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Direito Financeiro e financas publicas

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Prévia do material em texto

Direito Financeiro e finanças públicas
Bibliografia:
Régis Fernandes de Oliveira, Curso de Direito Financeiro.
Aliomar Baleeiro – Uma introdução à ciência das finanças.
Ricardo Lobo Torres. Curso de direito financeiro e direito tributário. Editora renovar
Kiyoshi Harada, Curso de direito financeiro e tributário. Editora Atlas.
Carlos Alberto de Morais Ramos Filho, Curso de Direito Financeiro. Editora Saraiva.
José JR Caldas furtado, Manual de direito Financeiro. Editora Fórum.
Luiz Emygdio F. Rosa Jr. Manual de Direito Financeiro & Direito Tributário.
Luciano Ferraz, Marciano Seabra de Godoi e Werther Botelho Spagnol. Curso de
Direito Financeiro e Tributário. Editora Fórum.
➔ Ramo do conhecimento jurídico que tem como objeto o estudo dos princípios e
regras que regem a atividade financeira estatal. É um ramo do Direito Público.
 
 
Pilares do Direito Financeiro
Receitas públicas – meios fundamentais de o Estado desempenhar sua atividade
financeira; fontes de recursos;
Despesas públicas - através do qual o Estado provê as necessidades comuns;
Federalismo fiscal – forma como o Estado se organiza; como se estabelece a relação
entre os entes federados no âmbito financeiro.
Responsabilidade fiscal – Lei de Responsabilidade Fiscal - trouxe para o ordenamento
jurídico regras, princípios; impostos ao Estado, aos agentes públicos.
Orçamento público – instrumento jurídico, social, econômico; contempla as estimativas
das despesas públicas.
 
Atividade financeira do Estado
Povo é elemento essencial, fundante da ideia de Estado à esse povo constitui uma
nação, sendo necessário um espaço territorial; e é preciso que o povo tenha pleno poder
de autodeterminação, isto é, autonomia de vontade, livre arbítrio; além da existência de
uma liderança (governo), fruto de uma escolha.
Na perspectiva do Direito Financeiro é essencial que haja um elemento que valida e
justifica todo esse mecanismo à bem estar social; o Estado no processo de suas
escolhas, na forma como atende as necessidades públicas tem que se atentar ao bem
estar coletivo e a busca desse elemento se organiza e se estrutura na atividade financeira
do Estado. O estado não se organiza para realizar uma atividade financeira, não é uma
atividade fim e sim uma atividade meio, para alcançar os objetivos propostos por ele
que resulta no bem estar social.
Fontes da atividade financeira: na antiguidade, os tributos de guerra/extorsões era uma
fonte financeira da atividade estatal.
As doações, ideia contrária dos tributos de guerra, é uma fonte baseada no elemento da
espontaneidade, voluntário, está ligado a ideia de filantropia, é uma fonte
suplementar/auxiliar.
As fontes patrimoniais, decorre da própria exploração comercial, econômica. O Estado
tem bens imobiliários, bens móveis vinculados ao exercício da função pública e ele
pode explorar esses ativos patrimoniais, no entanto, não é uma fonte principal, também
é auxiliar.
As sanções/penalidades pecuniárias também são fontes secundárias da atividade estatal,
possuem caráter formador de conduta, orienta o cidadão ao respeito da norma jurídica,
caráter extrafiscal (sua finalidade não é prover recurso e sim desestimular a prática da
violação da norma jurídica).
Emissão de moedas é também uma fonte de recursos da atividade financeira estatal,
quando o Estado gasta mais do que pode, há um desequilíbrio, que precisa de um
esforço fiscal (corte de gastos, emissão de moedas para conseguir cumprir suas
obrigações, quando a fonte preponderante – tributária não consegue, por isso é uma
fonte extraordinária/secundária, pois se tem excesso de moedas na economia a
tendência é que ocorra a inflação, a moeda se desvaloriza).
Operações de crédito como fonte também secundária - quando há um desequilíbrio
orçamentário, aumento de gastos ou queda da receita fora do comum – o Estado vai ao
mercado captar recursos por meio de empréstimos, operações de crédito.
Em toda operação de crédito o elemento da confiança é essencial - análise de risco de
inadimplência – grau de segurança – taxa de juros menor.
O Estado pode ir ao mercado mais amplo: captação de recursos junto a investidores ou
ir a uma instituição financeira, porém, o comportamento do Estado enquanto tomador
de empréstimo do mercado financeiro, será uma referência para aquele mercado - se há
uma conduta de irresponsabilidade fiscal, histórico de inadimplência o grau de
confiança nessas operações de confiança cai, isto é, a taxa de juros aumenta – relação de
causa e efeito e por isso, um dos fatores que influência muito na determinação da taxa
de juros é a questão do registro de uma conduta irresponsável perante o mercado, que
faz com que o país tenha uma alta taxa de juros.
