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@ajudauniversitario.com.br Farmacologia Todos os sistemas trabalham em simbiose, portanto, Sistema Cardiovascular e Renal irão impactar o Sistema Gastrointestinal. Sabe se que o inicio do sistema digestório começa na boca, contudo, apesar de ser o primeiro sítio, a digestão dos animais não inicia se por lá, devido a ausência de enzimas digestivas. É no estômago o responsável por realizar esta dinâmica. A cavidade oral é incumbida de efetivar a preensão, mastigação, maceração e deglutição do composto através do esôfago, o encaminhando até o estômago, local onde ocorrerá a digestão. Fisiologicamente há distinções entre espécies, tendo animais monogástricos e poligástricos, logo, o sistema digestório de um equino funcionará diferente de um bovino, do pequeno ruminante e do carnívoro. Deste modo, a diferença anatômica e fisiológica vão incidir nos processos deste complexo, seja na motilidade, secreção glandular, ação enzimática, absorção e eliminação de nutrientes. Gabriela Maia Aula 9 (19/05) @ajudauniversitario.com.br Tendo isso em mente, por conta da ingesta, há particularidades que precisam ser consideradas ao se propor um tratamento para combater patologias gástricas. Ex: Humanos transformam proteína em ureia, já os bovinos transformam ureia em proteína. Apesar do SNA controlar a musculatura gastrointestinal, há receptores muscarínicos no tubo entérico, ou seja, ao nos referirmos sobre o estômago (musculatura lisa, sistema parassimpático), entende se que é o colinérgico o gestor da peristalse, mantendo a em níveis normais, garantindo a passagem de água pelo tubo entérico. OBS: Se a peristalse aumenta a água não consegue ser absorvida e é excretada, ou seja, diarreia. OBS: Algumas patologias irão acometer o sistema gastrointestinal, proporcionando um aumento da peristalse e culminando em um processo diarreico, por isso, precisaremos de um anticolinérgico (atropina, buscopan) para diminuir esta dinâmica. OBS: O acréscimo da peristalse em si já causa cólica entérica. Os dois principais sintomas que veem a mente ao falarmos de doenças gástricas seriam o vômito e diarreia. Quando manifestados, ambos demonstram um desequilíbrio deste sistema. A composição do Sistema Gastrointestinal seria o estômago, tubo entérico, @ajudauniversitario.com.br glândulas anexas (fígado, vesícula e pâncreas). A terapia para estas três glândulas anexas são particulares, dado que não existe nenhum fármaco que incida diretamente nessas estruturas. Sendo assim, por muitas das vezes, a terapêutica destes órgãos irá se basear em anti- inflamatórios (esteroidais ou não esteroidais) e antimicrobianos. Fármacos do Sist. Gastrointestinal Os medicamentos disponíveis a serem usados para o trato gastrointestinal são: os estimulantes do apetite, demulcentes, protetores de mucosa, emolientes, adsonadsorventes e adstringentes, antiflatulentos e antiespumantes, antizimóticos ou antifermentativos, pró- cinéticos, antiácidos, eméticos, antieméticos, antidiarreicos, digestivos ou eupépticos e hepatoprotetores. ESTIMULANTES DE APETITE = agentes utilizados largamente, porém sem comprovação de eficácia científica. Para ser utilizado é necessário sabermos a causa da anorexia, pois ela é um sintoma e não doença. O mecanismo de saciedade funciona de duas maneiras, a longo prazo (o organismo estoca nutrientes) e curto prazo (saciedade momentânea). Agem no centro de saciedade do hipotálamo, onde os @ajudauniversitario.com.br receptores de serotonina (dopaminérgicos) trabalham. OBS: O mecanismo regulador de curto prazo, o próprio animal regula sua alimentação. OBS: A falta de apetite do animal tende a estar relacionada a outros fatores, como o manejo inadequado, a ração não é apetitosa ou horário de alimentação. Ou seja, há condicionantes que precisam ser identificados para obtermos um diagnóstico assertivo. OBS: Por se tratar de neurônios excitatórios, a liberação de serotonina causa prazer, por esse motivo sentimos prazer ao comermos. E as vezes, é esta satisfação que o paciente não tem. Vitaminas do complexo B aumentam o apetite pois sua ação é no centro do hipotálamo. Os esteroides anabolizantes influenciam no aumento do apetite pois entram no ciclo do nitrogênio, ou seja, aumentam o nitrogênio no ciclo da ingestão, causando fome. O zinco esta ligado ao aumento da palatabilidade e a fome, usados em pacientes jovens, onde a anorexia pode ser oriunda da falta de zinco. Os anti-histamínicos bloqueiam a serotonina e alguns receptores, agindo diretamente em H2 e H5 no