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Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Doenças Metabólicas 
DIABETES 
O Diabetes Mellitus (DM) consiste em um distúrbio 
metabólico caracterizado por hiperglicemia 
persistente, sendo causado por uma deficiência 
na produção de insulina pelo pâncreas ou na sua 
ação nos receptores teciduais ou, ainda, por 
ambos os mecanismos. 
CLASSIFICAÇÃO 
DM TIPO 1A: Deficiência de insulina por 
destruição autoimune das células b 
pancreáticas, comprovada por exames 
laboratoriais de anticorpos circulantes. 
- É mais comum em crianças, adolescentes e 
adultos jovens, geralmente sem sobrepeso ou 
obesidade. 
DM TIPO 1B: Deficiência de insulina de natureza 
idiopática, sendo que os anticorpos não são 
detectáveis e, portanto, o diagnóstico apresenta 
limitações, podendo ser confundido com outras 
formas de DM. 
DM TIPO 2: O mecanismo preponderante é a 
resistência à insulina combinada com a redução 
parcial na produção de insulina. 
- Corresponde a um total entre 90-95% de 
todos os casos de DM, sendo mais frequente 
em pessoas com mais de 40 anos. 
- A etiologia é complexa e multifatorial, com 
componente genético e ambiental, tendo a 
obesidade como o maior fator de risco. 
DM GESTACIONAL: Hiperglicemia em graus 
variados, diagnosticada durante a gestação, na 
ausência de histórico prévio de diabetes. Pode 
ser causada por hormônios diabetogênicos 
placentários e fatores predisponentes. 
SINTOMAS CLÁSSICOS 
- Poliúria (aumento do volume de urina) 
- Polidipsia (sede excessiva) 
- Emagrecimento inexplicável 
- Cetonúria (presença de corpos cetônicos na 
urina); este pode estar ou não presentes, 
sendo que algumas vezes é o primeiro sinal 
percebido. 
Esses sintomas são mais comuns no DM tipo 1, 
podendo demorar vários anos para aparecer 
após a detecção de anticorpos anti-ilhota (ICA), 
anti-insulina (IAA) ou antidescarboxilase do 
ácido glutâmico (antiGAD65). 
Já, no DM tipo 2, esses sintomas geralmente não 
ocorrem e a doença, muitas vezes, é 
assintomática durante 5-6 anos. 
EXAMES DIAGNÓSTICOS 
Os critérios laboratoriais para o diagnóstico de 
DM ou pré-diabetes compreende: concentrações 
de glicose no sangue acima dos valores de 
referência quando medidos em jejum ou duas 
horas após a ingestão de sobrecarga de glicose 
(75g de glicose dissolvida em água) no Teste Oral 
de Tolerância à Glicose (TOTG). 
 
Obs.: A dosagem de glicose apresenta um desafio 
na fase pré-analítica à A amostra de sangue, 
coletado em tubo com anticoagulante EDTA ou 
heparina, não pode estar hemolisado e deve ser 
centrifugado, separando o plasma ou o soro, em 
até 2 horas após a coleta, visando, assim, evitar 
erro de dosagem ocasionado pelo consumo de 
glicose pelas hemácias. Uma opção é adicionar 
um inibidor de metabolização (fluoreto de sódio), 
mantendo a amostra estável por 3-4 horas. 
Ainda, a dosagem de glicose é realizada mais 
frequentemente por método enzimático, sendo 
que a leitura de absorbância é feita por 
espectrofotometria. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
HEMOGLOBINA GLICADA (HBA1C): É a porção 
da hemoglobina do tipo A que tem a cadeia b 
ligada a glicose, a qual está em equilíbrio com a 
glicose do sangue. É o melhor teste para 
determinar o risco de dano aos nervos e 
pequenos vasos sanguíneos dos olhos e rins do 
diabético, pois informa como o paciente 
controlou a sua glicemia nos últimos meses. 
A dosagem oferece vantagens visto que sofre 
menor variabilidade durante o dia e independe 
do jejum para a sua determinação. O problema é 
que a sua dosagem deve ser feita por laboratório 
com certificação do NGSP (National 
Glycohemoglobin Standardization Program) por 
método de cromatografia de troca iônica (HPLC, 
cromatografia líquida de alta eficiência). 
Além disso, existe a possibilidade de se fazer os 
Testes de Laboratório Remoto (à beira do leito 
em hospitais e clínicas) por meio de 
equipamentos que fazem múltiplas análises. 
