. Com base neste 
último dado, são formuladas hipóteses, que serão comprovadas ou não. 
 
Se as hipóteses forem comprovadas, transformam-se em princípios ou leis. 
 
- Conhecimento Científico e Pesquisa Científica. 
Para o conhecimento tornar-se científico, deve-se seguir as etapas da Pesquisa Científica, 
que são: formulação do problema, planejamento da investigação, coleta dos dados, análise 
sistemática das informações e as conclusões alcançadas de forma coerente. 
 
- Características do Conhecimento Científico. Para Bunge (1974), no âmbito das 
ciências factuais, são as seguintes: racionalidade, objetividade, precisão, clareza, 
factualidade, acumulação, comunicabilidade, falibilidade, sistematização, analítico, geral, 
explicativo, preditivo, transcende aos fatos, depende de investigação sistemática, é aberto e 
útil. 
 
 
Quadro sinótico das características dos quatro tipos de conhecimento, segundo Trujillo Ferrari(1974). 
 
Conhecimento 
Popular 
Conhecimento 
Religioso 
Conhecimento 
Filosófico 
Conhecimento 
Científico 
Valorativo Valorativo Valorativo Real (factual) 
Reflexivo Inspiracional Racional Contingente 
Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático 
Verificável Não verificável Não verificável Verificável 
Falível Infalível Infalível Falível 
Inexato Exato Exato Aproximadam. exato 
 
 
 
* O Propósito do Conhecimento. O Conhecimento destina-se ao bem-estar do homem, 
uma vez que procura a solução de problemas. Portanto, não deve ser domínio de um grupo 
restrito de pessoas, necessita ser universal. Por apropriar-se dos diversos saberes, o ser 
humano pode viver de forma participativa, posicionando-se em relação às questões que lhe 
são apresentadas, questionando-as. Somente assim o homem poderá tornar-se 
socialmente útil. 
 
* A Busca da Verdade. A busca da verdade é um empreendimento humano desde o início 
de sua história. A verdade pode ser expressa em dois gêneros: a verdade ontológica e a 
verdade lógica. A primeira diz respeito à verdade do ser, que é bastante subjetiva, pois 
nesse caso o homem torna-se objeto de estudo. A segunda, diz respeito ao estudo 
sistemático e exaustivo de princípios ou leis. Cientificamente a dúvida significa um ponto de 
equilíbrio entre afirmar e negar, podendo ser espontânea, refletida, metódica e universal. A 
verdade científica é fundamentada em evidências, portanto, é possível evitar o erro por 
medidas lógicas e morais. 
 
Buscar a verdade, portanto, é um dos mais antigos anseios do homem. Para alcançar este 
objetivo ele usa diversas fontes, como: a intuição, a autoridade, a tradição, o bom senso e a 
ciência. 
 
4- CIÊNCIA 
 
4.1 - Conceituação. 
Entre os conceitos mais conhecidos da ciência estão os seguintes: “Estudo de problemas 
solúveis, mediante método científico”; “Acumulação de conhecimentos sistemáticos”. 
Para o Dicionário Aurélio, “ciência é informação, conjunto organizado de conhecimentos 
sobre determinado objeto, obtido sob observação dos fatos e um método próprio”. 
 
* Para Trujillo Ferrari(1974), a ciência se caracteriza por ser um conjunto de atitudes e 
atividades racionais, direcionadas a sistematizar o conhecimento devidamente delimitado, 
medido, calculado, para permitir verificação. 
* Ander-Egg (1978) focaliza os aspectos da racionalidade, certeza, probabilidade, método, 
sistematização, verificação, objeto e natureza. 
 
Objetivos da Ciência. 
 
A ciência não pretende se constituir de verdades e certezas absolutas. Pretende chegar a 
verdades certas e prováveis, podendo ser questionada. Se resistir à prova, torna-se 
fidedigna, isto é, digna de credibilidade. Toda afirmação científica, sistemática e logicamente 
organizada, verificada e demonstrada, torna-se uma teoria. 
 
 
5- MÉTODO E PESQUISA CIENTÍFICA. 
 
