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GESTÃO DE CAPITAL DE GIRO 
Me. Gabriel Sarmento Eid 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 2022 
 
 
1 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. CONCEITUANDO CAPITAL DE GIRO, SUA DINÂMICA E 
CARACTERÍSTICAS 
 
Introdução 
Toda empresa é a soma de seus valores econômicos, sejam eles direitos ou deveres, 
créditos ou débitos, ou seja, uma empresa é um patrimônio e esse patrimônio é composto 
de Ativos e Passivos. 
 
A questão da gestão do capital do giro faz parte de uma temática maior e mais 
complexa, a gestão dos ativos e passivos da empresa, ou seja, a busca pelo equilíbrio entre 
Direitos e Deveres de maneira a permitir que a empresa gerencie seus recursos (Ativos), 
que são escassos, da maneira mais eficiente e lucrativa possível. Tudo isso, faz parte do 
Planejamento Estratégico da empresa e de seu programa Orçamentário. 
 
Diante disso, veremos separadamente, alguns conceitos fundamentais que serão 
utilizados ao longo de todo o material e da disciplina, tais como capital de giro e capital fixo, 
capital circulante líquido e necessidade de capital de giro, entre outros. 
 
1.1. Capital Fixo e Capital de Giro Líquido e Capital de Giro Bruto 
O ativo de uma empresa é dividido, majoritariamente, em dois tipos: Fixo e Giro. 
Os fixos são representados pelos bens e investimentos realizado pela empresa para 
a sua constituição e funcionamento, mediante à aquisição de Imóveis, Máquinas e 
Equipamentos, Veículos, Instalações e Propriedade Intelectual. Todo esse exemplo tem em 
comum o fato de demandarem um aporte inicial – e muitas vezes imediato – elevado que, 
após alocado, ficará imobilizado ou intangível, ou seja, não será – em via de regra – 
revertido novamente em dinheiro, pois são necessários para o funcionamento da empresa, 
além de apresentarem baixa liquidez. 
 
Mas nem só de máquinas e imóveis é feita uma empresa, em seu processo produtivo 
Mão de obra é utilizada, Matérias Primas são beneficiadas, Insumos são consumidos, 
Tributos precisam ser pagos enfim, além do dinheiro “parado” temos também um dinheiro 
“rodando” dentro da empresa. Assim, temos o giro que são aqueles recursos que giram 
dentro da empresa, passando pelo seu processo produtivo e ganhando valor agregado, ao 
término desse processo são então convertidos em dinheiro – mediante a venda de produtos 
 
 
2 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
ou serviços – e, após as devidas deduções, volta ao caixa da empresa e, espera-se que, 
volte com valorização, ou seja, giram 1 e voltam 2, mais comumente conhecido como lucro. 
 
Claramente, o giro é bem mais complexo e dinâmico do que o fixo, motivo pelo qual 
é preciso ser gerenciado muito bem, com planejamento, controle e acompanhamento, da 
mesma maneira, é preciso ser analisado constantemente para se verificar a sua eficiência 
dentro do processo produtivo e financeiro. 
 
 
 
Dessa forma temos, então, que a empresa é resultado de dois aportes de 
recursos: o fixo, que é aquele investimento em ativos que vão servir de base 
para a empresa funcionar; e o giro, que são os recursos que a empresa precisa 
ter disponível para arcar com seus custos e despesas de funcionamento. 
 
 
Resumindo, o capital de giro representa a quantidade mínima de recursos 
necessários para atender às operações fundamentais1 de um negócio. Enquanto o capital 
fixo representa a quantidade necessária para instalar a empresa. 
 
Esses recursos que giram são o dinheiro, propriamente dito, necessário para pagar 
as despesas e outras obrigações resultantes do processo produtivo da empresa, tais como, 
salários, conta de luz, fornecedores, tributos e são seus estoques de matéria-prima e 
produtos acabados que serão alienados posteriormente. O Capital de giro é, portanto, a 
quantidade de recursos que a empresa vai precisar para garantir as suas operações. 
 
 
Além do Capital de Giro 
O capital de giro é uma medida da liquidez, eficiência operacional e saúde 
financeira de curto prazo de uma empresa. Se uma empresa possui capital de 
giro substancial, ela deve ter o potencial de investir e crescer. Se os ativos com 
alta liquidez de uma empresa não excederem seu passivo circulante, ela 
poderá ter problemas para crescer ou pagar seus credores, em casos 
extremos, até falir. 
 