Para monitorização da glicemia em diabéticos, 
existe equipamentos mais apropriados para 
automonitorização diária da glicemia, como 
capilares acoplados ou não a bomba de infusão 
de insulina e outros que armazenam medidas de 
glicemia por meio de um sensor colocado 
embaixo da pele, o qual ativa um alarme em 
casos de hipoglicemia (sistema CGM = 
monitorização contínua de glicose). 
Obs.: O diagnóstico de DM deve ser confirmado 
pela repetição do teste em outro dia, a menos 
que haja hiperglicemia inequívoca com 
descompensação metabólica aguda ou 
sintomas clássicos de DM. 
Obs.: O valor da glicemia média estimada não 
deve ser utilizado na avaliação de indivíduos não 
diabéticos. 
TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE 
(TOTG): É utilizado para a avaliação de 
resistência à insulina no diagnóstico de DM tipo 
2, sendo necessário um protocolo diferenciado. 
Para isso, devem der colhidas amostras de 
sangue para dosagem de glicemia nos tempos 0, 
30, 60, 90 e 120 minutos após a ingestão da 
carga de glicose (dextrosol). 
ÍNDICE HOMA IR: É, também, muito utilizado 
para avaliação da resistência à insulina. São 
realizadas as dosagens de glicemia e de 
insulinemia (concentração de insulina no 
sangue), na mesma amostra de sangue, após 
jejum de 8-12 horas. O valor de referência é um 
resultado menor do que 2,15; assim, quanto 
maior o valor, maior a resistência à insulina. 
HOMA IR = glicemia (mmol/L ou mg/dL x 0,0555) X 
insulinemia (µU/mL) / 22,5. 
CLAMP EUGLICÊMICO HIPERINSULINÊMICO É 
o método padrão ouro para a determinação de 
resistência à insulina. No entanto, existe uma 
limitação técnica para a sua aplicação, pois ele 
necessita de dois acessos venosos para a infusão 
contínua de insulina e glicose. 
CURVA GLICÊMICO-INSULINÊMICA: São 
realizadas dosagens de insulina e glicose no 
sangue a cada 15 ou 30 minutos após a ingestão 
de glicose ou estímulo por fármacos 
(tolbutamida ou glucagon). 
ÍNDICE QUICKI: Responsável por calcular a 
sensibilidade à insulina (Quantitative Insulin 
Check Index). 
QUICKI = 1 / (log glicemia basal + log insulinemia 
basal). 
COMPLICAÇÕES 
Cetoacidose Diabética: É causada por acúmulo 
de corpos cetônicos após a utilização de lipídeos 
ao invés de glicose para a obtenção de energia. 
É avaliada por fira reagente especial, que mede 
b-hidroxibutirato em amostra de sangue. 
Nefropatia Diabética: Corresponde a esclerose e 
fibrose glomerulares causadas por alterações 
metabólicas e hemodinâmicas do DM. 
Manifesta-se como albuminúria lentamente 
progressiva com agravo da insuficiência renal e 
hipertensão. É avaliada através da dosagem de 
albuminúria e microalbuminúria (positivo 
quando ³ 300 mg/24horas) e proteinúria 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
(positivo quando ³ 500 mg/24horas) na urina de 
24 horas, além do clearance de creatinina. 
DISLIPIDEMIAS 
As dislipidemias é um distúrbio do metabolismo 
de lipídeos, que está fortemente associado com a 
aterosclerose e doença coronariana crônica 
(obstrução das artérias coronárias que irrigam o 
miocárdio). 
CLASSIFICAÇÃO 
1. DE ACORDO COM OS NÍVEIS PLASMÁTICOS DE 
LIPOPROTEÍNAS: 
• Hiperlipidemia – níveis plasmáticos elevados 
• Hipolipidemia – níveis plasmáticos diminuídos 
2. DE ACORDO COM A FRAÇÃO LIPÍDICA 
ALTERADA: 
• Hipercolesterolemia Isolada – aumento 
isolado do LDL (LDL ³ 160 mg/dL) 
• Hipertrigliceridemia Isolada – aumento 
isolado dos triglicérides (TG ³ 150 mg/dL ou ³ 
175 mg/dL, se a amostra for obtida em jejum) 
• Hiperlipidemia Mista – aumento do LDL (LDL ³ 
160 mg/dL) e dos TG (TG ³ 150 mg/dL ou ³ 175 
mg/dL, se a amostra for obtida em jejum) 
• HDL Baixo – redução do HDL (homens < 40 
mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em 
associação ao aumento de LDL ou de TG. 