5.1- Conceituação. A palavra “método” origina-se de dois vocábulos gregos: meta, que 
significa “na direção de” e hodos, que refere-se a “caminho”. Ao pé da letra, método seria 
“seguir na direção de” ou “seguir o caminho” com vistas a chegar a um fim determinado. 
O método é parte da lógica material ou lógica dialética. Surgiu das atividades dos filósofos 
dos séculos VI e VII a.C., passando a ser utilizado de forma diferente em cada tipo de 
ciência, para alcançar resultados próprios de cada uma. Não é apenas a ciência que se 
utiliza dele. 
 
Para qualquer tipo de tarefa que se deseje realizar, das mais simples às mais complexas, 
procura-se desenvolver procedimentos mentais sobre como realizá-las. O método não 
surge de maneira aleatória, a freqüência na realização de determinadasatividades irá 
proporcionar novas e mais eficazes maneiras de executá-las. Assim surge o método. 
 
5.2- O que é Método para: 
 
René Descartes: “É o caminho a seguir para se chegar à verdade nas ciências”. 
Hegenberg: “É o caminho pelo qual se chega a determinado resultado”. 
Ackroff: “Forma de relacionar técnicas e alternativas para a ação científica”. 
Jolivet: “É a ordem que se deve impor aos diferentes processos para se chagar a um fim”. 
Nérice: “É o conjunto coerente de procedimentos”. 
 
5.3- Importância do Método. O método é importante para economizar tempo e recursos, 
para fornecer segurança na ação, para se chegar ao lugar pretendido. 
 
5.4- Tipos de Método. 
Jolivet(1982) classifica o método da seguinte maneira: método de invenção, método de 
ensino, método de autoridade, método científico, método experimental, método racional, 
método de construção e método de sistematização. 
 
a) Método de Invenção e Método de Ensino. O primeiro se dá pela indução ou análise e 
o segundo, pela dedução ou síntese. Em ambos os casos são usados tanto a indução 
como a dedução. 
 
b) Método de Autoridade e Método Científico. O Método da Autoridade baseia-se na 
autoridade, no valor intelectual e moral de quem faz a proposição. Faz apelo à razão. É 
comum em assunto de fé, de revelação de Deus, mas pode ser observado também nas 
ciências. Já o Método Científico baseia-se na observação sistemática, na demonstração e 
se serve dos critérios da evidência, da verdade e da certeza. 
 
c) Método Experimental e Método Racional. O Experimental fundamenta-se nos fatos da 
experiência, é o método das ciências da natureza. O Método Racional fundamenta-se nos 
fatos ou predisposições admitidas antecipadamente, chegando aos resultados por indução 
ou dedução – é o método da filosofia. 
 
d) Método de Construção e Método de Sistematização. Buscam ordenar as ações para 
organizar o saber em sistemas e teorias. 
 
 
5.5- Métodos das Ciências Exatas e da Natureza. 
As ciências exatas se utilizam do processo de análise e síntese, quando partem de 
proposições complexas. Geralmente usa o método dedutivo. As ciências da natureza, 
também chamadas pela filosofia de ciências experimentais, são classificadas em físico-
químicas e ciências biológicas. O primeiro grupo estudo os fenômenos da natureza 
inorgânica, estudando as propriedades dos corpos e suas diferentes composições. O 
segundo grupo estuda os fenômenos relativos à vida orgânica. 
 
Estas ciências se utilizam do método experimental, caracterizado por quatro fases: a 
observação, que pode ser sistemática ou assistemática, nesse último caso sem uso de 
instrumentos de medição precisa; a experimentação, que define-se como sendo um 
conjunto de processos usados para verificar hipóteses, seguindo uma idéia pré-estabelecida 
do que pretende apurar; a hipótese, que se constitui numa explicação antecipada e 
provisória do fenômeno, é formulada após os fatos estarem bem estabelecidos e visa 
explicar tais fatos, sendo clara e objetiva, servindo para ordenar e dirigir a ação do 
pesquisador; a indução é a atitude de partir das idéias mais simples para as mais 
complexas, do particular para o geral. 
 
