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Avaliação e Medicação Pré Anestésica Dr. Eduardo Hatschbach Doutor em Anestesiologia – FMB – Unesp – Botucatu Mestre em Anestesiologia Veterinária – FMVZ – Unesp – Botucatu Residência Médica em Anestesiologia – FEOB – São João da Boa Vista Membro do Colégio Brasileiro de Anestésiologia e Analgesia Veterinária Membro da SAVE – Serviço de Anestesia Veterinária Especializado OBJETIVO ◆ Condutas básicas para cuidados pré-anestésicos ◆ Anamnese ◆ Exame físico ◆ Exames complementares ◆ Risco anestésico-cirúrgico ◆ Finalidades da medicação pré-anestésica ◆ Principais fármacos utilizados na MPA ◆ Características farmacológicas ◆ Prática Anestesiologia: Ciência multidisciplinar que envolve conhecimentos de farmacologia, fisiologia e clínica médica Condutas básicas para cuidados pré- anestésicos Avaliação pré-anestésica Condutas básicas para cuidados pré- anestésicos Avaliação pré-anestésica Normatização das condutas anestésicas: PACIENTE ANESTESIA CIRURGIA SUCESSO ◆ Planejamento anestésico: evitar surpresas! ◆ Prever problemas e Planejar tratamento ◆ Diminuir morbidade e mortalidade ◆ Avaliação criteriosa e preparação adequada ◆ Determinar a condição física ◆ Escolha de melhor protocolo ◆ Manter valores paramétricos normais ◆ Estabelecer risco anestésico-cirúrgico Avaliação pré-anestésica - OBJETIVOS ◆ Consentimento do proprietário!! Avaliação pré-anestésica - OBJETIVOS ? O paciente está nas melhores condições possíveis para ser submetido à cirurgia proposta? Avaliação pré-anestésica ? Avaliação pré-anestésica ■ Identificação do paciente: Principal problema Espécie Raça Temperamento Idade Sexo Estado Reprodutivo Avaliação pré-anestésica ■ Identificação do paciente: Primeiras Impressões!! Identificação do Paciente Espécie: Identificação do Paciente Espécie: Gato não é um cão pequeno Temperamento diferentes Fisiologicamente diferentes (Particularidades fisiológicas) Raça: Diferentes respostas a determinados fármacos Identificação do Paciente Whippet Saluki Cornish Rex Raça: Diferentes respostas a determinados fármacos Identificação do Paciente Temperamento: Diferentes respostas a determinados fármacos Dóceis X Agressivos Identificação do Paciente Idade: Animais Idosos ( animais que excederam 75% da expectativa de vida) Identificação do Paciente Metabolização e excreção mais lenta Mais sensíveis à MPA Intolerantes a vasodilatação, desidratação e anestesia profunda (depressão cardíaca) Idoso ou Senil ❑ Idade: Animais jovens ( < 2 meses) - imaturidade dos sistemas enzimático e hepático - sensíveis à MPA - Hipoglicemia - tamanho (acesso IV e intubação) Identificação do Paciente ❑ Idade: Ambos - dificuldade em manter a Temperatura corporal - compensar eventuais alterações cardiopulmonares Identificação do Paciente ❑ Sexo: Não altera as respostas anestésicas, porém... - Fêmeas em cio - Gestantes Identificação do Paciente ■ Sistema Respiratório: (tosse, dispnéia, secreções) ■ Sistema Endócrino: (diabetes, hipo ou hipertiroidismo) ■ Sistema Nervoso Central: (convulsões, epilepsias) ■ Sistema Digestório: (vômitos, diarréias) ■ Sistema Cardiovascular: (tosse, cansaço fácil, ascite, sincopes) ■ Sistema Hematológico: (Anemia, transfusões recentes) Anamnese ■ Faz uso de medicações ? Cuidado com interações medicamentosas!! ◆ Inibidores da ECA: (Enalapril, Captopril) ◆ Vasodilatação, hipotensão, hipercalemia ◆ Bloqueadores canal de