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BABESIA ● Reino: Protozoa/ Filo: Apicomplexa/ Classe: Sporozoasida/ Ordem: Piroplasmorida/ Família: Babesiidae / Gênero:Babesia; ● Os protozoários do Filo Apicomplexa tem como morfologia possuem complexo apical importante para o microrganismo, onde ele tem algumas organelas importantes e também mecanismo de movimentação e fixação da célula do hospedeiro. Organelas como anéis polares, róptrias ( penetração), micronemas (reconhecimento e adesão). Além disso, tem conóides e microtúbulos que fazem a fixação e invasão. Os conóides e microtúbulos têm função também de motilidade, uma vez que os mesmo não tem flagelo nem cílios. Não forma pseudópodes, locomoção por flexão ou deslizamento ( contração do corpo). ● Reprodução sexuada ( interior dos carrapatos). ● Reprodução assexuada ( fissão binária ou esquizogonia) ocorre no hospedeiro intermediário e definitivo. ● @medicinacat ● Parasita intraeritrocitária de vertebrados ( hemácias). ● Nos carrapatos parasitam em vários tecidos para fazer sua reprodução sexuada e assexuada. ● ● Localização do parasita no hospedeiro: ● Forma Periférica > A babesia fica em maior concentração na circulação sanguínea, causando uma alta parasitemia. ● Forma viscerotrópica> não encontra parasitemia elevada porque esse protozoário fica retido nos pequenos capilares de órgãos. Isso é importante porque pode ocorrer a parada da circulação, com formação de trombo cerebral sem apresentar anemia. Nos cães pode ocorrer, mas é comum em bovinos. ● Epidemiologia: ● No Brasil a Babesia canis é mais comum, épocas de clima mais quente onde há maior presença de carrapatos ( Rhipicephalus sanguineus), tem maior possibilidade de surto de babesiose. ● ● Piroplasma- forma piriforme intracelular ● Esporozoíto- forma infectante ● Trofozoíto- forma de anel ● Merozoíto- cruz de malta ( patognomônico para babesia equina) ● Oocinetos- formas móveis (dentro do carrapato) ● Gametogonia- carrapato. @medicinacat ● Ciclo Biológico heteroxênico, o protozoário precisa de hospedeiros vertebrados e invertebrados. ● Hospedeiro invertebrado> carrapatos ● Hospedeiro vertebrado> mamíferos ( ruminantes, suínos, equinos, cães, homem) ● ● No hospedeiro definitivo( mamíferos): ● Carrapato infectado> repasto sanguíneo> liberação de esporozoítos pela saliva contaminada> aderência na membrana de hemácias> multiplicação no citoplasma por fissão> formação de pares de trofozoítos> replicação continua até que forme 8 ou mais parasitos dentro da hemácia> hemólise > parasitas na circulação> infecção de outras hemácias> sangue infectado pode ser ingerido por outro carrapato dando continuidade ao ciclo. ● No hospedeiro intermediário (carrapatos): ● No intestino do carrapato ocorre a esporogonia (reprodução sexuada)> invasão de tecidos> alcança a glândula salivar e os oócitos. ● OBS: Há evidências de que as grandes babesias podem ser transmitidas transestadialmente (transmissão da babesia presente nas larvas, para as fases de ninfa e adulto) ou transovarianamente ( transmissão para ovos e larvas). @medicinacat ● ● ● Patogenia: ● Os danos causados no hospedeiro variam de acordo com a espécie de babesia, grau de infestação, a idade e a imunidade do hospedeiro, presença de doenças concomitantes ou associação de outros patógenos ( erliquiose anaplasmose). ● Evento primário da fisiopatogenia da babesiose é a anemia hemolítica. ● Início da multiplicação da babesia ( animal assintomático) > hemólise intravascular ( ruptura das hemácias nos vasos sanguíneos) > hemoglobinemia e hemoglobinúria> anemia regenerativa ( não tem comprometimento