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– Complexo de enfermidades causadas por agentes etiológicos distintos, porém com sanais clínicos e epidemiologia similares. Os agentes são um protozoário (Babesia bigemina e Babesia bovis) e uma bactéria (Anaplasma marginale). É uma patologia de ampla distribuição geográfica principalmente de regiões subtropicais e tropicais devido o desenvolvimento do vetor (carrapato). Dependendo da ocorrência da infecção e da população de vetores a área com TPB pode ser: ↳ Área livre: não possui ocorrência. ↳ Área de estabilidade enzootica: ocorrência durante todo ano, aumentando a resistência do rebanho devido o maior estimulo do sistema imune. ↳ Área de instabilidade enzootica: ocorrência em determinado período do ano. Morfologia ↳ Babesia bigemina: considerada uma grande babesia, sendo não viscerotrópica atingindo apenas grandes vasos. ↳ Babesia bovis: considerada uma pequena babesia, sendo viscerotrópica atingindo pequenos vasos podendo chegar ao SNC (diagnóstico diferencial para raiva) e realiza transmissão transplacentária. ↳ Anaplasma marginale: não promove lise intravascular e pode ser transmitida via transplacentária. Ciclo Biológico ↳ Babesia: carrapato inocula com a saliva o esporozoíto ⇀ adentra a hemácia ⇀ trofozoíto ⇀ multiplicação assexuada ⇀ hemólise ⇀ merozoíto ⇀ multiplicação assexuada ⇀ gametocito ⇀ estagna reprodução ⇀ carrapato ⇀ gametocito ⇀ merozoíto destruído no TGI do carrapato ⇀ gametogênese (reprodução sexuada) ⇀ oocineto ⇀ reprodução assexuada ⇀ a esporocineto. A fêmea parasitada realiza transmissão transovariana e transestadial, ou seja, todas a gerações a frente do vetor contaminado estarão infectados sem consumir sangue contaminado. HD: carrapato (Rhipicephalus microplus). ↳ Anaplasma: no sangue a bactéria penetra no eritrócito formando um vacúolo e multiplica-se por divisão binária ⇀ corpúsculo de inclusão ⇀ patógenos saem das hemácias sem rompê-las e penetram em outras ⇀ intensa anemia ⇀ transmissão ⇀ hemácias parasitadas ingeridas pelo carrapato e transmitida aos bovinos ou transmissão iatrogênica ou transmissão fetal. HD: bovinos. Vetor: Rhipicephalus microplus Vetor mecânico: moscas hematófagas e mosquitos. Patogenia ↳ Ação hemolítica: multiplicação assexuada leva rompimento das células vermelhas causando queda no número de hemácias circulantes. ↳ Babesiose: B. bigemina causa uma destruição de eritrócito bem marca, já a B. bovis é menos hemolítica. @vettstudy.g ↳ Anaplasmose: não há hemólise intravascular, as hemácias parasitadas são fagocitadas pelo SFM (principalmente no baço), a anemia ocasionada pela remoção dos eritrócitos parasitados, sendo um processo imunomediado. ↳ Ação sobre a hemoglobina: ↳ Babesiose: há hemoglobinemia intensa, a hemoglobina liberada passa ao plasma e pode ser expelida pela urina ou acumular em cavidades. ↳ Ação viscerotrópica bloqueante: ↳ B. bigemina e A. marginale: ambas possuem tropismo pela circulação periférica. ↳ B. bovis: tropismo por capilares de órgãos centrais (cérebro, meninges) e viscerais (rins, baço, pulmão e coração), apresentando uma ação viscerotrópica aglutinante com bloqueio de vasos e nos capilares do SNC causa uma sintomatologia nervosa com congestão da rede capilar, aglutinação de hemácias e trombose. ↳ B. bigemina: possui o período de incubação de 6 a 10 dias, causa hemólise intravascular, hemoglobinemia, febre, anemia, icterícia e hemoglobinúria (rins). ↳ B. bovis: possui o período de incubação de 10 a 14 dias, causa uma hemólise intravascular, hemoglobinemia, febre, anemia, icterícia e hemoglobinúria (rins), associado a aglutinação de eritrócitos parasitados, microembolias cerebrais e sinais neurológicos. ↳ A. marginale: eritrócitos parasitados sofrem fagocitose com remoção da circulação e destruição pelo SFM, causando quadro de febre, anemia e icterícia. Sintomatologia Clínica A presença de sinais clínicos depende da suscetibilidade do hospedeiro, patogenia do parasita e parasitemia. De modo geral a babesiose leva quadros de: febre, anorexia, depressão, palidez de mucosas, icterícia, hemoglobinúria e sinais de incoordenação. ↳ B. bigemina: mucosas pálidas, hemoglobinúria, icterícia, frequência respiratória aumentada e diarreia ou constipação intestinal. ↳ B. bovis: mucosas pálidas, hipotensão, aumento da permeabilidade capilar, edema, sinais renais e sinais neurológicos (incoordenação, ataxia, coma e morte). ↳ A. marginale: anemia, febre, anorexia, icterícia, apatia e queda na produção. Diagnóstico ↳ Métodos diretos: esfregaço sanguíneo (fase aguda), PCR, necrópsia (lesões – carcaça pálida ou ictérica, hepatomegalia, esplenomegalia) e histopatológico. ↳ Métodos indiretos: testes sorológicos (fase crônica ou assintomáticos – baixa parasitemia) – ELISA, imunofluorescência indireta. Tratamento ↳ Babesiose: - Dipropionato de imidocarb 1,2 mg/Kg, IM - Diaceturato de diminazane 3,5 mg/Kg, IM ↳ Anaplasmose: - Tetraciclinas 10 mg/Kg, IM - Dipropionato de imidocarb 2,4 mg/Kg, IM Em casos de co-infecção realizar associação de fármacos e em casos graves suporte e transfusão sanguínea. Profilaxia e Controle Controle de carrapatos, vacinação e premunição (não recomendado pois pode transmitir outras enfermidades). Áreas livres os animais devem ser vacinados sempre que forem exportados para áreas endêmicas. Áreas de instabilidade enzootica deve vacinar os animais quando os nascimentos coincidirem com o período livre de carrapatos. Áreas de estabilidade enzootica deve vacinar os animais quando importar animais de áreas livres ou de instabilidade e quando houver programa de controle de carrapato. @vettstudy.g
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