 
1Os gastos com manutenção dos ativos fixos podem, inclusive, aumentar o valor de um capital de giro. 
 
 
3 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Outra definição de Capital de Giro, sob a perspectiva da contabilidade gerencial, é 
que a quantidade de recursos necessários para arcar com os gastos fixos de uma empresa 
dentro de um ciclo produtivo ou de um mês, muitas vezes, é usado como referência de 
quanto a empresa de faturar no mínimo para sobreviver. 
 
Tendo definido o conceito geral de capital fixo e de giro, vamos às duas definições 
de Capital de Giro: Bruto e Líquido. 
 
O capital de giro bruto é a soma de todos os ativos circulantes de uma empresa 
(ativos que são conversíveis em dinheiro dentro de um ano ou menos). O capital circulante 
bruto inclui ativos como caixa, contas a receber, estoques, aplicações financeiras e títulos 
e valores mobiliários de liquides alta ou imediata. O capital de giro bruto menos o passivo 
circulante é igual ao capital de giro líquido, ou simplesmente "capital de giro", uma medida 
mais útil para a análise do balanço patrimonial. 
 
 
 
O capital de giro bruto ou capital circulante bruto (CCB), na prática, não é útil. 
É apenas uma metade de uma imagem da saúde financeira de curto prazo de 
uma empresa e a capacidade de usar recursos de curto prazo com eficiência. 
A outra metade é o passivo circulante. O capital circulante bruto, ou ativo 
circulante, menos o passivo circulante é igual ao capital de giro líquido ou 
capital de giro, apenas. O capital de giro, também é conhecido como capital 
circulante líquido (CCL) que é a diferença entre o ativo circulante de uma 
empresa (como caixa, contas a receber e estoques) e seus passivos circulantes 
(contas a pagar e empréstimos e financiamentos de curto prazo). 
 
Resumindo temos os três primeiros conceitos chave: 
I. Capital Fixo: Aporte de recursos necessários à instalação da empresa que, 
após alocados, ficam imobilizados; 
II. Capital de Giro Bruto: Recursos disponíveis para a empresa em um ano ou 
menos; 
III. Capital de Giro Líquido: Recursos necessários para a empresa funcionar 
adequadamente, expresso pela diferença entre Ativo Circulante e Passivo 
Circulante. 
 
 
4 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
O conceito de capital de giro líquido também facilita a determinação da solidez 
e solvência financeira de curto prazo da empresa. Ao comparar o montante do 
passivo circulante com o valor do ativo circulante, podemos verificar a 
capacidade da empresa de cumprir suas obrigações de curto prazo do ponto 
de vista de liquidez. Quando os ativos circulantes representam um valor de 
pelo menos o dobro do valor do passivo circulante são considerados como 
padrão em muitas empresas, mas há também as empresas com paridade de 
ativos circulantes em relação ao passivo circulante que estão funcionando sem 
problemas e são consideradas financeiramente sólidas, logo, apesar da 
expectativa de que os ativos circulantes sejam superiores aos passivos 
circulantes, isso não é uma regra de ouro nas empresas, vai depender muito 
de fatores relacionados à sua gestão. 
 
1.2. Natureza do Capital de Giro 
A natureza do capital de giro é resumida abaixo: 
I. Fundamental: é usado para compra de matérias-primas, pagamento de salários 
e despesas. 
II. Dinâmico: ele muda de forma constantemente para manter as rodas dos 
negócios em movimento. 
III. Líquido: o capital de giro mede a liquidez, a solvência, a credibilidade e a 
reputação da empresa. 
IV. Conveniente:Permite que a empresa aproveite as facilidades de desconto 
oferecidas por seus fornecedores ou utilize deles como fonte de financiamento. 
V. Potencial: Uma gestão eficiente e lucrativa do capital de giro permite financiar os 
programas de expansão da empresa e ajuda na manutenção da eficiência 
operacional dos ativos fixos. 
 
O Capital de Giro Líquido pode ser positivo ou negativo. Um capital de giro líquido 
positivo surge quando os ativos circulantes excedem os passivos circulantes e ocorre um 
capital de giro negativo quando os passivos circulantes excedem os ativos circulantes. Isso 
mostra uma posição ruim de liquidez. Este é um conceito qualitativo que destaca o 
caráter das fontes das quais os fundos foram adquiridos para sustentar a parcela dos ativos 
circulantes que excede o passivo circulante. 
 