Lançamento dos títulos da dívida pública - o Estado lança papéis, no quais
investidores compram esses papéis e o Estado promete remunerar em uma taxa de juros
x, bastante atrativo (normalmente papeis de médio a longo prazo) - tesouro direto =
programa de investimentos oferecido pelo Governo Federal em parceria com a
BM&FBovespa. Com ele, o investidor pessoa física pode adquirir títulos da dívida
federal, com risco mínimo e rendimento superior à poupança.
Fonte da tributação é uma fonte ordinária/comum da captação de recurso – sistema
tributário nacional
Teoria dos ingressos públicos
Pilares:
1)Captação de recursos;
2)Esses recursos ingressam no patrimônio estatal (os recursos são geridos, através de
um instrumento fundamental que é o orçamento público - como os recursos serão
gastos, quais as prioridades que serão atendidas);
3)Aplicação desses recursos
Levou a construção do próprio conceito de receita pública = ingressos de recursos
financeiros no patrimônio estatal (conceito que prevaleceu durante muito tempo, por
meio da observação do fenômeno da atividade financeira estatal, através do qual, o
Estado se lança na captação de fontes exteriores de recursos, esses recursos ingressam
no patrimônio estatal, são geridos pelo orçamento público e posteriormente aplicados
nos fins propostos do Estado). O conceito de receita pública tem uma característica de
fluidez, de mobilidade, pois remete a observação de um fenômeno comportamental do
Estado ao desenvolver a atividade financeira, no entanto, com o passar do tempo, esse
conceito se tornou insuficiente e foi modificado ao longo do tempo, uma vez que não
poderia chegar a uma conclusão segura se o Estado estaria arrecadando mais do que
gastando ou vice e versa, por exemplo. Assim, estudiosos introduziram no conceito um
elemento importante, que é o elemento temporal, dizendo que receita pública são os
ingressos de recursos financeiros no patrimônio estatal mas em um determinado
período, estabelecendo uma limitação (exercício financeiro fiscal corresponde ao ano
civil – começa 01 de janeiro e encerra 31 de dezembro) e assim consegue se extrair
conclusões mais seguras.
Ademais, os estudiosos também observaram que algumas receitas, alguns recursos
tinham um comportamento atípico nesse mecanismo de ingresso, captação e aplicação,
nem todos cumpriam esse “protocolo” rigorosamente da atividade financeira, uma vez
que alguns recursos eram obtidos, captados, mas não eram aplicados, eram incorporados
provisoriamente no patrimônio estatal sobre uma contingência, isto é, sobre uma
limitação do uso da disponibilidade plena desses recursos nos fins propostos pelo
Estado, isto é, não ingressavam livremente, pois ao seu ingresso corresponde uma
obrigação que é passivo no patrimônio estatal de devolução daquele recurso ao titular,
de tal maneira que essas contingências, essa limitação decorre de uma condição
contratual, ou de uma condição legal, disposta em algum dispositivo legal, que
implicaria na necessidade de restituir desses recursos ao seu titular e é assim é em
relação as cauções (receitas públicas lato sensu, no entanto, a caução também além de
ser restituída pode ser retida, para o ressarcimento de perdas e danos que eventualmente
suporte o órgão estatal, essa retenção não representa um elemento novo e positivo no
patrimônio estatal, apenas repara uma perda patrimonial,e assim não preenche os
pressupostos do conceito de receita pública estrito sensu ). O conceito de estrito senso
seria dizer que teria uma compreensão exata, científica sobre determinada coisa.
Dessa forma, o conceito de receita pública evoluiu, resultando no ingresso de recursos
financeiros no patrimônio estatal, em determinado período de tempo, sem reserva,
condição ou correspondência no passivo estatal.
Licitação pública: etapas da realização das despesas, na modalidade de concorrência
pública (grande obras ou grande serviços); é recomendável que se exija uma caução do
prestador do serviço ou do fornecedor do serviço; representa 5% do preço da licitação;
Os tributos são espécies do gênero receita pública. No entanto, os empréstimos
compulsórios são espécies de tributo, mas não se enquadram no padrão do conceito de
receita pública estrito sensu e sim lato sensu, pois esse empréstimo tem que ser
restituído, representa uma reserva no passivo, ou seja, é uma condição, uma reserva que
corresponde a uma obrigação no passivo da sua posterior devolução. Não tendo solução
para esse impasse.
Obs.: empréstimo compulsório consiste na tomada compulsória de certa quantidade de
dinheiro, pelo Estado ao contribuinte, a título de "empréstimo", a ser resgatado em
determinado prazo estabelecido por lei.
Constituição Federal: Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir
empréstimos compulsórios:
I - Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Ingressos relativos a depósitos judiciais: o recurso é depositado na conta judicial, é
transferido para uma conta do tesouro, a Fazenda Pública normalmente vai gastar aquele
recurso, mas existe uma contingência, uma condição que implica na correspondência da
entrada daquele recurso com a posterior devolução ao contribuinte. Ao final da ação,
transitada em julgado, de forma favorável ao autor (contribuinte), o recurso será
restituído. No entanto, se a decisão é contrária ao contribuinte, transitado em julgado, o
recurso deve ser convertido em renda da Fazenda Pública, isto é, ingressa no patrimônio
da Fazenda, caracterizando em receita pública estrito sensu, pois o recurso que era
provisório, incorpora-se definitivamente ao patrimônio estatal.