5.6- Métodos das Ciências Sociais. 
 
a) Método de Abordagem – Funciona como uma síntese dos métodos indutivo, dedutivo, 
hipotético-dedutivo e dialético. 
 
b) Método Histórico – Criado por Boas, tem por princípio que a vida social, instituições e 
costumes atuais têm origem no passado, sendo importante pesquisar as raízes, para se 
compreender suas funções e natureza. 
 
c) Método Comparativo – Foi empregado por Taylor. Fundamenta-se nas semelhanças 
entre diversos grupos. O estudo é feito por comparações. 
 
d) Método Monográfico – Inventado por Le Play, estuda indivíduos, famílias, profissões, 
instituições, grupos e comunidades, para obter generalizações. 
 
e) Método Estatístico – Criado por Quelet, significa a redução dos fenômenos sociológicos, 
políticos, econômicos, etc, a termos qualitativos e comparativos para comprovar relações de 
fenômenos. 
 
f) Método Tipológico – Foi usado por Max Weber para comparar fenômenos sociais 
complexos. O pesquisador cria tipos e modelos ideais a partir da análise de aspectos 
primordiais do fenômeno. 
 
 g) Método Funcionalista – Foi utilizado por Malinowski, sendo mais um método de 
interpretação do que um método de investigação. Leva em conta que a sociedade é 
formada de partes diferentes, inter-relacionadas e interdependentes, mas se satisfazem nas 
suas necessidades e funções sociais. 
 
h) Método Estruturalista – Foi desenvolvido por Lévi – Straus. Parte da investigação de 
um fenômeno concreto e eleva-se para o nível abstrato, por meio de modelos que 
representem o objeto de estudo. 
 
 
5.7 – Métodos das Ciências Humanas. 
Segundo a abordagem filosófica, classificam-se em dois grandes grupos: 
a) Método das Ciências Morais Teóricas, como por exemplo a psicologia, a sociologia, a 
história, etc, que estudam o homem individual ou coletivamente. Utilizam-se do método 
experimental adaptado aos seus objetos de estudo. Tudo pode ser pesquisado. 
 
b) Método das Ciências Morais Práticas, como por exemplo a lógica, a moral, a política, 
que estabelecem leis e contratos pelos quais o homem atua em suas múltiplas atividades. 
São ciências normativas. Utilizam-se de um método misto, que inclui a experimentação, a 
dedução, a indução e a racionalidade. Isso porque a moral envolve o homem espiritual, sua 
origem e seu destino. 
 
 
5.8 – Método na Atualidade. 
Com a velocidade das mudanças e a multiplicação do saber científico o método foi sofrendo 
alterações e novos instrumentos de trabalho metódico foram surgindo. Hoje em dia não é 
tão importante o tipo e o criador do método, mas sim o fato de se ter determinado método 
como teoria de investigação. 
 
De acordo com Mário Bunge, o cientista atual pretende chegar à verdade, passando por 
várias fases: 
 
a) Formulação do Problema. 
b) Colocação Precisa do Problema, que pode ser novo, ou velho, para ser rediscutido. 
c) Relevância do Problema. 
d) Tentativa Inicial de Solução com os meio identificados. 
e) Invenção de novas idéias, ou seja, produção de novos dados empíricos. 
f) Obtenção de uma resposta exata ou aproximada. 
g) Pesquisa das conseqüências em relação à solução obtida. 
h) Confrontação da resposta ou prova, comprovação da solução. 
i) Correção das hipóteses das teorias, dos procedimentos. Se a solução for dada como 
incorreta, reinicia-se um novo ciclo de pesquisa. 
 
 
6 – PESQUISA CIENTÍFICA. 
 
É por meio da pesquisa científica que se pode alcançar e dominar novos conhecimentos de 
forma ordenada. Com este procedimento técnico o homem redescobre verdades que antes 
permaneciam obscuras. A pesquisa é o instrumento de ação para que o conhecimento 
possa ser útil à coletividade. Cada estudioso, a seu tempo, teve uma explicação para o 
mundo visível e para o invisível, baseado em sua própria maneira de raciocinar e analisar, 
para depois divulgar suas afirmações ou teses. 
 