CAUSAS 
Tanto a hiperlipidemia quanto a hipolipidemia 
podem ter causas primárias ou secundárias, 
assim: 
Causas Primárias: Alteração lipídica de origem 
genética. 
Causas Secundárias: Estilo de vida inadequado, 
certas condiçõesmórbidas ou uso de 
medicamentos que alteram os níveis séricos de 
lipídeos. 
EXAMES DIAGNÓSTICOS 
Nos exames de perfil lipídico são empregados 
certos testes de rotina: 
- Colesterol total 
- Triglicerídeos 
- HDL-colesterol 
- LDL-colesterol 
- Relação colesterol total/HDL 
- Relação LDL/HDL 
Além disso, a lipoproteína a (LPa) pode ser 
dosada. Esta tem atividade proaterogênica e 
pró-trombótica (formação de trombos e 
coágulos), estando associada com infarto 
cerebral (AVC) e infarto do miocárdio. 
Em certos casos, também se dosa a 
apolipoproteína B (Apo B), que atua como 
determinante da união de LDL com receptores 
para a formação de placa ateromatosa. 
 
Obs.: Os valores de referência sofrem variações 
devido as diferenças de técnicas empregadas na 
dosagem, variabilidade relacionada a idade, ao 
gênero e ao país de origem. 
Atualmente, os métodos mais empregados para 
dosagem de triglicerídeos, colesterol e HDL são 
os enzimáticos. 
A coleta de sangue para triglicerídeos deve ser 
feita em jejum de 12 horas, em indivíduos com 
abstenção de álcool, mantendo dieta e atividade 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
física habitual nas duas semanas antes do 
exame. 
As relações entre LDL e HDL e colesterol total/HDL 
determinam o risco coronariano, visto que 
quanto maior o LDL e menor o HDL, maior é o 
risco de formação de placas de aterosclerose. 
Ainda, as dosagens de colesterol se tornaram 
mais populares e acessíveis, havendo kits e 
medidores de colesterol semelhantes aos de 
glicose, mas, quando há necessidade de precisão 
nas dosagens, é necessário que se faca a 
dosagem laboratorial. 
SÍNDROME METABÓLICA 
A síndrome metabólica é um conjunto de 
anormalidades metabólicas associadas que 
resultam em alto risco de aterosclerose. 
Para o seu diagnóstico, a ABESO (Associação 
Brasileira para Estudo da Obesidade e das 
Síndrome Metabólica) estabeleceu os seguintes 
critérios: 
1. Circunferência abdominal ³ 90 cm (homens) 
ou ³ 80 cm (mulheres); 
2. No mínimo três dos seguintes parâmetros: 
- Triglicerídeos ³ 150 mg/dL ou tratamento em 
curso; 
- HDL < 40 mg/dL (homens) e < 50 mg/dL 
(mulheres); 
- PAS ³ 130 mmHg ou PAD ³ 85 mmHg; 
- Glicemia de jejum ³ 100 mg/dL ou diagnóstico 
prévio de diabetes. 
LEMBRAR: IMC não é confiável. 
Acredita-se que o DM tipo 2 seja algo que se 
destaca nessa síndrome, porém o fator 
desencadeante da resistência à insulina é um 
tipo específico de obesidade, com acúmulo de 
gordura visceral. O turnover da gordura visceral 
é mais acelerado e está associado ao aumento 
da concentração de proteína que atrai 
monócitos, adipocinas pró-inflamatórias e 
ácidos graxos não esterificados (NEFA), que 
estimulam a gliconeogênese, resultando em 
hiperglicemia e hiperinsulinemia. Ainda, devido 
ao acúmulo de insulina plasmática, ocorre 
aumento de triglicerídeos no fígado e no 
músculo, sendo que no fígado promove a 
dislipidemia e no músculo promove a resistência 
à insulina. 
As citocinas e plasminogênio promovem o estado 
pró-trombótico com uma maior agregação 
plaquetária e ativação de fatores de coagulação. 
O aumento de fatores pró-inflamatórios (IL-6 e 
proteína C reativa) e de fator de necrose tumoral 
(TNFa) resultam na disfunção endotelial e, por 
último, a homocisteína, que também aumenta 
devido a hiperinsulinemia, ativa a cascata de 
coagulação e a produção de espécies reativas de 
oxigênio, que tem efeito citotóxico no endotélio 
vascular. O resultado é a hipertensão, 
aterosclerose, obstrução das artérias do 
coração e IAM. 
Essa combinação de fatores pode ser 
diagnosticada por exames laboratoriais, mas 
para efeito de rastreio epidemiológico a 
execução de todos esses exames é impraticável.

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