Critério com base na teoria dos ingressos públicos:
Receitas ordinárias: são aquelas cujo fluxo de entradas ou ingressos no patrimônio
estatal são regulares, constantes, permanentes. Há um padrão regular, comum, no que
tange ao seu comportamento, do fluxo migratório de receitas, de uma fonte privada
exterior para o patrimônio estatal.
As receitas que decorrem da cobrança do ITCD - Imposto sobre Transmissão Causa
mortis e Doação – traz a ideia de eventualidade pois a morte é um fato único, não sendo
regular, e por isso muitas pessoas consideravam uma exceção à regra geral de que as
receitas tributárias seriam ordinárias, mas na verdade não é uma exceção, pois o fato do
óbito é tomado no conjunto do sistema tributário e não isoladamente, e assim, é um fato
comum, regular, uma vez que ocorrem muitos óbitos por dia. Ademais, a CPMF -
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, um imposto cobrado por todas
as movimentações financeiras feitas por pessoas jurídicas e físicas – mesmo tendo um
lapso temporal pré-determinado, ainda que seja um curto espaço de tempo, haverá uma
regularidade, uma constância.
Dessa forma, embora algumas receitas tributárias tenham características próprias, elas
não perdem a sua essência, não deixam de ter a sua compreensão que indicam a sua
regularidade, estabilidade.
Receitas extraordinárias: são aquelas cujo fluxo migratório de entradas no patrimônio
estatal se realiza eventualmente, com características de instabilidade, imprevisibilidade.
Ex.: recurso proveniente de uma doação, pois representa um fato raro, esporádico.
Critério alemão ou clássico:
Ferramenta auxiliar na identificação da natureza jurídicas de algumas receitas.
Receitas originárias – quando o Estado dá em locação um bem que lhe pertence
Receitas derivadas – receitas tributárias
Elementos:
1)Fonte ou origem: se o recurso advém de uma fonte exterior ao patrimônio estatal há
um indicativo que esse recurso seja receita derivada, mas se advém de uma fonte interna
do próprio patrimônio estatal há uma indicação que esse recurso seja uma receita
originária.
2)Força motriz - elemento de produção e geração daquela receita. Se há um elemento de
coercitividade, se não há negociação, há um indicativo que seja uma receita derivada.
No entanto, se o fator que produz aquele recurso financeiro é um elemento voluntário,
volitivo, há um indicativo que a receita seja originária.
3)Natureza formal – remete a um instrumento – se o recurso financeiro decorre da lei,
há um indicativo que é uma receita derivada, mas se há um elemento voluntário,
volitivo na formação daquela receita, há um indicativo de que é uma receita originária
(o instrumento que veicula o elemento volitivo como gerador dessas receitas seria o
contrato – característica de consensualidade – encontro de vontades).
*Tarifas aeroportuárias: esse recurso provem de uma exploração de um ativo
patrimonial estatal, de uso comum, sendo uma receita originária; a viagem é uma
escolha, havendo uma volatilidade do seu elemento motriz e por isso, trata-se de um
contrato e assim, caracteriza-se como receita originária.
*A receita de pedágio provem de uma exploração de um bem, bens dominiais, de uso
comum do povo, sendo uma exploração de ativo público e por isso uma receita
originária; existe uma predominância do elemento coercitivo ou voluntário? Há
controvérsias a respeito desse sentido; a respeito da forma o contrato predomina,
portanto, a receita do pedágio prevalece por ser uma receita originária, e não teria
natureza de receita tributária.
*CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) - é uma
contraprestação paga à União pelo aproveitamento econômico desses recursos minerais.
É uma receita que está prevista na Constituição, e por isso decorre de lei, mas também
se aperfeiçoa por meio de contrato de concessão, autorização, etc, assim, havendo traços
de coercitividade, e de contratualidade é necessário fazer um contraponto; conforme o
critério de fonte essa receita são tomadas a partir do faturamento das empresas
mineradoras, mas os recursos do subsolo pertencem à União, captado a partir da
exploração de um ativo patrimonial estatal, e, por isso, tem uma natureza híbrida, o que
torna dificultosa a determinação da sua natureza jurídica. Dessa forma, existem os que
defendem que essa receita é um tributo e outros que não defendem, pois advém de uma
origem que se localiza no próprio seio estatal. O STF já afirmou que a CFEM não tem
natureza de receita tributária e sim receita financeira, utilizando esse argumento de que
essa receita advém de uma exploração de um ativo próprio da União, o que prepondera
o elemento de origem.
Critério atribuído ao modelo de Jèze – deslocou o foco para o sujeito, que está por
detrás do objeto = receita pública. O Estado que exerce a atividade que é objeto da
atenção do Direito Financeiro.
- Necessidade da seguridade social – maior atenção do Estado – maior amparo ao
cidadão e assim, o Estado precisaria de fontes de recursos para financiar a prestação
desses serviços.