Como meio de relacionar teoria e prática, investigação e profissão, a pesquisa é 
característica da educação contemporânea. Entretanto, é uma dádiva da Idade Média e do 
Renascimento, com a criação dos grêmios culturais de estudantes, dos mestres ou 
Universitas Magistrarum. Com a popularização da pesquisa, o termo passou a ser usado 
para a solução de qualquer tipo de problema, sem que se usasse o rigor metodológico, a 
observação sistemática e a demonstração, passando-se a desprezar a inferência, a 
predição, a interpretação e a experimentação. Passou-se a fazer afirmações dadas como 
verdadeiras, sem submetê-las ao rigor da pesquisa científica. Para que a construção do 
conhecimento por meio da pesquisa científica não se coloque a serviço de uma minoria 
dominante, é necessário que os pesquisadores mantenham a consciência crítica, o máximo 
possível isenta dos vícios do poder. 
 
 
6.1 – Conceituação. 
 
Para Rodolfo MONDOLFO(1949),“A pesquisa surge no momento em que se toma 
consciência de um problema e nos sentimos impelidos a buscar a solução”. 
 
Para CERVO e BERVIAN(1983), “A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de 
problemas, por meio do emprego de processos científicos”. 
 
Para BARROS e LEHFELD(1988) “A pesquisa científica consiste na observação dos fatos 
tal como ocorrem espontaneamente na coleta dos dados, no registro das variáveis, 
presumivelmente relevantes para análises posteriores”. 
 
Para SANTOS(2005), “pesquisa é o processo, a forma, a maneira, o caminho seguidos para 
alcançar resposta para uma dúvida sobre um problema, um fato, obedecendo a princípios e 
normas técnicas.” 
 
 
6.2- Classificação da Pesquisa. 
A pesquisa pode ser classificada de duas maneiras: a primeira, com base nos 
procedimentos técnicos utilizados pelo pesquisador, e a segunda, baseada nos objetivos 
pretendidos. 
 
A) A Pesquisa Baseada nos Objetivos, pode ser exploratória, descritiva e explicativa. 
 
* A pesquisa exploratória. Caracteriza-se pela existência de poucos dados disponíveis. 
Objetiva aprofundar e aperfeiçoar idéias e a construção de hipóteses, isto é, a elaboração 
de respostas antecipadas. Seu planejamento é relativamente simples e objetivo. É 
geralmente usada nas Ciências Humanas. 
 
* A Pesquisa descritiva. Pretende descrever as características de determinada 
população, de determinado fenômeno, com suas variáveis. É usada nas Ciências Humanas 
e Sociais. 
 
* A Pesquisa Explicativa. Estuda fatores que determinam a ocorrência de determinados 
fenômenos, visando aprofundar o saber sobre a realidade. É geralmente usada tanto nas 
Ciências Humanas quanto nas Ciências Naturais. 
 
B) A Pesquisa Baseada nos Procedimentos Técnicos usados pelo pesquisador, pode 
ser bibliográfica, documental, experimental, ex post facto, levantamento, estudo de caso, 
pesquisa-ação e pesquisa participante. 
 
* A Pesquisa Bibliográfica. É feita com base em documentos já elaborados, tais como 
livros, dicionários, enciclopédias, periódicos, anuários, jornais e revistas, além de 
publicações científicas, resenhas e ensaios críticos. Os livros são classificados como de 
leitura corrente, de leitura mais demorada e densa, e livros de referência, dos quais se pode 
lançar mão para conseguir dados com rapidez. Etapas: determinação dos objetivos, 
elaboração do plano de trabalho, identificação das fontes, localização das fontes e obtenção 
do material, leitura do material, tomada de apontamentos, confecção de fichas, redação do 
trabalho. 
 
* A Pesquisa Documental. Toma como base documentos que não receberam tratamento 
de análise e síntese. Geralmente feita com documentos que não são facilmente acessíveis 
ao público em geral. As vantagens deste tipo de pesquisa são a confiança nas fontes 
documentais, o baixo custo e o contato do pesquisador com documentos originais. Entre as 
desvantagens estão a falta de objetividade, a falta de representatividade e a subjetividade 
dos documentos. 
Etapas: determinação dos objetivos, elaboração do plano de trabalho, identificação das 
fontes, localização das fontes e obtenção do material, tratamento de dados, confecção de 
fichas, redação do trabalho. 
 