estômago, causando fome no animal. Os benzodiazepínicos incidem no centro da saciedade, ou seja, nos mecanismo de longo e curto prazo. Ex: Apevitin BC. @ajudauniversitario.com.br DEMULCENTES E PROTETORES DE MUSCOSA = agentes utilizados para recobrir, proteger ou aliviar a irritação da mucosa gástricas. Demulcentes: substâncias de alto peso molecular, que se acoplam a produtos tóxicos, fazendo com que o mesmo seja metabolizado mais facilmente e assim protegendo a boca até o estômago. Protetores de mucosa: substâncias inertes que atuam na porção final do trato gastrointestinal, se polimerizam e revestem a mucosa, alterando sua característica inicial. Eles também inibem a secreção de H+. Emolientes: são compostos gordurosos, polimerizando as moléculas tóxicas ajudando na ingestão. Adsorventes: carvão ativado. Adstringentes: apresenta precipitação proteína, modificando a sua característica físico-química inicial, tornando se uma película. Ex: Carvão ativado; hidróxido de alumínio; Sucralfato. OBS: Mesmo existindo as pastilhas de carvão ativado, a própria substâncias diluída em água estéril ou solução fisiológica é melhor. ANTIFLATULENTOS E ANTIESPUMANTES = são aqueles que facilitam a eliminação de gases ou dificulta a geração de espuma nos líquidos digestivos que f f f f f @ajudauniversitario.com.br aprisiona gases e forma bolhas. Sendo muito mais utilizado para animais de produção, devido a digestão de celulose. Essa classe de fármaco agirá diminuindo as bolhas de ar entre a ingesta na hora da metabolização. OBS: A medida que o paciente digere a celulose, bolhar são formadas entre a ingesta, o que causará a compactação do estômago. OBS: A causa de gases em equinos e bovinos está ligada a alta fermentação da ingesta. OBS: Os bovinos precisam realizar a eructação para que o gás não se acumule e desenvolva timpanismo. OBS: O timpanismo, coleção de gases no antro estomacal, causa grandes prejuízo ao animal, como a acidose metabólica e o desequilíbrio físico-orgânico dele. OBS: Os antiespumantes são administrados em caso de timpanismo em bovinos. OBS: O timpanismo em cães por exemplo, acontece quando o mesmo se alimenta em grane quantidade e logo depois pratica atividades físicas. Com isso, o estômago irá torcer acarretando a torção gástrica. Ex: Luftal; Simeticona. ANTIZIMÓTICOS OU ANTIFERMENTATIVOS = são agentes que impedem o alto nível de fermentação da celulose prevenindo assim o timpanismo e a cólica timpânica. Também são mais aplicados em animais de produção @ajudauniversitario.com.br visando a diminuição da fermentação estomacal. PRÓ-CINÉTICOS = são medicamentos usados para melhorar cinese, ou seja, para melhorar o movimento do trato gastrointestinal. Seu mecanismo de ação baseia se em diminuir o tempo do esvaziamento gástrico, além disso,esse fármaco aumentará a peristalse, sendo que são capazes de estimular, coordenar e restaurar a motilidade gástrica, pilórica e do intestino delgado. Sabe se que nessa enervação, a musculatura lisa, teremos os sistemas simpáticos e parassimpáticos funcionando, muscarínicos e adrenérgicos. O controle da motilidade da se de duas formas, pelo sistema colinérgico (sistema extrínseco), sistema intrínseco e químico (simpático e parassimpático trabalhando.). O Sistema Extrínseco, seria o sistema miogênico, ou seja, sistema autônomo simpático e parassimpático, que em algum momento irão reger a motilidade. S. Intrínseco baseia se nos gânglios, axônios aferentes e eferentes em células musculares, ou seja, as próprias células controlam o movimento da peristalse. E Químico trata se dos hormônios e neurotransmissores, que ao se acoplarem ao seu receptor faz com que a peristalse seja promovida ou retardada onde temos o sistema simpático e parassimpático funcionando. OBS: Acelera a ingesta, se a mesma durava duas horas, @ajudauniversitario.com.br com um pró-cinético tem duração de apenas 40 minutos a 1 hora. Ex: Bromoprida Metoclopramida: possui dupla função, podendo ser utilizada como um antiemético e pró-cinético. Seu trabalho em fibras lisas enervadas por adrenérgico e pelo colinérgico funciona da seguinte maneira, uma vez o fármaco administrado ele irá antagonizar o receptor de dopamina e a estimulação dos receptores de serotonina leva ao aumento da motilidade. Fisiologicamente, a dopamina já funciona como um antagonista natural, logo, teremos uma diminuição da pressão do esfíncter esofágico e consequentemente, a diminuição da motilidade. Entretanto, com o uso da metoclopramida, ela irá estimular o receptor de serotonina para aumentar a