Jèze visualizou uma situação em que o Estado presta serviço de interesse geral que
produz despesas e que não se produz nenhuma receita, não arrecada nada daquelas
atividades. Assim, a fonte de receitas que se vincula a uma prestação de serviços
administrativos de interesse geral, que não geram receitas, mas produz despesas é o
imposto. Havia também as receitas que se vinculavam a uma atuação estatal na
prestação de serviço administrativode interesse geral mas que afetava mais alguns
indivíduos do que a outros, e assim havia indivíduos que demandavam mais atenção do
Estado, embora seja de interesse geral e então, ele vinculou essa forma de atuação as
receitas relacionadas a cobrança das taxas.
Ele percebeu também que em um dado momento, o Estado passou a explorar atividades
econômicas, uma vez que no Estado Liberal, ele não intervinha no mercado. Dessa
forma, o Estado quando prestava serviço administrativo de interesse geral na exploração
de atividade econômica fazia no regime de monopólio (estratégico – prerrogativa
exclusiva de explorar aquela atividade econômica por razões de segurança nacional, de
estratégia; natural – ex.: situação em que uma empresa de telefonia móvel, pretende
investir sua atuação e tem que escolher um local, analisando uma série de fatores) e de
livre concorrência, em que o Estado pode admitir a presença de um concorrente, de um
agente privado e então, ele tem que ter uma margem de lucro para se manter nesse
mercado e a fonte de receita que se liga a essa atuação são os preços quase privados,
isto é, a necessidade é privada mas satisfaz necessidade prevalentemente pública.
àO Estado ao explorar uma atividade econômica sob regime de monopólio, isto é, não
permite que um agente privado também explore aquele mesmo mercado, ele não deve
considerar o lucro como elemento fundamental, o elemento principal que sobrepõe ao
lucro é o custo social.
àA tarifa ou preço público é a fonte de receitas que fundamentam a atuação do Estado
na prestação de serviço administrativo de interesse geral, ex.: serviço de telefonia
móvel.
Critério moderno
- Receitas patrimoniais – oriundas da exploração de ativo do próprio Estado (bens
imobiliários – prédio, salas; bens mobiliários – equipamentos, maquinários, veículos;
bens empresariais).
- Receitas creditícias – são recursos obtidos por meio das operações de créditos.
Ocorrendo de dois modos: diretamente indo ao mercado e contraindo um empréstimo
juntas às instituições financeiras ou captando no mercado investidor recursos a partir da
oferta de títulos da dívida pública.
- Receitas tributárias
Curva de Laffer – teoria econômica que compara a porcentagem dos impostos cobrados
com a quantidade que o governo pode obter como receita pública; relação do fisco com
a população do ponto de vista da atividade financeira do ponto de vista estatal. 
- A diminuição dos impostos é conhecida pela liberalização da economia; - Prega-se
uma tributação mínima, deixando o cidadão com mais liberdade econômica para
empreender e investir
Quanto mais a alíquota aumenta, maior também é a receita; o ponto ótimo é o ponto de
equilíbrio, e se esse ponto é ultrapassado, começa a regredir.
- T* = ponto ótimo, de equilíbrio: em que haverá uma otimização da receita dentro de
um limite suportável para o cidadão. Após esse ponto o cidadão não suporta mais, ele
irá buscar formas de evasão fiscal. 
- Confisco: final da curva. 
- Alíquota máxima suportável: impostos de algo entre 40 e 50%. Mais do que isso, a
receita começa a cair. 
- O tamanho ideal da receita deve ser no mínimo compatível com o tamanho da
despesa. 
Despesa pública
- Possui natureza política (pois pressupõe uma escolha dentre muitas opções que se
apresentam a um gestor público) e econômica.
- Conjunto de gastos realizados pelo Estado; é necessário que haja uma previsão
orçamentária; estrita relação com interesses públicos.
- A realização de um gasto por agente público tem que está vinculada ao fim perseguido
pelo Estado, que é a concepção de bem estar social, bem estar coletivo. Não se
reconhece como despesa pública um gasto que satisfaça uma necessidade privada,
mesmo realizada por agente ou autoridade pública.
*Fenômeno do patrimonialismo = confusão pelo agente público da utilização do que é
público, como se fosse seu.
Aplicação de uma quantia de dinheiro por agente ou autoridade pública competente em
determinado período sob autorização legislativa nos fins a cargo de governo.
Etapas da realização de um gasto:
1º- Realização de uma licitação pública – dever de buscar a melhor proposta, por meio
do certame licitatório, que visa obter o melhor preço.
2º- Empenho – consiste na certificação da existência daquele recurso financeiro no
orçamento público como condição para realização daquele gasto. É uma garantia para o
prestador de serviço ou fornecedor de produtos da administração no sentido de que ele
pode tranquilizar-se de que aquele recurso que vai ser gasto na execução do objeto do
contrato licitado está previsto no orçamento, pois não é possível a realização de um
gasto se não houver previsão no orçamento público. O ordenador de despesas emite
uma nota de empenho.