A Pesquisa Experimental ou de Laboratório. É aquela que determina o objeto de estudo, 
relacionando variáveis, de modo a conceituar as formas de observação e controle. É usada 
nas Ciências Humanas, nas Ciências Físicas e Biológicas. As vantagens são o significativo 
grau de clareza, objetividade e precisão nos seus resultados. Como desvantagens temos a 
dificuldade de se controlar todas as variáveis, especialmente em estudos sociais. 
 
Etapas: formulação do problema, construção das hipóteses, operacionalização da variáveis, 
definição do plano experimental, determinação dos sujeitos, determinação do ambiente, 
coleta de dados, análise e interpretação dos dados, apresentação das conclusões. 
 
* A Pesquisa Ex Post Facto. É aquela em que o experimento é efetivado depois dos fatos. 
Nela o pesquisador não tem controle sobre as variáveis. É bastante usada no campo das 
Ciências Sociais(economia, sociologia, comportamento de grandes aglomerados, sociedade 
global, estruturas políticas, etc.). 
 
 Etapas: formulação do problema, construção das hipóteses, operacionalização das 
variáveis, localização dos grupos para investigação, coleta de dados, análise e interpretação 
dos dados, apresentação das conclusões. 
 
* A Pesquisa – Levantamento. Refere-se a estudo que interroga de forma clara e direta 
indivíduos dos quais se objetiva saber o comportamento. Como exemplo, temos os censos 
realizados pelos governos, por meio de amostras. Usada também na pesquisa de opinião 
pública em época de eleições. As vantagens são o conhecimento direto da realidade, 
economia, rapidez e quantificação. Como desvantagens temos pouca profundidade, 
limitado grau de entendimento sobre mudanças nos grupos pesquisados e ênfase dada no 
aspecto percebido com mais facilidade. 
 
Etapas: especificação dos objetivos, operacionalização dos conceitos, e variáveis, 
elaboração do instrumento de coleta de dados, pré-teste do instrumento, seleção da 
amostra, coleta e verificação dos dados, análise e interpretação dos dados, apresentação 
dos resultados. 
 
* A Pesquisa Estudo de Caso. Procura analisar com profundidade ou poucos fatos, com 
vistas à obtenção de um grande conhecimento, com riqueza de detalhe do objeto de estudo. 
É usadas nos estudos exploratórios e no início de pesquisas mais complexas. Tem 
aplicação em qualquer área do conhecimento. 
 
Etapas: delimitação da unidade-caso, coleta de dados, análise e interpretação dos dados, 
relatório. 
 
* A Pesquisa – Ação. É controvertida, obrigando o pesquisador a ter estreito 
relacionamento com a realidade pesquisada: pessoas ou objetos da pesquisa. 
 
Etapas: fase exploratória, formulação do problema, construção das hipóteses, realização do 
seminário, seleção da amostra, coleta de dados, análise e interpretação dos dados, 
elaboração do plano de ação, divulgação dos resultados. 
 
* A Pesquisa Participante. Exige o mesmo grau de interação do pesquisador e dos 
elementos que participam do estudo. Geralmente usada nas Ciências Humanas para estudo 
de grupos desfavorecidos(camponeses, operários, índios). 
 
Etapas: amostragem institucional e metodológica, estudo preliminar da região e da 
população, análise dos problemas, programa-ação, aplicação de um plano de ação. 
 
 
6.3 - Exigências da Pesquisa. 
Qualquer que seja a área do saber, a pesquisa precisa cumprir requisitos. GIL(1989) 
enumerou algumas qualidades que o pesquisador necessita ter: conhecimento do assunto a 
ser pesquisado, curiosidade, criatividade, integridade intelectual, atitude autocorretiva, 
sensibilidade social, imaginação disciplinada, perseverança, paciência e confiança na 
experiência. Para ser executada, a pesquisa necessitará de recursos de ordem material, 
humano e financeiro. Sem isso, não alcançará sucesso. 
 