cálcio (Diltiazem, Nifedipina) ■ Reduz FC e contratilidade ■ Potencializa Lidocaína, Barbitúricos, Halogenados, BNM ■ Beta-bloqueadores (Propanolol) ■ Diminui reserva cardíaca ■ Digitálicos (Digoxina) ■ Ação Arritmogênica Anamnese ◆ Vasodilatadores: (Nitroglicerina) ◆ Prolongam miorrelaxamento, potencializa hipotensão ◆ Diuréticos ◆ Hipovolemia e hipocalemia ◆ Barbitúricos (Fenobarbital) ■ Potencializa anestesia ■ Antibióticos ■ Aminoglicosídios: Bloqueio neuromuscular ■ Cloranfenicol: diminui metabolismo ■ Antagonistas de receptores H2 (Ranitidina) ■ Diminui fluxo hepático (cit. P-450) Anamnese ■ Houve anestesias prévias?? ■ Protocolo utilizado ■ Complicações ■ Recuperação adequada ■ Expectativas do proprietário Anamnese Anamnese Exame Físico ■ Peso, constituição física e estado nutricional : ■ Hipoproteinemia ■ Diminuição da resposta imunológica ■ Diminuição da capacidade vital pulmonar X Exame Físico ■ Status volêmico: ■ Elasticidade da pele, Coloração de mucosas, TPC Exame Físico ■ Temperatura: tomar medidas de prevenção Exame Físico ■ Auscultação cardiaca: ■ FC e Ritmo ■ Pulso (qualidade) ■ sopros “inocentes” ou com sinais clínicos Exame Físico Classes Características I A (Assintomático) Sem sinais clínicos. I B (Assintomático) Sem sinais clínicos. Hipertrofia. II (IC leve a moderada) Sinais clínicos presentes com o animal em repouso ou leve exercício. Afetam a qualidade de vida do animal. III A (IC avançada) Sinais clínicos graves. Óbvios com o animal em repouso. III B (IC avançada) Choque cardiogênico. Edema pulmonar agudo, ascite refretária, efusão pleural. Hospitalização obrigatória.CONSELHO INTERNACIONAL DE CARDIOLOGIA DE PEQUENOS ANIMAIS SEGUNDO PADRÃO DA AMERICAN HEART ASSOCIATION (AHA) ■ Auscultação cardíaca: Exame Físico Achados clínicos Muito sugestivo de IC Talvez Indícios contrários Histórico • Diagnóstico prévio de IC; • T o s s e / d i s p n é i a responsiva a furosemida • Histórico familiar ou morte súbita; • Sopro • Tosse (gato); • Vômito; • Apetite normal; • FR normal Exame físico • Dispnéia e sopro; • Ritmo de galope; • Pulso jugular; • S o p r o , t o s s e , taquicardia e dispnéia; • P u l s o f r a c o e T P C aumentado; • Ausência de sopro; • Reflexo da tosse +; • Obesidade; Imagem • D i s t e n s ã o v e i a pulmonar ou VCCa; • AE/AO > 1,0 • Cardiomegalia; • Padrão perihilar; • EP + cardiomegalia em gatos • Padrão bronquial; • Efusão pleural sem ascite (cães) • A s c i t e s e m e f u s ã o pleural (gato) ECG • Fibrilação atrial; • B l o q u e i o d e r a m o esquerdo • Padrão de aumento de câmara; • Taquicardia sinusal; • A r r i t m i a s i n u a l respiratória Marcadores cardíacos • Cães: NT-pro-BNP > 3000 pg/ml; BNP > 6 pg/mL • Gatos: NT-pro-BNP > 1000 pg/ml e cTnI muito elevada -x- • Cães: NT-pro BNP < 900 pg/ml, BNP < 3 pg/ml. • Gatos: cTnI normal e NT-pro-BNP < 100pg/ml ■ Auscultação pulmonar: ■ FR e amplitude ■ Sibilos e crepitações Exame Físico Exames Complementares Exames Complementares ❑ Hemograma Completo ❑ Contagem de plaquetas ❑ Bioquímico: ❑ Proteinas totais (PT) ❑ Função hepatica ❑ Função renal ❑ Glicemia ❑ Urinálise ❑ ECG ❑ RX tórax ❑ Outros Exames Complementares Exames devem ser solicitados de acordo com a condição de cada paciente!! Exames Complementares Exames Complementares Exames Complementares Exames Complementares ◆ 1530 cães ◆ Histórico e exame físico ◆ Determinar : ◆ Classificação de ASA ◆ Terapia pré-anestésica ◆ Protocolo anestésico Exames Complementares ◆ Exames hematológicos: ◆ VG, Hb, contagem de hemácias, plaquetas e lecócitos ◆ Exames bioquímicos: ◆ Uréia, creatinina, PT, K, Na, glicose, ALT, AST e lipase Exames Complementares Exames Complementares Exames Complementares Exames Complementares Exames Complementares Exames Complementares Porque pedir exames?? Exames Complementares Hora da classificação.... Risco Condições do paciente Exemplos I Saudável, sem doença reconhecida Procedimento eletivo (p. ex. castração) II Saudável, com doença localizada, sem sinais sistêmicos Luxação de patela, neoplasia cutânea III Sinais sistêmicos moderados que limitam função Pneumonia, febre, desidratação, anemia, sopro... IV Doença sistêmicagrave com risco de vida IC, IR, IH, hemorragia, desidratação severa V Moribundos, sem expectativa de vida or mais de 24h com ou sem cirurgia Choque endotóxico, falência múltipla de órgãos, trauma grave... Classificação do estado físico e risco anestésico: (American Society of Anesthesiology) ■ Consentimento do proprietário: Hora de informar ao proprietário.... ■ Consentimento do proprietário: Preparo do Paciente para a Anestesia ! Preparo do Paciente para a Anestesia ■ Preparo do paciente: JEJUM CÃO: alimentar prévio de 8 a 12 horas e hídrico 2hs GATO: alimentar prévio de 4 a 6 hs e livre acesso a água Considerações importantes: • Temperatura ambiente • Pacientes lactantes • Neonatos Preparo do Paciente para a Anestesia PRÉ OXIGENAÇÃO DO2 ≥ VO2 Para cada erro cometido por falta de conhecimento, uma centena é cometida por descuido! Autor desconhecido MPA (Medicação Pré Anestésica) MPA ■ Considerações gerais: ■ Definição: É todo o ato que antecede a anestesia, preparando o animal para o sono artificial, dando-lhe a devida sedação, em alguns casos, analgesia, suprindo-lhe a irritabilidade, a agressividade e as reações indesejáveis causadas por outros anestésicos (Adaptação de Massone, 2008) MPA ■ Considerações gerais: ■ Local de aplicação: influências do ambiente ■ Respeito aos Periodos de Latência (PL) IV IM MPA ■ Finalidades: ➢Sedar o animal ➢ Facilitar o manuseio para preparação pré-operatória ➢Reduzir o estresse, irritabilidade e agressividade ➢ Permitindo manipulações ambulatoriais ➢Reduzir os efeitos colaterais de outros fármacos ➢ Salivação, hipertonia muscular, estado de catalepsia causado pela cetamina ➢ Excitação causada pelos barbitúricos ➢ Arritmias ventriculares causadas pelo halotano MPA ■ Finalidades: ➢Aliviar a dor ➢ Opióides ➢Previnir ou reduzir a incidência de vômitos ➢ Ação antiemética dos Anticolinérgicos e Fenotiazínicos ➢Potencializar agentes anestésicos injetáveis e voláteis ➢ Redução das doses e redução da CAM MPA ■ Grupos Farmacológicos: Faça a escolha certa!! Espécie Temperamento Tipo de Procedimento Estado geral Grau de sedação ou analgesia requerido Doenças Intercorrentes ANTICOLINÉRGICOS ATROPINA ESCOPOLAMINA GLICOPIRROLATO TRANQUILIZANTES FENOTIAZINAS ACEPROMAZINA CLORPROMAZINA LEVOMEPROMAZINA PROMAZINA/ PROMETAZINA BUTIROFENONAS AZAPERONE DROPERIDOL ANSIOLÍTICOS BENZODIAZEPINAS DIAZEPAM MIDAZOLAM AGONISTAS ALFA-2 XILAZINA DETOMIDINA ROMIFIDINA DEXMEDETOMIDINA MEDETOMIDINA HIPNOANALGÉSICOS OPIÁCEOS MORFINA OPIÓIDES BUPRENORFINA BUTORFANOL MEPERIDINA TRAMADOL FENTANIL SUFENTANIL ANTICOLINÉRGICOS MPA ■ Anticolinérgicos: Antagonistas competitivos Acetilcolina de receptores muscarínicos SNPS Parassimpatolítico / vagolíticos ➢Antimuscarínicos ■ Receptores – M1: SNC e gânglios autonômicos – M2: nodos SA e AV e miocárdio atrial – M3: glândulas, endotélio vascular e musculatura lisa ■ Anticolinérgicos: Principais indicações: – Reduzir salivação e secreção bronquial – Bloquear os efeitos dos impulsos do nervo vago –Bloquear efeito produzido por fármacos que estimulam o parassimpático – Prevenir ou tratar bradicardia • Taquicardia sinusal = problema pacientes cardiopatas • Miocárdio = aumento do trabalho e diminuição da perfusão ■ Anticolinérgicos: Principais cuidados: • + quetamina: infarto do miocárdio e morte em jovens felinos • Reduz tônus do esfíncter esofágico: refluxo gastroesofágico e esofagite em cães anestesiados Atropina • Mesma afinidade pelos 3 tipos de receptores muscarínicos • Administração SC, IM, IV e endotraqueal • IM – Latência: 5min. – Pico de ação: 10 a 20min - Período hábil: 60 a 90 min • IV – Latência: 1min. – Pico de ação: 5min. – Período hábil: 30min. ■ Atropina ■ Parte hidrolizada a metabólitos inativos e parte excretada inalterada pela urina ■ Gatos, ratos e coelhos: enzima plasmática (atropinaesterase) que acelera o metabolismo e o “clearance” ■ Doses: 0,02 a 0,04 (mg/kg - IV, IM ou SC) Efeito paradoxal Efeito Central transitório Bloqueio de receptores muscarínicos pré- sinápticos redução transitória da freqüência sinusal e lentidão da condução atrioventricular Atropina Atropina ■ Efeitos da dose baixa: – Não há efeito sedativo – Diminui incidência de vômitos – Bloqueio dos músculos constritores da pupila e músculos ciliares: midríase e ciclopegia duradouras Atropina ■ Efeitos da dose terapeutica: – Diminui secreção lacrimal – Aumento da frequência sinusal – Aceleração da condução AV – Aumento da contratilidade atrial – Diminui secreção de vias aéreas – Aumenta diâmetro de vias aéreas e espaço morto anatômico – SGI: diminui secreção e motilidade – Antagonismo BNM Atropina ■ Taquicardia sinusal – Diminuição do tempo de enchimento ventricular – Aumento do consumo de O2 pelo miocárdio = Isquemia ■ Contra-indicação – Taquicardia e arritmia – Febre – Doenças cardiovasculares (p.e. cardiomiopatia hipertrófica) Glicopirrolato • 4X mais potente que atropina • Mesma afinidade pelos 3 tipos de receptores • Absorção, metabolismo e excreção semelhante a atropina • IM – Latência: 5min. – Pico de ação: 20min. – Tempo de ação: 4h Glicopirrolato • Não produz efeitos no SNC • Mais seguro para pacientes com glaucoma ou PIO aumentada • Efeitos cardíacos menos intensos que atropina • SGI: reduz motilidade por 30min. em cães – Mais seguro para equinos Glicopirrolato • Doses: SC, IM e IV – 5 a 10 µg/kg (cães) ■ Principal indicação: bradicardia trans-operatória ■ Antagonismo BNM Glicopirrolato FENOTIAZÍNICOS ■ PROMETAZINA (FENERGAN) ■ THIAZINAMINA (MULTERGAN) ■ DIETAZINA (DIPARCOL) ■ ETOPROMAZINA (PARDIDOL) ■ ACEPROMAZINA (ACEPRAN) ■ CLORPROMAZINA (AMPLICTIL CLORPRAZIN) ■ MEPAZINA (PACATAL) ■ METOPROMAZINA (MOPAZINE) ■ PROCLORPROMAZINA (TEMENTIL) ■ PROMAZINA (PROMAZIONON) ■ PROPIOPROMAZINA (COMBELEN) ■ LEVOMEPROMAZINA (NEOZINE) Fenotiazínicos Fenotiazínicos ■ SNC: ■ núcleos talâmico, hipotálamo, vias aferentes sensitivas e sistema límbico -Tranquilização sem hipnose ou perda da consciência - Antipsicóticos ou neurolépticos - Tranquilização leve, sem desligamento do meio ambiente ■ Diferentes espécies = diferentes efeitos ■ Bloqueio de receptores dopaminérgicos Fenotiazínicos ■ SNC: ■ Efeito antiemético: ação na formação reticular lateral do bulbo ■ Reduz liberação de dopamina e noradrenalina: facilita desenvolvimento de convulsões ■ Bloqueio de receptores α-adrenérgicos: vasodilatação periférica = hipotensão e taquicardia reflexa Fenotiazínicos ■ Doses elevadas • efeitos extrapiramidais: tremor, rigidez, catalepsia ■ Dose maior = não aumenta tranquilização e sim, efeitos adversos – Para aumentar a intensidade: associação com opióides, α2 agonista Fenotiazínicos ■ Sistema respiratório – Leve depressão Diminui FR e volume-minuto Diminui sensibilidade dos quimiorreceptores ao CO2 ■ Potencializam outros agentes ■ Não analgésicos, mas potencializam os analgésicos ACEPROMAZINA • Mais usada na Medicina Veterinária • Mais potente dos fenotiazínicos • Relaxamento muscular, sem analgesia ACEPROMAZINA ■ Bloqueio de receptores dopaminérgicos (D2): – tranquilização – D2: aumenta estado de alerta e atividade motora, esquizofrenia ■ Bloqueio de receptores H1: – tranquilização ■ Bloqueio de receptores α1: – tranquilização –vasodilatação (hipotensão) – hipotermia ACEPROMAZINA X HIPOTENSÃO ■ Bloqueio de receptores α1 adrenérgicos periféricos ■ Redução de 15 a 20 mmHg ■ Dose dependente ■ Taquicardia reflexa e aumento de catecolaminas circulantes? ■ Se sobrepõe à ação simpatomimética dos dissociativos ■ Hipotensão trans-operatória ACEPROMAZINA ■ Depressão miocárdica • Aumento perfusão cutânea e visceral ■ Contração esplênica? – 20 a 30% redução Ht por 2h – Inibe agregação plaquetária ■ Pouco efeito na função pulmonar ACEPROMAZINA ■ Ação antiarrítmica: bloqueio dos receptores α- adrenérgicos ■ Animais braquicefálicos: predisposição a bradicardia, BAV e BSA – Doses mais baixas e IM ■ Diminui limiar convulsivo – Convulsões: bloqueio de receptores dopa (??) ■ Relaxamento muscular – Equinos: prolapso peniano prolongado e priapismo ACEPROMAZINA – Contra indicações – Choque, hipovolemia – Cardiopatias – Garanhões – Animais não acompanhados – Intoxicação por organofosforados o DURAÇAO: 4 – 8 HORAS ACEPROMAZINA – DOSES – IV: 0,01 a 0,05 mg/kg – IM: 0,01 a 0,1 mg/kg – VO: 1 a 3 mg/kg – Não ultrapassar 3mg CLORPROMAZINA ■ Ações e efeitos = acepromazina ■ Longo tempo de ação e tranquilização menos evidente ■ Dose: 0,5 a 1 mg/kg, IV ou IM LEVOMEPROMAZINA ■ Ação adrenolítica ■ Hipotensão ■ Ação antiespasmódica ■ Ação anti-histamínica ■ Ação analgésica no homem ■ Dose: 0,5 a 1 mg/kg, IV ou IM BUTIROFENONAS BUTIROFENONAS ■ Efeitos colaterais: alucinações e agressividade ■ Efeito dose-dependente ■ Hipotensão: bloqueio α-adrenérgico ■ Potentes antieméticos AZAPERONE ■ Em suínos para sedação e controle de agressividade DROPERIDOL ■ Cães e gatos ■ Droperidol + fentanil ■ Diminuição atividade motora e tranquilização = acepromazina ■ IV: doses elevadas = tremores e hiperirritabilidade ■ Barulho reverte efeitos ■ Alterações comportamentais por longos períodos ■ DOSES: 0,1 a 0,4 mg/kg • Duração 2 a 5h BENZODIAZEPÍNICOS MPA ■ Benzodiazepínicos: ■ Depressão do Sistema Límbico Emoções, Fenômenos excitatórios ■ Aumentam o tônus GABAérgico GABA a Abertura dos canais de Cloro Hiperpolarização Inibição de neurotransmissores BENZODIAZEPÍNICOS ■ Ansiolítica ■ Traquilizante ■ Miorrelaxante de ação central ■ Hipnótica ■ Anticonvulsivante ■ Potencializam outros fármacos FÁRMACO NOME DO PRODUTO BROMAZEPAM LEXOTAN CLORAZEPATO TRANXENE CLOXAZOLAM SEPAZON CLORDIAZEPÓXIDO LIBRIUM CLONAZEPAM