3º - Liquidação – não se confunde com pagamento, diz respeito ao ato que o ordenador
de despesas adota, ele faz a verificação de conformidade do serviço executado ou
produto fornecido com a previsão contida no edital e no contrato de licitação. Dessa
forma, durante a liquidação torna-se indispensável o confronto entre o contrato, a nota
de empenho e os comprovantes da entrega do material ou da prestação efetiva do
serviço. E assim, estando em conformidade, ele autoriza o processamento do
pagamento, emitindo uma ordem de pagamento.
4º - Pagamento – momento que ocorre a transferência efetiva do recurso, saindo da
disponibilidade do órgão público.
Teoria de Pareto
- Diz que para cada centavo gasto pelo agente público, haverá alguém satisfeito ao
mesmo tempo que haverá também alguém insatisfeito.
- O poder público ao realizar um gasto busca a provisão de demandas, de produtos, que
a população opõe e não a produção. O Estado busca prover as necessidades públicas.
- Quando o Estado atua realizando dispêndios ele deve se orientar pela lógica da
inclusão.
- Criou-se então a teoria do ótimo de Pareto – é uma recomendação para que o Estado
atue realizando gastos de maneira que ele maximize exponencialmente todos esses
elementos: ao realizar um gasto ele proveja um maior número de necessidades, traga a
satisfação de um maior número de pessoas e disso resulte na inclusão de um maior
número de pessoas possíveis.
Princípios
- Princípio da eficiência – realização de gastos conforme prioridades bem colocadas,
não desperdiçando recursos.
- Princípio da máxima eficiência alocativa – alojar o recurso em alguma provisão tem
que ter uma máxima eficiência; quanto mais distante o recurso está da sua fonte de
custeio, menos eficiente é.
- Princípio da capacidade receptiva – rege as despesas públicas; os indivíduos de menor
capacidade contributiva deve receber mais recursos do ente estatal
- Princípio da capacidade contributiva – rege as receitas públicas
- Princípio da transparência e publicidade – por meio do qual os cidadãos
supervisionam, fiscalizam a atuação dos agentes públicos. Essa publicidade indica a
necessidade de que se tenha acessibilidade e a transparência sugere que seja inteligível a
todos os cidadãos.
- Princípio da anualidade – os gastos são medidos, analisados dentro do período de um
ano.
- Princípio da legalidade – os gastos só são permitidos se há previsão, autorização em
lei (lei orçamentária - créditos orçamentários: créditos suplementares – complementam
a dotação orçamentária que se acabou no curso da execução do orçamento dentro
daquele ano, especiais - se caracterizam pela imprevisibilidade, extraordinários –
também são imprevisíveis, como catástrofe mas também possui um caráter de urgência
de atuação); esse princípio também estabelece um limite para os gastos em
determinadas atividades, serviços.
- Há uma flexibilização em relação aos créditos extraordinários, em que é possível uma
abertura por meio de medida provisória.
Classificação
- Critério conforme o elemento da territorialidade
1- Internas: realizadas no âmbito do espaço territorial da entidade pública competente;
moeda corrente do país.
2- Externas: realizadas fora dos limites territoriais do ente público competente; moeda
estrangeira.
- Critério direto ou indireto
1- Diretas: gastos efetuados de forma vinculadaa aquisição de um produto ou a tomada
de um serviço – há um vínculo direto.
2- Indiretas: não existe necessariamente uma vinculação de uma contraprestação;
realiza-se o gasto independentemente de se estar adquirindo um produto; ocorre quando
se deixa de arrecadar uma receita, por força de algum incentivo fiscal, benefício fiscal,
pois os seus efeitos econômicos equivalem a um gasto.
Critério econômico ou legal
Lei 4.320/64 – estabeleceu normas gerais para a elaboração e execução do orçamento
1-Correntes: são entendidas como despesas improdutivas, isto é, não acrescem o
patrimônio estatal, apenas realizam a manutenção dos serviços públicos já existentes.
1.1-De custeio: dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive
as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.
Pessoa Civil
Pessoal Militar
Material de Consumo
Serviços de Terceiros
Encargos Diversos
 
1.2-De transferência corrente: são despesas correntes quando realizadas por outro órgão
da administração pública sem a necessidade de uma contraprestação em favor do órgão
que transfere esses recursos.
Subvenções Sociais
Subvenções Econômicas
Inativos
Pensionistas
Salário Família e Abono Familiar
Juros da Dívida Pública
Contribuições de Previdência Social
Diversas Transferências Correntes.
 
2- De capital: são despesas produtivas, implicam na expansão dos serviços públicos
existentes
2.1- Despesas de investimento – implica no acréscimo patrimonial, ex.: quando realiza
um gasto na compra de um terreno para construir um hospital
2.2- Despesas de inversão financeira – implica uma mudança de um gasto em outro, ex.
o ente público aluga um edifício para funcionar uma repartição pública qualquer à
despesa de aluguel (despesa corrente de custeio – despesa que está incorrendo para
manter em funcionamento aquele serviço existente) mas em dado momento o ente
resolve comprar aquele prédio, realizando um gasto passando para a modalidade de
capital.