 
 
5 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
A importância do capital de giro: 
I. Ajuda a medir a lucratividade de uma empresa. Na sua ausência, não haveria 
produção nem lucro. 
II. Sem capital de giro adequado, uma entidade não pode cumprir suas 
obrigações de curto prazo no tempo, incorrendo em multas e juros. 
III. Uma empresa com uma posição de capital de giro saudável pode obter 
empréstimos facilmente do mercado devido à sua reputação positiva. 
IV. O capital de giro suficiente ajuda a manter um fluxo ininterrupto de 
produção, fornecendo matérias-primas e pagamento de salários. 
V. Capital de giro sólido ajuda a manter o nível ideal de investimento em ativos 
circulantes. 
VI. Aumenta a liquidez, a solvência, o valor do crédito e a reputação da 
empresa. 
VII. Fornece fundos necessários para atender a contingências imprevistas e, 
assim, ajuda a empresa a operar com sucesso durante os períodos de crise. 
 
Além desses aspectos, o Capital de Giro Líquido pode ser posicionado: 
• Capital de Giro Positivo: Refere-se ao superávit do saldo entre os ativos 
circulantes e os passivos circulantes. 
• Capital de Giro Negativo: O capital de giro negativo refere-se ao déficit 
resultante do saldo entre passivos circulantes e os ativos circulantes. 
• Capital de Giro Neutro: Quando o saldo de ativos circulantes é igual ao de 
passivos circulantes. 
 
Para encontrar a posição de capital de giro, calcula-se o Índice de Capital de Giro, 
que se dá pela Divisão do Ativo Circulante pelo Passivo Circulante, sendo o resultado maior 
do que 1 temos posição Positiva, menor do que 1, Negativa e igual à 1 Neutro. 
 
Conforme as atividades da empresa oscilam ao longo do seu ciclo anual, com as 
idas e vindas da economia e suas sazonalidades, o montante do capital de giro também 
oscila, essa é a chamada Natureza Dinâmica do Capital de giro. Por conta disso, temos 
mais duas definições para Capital de Giro: 
• Capital de Giro Permanente: A quantidade mínima de capital de giro que é 
exigida para manutenção das atividades da empresa na época de menor 
atividade. 
 
 
6 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
• Capital de Giro Temporário ou Variável: Representa os ativos circulantes 
adicionais necessários em diferentes momentos durante o ano operacional 
para atender a estoques adicionais, dinheiro extra, etc. 
 
Pode-se dizer que o capital de giro permanente representa o montante mínimo dos 
ativos atuais necessários ao longo do ano para a produção normal, enquanto capital de giro 
temporário é o capital adicional exigido em diferentes épocas do ano para financiar as 
flutuações na produção devido a mudanças sazonais. Uma empresa com produção anual 
constante também terá constante capital de giro permanente e apenas variações de capital 
de giro variável devido a mudanças na produção causadas por mudanças sazonais. 
 
 
 
 
 A diferença entre o Capital de Giro Mínimo ou Permanente e o período de 
maior atividade do ano, em que o Capital de Giro é o mais alto possível ou 
máximo, representa a parcela variável do capital de giro. Ou seja, temos uma 
parcela fixa de capital de giro, parcela mínima necessária para manutenção da 
atividade produtiva em seu nível mínimo, enquanto, a diferença entre isso e o 
que de fato é necessário de ser mantido de capital de giro, a cada período, por 
conta das sazonalidades, é a parcela variável ou máxima, por conta disso, 
dizemos que o capital de giro tem uma natureza dinâmica e fundamental, 
entre outras. 
 
Da mesma forma, uma firma em crescimento é a empresa com capacidade não 
utilizada, no entanto, a produção e a operação continuam a crescer naturalmente. Como 
seu volume de produção aumenta com a passagem do tempo, também aumenta o quantum 
do capital de giro permanente. 
 
Isso reforça a questão da natureza dinâmica do capital de giro, tanto o capital de giro 
mínimo ou permanente quanto o capital de giro temporário podem mudar ao longo do 
tempo, a principal diferença entre eles é que enquanto o Capital de Giro Permanente tem 
uma taxa de evolução (positiva ou negativa), o Capital de Giro Temporário oscila ao longo 
do ano (positiva e negativamente) sendo, portanto, mais volátil. 
 