RIVOTRIL DIAZEPAM VALIUM FLUNITRAZEPAM ROHYPNOL FLURAZEPAM DALMADORM LORAZEPAM LORAX MEDAZEPAM NOBRIUM MIDAZOLAM DORMONID,DORMIRE NITRAZEPAM MOGADON OXAZEPAM SERAX OXAZOLAZEPAM SERENAL ZOLAZEPAM ASSOCIADO NO ZOLETIL,TELAZOL BENZODIAZEPÍNICOS BENZODIAZEPÍNICOS ■ Modula a transmissão GABAérgica ■ Neurotransmissor inibitório do SNC e gânglios autonômicos ■ Receptor GABAA – Rápido aumento da condução do Cl-, gerando potenciais inibitórios pós-sinápticos ■ Receptor GABAB – Lento aumento da condução do K+, gerando potenciais inibitórios pós-sinápticos – Pré-sináptico: regula liberação de neurotransmissor BENZODIAZEPÍNICOS ■ Não promovem efeitos periféricos – Coadjuvantes da indução devido à intensa hipnose ■ Animais com estado de alerta normal – Agitação e excitação ■ Potencializam anestésicos em animais de alto risco ■ Reduz efeitos adversos ■ Não hidrossolúvel (IV e lento = evita dor, tromboflebites e cardiotoxidade) ■ Sedação satisfatória ■ Isolado = Efeito Paradoxal ■ Seguro para pacientes de alto risco ■ Antagoniza os efeitos indesejáveis da Quetamina ■ PH = 1 a 4 horas (Diazepam, Nordiazepam e Oxazepam) ■ DOSES: 0,5 – 2 mg/kg DIAZEPAM ■ Não é efetivo como sedativo em cães e gatos ■ Excelente sedativo e relaxante muscular em: coelhos, “ferrets”, pqnos ruminantes, suínos e aves MIDAZOLAM MIDAZOLAM ■ Hidrossolúvel (IV ou IM) ■ Sedação satisfatória ■ Isolado = Efeito Paradoxal ■ Seguro para pacientes de alto risco ■ Antagoniza os efeitos indesejáveis da Quetamina ■ PH = 2 horas ■ DOSES: 0,2 – 0,5 mg/kg MIDAZOLAM ■ Mais lipofílico ■ Melhor efeito sedativo ■ 2X mais afinidade pelo receptor benzodiazepínico ■ 0,5 mg/kg, IM ou IV em cães = Relaxamento muscular, ataxia, agitação transitória ou sedação leve 0,05 a 5,0 mg/ kg, IM ou IV em gatos = Relaxamento muscular, agitação e excitação MIDAZOLAM X DIAZEPAM Eletromiografia Avaliação Paramétrica da Dexmedetomidina em cães pré-tratados pela atropina e tratados pela quetamina em associação com o midazolam ou diazepam – Dissertação Mestrado Avaliação Paramétrica da Dexmedetomidina em cães pré-tratados pela atropina e tratados pela quetamina em associação com o midazolam ou diazepam – Dissertação Mestrado Índice Bispectral MIDAZOLAM X DIAZEPAM FLUMAZENIL 0,05 a 0,07 mg/kg – IV ■ Antagonista dos Benzodiazepínicos ■ Se liga ao receptor GABAA ■ Sem efeitos colaterais ■ Repetir a aplicação a cada 2 minutos, máximo 3 vezes AGONISTAS α2 ADRENÉRGICOS AGONISTAS α2 ADRENÉRGICO ■ Sedativos mais usados na Medicina Veterinária ■ Sedação dose-dependente ■ Relaxamento muscular ■ Captura e contenção de espécies exóticas AGONISTAS α2 ADRENÉRGICO ■ Receptores α2 – Localizados em diversos tecidos – Tecidos neuronais ou não: • Pré-sinápticos • Pós-sinápticos – Endotélio vascular e plaquetas • Extra-sinápticos – SNC Pré-sinápticos em neurônios noradrenérgicos e não- noradrenérgicos AGONISTAS α2 ADRENÉRGICO AGONISTAS α2 ADRENÉRGICO ■ Receptores α1 – Despertar – Excitação – Aumento atividade locomotora Relação Alfa 2/Alfa 1 ➢ PA = Efeito Bifásico ➢ Bradicardia ➢ Bloqueio Atrio Ventricular de 2° grau (BAV 2° grau) PA mm Hg FC bats/ min Injeção de alfa-2 Aumento da atividade dos baroreceptores carotídios e aórticos = aumento do tônus vagal AGONISTAS α2 ADRENÉRGICO MPA ■ Agonistas Alfa-2 Adrenérgicos: AGONISTAS α2 ADRENÉRGICO ■ Atenuam efeito vasodilatador do isofluorano por aumento do tônus vascular ■ Acepromazina exacerba vasodilatação e redução da PA