Aquisição de Imóveis
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades
Comerciais ou Financeiras
Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento
Constituição de Fundos Rotativos
Concessão de Empréstimos
Diversas Inversões Financeiras
2.3- Despesas de transferência de capital – o gasto é realizado por um órgão sem
obrigação de qualquer contraprestação e essa transferência de capital pode se dar na
modalidade de investimento, ex.: a secretaria da educação recebe um repasse de um
recurso do ministério da infraestrutura com a finalidade de se adquirir um imóvel ou na
modalidade de inversão financeira, ex.: a secretaria da educação recebe um repasse de
um recurso do ministério da infraestrutura para comprar um edifício que já funciona
uma escola e antes já vinha pagando uma despesa de aluguel (comprando com recurso
que foram repassados de outro órgão).
 
Federalismo Fiscal
Remete uma compreensão de como o Estado brasileiro se organiza, se estrutura sob a
perspectiva fiscal.
Federação: grau relativo de autonomia para os estados e município, atendem as
peculiaridades regionais e locais. Mas eles se juntam e congregam esforços em favor da
busca de objetivos comuns (traçados na Constituição). 
- Federalismo de cooperação
- A federação brasileira tem 3 níveis: 
União: espírito associativo. 
Estados
Municípios: possuem certa autonomia financeira, assim, por possuírem competência
tributária devidamente exercida propicia rendas próprias. 
- O sistema fiscal se estrutura em dois pilares fundamentais:
- Sustenta todo esse edifício do federalismo fiscal – pilar da repartição das rendas (para
União, Estados e Municípios) - distribuição das rendas nas três esferas, fora isso, cada
estado e município possuem rendas próprias, proporcionadas por suas atividades
tributárias próprias. Poder reconhecido pelo CR/88, assegura-lhes uma certa autonomia
financeira, para gerar autonomia política e administrativa. (Modelo ideal). Na prática
esses recursos são muito mal divididos, entre os estados, e ainda mais dos municípios.
Dessa forma, vê-se os municípios do interior, e menores sofrendo com a falta de
recursos para atender as necessidades básicas de sua população. Para tentar resolver
isso, seria preciso fazer um ajuste fino nessa distribuição de renda. 
- Divisão das receitas públicas: processam se as transferências intergovernamentais de
recursos (A União transfere parte das suas receitas para o Estado e para os Municípios e
o Estado também transfere parte de suas receitas próprias para os Municípios).
Observando os critérios dispostos em lei, sobre como realizar esse repasse.
Receitas próprias da União:
- Imposto sobre a renda
- Industrialização de bens – agrega valores, enriquece o modelo, expande a atividade
econômica – IPI
- Operações financeiras – o crédito que movimenta a produção, o consumo, a atividade
econômica; é uma base econômica de tributação a partir do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras)
- Poder de tributar o comércio exterior, a partir das importações e exportações
- ITR - imposto sobre a propriedade territorial rural; corresponde a 4% do total dos
recursos que são arrecadados, possui uma participação pouco significativa, no entanto, é
um instrumento que visa regular o latifúndio improdutivo, através do qual se pode
auxiliar as políticas da União no que toca ao condicionamento da função social da
propriedade rural.
- Competência residual – permite a União criar outros impostos que não aqueles
elencados na Constituição, observando requisitos materiais, como não poder ter o
mesmo fato gerador, a mesma base de cálculo já instituída como base econômica de
outros impostos e formais, como obedecer os requisitos inerentes ao processo próprio de
lei complementar.
-Imposto extraordinário de guerra
à Federalismo concentrado no ente central, mas aos Estados e ao Distrito Federal
couberam também uma parcela de poder tributacional, aos Estados coube tributar o
consumo por meio do ICMS; o IPVA; tributar a herança – ITCD; através das taxas. Os
Municípios podem tributar por meio do IPTU (a propriedade territorial urbana é
atribuição dos municípios diferente da propriedade territorial rural); ITBI - Imposto
sobre a transmissão de bens imóveis: a tributação das transações imobiliárias é uma
fonte geradora de receitas própria dos municípios; e o ISS – Imposto sobre serviços;
além de também poder tributar através de taxas ou a partir da prestação de serviços e as
contribuições de melhorias.
àDivisão das receitas (o que é repartido são as receitas e não a divisão ou outorga de
competências tributárias, uma vez que de regra o poder tributacional é indelegável e
intransferível)
Essa divisão ocorre por meio das transferências intergovernamentais, que parte do ente
central para os estados e municípios – centrífuga (expande-se do meio para às
periferias). Essas transferências podem ser consideradas transferências
legais/obrigatórias: previstas impositivamente na Constituição ou em lei ou
transferências voluntárias: consenso entre as pessoas políticas envolvidas, o instrumento
que materializa poder ser um contrato, um convênio, um protocolo. 
Existe também as transferências diretas: não há intermediação de terceiros na entrega
daqueles recursos aos seus beneficiários ou indiretas: se faz por meio da intermediação
de um organismo qualquer.