 
 
7 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 
 
Capital de Giro também é uma medida de desempenho 
Empresas comparam seu nível de Capital Circulante Líquido (Capital de Giro) 
com as de seus concorrentes ou semelhantes, se o nível de CCL da empresa 
está igual ou acima da média de seu setor, é um bom sinal de solidez financeira 
e liquidez, mas, caso esteja abaixo da média é um mal sinal, podendo se 
traduzir em risco de perda de mercado ou falta de iliquidez, levando à 
inadimplência. Essa comparação é feita de duas maneiras: números absolutos 
(qual o montante de capital de giro da empresa) e saldo relativo (qual a relação 
de capital de giro da empresa e se é positivo, neutro ou negativo). Porém, o 
excesso ou a falta de capital de giro, também podem ser bons ou ruins, a 
depender da maneira com a qual a empresa gerencia seu capital ocioso (custo 
de oportunidade) e de suas relações com seus credores (taxas de juros de 
empréstimos e financiamentos). Excesso de capital de giro pode reduzir o 
potencial de lucratividade e ter um custo de oportunidade, enquanto a falta 
dele, pode resultar em maiores custos de capital com o pagamento de juros. 
 
1.3. Componentes do Capital de Giro 
Recapitulando, no sentido Bruto o capital de giro significa o total dos ativos 
circulantes e, em sentido líquido, é a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante, 
logo, é fundamental saber em detalhes a composição de ambos. 
 
O capital de giro é composto por vários ativos circulantes e passivos circulantes, os 
quais são os seguintes: 
 
 
8 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
(A) Ativo Circulante: 
Estes ativos são geralmente realizados dentro de um curto período de tempo, ou 
seja, dentro de um ano e tem liquidez elevada ou imediata. 
 
Os ativos circulantes incluem: 
 
(a) Estoques 
 (I) Matérias-primas 
 (II) Produtos Inacabados 
 (III) Insumos Consumíveis 
 (IV) Produtos acabados 
 
(b) Devedores Diversos (direitos) 
(c) Contas a Receber (Clientes) 
(d) Despesas Antecipadas 
(e) Aplicações de liquidez imediata ou quase 
imediata 
(f) Caixa e Saldos Bancários 
 
 
(B) Passivo Circulante: 
Esses passivos são aqueles que geralmente são pagos no curso normal dos 
negócios em um curto período de tempo, ou seja, um ano. 
 
Os passivos circulantes incluem: 
 
(a) Dívidas Diversas e Contingenciais 
(b) Fornecedores a pagar 
(c) Despesas Diversas a pagar 
(d) Juros Financeiros 
 
(e) Empréstimos e Financiamentos a CP 
(f) Dividendos a distribuir 
(g) Salários a pagar 
(h) Impostos a pagar 
 
 
1.4. Equações de Capital de Giro 
A soma total de todos os ativos correntes de uma empresa é denominada capital de 
giro bruto. Assim, temos: 
 
Capitalcirculante bruto = Estoques + Devedores + Recebíveis + Caixa e 
Equivalentes de Caixa 
 
 
 
9 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Capital de giro líquido: A diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante de 
uma empresa é denominada capital de giro líquido. Consequentemente, temos 
 
Capital de Giro Líquido = Estoque + Devedores + Recebíveis + Caixa e 
Equivalentes - Credores - Contas a pagar. 
Ou 
Capital de Giro Líquido = Contas a Receber + Estoques - Contas a Pagar 
A divisão do total do Ativo Circulante pelo total do Passivo Circulante nos permite 
visualizar a relação entre esses dois, sendo essa relação superior 1 dissemos que a 
Posição de Capital de Giro é Positiva, se for menor do que 1 a Posição de Capital de Giro 
é Negativa e, se igual à 1 é Neutra: 
 
Posição de Capital de Giro = AC / PC 
• Se AC/PC = 1, Neutro 
• Se AC/PC > 1, Positivo 
• Se AC/PC < 1, Negativo 
 
 
1.5. O que é o giro do capital de giro? 
O giro do capital de giro é uma relação que mede a eficiência com que uma empresa 
está usando seu capital de giro para suportar um determinado nível de vendas. Também 
referida como vendas líquidas para capital de giro, a rotatividade de capital de trabalho 
ATIVO
NÃO
CIRCULANTE
PASSIVO
NÃO
CIRCULANTE
e 
Patrimônio
Líquido
ATIVO 
CIRCULANTE
PASSIVO 
CIRCULANTE
Capital 
de giro 
bruto
Capital 
Fixo
Fontes de 
Capital de 
Terceiros 
de Curto 
Prazo
Fontes de 
Capital de 
Terceiros 
de Longo 
Prazo
E
Capital
Próprio
CCL
Neutro
ATIVO
NÃO
CIRCULANTE
PASSIVO
NÃO
CIRCULANTE
e 
Patrimônio
Líquido
ATIVO 
CIRCULANTE
PASSIVO 
CIRCULANTE
CCL
Positivo
CCL
ATIVO
NÃO
CIRCULANTE
PASSIVO
NÃO
CIRCULANTE
e 
Patrimônio
Líquido
ATIVO 
CIRCULANTE PASSIVO 
CIRCULANTE
CCL
Negativo
CCL
 
 
10 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
mostra a relação entre os fundos usados para financiar as operações de uma empresa e 
as receitas que uma empresa gera como resultado. 
 