induzida pelo isofluorano XILAZINA ■ Sistema Respiratório ■ Depressão ■ Sistema Digestório ■ Redução da motilidade TGI; Vômitos; Salivação ■ Sistema Reprodutivo ■ Redução do fluxo sanguíneo uterino (Compromete a viabilidade fetal) ■ Sistema endócrino e urinário ■ Hipoinsulinemia = Hiperglicemia ■ Particularidades ■ Efeito dose-dependente XILAZINA ■ Dose = 0,2 – 1,0 mg/kg (IV, IM, SC) – Diminui em 80% a dose de tiopental em cães e gatos – Diminui em 50% a dose de propofol em cães – Diminui em 38% CAM halotano em cães PARÂMETRO XILAZINA QUETAMINA VASOS VASODILATAÇÃO VASOCONSTRIÇÃO FREQ.CARDÍACA BRADICARDIA TAQUICARDIA FREQ.RESPIRATÓRIA BRADIPNÉIA TAQUIPNÉIA RITMO CARDÍAO BAV 2º GRAU RITMICO MUSCULATURA MIORRELAXAMENTO HIPERTONIA REFLEXOS PROTETORES REDUZIDOS PRESENTES SALIVAÇÃO SIALORREIA SIALORREIA ANALGESIA SOMÁTICA DISCRETA POTENTE ANALGESIA VISCERAL POTENTE DISCRETA REFLEXO PUPILAR NORMAL MIDRÍASE MEIA VIDA 20 A 30 MINUTOS 7 A 14 MINUTOS XILAZINA + QUETAMINA MEDETOMIDINA ■ Há anos usada nos EUA e Europa ■ Mais potente que a xilazina ■ Agonista α2 altamente seletivo ■ Mistura racêmica: ■ dexmedetomidina + levomedetomidina DEXMEDETOMIDINA ■ Isômero farmacologicamente ativo da medetomidina ■ Sedação, analgesia e relaxamento muscular dose- dependente ■ Associação de dex + quetamina: superior a romifidina ou xilazina com quetamina – Menor depressão respiratória – Melhor sedação DEXMEDETOMIDINA Doses Preconizadas em cães: Doses Preconizadas em gatos: Analgesia Transoperatória: 1 a 2 µg/kg/h DEXMEDETOMIDINA ■ Doses Cães: 2 a 10 µg/kg, IM – Sedação em 5min., por 1 a 2h Gatos: 5 a 10 µg/kg, IM – Sedação em 15min., por 1 a 2h ■ Analgesia em 30min., por 1 a 2h ■ Reversão dos efeitos cardiovascularese sedativos ■ Efeitos colaterais – Excitação e tremores musculares – Hipotensão e taquicardia – Salivação e diarréia – Morte ■ Dose deve ser calculada com muito cuidado!! ANTAGONISTAS α2 ADRENÉRGICO ■Ioimbina ■Dose = 0,1 – 0,2 mg/kg (cães e gatos) ■Antagoniza todos os efeitos dos agonistas alfa2 ■Eficaz na reversão dos efeitos do Amitraz ■ Pode ser manipulada em farmácias de manipulação ANTAGONISTAS α2 ADRENÉRGICO ■Atipamezole ■Dose = 0,2 mg/kg Reverte completamente os efeitos sedativos e parcialmente os efeitos cardiovasculares ANTAGONISTAS α2 ADRENÉRGICO MPA AGONISTAS α2 ADRENÉRGICO OPIÓIDES ■ Opióides: Papaver somniferum (Papoula) ■ Opióides: (OP3) (OP2) (OP1) ■ Opióides: Afinidade ■ Opióides: ➢ Eficácia X Potência (Curva Dose/Resposta) ■ Opióides: ■ Sistema Cardiovascular Estabilidade Cardiovascular (Administração IV e Fentanil = Bradicardia e hipotensão) Liberação de histamina ■ Sistema Respiratório Depressão Respiratória (opióides de curta duração) Taquipnéia com uso isolado (“reajuste” do Centro Termorregulador) ■ Sistema Digestório Agonistas Totais = Vômitos e Defecação Inicial Uso Polongado = Constipação (Hipomotilidade Intestinal) ■ Opióides: ■ Sistema Urinário Retenção Urinária (Contração da musc. lisa da uretra) pp por via epidural. ■ Efeito Antitussígeno Agonistas µ e κ (codeína e butorfanol) Facilita e indução anestésica e a intubação endotraqueal ■ Efeito Locomotor Sedação e decréscimo da atividade locomotora ■ Opióides: Particularidades Opióides + O que é Verdade e o que é Mito?? • Metade dos sítios receptores nas amigdalas e no cortex frontal • Baixa capacidade de glucuronização hepática, produzindo menos metabólitos ativos ■ Intoxicação Tramadol: 20mg/kg ■ Após aplicação Naloxona 0,1mg/kg ■ Opióides: ■ Opióides: MPA ■ Planejamento da Anestesia ■ DICAS... Considerar conteção química com CETAMINA!! Considerar que anestesia geral pode ser melhor que uma sedação intensa, principalmente em pacientes de risco ! SEDAÇÃO Estado de depressão do nível de consciência induzida por fármacos Leve Moderada Profunda Anestesia Geral Ponto Yan T-ang Sedação Leve Butorfanol 0,15mg/kg IV Sedação Leve Meperidina 3 mg/kg IM Sedação Leve Acepromazina 0,02 mg/kg + meperidina 3mg/kg IM Sedação Leve Sedação Leve Estado de tranqüilidade e calma induzido por fármacos Paciente responde normalmente aos comandos verbais Funções cognitivas e coordenação comprometidas Função cardiovascular e ventilatória preservadas Xilazina 0,5 mg/kg IM Sedação Moderada Acepromazina 0,1 mg/kg IV Sedação Moderada Acepromazina 0,1 mg/kg + Fentanil 5 ug/kg IV Sedação Moderada Midazolam 0,15 mg/kg + Acepromazina 0,01 mg/kg + Butorfanol 0,2 mg/kg IM (5min após aplicação) Sedação Moderada 20 min após aplicação Sedação Moderada vFunção cardiovascular e ventilatória Sedação Moderada Depressão do nível de consciência induzida por fármacos, Paciente desperta intencionalmente a um comando verbal e/ou um estímulo tátil Nenhuma intervenção é necessária para manter a via aérea permeável e a ventilação espontânea está adequada Função cardiovascular e ventilatória preservadas Sedação Profunda Dexmedetomidina 0,5 ug/kg + Acepromazina 0,01 mg/kg + Butorfanol 0,25 mg/kg IM Sedação Profunda Dexmedetomidina 0,5 ug/kg + Acepromazina 0,01 mg/kg + Butorfanol 0,25 mg/kg IM Sedação Profunda Acepromazina 0,008 mg/kg + Metadona 0,2 mg/kg + Cetamina 1 mg/kg IM Sedação Profunda Acepromazina 0,008 mg/kg + Metadona 0,2 mg/kg + Cetamina 1 mg/kg IM + Bolus Propofol 2 mg/kg Sedação Profunda Sedação Profunda Depressão do nível de consciência induzida por fármacos, Paciente não acorda facilmente, porém responde aos estímulos dolorosos repetidos Função ventilatória espontânea pode estar comprometida, pode requerer suporte ventilatório A função cardiovascular pode estar preservada ou comprometida Anestesia Geral Anestesia Geral Anestesia Geral Estado de depressão do nível de consciência durante o qual o paciente não é despertado, mesmo por estímulos dolorosos A função cardiovascular frequentemente comprometida Função ventilatória espontânea comprometida, frequentemente necessita de VPPI Parâmetro Sedação Leve Sedação Moderada Sedação Profunda Anestesia Geral Resposta a estímulo Calmo e tranquilo, responde a estímulos verbais Responde a estímulos verbais e táteis leve Responde a estímulos repetidos e dolorosos Não responde Via aérea Não afetada Não há necessidade de intervenção Pode ser afetada e necessitar de intervenção Intervenção frequente Ventilação espontânea Não afetada Adequada Pode ser inadequada Frequentemente inadequada Funcão cardiovascular Não afetada Frequentemente mantida Pode estar alterada Frequentemente alterada Fármacos Tranquilizantes Benzodiazepínico Agonista Alfa2 Opióides Tranquilizantes Benzodiazepínico Agonista Alfa2 Opióides Tranquilizantes Benzodiazepínico Agonista Alfa2 Opióides Dissociativos Propofol Propofol Etomidato Tiopental Dissociativos Halogenados Isolados e doses baixas Associados e/ou doses médias Associados e/ou doses altas/baixas O que isso tudo significa? Trabalhar com segurança Serviço de Anestesia Veterinária Especializado eduardohvet@gmail.com (19) 99100-8417