- Art. 160. Constituição Federal - É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e
ao emprego dos recursos atribuídos, nesta Seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos.
 Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de
condicionarem a entrega de recursos:
I - Ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias;
II - Ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III.
• Assegura a autonomia e independência dos entes federados. Exceto nas exceções:
a União pode suspender os repasses condicionando os Estados a pagarem as
dívidas que possuem com a União – oefeito prático é um bloqueio, mas o
legislador chama de suspensão. A União também pode fazer isso com as
Autarquias federais.
 
Guerra Fiscal
Guerra fiscal: seria um conflito em torna da temática fiscal.
Fenômeno entendido a partir do tamanho do Brasil, com tamanho continental, existem
vários brasis dentro de um só, existem diferentes realidades socioeconômicas das
regiões do país. O grande desafio é a erradicação das desigualdades sociais no Brasil.
Essa realidade estabelece uma corrida/disputa entre os estados, na atração de
investimentos produtivos em seus respectivos territórios. Essa corrida se deu devido à
consciência dos gestores públicos de que eles devem gerar empregos, levar tecnologia à
sua região.
Para tornar atrativo o investimento para o seu respectivo território, os estados acenam
para os empreendedores, agentes econômicos com incentivos fiscais, conjunto de
benefícios fiscais.
Cenário problemático: todos os estados querem a mesma coisa, mas não há oferta para
todos. Criam-se então disputas acirradas, que custam muitas vezes o sacrifício da
própria base arrecadatória de cada estado. O benefício da instalação de uma empresa em
determinado local, torna-se letra morta, em função do sacrifício que o estado investe
para conseguir ganhar a disputa, gerando talvez um prejuízo, ao invés de representar um
benefício – gerando uma ruptura da lógica federativa, porque os estados só querem se
afirmar perante os outros, ao invés de ser um ambiente harmonioso, pois se estabelecem
litígios, fragilizando a ideia de união.
Dessa forma, o legislador constituinte tentou minimizar os efeitos desse fenômeno,
através de algumas disposições, como no art. 155 da CR/88: ICMS - tributo de
consumo, em que se tem uma intensidade maior (imposto que mais arrecada no país) -
importante fonte de receita própria dos estados, que em tese garantiria uma liberdade
econômica e autonomia aos estados. Aumenta o poder arrecadatório dos estados.
ISS (incidência por territorialidade – gerando um conflito entre municípios para atrair
investimentos produtivos),
IPVA - gera disputa entre os estados, pessoas que moram na divisa de estados, podem
emplacar seus veículos no estado vizinho que tributa menos. No âmbito empresarial,
uma transportadora, ou empresa de locação de carros (LOCALIZA), emplaca seus
carros em Londrina, Santa Catarina, porque o IPVA é bem mais baixo que o de MG.
àGuerra fiscal em torno do ICMS: o legislador tentou coibir a guerra fiscal por meio do
art. 155. Estabelecendo que a despeito da competência instituidora ser dos estados, aos
estados não cabe a competência exoneratória livre, ela deve ser vinculada as
restrições/condições impostas pelo legislador. Os estados podem conceder benefícios
fiscais em respeito à lei complementar que defina a forma e o processo que devem ser
observados.
Lei complementar 24 de 1975: define que os estados podem exercer
compensação/isenção fiscal (ICMS) se obtiverem a aprovação do CONFAZ (Conselho
Nacional Fazendário). 
O colegiado deve deliberar sobre isenção do ICMS por parte de algum estado, se é
favorável, edita-se um convênio (convênio CONFAZ) conferindo validade àquele
incentivo fiscal.
Paralelamente ao convênio do CONFAZ, há as leis ordinárias e decretos que
disciplinam a forma como será concedida e fluirá essa isenção.
Os estados concedem isenções fiscais, mesmo que haja revelia do CONFAZ. Em regra,
uma proposta direcionada por determinado estado que foi para o CONFAZ não é
aprovada, porque os outros estados barram a proposta, e não há consenso. Ciente disso,
muitos estados nem vão ao CONFAZ propor a isenção e obter a autorização através de
convênio, se valendo só da competência legislativa própria, editam uma lei, muitas
vezes delegada.
Os estados que se sentem prejudicados com a guerra fiscal ingressam com uma ADI,
pedindo que as leis criadas pelos estados sejam canceladas, diante da revelia do
CONFAZ. O Supremo determina que o art. 155 foi ferido, e é favorável as ADI’s.
Já na perspectiva do contribuinte, muitas vezes atraído para empreender em um
determinado estado sob a promessa de que terá uma redução fiscal, então ele adere aos
termos de um protocolo de isenção, que retrata e reflete as exigências que estão
estabelecidas em lei, muitas vezes nas isenções de caráter oneroso, ele terá alguns ônus
como se obrigar a gerar determinados empregos e a mantê-los por x anos, não fazer
demissões. Então, ele assina um protocolo de isenções e vem cumprindo a parte dele, e
de repente o Supremo determina a suspensão do benefício à o contribuinte tem direito
adquirido a preservar o benefício de isenção já que cumpria com as condições impostas?