Além disso, a pesquisa carece de legitimidade, de ser comunicada ao público e de servir 
para o bem comum, por algum segmento da humanidade. 
 
6.4 - Métodos e Técnicas de Pesquisa. 
Para alcançar afirmações que sejam tomadas como válidas, a pesquisa utiliza-se de 
métodos, que podem ser divididos em dois grandes grupos: os métodos da abordagem e os 
métodos dos procedimentos(estes já referidos anteriormente) 
 
* Os Métodos de Abordagem. Referem-se ao modo como são desenvolvidos os 
procedimentos no estudo dos fenômenos, para se chegar à verdade e classificam-se em 
indutivo, dedutivo e hipotético-dedutivo. 
 
- Método Dedutivo. Foi usado por René Descartes(1596 - 1650). Suas fases principais 
são: evidência, análise, síntese e a enumeração. Pode ser usado na Sociologia, Economia, 
Matemática, Lógica e Física Teórica. Pode fundamentar os estudos das Ciências formais e 
da Ciências da Natureza. Parte da idéia geral para as particularidades. 
 
- Método Indutivo.Foi usado por Francis Bacon(1561 - 1626). Constitui-se da observação 
e experimentação dos fenômenos estudados e obriga o pesquisador a seguir as etapas de: 
experimentação, criação de hipóteses, repetição, teste das hipóteses, generalização, e 
formulação de leis. Como processo, a indução ocorre em três fases: a observação dos 
fenômenos, a descoberta das relação e a generalização da relação. Na primeira etapa, é 
feita a observação dos fatos ou fenômenos, a análise para a descoberta e a explicação das 
causas de uma ocorrência. Na fase seguinte, a da descoberta da relação, é feita a 
comparação para conhecer a relação entre fatos ou fenômenos. Na terceira fase, 
generaliza-se o que existe de comum entre fenômenos. 
 
- Método Hipotético - Dedutivo. O principal representante deste método foi Carl 
Popper(1975), que defendeu que todo problema deve ser encaminhado de maneira crítica e 
racional e que com seu método podem ser construídas conjecturas que precisam ser 
testadas de diversas maneiras, para se chegar a hipóteses que resistem e podem se 
transformar em verdades. Ele procurava descartar em definitivo a indução, mostrando a 
sua impossibilidade de permitir aprofundar a experimentação. Defendia que o único método 
científico fidedigno era o método hipotético - dedutivo, principalmente por reconhecer que o 
ideal da verdade em ciência é inatingível. 
 
* O Método Dialético. A expressão dialético equivale a diálogo. Já na antiga Grécia era 
conhecido por Heráclito de Éfeso e por Parmênides. Para o primeira prevalecia a dialética, 
para o segundo a metafísica. Um século depois, Aristóteles fez ressurgir os conceitos da 
dialética na sua metafísica, a qual predominou até à Renascença. Posteriormente, com 
Montagne(Sec. XVI) e Diderot(Sec. XVII), a dialética toma força e ocupa lugar de destaque. 
Com Hegel e Carl Marx ela toma em definitivo o lugar da metafísica. 
Embora seja controvertida, a classificação das leis ou princípios da dialética materialista 
são: ação recíproca, unidade polar, mudança dialética, negação, passagem da quantidade à 
qualidade, interpretação dos contrários, contradição. Em resumo, estas leis podem ser: 
“tudo se relaciona”, “tudo se transforma”, “mudança qualitativa” e “luta dos contrários”. 
 
* Técnicas de Pesquisa. 
Da mesma forma que a realização de uma pesquisa requer o uso de método, exige também 
o uso de técnicas. Com o método é estabelecido o roteiro da ação, ou seja, as fases do 
estudo desejado, e com a técnica têm-se os modos ou maneiras de como será efetivada a 
pesquisa. 
Portanto, técnicas são as normas usadas em cada tipo de estudo, em quaisquer áreas do 
conhecimento humano. As técnicas de pesquisa classificam-se em documentação direta e 
indireta. Na documentação indireta estão incluídas a pesquisa bibliográfica, a pesquisa 
documental, e os estudos exploratórios. Nela são usados todos os tipos de documentos 
escritos, como livros, periódicos, jornais, revistas, filmes fotografia, etc. 
 