motilidade. Portanto, em busca de aumentar a motilidade precisamos ampliar a concentração de acetilcolina na fenda sináptica através de ação indireta ou direta (ésteres de colina). E para reduzir a peristalse se opta um anticolinérgico para bloquear o receptor M1. OBS: Se busca um efeito maior, pode se aderir a ésteres de colina (betanecol e carbacol), eles são de ação direta, responsáveis por saturar a fenda sináptica de acetilcolina. OBS: Como exemplos de anticolinérgico, temos: Buscopan e Atropina. f @ajudauniversitario.com.br OBS: Vale ressaltar que o aumento da motilidade resulta em cólica, por isso entramos com um anticolinérgico (Buscopan). OBS: Em casos de intoxicação buscamos aumentar a peristalse para que ocorra um caso diarreico, pois fará com que o composto seja eliminado. OBS: Quando utilizamos a dopamina em uma dose X, ela trabalhará como inotrópico positivo (aumento de contração). Mas ao ser administrado com outra dose, será uma substância vaso ativa que causará vaso dilatação. OBS: Em seu mecanismo de ação em relação a êmese ou cinese do sistema gastrointestinal, muita atenção ao seu efeito extrapiramidal. Visto que o mesmo é utilizado no mecanismo central, agindo na zona quimiorreceptora deflagradora (ZQD), causando sedação ou excitação. OBS: A Domperidona quase não é utilizada na veterinária. OBS: Se usa Bromoprida em detrimento da Metoclopramida por conta dos efeitos colaterais (efeito extrapiramidal). ANTIÁCIDOS = diminuem o nível de acidez estomacal ao aumentar o pH do meio, podendo trabalhar na bomba de prótons ou irão inibir secreção de H+ através de H2 (histamínicos), ou seja, neutraliza o HCI. Os antiácidos sistêmicos (bicarbonato de sódio), são aqueles sintetizados pelo próprio sistema orgânico, tamponando a acidez do @ajudauniversitario.com.br organismo. Enquanto os não sistêmicos precisam ser usados de forma exógena, como os hidróxido de magnésio, óxido de magnésio, carbonato de cálcio e hidróxido de alumínio. Inibidores de H2: eles exercem bloqueio competitivo reversível sobre os receptores histaminérgicos, ou seja, bloqueiam a síntese de ácido clorídrico mediante a ligação do receptor histamínico OBS: Com o aumento do pH gástrico tem se também o acréscimo de gastrina (substância ácida), com isso acarreta o nível de histamina, histamina essa que se liga ao receptor H+ e assim promovendo a síntese do ácido clorídrico. OBS: H2 refere se ao receptor histamínico localizado no antro do estômago. Ex: Ranitidina (Ranivet); Cimetidina; Famotidina; Nizatidina. Inibidores da Bomba de Prótons: bomba de prótons (ATPase h+k), localizada na membrana das células parietais no estômago, troca o H+ pelo potássio. Ao administrar os inibidores de potássio há bloqueio da troca de H+ e K+, impedindo a produção de secreção de ácido clorídrico do estômago, já que a mesmo ocorre por meio dessa troca. Ex: Hidróxido de alumínio; magnésio; carbamato de cálcio; sais de bismuto. Antiácidos Antagonistas de Receptores de M1: reduzem de 40 a 50% f f f @ajudauniversitario.com.br as secreções aumentando a peristalse, mas caiu em desuso por conta dos seus efeitos colaterais perante o anticolinérgico (não seletivo), como, efeito de boca seca, dificuldade visual e constipação. Ex: Pirenzepina; Telenzepina. Antiácidos Antagonistas de Receptores de H2: no momento que o fármaco se ligar ao receptor H2, não permitirá que a histamina se acople para produzir seu efeito biológico natural (produção de HCL). Ex: Ranitidina; Cimetidina; Famotidina. OBS: O grande problema dos antiácidos seria a sua terapia continuada e terapia erronia, devido a necessidade de acidez nos organismos. A redução da secreção de ácido clorídrico torna o estômago alcalino, deixando a mucosa desprotegida, podendo causar úlceras e incidindo na absorção de outros fármacos. A histamina em si é muito nociva, logo, havendo patologias que irão expandir a concentração de histamina, como o mastocitoma. Mastocitoma é um tumor maligno metastático que tem como principal característica a produção de histamina. Até mesmo a manipulação para remoção cirúrgica da neoplasia faz com que seja secretado ainda mais histamina. Já tendo certeza do diagnóstico do mastocitoma, começa se a tratar profilaticamente este paciente com os inibidores da bomba f @ajudauniversitario.com.br de próton ou inibidores de H+ ou antagonistas de histaminas. As precauções que devemos ter com os antiácidos envolvem a intensificação do pH gástrico e de gastrina, doses e intervalos errados, interrupção do tratamento (aumento do pH e gastrina – onda