 
 
 O índice de capital de giro, calculado como ativo circulante dividido pelo 
passivo circulante, é considerado um indicador-chave da saúde financeira 
fundamental de uma empresa, pois indica a capacidade da empresa de 
cumprir com sucesso todas as suas obrigações financeiras de curto prazo. 
Embora os números variem por setor, um índice de capital de giro abaixo de 
1,0 é geralmente indicativo de uma empresa com problemas para cumprir suas 
obrigações de curto prazo. Os índices de capital de giro de 1,2 para 2,0 são 
considerados desejáveis, mas uma proporção superior a 2,0 pode indicar que 
uma empresa não está efetivamente usando seus ativos para aumentar as 
receitas. 
 
A fórmula para o giro do capital de giro é 
Rotatividade do Capital de Giro = ROL / Capital de Giro Médio (AC – PC) 
 
O que o índice de giro do capital de giro lhe diz? 
 
O índice de rotatividade de capital de giro é calculado dividindo as vendas anuais 
líquidas pelo valor médio do capital de giro - ativo circulante menos passivo circulante - 
durante o mesmo período de 12 meses. Por exemplo, a empresa A tem $ 12 milhões em 
vendas líquidas nos últimos 12 meses. O capital de giro médio durante esse período foi de 
$ 2 milhões. O cálculo de sua taxa de rotatividade de capital de giro é de $ 12.000.000 / $ 
2.000.000 = 6. 
 
Uma alta taxa de rotatividade mostra que a administração está sendo muito eficiente 
no uso de ativos e passivos de curto prazo de uma empresa para suportar vendas (ou seja, 
está gerando uma quantidade maior de vendas em dólar para cada dólar do capital de giro 
usado). Em contrapartida, uma baixa relação pode indicar que uma empresa está investindo 
em muitas contas a receber e estoque para suportar suas vendas, o que poderia levar a 
uma quantidade excessiva de dívidas incobráveis ou estoque obsoleto. 
 
 
 
11 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Para avaliar a eficiência de uma empresa em usar seu capital de giro, os analistas 
também comparam os índices de capital de giro com os de outras empresas do mesmo 
setor e analisam como a proporção vem mudando ao longo do tempo. No entanto, tais 
comparações não têm sentido quando o capital de giro se torna negativo porque o índice 
de giro do capital de giro também se torna negativo. 
 
 
 
12 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. A GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO E A GESTÃO DE CAIXA 
2.1. A importância do capital de giro 
O capital de giro é uma necessidade diária para as empresas, pois elas exigem uma 
quantia regular de dinheiro para fazer pagamentos rotineiros, cobrir custos inesperados e 
comprar materiais básicos usados na produção de mercadorias. O capital de giro é um 
conceito facilmente compreensível, porém, complexo, pois está ligado ao custeio de uma 
empresa, portanto, pode ser entendido como a quantidade de dinheiro que as empresas 
precisam manter disponível cobrir as despesas diárias, contas e outros custos fixos. 
 
 
 
O capital de giro é uma medida predominante para a eficiência, liquidez e 
saúde geral de uma empresa. É um reflexo dos resultados de várias atividades 
da empresa, incluindo coleta de receita, gerenciamento de dívidas, 
gerenciamento de estoques e pagamentos a fornecedores. Isso porque inclui 
estoques, contas a pagar e receber, caixa, parcelas de dívidas vencidas no 
período de um ano e outras contas de curto prazo. 
 
 
As necessidades2 de capital de giro variam de setor para setor e podem até variar 
entre empresas similares. Isso se deve a vários fatores, incluindo diferenças nas políticas 
de cobrança e pagamento, o momento da compra de ativos, a probabilidade de uma 
empresa cancelar algumas de suas contas a receber vencidas e, em alguns casos, os 
esforços de captação de recursos que uma empresa está realizando. 
 