Na documentação direta utiliza-se todo tipo de observação e classifica-se em observação 
intensiva e observação extensiva. A intensiva fundamenta-se na observação em si e pode 
ser dividida nas seguintes modalidades: observação sistemática, assistemática, não - 
participante, em equipe, individual, na vida real e em laboratório. Outro tipo de observação 
direta intensiva é a entrevista, que pode ser estruturada e não-estruturada. 
A observação direta extensiva fundamenta-se na aplicação de questionários, formulários, 
testes, pesquisa de mercado e história de vida. 
 
- Observação Assistemática. É aquela feita sem prévio planejamento e sem qualquer tipo 
de controle. 
 
- Observação Sistemática. Também conhecida como planejada, estruturada ou controlada 
e sugere um preparo prévio, um plano de ação e uma avaliação dos resultados. Pressupõe 
as perguntas: Por que observar? Para que observar? O que observar? Como observar? 
Quem observar? Exige sempre a indicação do campo ou abrangência da observação, do 
tempo, da duração e os instrumentos a serem utilizados. 
 
 
 Sugestões de Leitura 
 
 
 
BARROS, A. J. P., LEHFELD, N.A.S.. Fundamentos de metodologia. São Paulo: McGraw-
Hill do Brasil, 1986. 
 
BASTOS, Lília da Rocha, PAIXÃO, Lyra, FERNANDES, Lucia Monteiro. Manual para a 
elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses e dissertações. 3. ed. Rio de 
Janeiro: Zahar, 1982. 
 
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. (org.) Pesquisa participante. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 
1988. 211 p. 
 
 
COSTA, Antônio Fernando Gomes da. Guia para elaboração de relatórios de 
pesquisa: monografia. 2. ed. Rio de Janeiro: UNITEC. 1998. 218 p. 
 
DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciência sociais. 2. ed. São Paulo: Atlas. 1989. 
287 p. 
 
ECO, Umberto. As formas do conteúdo. São Paulo: Perspectiva, 1974. 
 
________. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1989. 
 
FERRARI, Alfonso Trijillo. Metodologia da ciência. 3. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974. 
 
__________. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1973. 
 
GALLIANO, A. Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 
200 p. 
 
GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências 
Sociais. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. 107 p. 
 
GOOD, Willian Josian, HATT, Paul M. Métodos de pesquisa social. São Paulo: Nacional, 
1977. 
 
GRESSLER, L. A.. Pesquisa educacional. São Paulo: Loyola, 1983. 
 
 
 
JAPIASSU, Hilton F.. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975. 
 
 
KNELLER, G. F.. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. 
 
KOURGANOFF, V.. A pesquisa científica. São Paulo: Difel, 1961. 
 
LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 1991. 231 p. 
 
__________. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1982. 
 
LAMBERT, K., BRITTAN, G. G.. Introdução à filosofia da ciência. São Paulo: Cultrix, 
1972. 
 
LEITE, José Alfredo Américo. Metodologia da elaboração de teses. São Paulo: McGraw-
Hill do Brasil, 1978. 
 
MORGENBESSER, S. (org.) Filosofia da ciência. São Paulo: Cultrix, 1975. 
 
 
PIAGET, Jean, GARCIA, Rolando. Psicogênese e história das ciências. Lisboa: Dom 
Quixote, 1987. 251 p. 
 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO. Normas para 
apresentação de teses e dissertações. Rio de Janeiro, Coordenação Central de Pós-
Graduação e Pesquisa - PUC-/RJ.1980. 
 
REY, Luiz. Planejar e redigir trabalhos científicos. São Paulo: Edgar Blucher/Fundação 
Oswaldo Cruz, 1987. 
 
RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 2. ed. São Paulo: 
Atlas, 1989. 287 p. 
 
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia de 
trabalhos científicos. Belo Horizonte: Interlivros, 1974. 
 
SALVADOR, Angelo Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. Porto 
Alegre: Sulina, 1977. 
 
SCHWARTZMAN, Simon. Ciência, universidade e ideologia. Rio de Janeiro:Zahar, 1981.

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