ácida), alcalinização gástrica (interfere na absorção de outros fármacos). EMÉTICOS = promovem vômitos de ação central ou periférica (água oxigenada, peroxido de hidrogênio). agentes que atuam promovendo êmese. ANTIEMÉTICOS = agem a nível central (metoclopramida) diretamente na medula oblonga, ou seja, na zona de quimiorreceptores e deflagração. Esta classe extingue os episódios de vômito. ANTIDIARREICOS OU CONSTIPANTES = exercem função de diminuir o número de evacuações e melhora a consistência, qualidade das fezes, levando-se em consideração o tipo de diarreia em questão. Os antidiarreicos possuem duas classes: os depressores de motilidade e protetores de mucosa. Depressores de motilidade: são os opioides devido a grande densidade de receptores no SNC, fornecendo efeito sedativo e tranquilizante, logo, temos a diminuição da peristalse. O mecanismo de ação dos opioides para o tratamento da dor encontra se na via ascendente, retirando o cálcio, f @ajudauniversitario.com.brnão permitindo que os neurotransmissores sejam liberados. Portanto, eles diminuem a peristalse devido ao seu mecanismo tranquilizante. Ademais, a medida que a peristalse é diminuída a absorção de líquido torna se mais fácil, estimulando a absorção de fluídos e eletrólitos Sendo contra indicado para diarreias de cunho bacteriano e viral, pois suspende a diarreia, deixando os agentes dentro do tubo entérico. Ex: Morfina; Metadona; Tramadol; Meperidina; Fentanil. Vale ressaltar o elixir paregórico, um opioide natural utilizado em crianças para que diminuir a peristalse e suspender a diarreia em infantos. OBS: Tem o mesmo mecanismo de ação de um opiáceo e opioide sintético OBS: É necessário ser utilizado com cautela em felinos, por conta da analgesia e sedação que o opioide fornece. Loperamida também evita os processos diarreicos por ação constipante, caracterizado como um opioide piperidínico semi sintético E Difenoxilato é um congênere da Meperidina, causando constipação e suspendendo a diarreia. Protetores de Mucosa: trata se das substâncias adstringentes e adsorventes, ou seja, são as responsáveis por agregar a f @ajudauniversitario.com.br moléculas tóxicas junto aos fármacos para serem reabsorvidas, metabolizadas e excretadas com mais facilidade. OBS: A presença desses compostos tóxicos leva ao aumento da motilidade. OBS: A diarreia é um sinal que algo esta errado no tubo entérico, porém ela se torna benéfica ao se tratar de uma infecção bacteriana ou viral, já que contribui na excreção do agente. OBS: Por possuir uma utilidade benéfica ao paciente, o uso de antidiarreicos torna se controverso. OBS: Diarreia osmótica refere se ao aumento da peristalse devido a excitação, onde o organismo não consegue absorver a água presente no tubo entérico, resultando em uma diarreia extremamente aquosa. OBS: A fisiopatologia da diarreia é a má absorção dos nutrientes. OBS: Em sua segunda fisiopatologia temos tubo entérico, composto por vilosidades e criptas. Ao serem atingidos por algum agente viral ou bacteriano, esta etiologia irá incidir diretamente nestas duas estruturas, as destruindo, restando apenas a mucosa, submucosa e tubo entérico OBS: O único destino de um tubo entérico vazio é colapsar. E as mucosas inferior e superior sofreram atrito, promovendo sangramentos. OBS: No momento que as mucosas também forem deterioradas, os agentes facilmente adentram a @ajudauniversitario.com.br corrente sanguínea, ou seja, septicemia. OBS: Obstipação é a nulidade do ato de defecar e constipado seria a dificuldade em defecar. OBS: Pacientes com fecaloma (comum em felinos), não aderimos a colinérgicos para promover o aumento de peristalse, pois fará com que o tubo entérico seja rompido. OBS: A diferença entre antidiarreicos e probióticos (repõem a flora intestinal) seria Ex: Floratil é um exemplo de probiótico. OBS: A água de coco contribui na reepitelização das vilosidades. DIGESTIVOS OU EUPÉPTICOS = funcionam como os pró-cinéticos, onde oferecem uma melhora da digestão e o quadro de trânsito da ingesta. HEPATOPROTETORES = seriam substâncias que protegeriam o fígado, entretanto, não existe hepatoprotetor. Segundo a literatura e a farmacologia, o melhor hepatoprotetor é a glicose. Portanto, os medicamentos a base vitamina B 12 (monovin, mercepton, bionew) protegem o fígado de certa forma. OBS: O próprio fígado secreta aminoácidos capazes de o proteger. Mas podemos fazer administrações exógenas para ter uma melhora do quadro hepático, mas mesmo assim não é um hepatoprotetor.
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