 
 
 Uma empresa usa capital de giro em suas operações diárias; capital de giro é 
a diferença entre o ativo circulante de uma empresa e o passivo circulante ou 
dívidas. O capital de giro serve como uma métrica de quão eficientemente uma 
empresa está operando e quão financeiramente estável ela é no curto prazo. 
O índice de capital de giro3, que divide o ativo circulante pelo passivo 
circulante , indica se uma empresa possui fluxo de caixa adequado para cobrir 
débitos e despesas de curto prazo. 
 
2 Esse conce i to será v is to na au la segu in te 
3 Conce i to que será v is to em deta lhes na au la sobre mét r icas de aná l ise de cap i ta l de g i ro 
 
 
13 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2.2. Gerenciamento de capital de giro e suas várias facetas 
 O gerenciamento do capital de giro é essencialmente uma estratégia contábil e 
financeira com foco na manutenção de um equilíbrio ideal entre os ativos e passivos 
circulantes de uma empresa, garantindo assim, sua capacidade de pagamento e 
maximizando o potencial de lucro. 
 
Por um lado, é uma questão Contábil pois lida com dados do balanço patrimonial – 
ativos circulantes e passivos circulantes – e, também, com demonstrativo de resultados – 
lucro e despesas –, ambos usam o regime de competência e, por conta disso, acarretam 
numa lapso temporal entre pagamentos e recebimentos, motivo pelo qual é preciso ficar 
atento também às informações do demonstrativo de fluxo de caixa, para saber quanto 
dinheiro está saindo dia a dia e quanto dinheiro está entrando dia a dia, havendo diferença 
positiva ou negativa entre esses dias, será necessário, em caso de negativo, ter reservas 
de caixa e, em caso de positivo, aplicar os excedentes para renderem juros (custo de 
oportunidade), por conta disso, também é uma questão econômica ou Financeira. 
 
 
Um sistema eficaz de gerenciamento de capital de giro ajuda as empresas a 
não apenas cobrir suas obrigações financeiras, mas também aumentarseus 
ganhos pois o dinheiro parado em conta corrente para pagar as contas, se for 
em excesso, está deixando de render para empresa, por outro lado, a falta de 
dinheiro para pagar as obrigações acarreta no pagamento de multa e juros de 
mora, em ambos os casos, havendo desequilíbrio haverá redução do lucro da 
empresa. 
 
Gestão de capital de giro significa gestão de estoques, caixa, contas a pagar e contas 
a receber. Um sistema eficiente de gerenciamento de capital de giro geralmente utiliza 
índices-chave de desempenho, como a taxa de capital de giro, a taxa de rotatividade de 
estoque e a taxa de arrecadação, para ajudar a identificar áreas que exigem foco para 
manter liquidez e rentabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Por que fazer gerenciamento de capital de giro 
O gerenciamento adequado do capital de giro é essencial para a saúde 
financeira fundamental e o sucesso operacional de uma empresa como um 
negócio. Uma característica da boa gestão de negócios é a capacidade de 
utilizar a gestão de capital de giro para manter um sólido equilíbrio entre 
crescimento, lucratividade e liquidez. Quando uma empresa não tem capital 
de giro suficiente para cobrir suas obrigações, a insolvência financeira pode 
resultar em problemas legais, liquidação de ativos e potencial falência. Assim, 
é vital que todas as empresas tenham uma gestão adequada do capital de giro. 
 
O gerenciamento do capital de giro lida com duas problemáticas com óticas opostas, 
de um lado, é preciso decidir como gerenciar as disponibilidades da empresa, ou seja, gerir 
o ativo circulante, ao mesmo tempo, é preciso lidar com as obrigações da empresa, 
portanto, gerir o passivo circulante. 
 
Consequentemente, o gerenciamento de capital de giro se mistura com outros 
gerenciamentos todos estes fazendo parte de um objetivo maior: manter a Liquidez da 
empresa no nível ideal, equilibrando lucratividade e risco de inadimplência. Isso ocorre 
porque os recursos que as empresas detêm são escassos, além disso, há uma disparidade 
temporal entre os recebimentos em dinheiro e os pagamentos em dinheiro, se mal 
gerenciada essa disparidade pode levar à inadimplência da empresa, se bem gerenciado 
pode maximizar o potencial de lucro da entidade. 
 
Como consequência, a gestão do capital de giro envolve: gestão de caixa, política 
de crédito com clientes, gestão de aplicações de recursos ociosos, gestão de estoques, do 
lado do Ativo circulante. Também envolve do lado do Passivo circulante: gestão de contas 
a pagar, política de crédito com fornecedores e gestão financeira estratégica4. 
 