da medula) . ● Outro tipo de hemólise que ocorre é a extravascular. ● Resposta imunológica do hospedeiro> ativação sistema de complemento> opsonização dos eritrócitos parasitados> removidos através do sistema fagocitário mononuclear (macrófagos no baço) > hemólise extravascular> bilirrubinemia > icterícia. ● Parasitemia eritrocitária> baço (principals local ação para a resposta imune contra babesias)> céls apresentadoras de antígenos > ativação da resposta imune humoral E atividade e estimulação dos macrófagos residentes> liberação de citocinas. ● OBS: Essas citocinas pode ter aumento das células inflamatórias. ● Os macrófagos têm mecanismo para tentar neutralizar as babesias, a partir de ativação de TNF-alfa e IFN-gama, fazendo com que haja síntese de NO pelos macrófagos expostos aos merozoítos. Esse óxido nítrico inibe a replicação dos hemoparasitos ( efeito babesicida nas hemácias parasitadas). ● O período de incubação varia de 4 a 21 dias. @medicinacat ● Ocorre uma sobrecarga hepática- icterícia ( devido ao problema da diminuição da oxigenação tecidual ocasionada pela anemia ou hemólise extravascular chegando excesso de bilirrubina que chega ao fígado para ser metabolizado). ● Além disso, congestão hepática e esplênica ( pelo trabalho de fazer a retirada das babesias parasitadas). ● Distensão da vesícula biliar devido ao volume aumentado da bilirrubina que sai junto com a bile. ● Hiperplasia sistema fagocitico mononuclear ( esplenomegalia) ● Hemoglobinemia e hemoglobinúria leva a lesão renal. ● Forma periférica> alta parasitemia, anemia hemolítica ● Forma viscerotrópica> eritrócitos infectados sequestrados no endotélio capilar de órgãos e tecidos. Babesia induz a formação de protrusões na membrana do eritrócito (adesão de hemácias no endotélio > lesão no vaso> ativação do sistema de coagulação>formação de trombos> hipotensão> babesiose cerebral> morte), ● Sinais clínicos: ● Forma hiperaguda>> cães muito jovens ( <4 semanas) , apresentam anemia intensa, hemoglobinúria, icterícia, hipotermia, choque, incoordenação motora e convulsões. ● Forma aguda>> cães jovens (<1 ano), apresentam alguns sinais inespecíficos como perda de apetite, depressão e febre, mas sinais específicos como mucosas pálidas, icterícias, esplenomegalia, hemoglobinúria (casos graves) ● Forma crônica>> febre intermitente, anorexia, emaciação (perda da musculatura), fraqueza, esplenomegalia, hemoglobinúria, icterícia. ● Forma subclínica ( portadores) >> sinais leves como apatia e febre. Em condições de estresse/doenças concomitantes podem desenvolver a babesiose. ● Achados hematológicos: ● Anemia hemolítica>> regenerativa, assim há presença de reticulócitos (hemácias jovens), anisocitose e policromasia. ● Aumento das células brancas ( leucocitose por monocitose e linfocitose) . Isso ocorre pela ativação de macrófagos que liberam citocinas que atraem células inflamatórias ( polimorfonuclear e mononucleares da medula óssea). ● Diagnóstico: ● Métodos diretos>> esfregaço sanguíneo (melhor visualização na fase aguda); PCR (material genético) ; Necrópsia. ● Métodos indiretos>> testes sorológicos ( úteis para animais na fase crônica ou assintomático- baixa parasitemia), ELISA ou Imunofluorescência indireta. ● Tratamento: ● Babesicidas como Dipropionato de imidocarb ( dose 5-6,6 mg/kg IM, SC repetir em 14 dias) e aceturato de diminazeno ( dose 3-5 mg/kg dose única). ● Transfusão sanguínea (casos graves). ● Prevenção e controle: ● Controle de carrapato (carrapaticidas), descarte de Babesia em cães doadores de sangue. @medicinacat
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