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Métodos e Ferramentas de Qualidade Estudo de Caso Professores Me. Douglas Melman Renata Cristina de Souza 2 Unicesumar estudo de caso Qualidade a partir de Ferramentas 5S e PDCA Podemos afirmar que a qualidade deixou de ser o fator preponderante que pode caracte- rizar se um determinado produto ou serviço é bem visto ou não no mercado. Atualmente, é o cliente quem orienta as empresas para atender às suas necessidades e expectativas. As empresas de sucesso no mundo têm um ponto em comum: são orientadas para o cliente e todas as suas estratégias objetivam aproximar-se cada vez mais dele, buscando retê-lo, isto é, tornando-o fiel à organização. De acordo com Marlon, gerente de produção de uma empresa do ramo de equipamentos de saúde, o grande “segredo” para que as organizações obte- nham sucesso está no fato de desenvolveram um processo planejado e contínuo, ouvindo sempre a voz de seus clientes. Quando Marlon foi contratado, a empresa tinha muito retra- balho, muita reclamação de clientes, muita devolução e estava começando a ter prejuízo. Foi aí então, baseado nessa premissa, que Marlon teve uma ideia e também um grande desafio para sua empresa: apresentar para a alta direção que pretendia implementar a gestão de qualidade na produção, utilizando-se das ferramentas da qualidade, tais como: 5´S, PDCA, MASP, FMEA, gráficos de pareto, folhas de verificação, dentre outras ferramentas. Porém, para que começasse seu processo, necessitaria do aval da alta direção. E ele pesquisou, estudou, analisou casos de empresas que obtiveram sucesso no mercado com essas ações e montou um plano de ação para que fosse apresentado à direção, com um simples objetivo: padro- nizar processos, ter a participação dos colaboradores e ouvir o seu cliente. E, então, Marlon fez a proposta inicial na aplicação do Programa 5S no chão de fábrica e, para a direção, a su- gestão da metodologia PDCA, a qual consiste no planejamento, na checagem e nas ações de melhoria contínua. Assim, conseguiu apresentar a seus superiores estas duas propostas e obteve o voto de confiança para que pudesse executar seu trabalho. O gestor de qualidade da empresa, Pedro, disse que nada adiantaria, pois a produção era rebelde e ele já tinha tentado, mas Marlon, com sua liderança e carisma, pediu também esse voto de confiança para Pedro, que cedeu, mas não acreditando no sucesso. Unicesumar 3 estudo de caso Marlon utilizou para a aplicação da metodologia 5S entrevistas com os colaboradores, a fim de que eles mesmos repensassem na organização dos seus espaços, em manterem a limpeza, a organização e a autodisciplina. Então, os 100 colaboradores, em unanimidade, con- cordaram que a produção precisava ser organizada, porque havia muito retrabalho e, com isso, ficava difícil o crescimento da empresa e de todos. Marlon também informou a eles que a concorrência está se tornando cada vez mais acirrada devido à globalização de mercado e a consequente entrada, em nosso país, de empresas internacionais, dotadas, na sua maioria, de sistemas de qualidade trabalhando para o aprimoramento e melhoria de seus produtos e serviços. E que se eles mantivessem o foco nos processos e nos clientes passariam a ser, então, o grande diferencial das organizações para vencerem a concorrência. Com sua liderança e de posse dessas informações iniciais, foi iniciado o processo. Em um mês, a produção era “outra”: limpa, organizada, ferramentas no local adequado, espaço para não conforme, ordem de produção seguindo o produto em todo processo, inspeção e ex- pedição organizados, medidas estas que estão sendo tomadas para que a empresa reduza o seu retrabalho. Pedro não acreditava no que via, pois ele não conseguia nada com a pro- dução, foi aí que Marlon deu idéias para Pedro e também o colocou a par do que estava acontecendo, chamando-o para trabalharem juntos, qualidade e produção, juntos com o mesmo propósito, então Pedro, concordou e foi ajudar Marlon com seu trabalho. No início, a empresa duvidou um pouco, mas percebeu que os próprios funcionários necessitavam de uma organização e foi assim que o programa 5S teve total sucesso na im- plementação, execução e manutenção também. Logo, a alta direção viu que agora era a parte dela, iria dar outro voto de confiança para Marlon e seguir a metodologia PDCA pro- posta por ele. Assim, começaram a planejar uma meta de ter clientes no estado de São Paulo que, segundo os vendedores da empresa, era difícil, pois a concorrência era grande, e porque não, se agora começavam a trilhar no caminho certo. Então a empresa começou a pensar e agir como empreendedora e bem organizada, utilizando várias ações inovadoras com o intuito de agregarem informações suficientes para que seu produto e/ou serviço atenda às expectativas de seus clientes. Neste ponto as ações englobam grupos de foco com clien- tes, equipe de vendas e atendimento, produção etc. Após esses planejamentos de inovação, chegava a hora de ‘fazer’, dessa forma investiram em treinamentos, capacitação, visitas a pos- síveis clientes, participação de feiras no estado de São Paulo e tiveram sua primeira venda, em uma dessas feiras, que foi motivo de comemoração por toda a empresa. 4 Unicesumar estudo de caso Na fase de “checar” seus resultados, perceberam que se trabalhassem com representan- tes no estado de São Paulo, reduziriam custos e poderiam aumentar sua cartela de clientes, e foi essa a ação de melhoria contínua da empresa, trabalhar com representantes. E agora vão fazer o mesmo trabalho, para venderem para clientes do Rio de Janeiro, e a empresa já faz grandes planos de expansão. Agora Pedro e Marlon trabalham com o mesmo propósito e também pensam na certi- ficação do Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ), pela ISO 9001, e já sabem que o desafio é grande. Algumas empresas aprenderam isso, que pequenas ações podem “salvar” ou ser o seu di- ferencial, quando viram seus mercados seriamente ameaçados, como é o caso dos Estados Unidos, cujos consumidores ficaram seriamente impressionados com a qualidade dos au- tomóveis e aparelhos eletrônicos japoneses. Trabalhar para a empresa significa, hoje, ajudar a organização a atender as necessida- des e expectativas de seus clientes. É correto, por exemplo, perguntar ao cliente o que ele espera de um produto ou serviço. Porém, sua resposta é limitada, já que ele é capaz de res- ponder apenas com base nas expectativas de que estiver ciente. Como vimos neste estudo de caso, a organização para sobreviver nessa moderna guerra pelo mercado tem que ouvir e respeitar o seu cliente, e também melhorar seu processo. Essas empresas provavelmente serão as que se perpetuarão no mercado. As demais meto- dologias aplicadas pelo restante das empresas só o tempo dirá se vai ter sucesso, sobrevida ou mesmo fracasso e, consequentemente, ser engolida pelas empresas que usam da meto- dologia de ouvir seus clientes. Porém observamos que boa parte das empresas está avançando e geralmente se esfor- çam bastante para descobrir maneiras de fazer de seus produtos e serviços instrumentos de competição. Este é o nível no qual a gestão da qualidade faz sentido como “idéia motriz” da organização. Inúmeras empresas importantes, bem como muitas empresas menores, estão procurando alcançar este nível, chegando a ele ou passando por ele. Há aqui muita inova- ção, muitos riscos e uma boa dose de reformulação da imagem do cliente e da orientação da organização.
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