 
 
 
4 Este tóp ico é tão ex tenso que é abordado como uma d isc ip l ina a pa r te , envo lve matemát ica 
f inance i ra , f inanças corporat ivas e mercado f inance i ro , po is envo lve a ges tão das fontes de f inanc iamento 
de cur t o e longo prazo que serão u t i l i zadas pe la empresa. 
 
 
15 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
• Ativo Circulante 
◦ Caixa 
◦ Aplicações 
◦ Recebíveis 
◦ Estoques 
◦ Títulos e Valores 
• Passivo Circulante 
◦ Contas a pagar 
◦ Fornecedores a pagar 
◦ Salários e Encargos 
◦ Tributos a Pagar 
◦ Juros a Pagar 
 
O gerenciamento do capital de giro geralmente envolve o monitoramento do fluxo de 
caixa, ativos e passivos por meio da análise da proporção dos principais elementos das 
despesas operacionais, incluindo a índice de giro do capital de giro, índice de arrecadação 
e giro de estoque A gestão eficiente do capital de giro ajuda a manter o bom funcionamento 
do ciclo operacional (o tempo mínimo necessário para converter ativos e passivos 
circulantes líquidos em caixa) e também pode ajudar a melhorar os lucros e a lucratividade 
da empresa. 
 
 
 
 A gestão de capital de giro inclui gerenciamento de estoques e gerenciamento 
de contas a receber e contas a pagar. Os principais objetivos da gestão do 
capital de giro incluem a manutenção do ciclo operacional do capital de giro, 
do ciclo de caixa (o tempo que leva para converter os estoques em dinheiro, 
tempo entre a venda e o efetivo recebimento) e a garantia de sua operação 
ordenada, minimizando o custo do capital empregado no capital de giro e 
maximizando o retorno sobre os investimentos em ativos correntes. 
 
2.3. Gestão de Caixa e recebíveis 
A Administração de caixa refere-se à cobrança, manuseio, controle e investimento 
do caixa e equivalentes de caixa da organização, para assegurar a utilização ideal dos 
recursos líquidos da empresa. O dinheiro é a linha vital do negócio e, portanto, é essencial 
manter uma posição sólida de fluxo de caixa na organização. 
 
 
 
 
 
 
16 Gestão de Capital de Giro 
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Administração de caixa e recebíveis 
Qualquer quantia que a empresa ganhou, mas ainda não recebida, isto é, seus 
direitos e notas promissórias que espera-se que sejam recebidos no futuro, é 
conhecida como contas a receber. Uma organização deve gerenciar seus 
recebíveis para manter a entrada de caixa excedente. Ela ajuda a empresa a 
cumprir suas necessidades imediatas de caixa. Os recebíveis de caixa devem 
ser planejados de tal forma que a organização possa realizar seus recebíveis 
rapidamente e permitir um curto período de crédito aos clientes. 
 
2.4. Objetivos do Gerenciamento de Caixa 
O principal é cumprir o requisito de capital de giro. A organização precisa manter um 
caixa líquido suficiente para atender às suas despesas rotineiras, o que é possível apenas 
por meio de uma administração de caixa eficaz. 
1. Planejamento de Gastos de Capital: Auxilia no planejamento de gastos de capital 
e na determinação do índice de endividamento e patrimônio para obter 
financiamento para esse fim. 
2. Lidando com custos não organizados: Há momentos em que a empresa encontra 
circunstâncias inesperadas, como o colapso do maquinário, que são despesas 
imprevistas para enfrentar, o excedente de caixa é um salva-vidas nessas 
condições. 
3. Inicia o investimento: O outro objetivo da administração de caixa é investir os 
fundos ociosos na oportunidade certa e na proporção correta. 
4. Melhor utilização de fundos: garante a utilização ideal dos fundos disponíveis, 
criando um equilíbrio adequado entre o caixa e o investimento. 
5. Evitar a Insolvência: Se a empresa não planeja uma administração de caixa 
eficiente, a situação de insolvência pode surgir, seja por falta de liquidez ou por 
não obter lucro com o dinheiro disponível. 
 