(De reclamar no judiciário a restauração desse benefício?) - essa isenção é
inconstitucional, portanto, não gera direitos adquiridos. Esse estado que concedeu a
isenção e teve ela suspensa pelo Supremo, e o contribuinte fruiu indevidamente até
aquele momento em que foi cancelado o benefício, o estado deve cobrar dele. Esse
mesmo estado que assinou com ele o protocolo de intenção, com base em uma lei, ele
deveria promover um auto de infração e cobrar desse contribuinte o tributo que deveria
ser cobrado, devidamente corrigido, juros e multa. Mas obviamente que os estados não
fazem isso, gerando insegurança jurídica, e, então por sugestão do próprio Supremo, o
Congresso Nacional criou uma remissão, um perdão a essa dívida.
- Operações interestaduais – quando um contribuinte mineiro é adquirente de uma
mercadoria de um contribuinte fornecedor localizado no estado de Goiás, e essa
operação é incentivada, em que o estado de Goiás reduziu a alíquota de 12% para 4%,
mas quando a mercadoria é remetida para Minas, ela vem com alíquota cheia, na nota
fiscal vem com alíquota de 12% mas o imposto que foi efetivamente recolhido ao
estado remetente foi 4%, o que significa dizer que esse contribuinte que adquiriu essa
mercadoria vai creditar na sua conta 12% ao invés de 4% que foi a carga tributária
efetivamente praticada no estado remetente. Se ele credita 12 ao invés de 4, isso
significa para Minas uma perda, pois está creditando mais imposto do que foi recolhido,
assim, o estado de Goiás concede um beneficio as custas da arrecadação do estado de
Minas Gerais.
 
Orçamento público
Instrumento através do qual o cidadão, mediante lei de duração anual (temporária), que
estimas as receitas e estipula as despesas necessárias à execução dos serviços públicos,
e da afirmação dos objetivos traçados pelo governo. Através do orçamento também se
define como será feita a distribuição dos ônus e financiamentos dos serviços públicos,
por meio das receitas públicas. No orçamento, são estimadas as receitas (não tem como
predeterminar as receitas ao ponto de fixá-las, porque o comportamento delas não é
fixo, e pode ser diferente) e fixadas as despesas (estabelecidas, porque se sabem
previamente quais as necessidades públicas que devem ser atendidas).
àO princípio da legalidade submete o orçamento. 
- Natureza jurídica do orçamento: 3 correntes
Orçamento como lei formal: apenas um ato administrativo, ato jurídico desprovido de
conteúdo normativo. Lei no aspecto formal porque é apresentada como lei, com artigos,
itens, passa por processo legislativo de aprovação, mas seu conteúdo não tem dimensão
normativa, é só um enunciado organizado em forma de lei. Ato meramente jurídico, que
não cria nada, não estabelece regras ou normas, não cria direitos e obrigações. O
orçamento não tem caráter impositivo, ou seja, o governo não é imposto a seguir o
orçamento, seu caráter é meramente informativo.
Orçamento como lei material: ato jurídico que tem força e densidade normativa, que
estipula norma. O orçamento tem natureza impositiva, traz direitos e obrigações –
vincula e obriga o gestor público a realizar aquele dispêndio previsto no orçamento.
Orçamento com natureza mista: lei material em relação às receitas, isto é, é impositiva,
tem densidade normativa. E lei formal em relação as despesas, não teria força
vinculante, desprovida de cunho normativo.
- Orçamento fiscal: reúneas despesas.
- Orçamento de investimentos da União Federal nas empresas em que a União é
detentora do maior número de quotas. Ex. Petrobrás.
- Orçamento da seguridade social: saúde pública, assistência social e previdência social
à Princípio da unidade orçamentária: mesmo dividido em 3, é previsto em uma única
lei. Deve ser um orçamento. Facilita, por unificar as peças em uma lei só, viabiliza a
execução dos atos de controle do orçamento pelo cidadão.
• Princípio da legalidade: todas as despesas devem ser estipuladas na lei de
orçamento. A despesa tem um limite estabelecido em lei, não se pode estipular
despesas sem limites, o que equivaleria em dar um cheque em branco para o
gestor público para gastar ilimitadamente. A lei estabelece um teto.
• Princípio da anualidade: a lei é temporária e tem início e fim em um ano.
• Princípio da exclusividade: a lei não deve conter elementos estranhos a despesas
e receitas do governo. Não cabe matéria não referente a isso.
• Princípio da universalidade: que recomenda que todas as receitas e despesas
devem ser estipuladas na lei orçamentária em seu valor bruto. Dotação
orçamentária no seu valor máximo.
• Princípio da programação: o orçamento será coordenado durante um ano pelos
gestores públicos.
• Princípio da gradação ao estorno: impede que haja remanejamento de uma
dotação para a outra. Se fosse livre, desfiguraria o orçamento.
• Princípio da publicidade, transparência: que garante a participação da população.
• Princípio da vedação da vinculação das receitas dos impostos (exceto as
vinculações estabelecidas na C.F, como os fundos de participação dos Estados e
Municípios).

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