 
 
 
 
 
 
17 Gestão de Capital de Giro 
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Gestão de contas a pagar 
As contas a pagar referem-se ao pagamento que não é pago à vista pela 
organização e deverá ser pago em breve. A organização deve planejar sua 
saída de caixa de tal maneira que possa adquirir um longo período de crédito 
com seus credores. Isso ajuda a empresa a manter seus recursos de caixa por 
um período mais longo para atender aos requisitos de curto prazo e despesas 
repentinas. Até mesmo a organização pode investir esse dinheiro em uma 
oportunidade lucrativa para esse período de crédito específico para gerar 
renda adicional. 
2.5. Modelos de gerenciamento de caixa 
O gerenciamento de caixa requer uma abordagem prática e uma base forte para 
determinar a necessidade de caixa pela organização para cobrir suas despesas diárias. 
Para este propósito, alguns modelos foram projetados para determinar o nível de caixa em 
diferentes parâmetros. 
 
Os dois modelos mais importantes são discutidos em detalhes a seguir. 
 
O modelo LEC da Baumol 
Com base na Economic Ordering Quantity (LEC), William J. Baumol forneceu esse 
modelo de gerenciamento de estoque que também influencia a administração de caixa da 
empresa. Esse modelo enfatiza a manutençãodo saldo de caixa ideal em um ano para 
atender às despesas de negócios, por um lado, e aproveitar as oportunidades de 
investimento rentáveis do outro lado. 
 
A ideia do modelo é definir o momento ideal de se desfazer dos equivalentes de 
caixa para cobrir as despesas correntes da empresa, isso porque certos investimentos têm 
custos de transação e tributação quando são encerrados, ao mesmo tempo, a captação de 
crédito também, no fim, é uma conta complexa de custo de oportunidade. 
 
A seguinte fórmula do Modelo LEC da Baumol determina o nível de caixa que deve 
ser mantido pela organização: 
𝐶 = √
2𝐹𝑇
𝑖
 
 
 
18 Gestão de Capital de Giro 
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Onde, 
'C' é o melhor saldo de caixa; 
'F' é o custo de transação fixo; 
'T' é o requisito de caixa total para esse período; 
'i' é a taxa de juros durante o período 
 
 
 
O Modelo de Baumol serve apenas quando as entradas de caixa são periódicas 
e as saídas contínuas, e, ambos, previsíveis com alto grau de certeza. Em suma, 
é uma análise do Custo de Oportunidade de manter o dinheiro parado ou 
investido, determinado pelas taxas de juros que uma empresa deixará de 
receber por não aplicar esses recursos em equivalentes de caixa e o custo de 
obtenção do dinheiro pela conversão desses títulos negociáveis em caixa. 
 
O modelo de Miller - Orr ' 
Segundo Merton H. Miller e Daniel Orr, o modelo de Baumol determina apenas a 
retirada de caixa; no entanto, o dinheiro é o elemento mais incerto do negócio. Pode haver 
ocasiões em que a organização tenha excedentes de caixa, desencorajando assim as 
retiradas, em vez disso, pode ser necessário fazer investimentos. Portanto, a empresa 
precisa decidir o ponto de retorno ou o nível de caixa a ser mantido, em vez de determinar 
o valor da retirada. 
 
Este modelo enfatiza a retirada do dinheiro somente se o fundo disponível estiver 
abaixo do ponto de retorno do dinheiro enquanto se investe o excedente excedendo esse 
nível. 
 
Dada a seguir é a representação gráfica deste modelo: 
 
 
19 Gestão de Capital de Giro 
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Onde, 
'Z' é o spread de dinheiro; 
'UL' é o limite superior ou nível máximo 
'LL' é o limite inferior ou o nível mínimo 
'RP' é o ponto de retorno de dinheiro 
 
Como podemos ver, o gráfico acima indica um limite inferior que é o mínimo que um 
negócio requer para funcionar, somando o spread de caixa (Z) a este limite inferior nos dá 
o ponto de retorno ou o requerimento de caixa médio. 
 
No entanto, a empresa não deve investir a quantia até atingir o limite máximo, para 
garantir o máximo retorno sobre o investimento. Este limite superior é derivado pela adição 
do limite inferior aos três tempos de propagação (Z). O movimento do dinheiro é geralmente 
visto através do limite inferior e do limite superior. 
 
Vamos agora discutir a fórmula do modelo de Miller-Orr 'para descobrir o ponto de 
retorno do dinheiro e o spread ao longo do nível mínimo e do nível máximo: 
𝑍 3√
3𝑇𝑉
4𝑖
 
 
Onde, 
'Ponto de Retorno' é o ponto em que o dinheiro deve ser investido ou retirado; 
'Nível Mínimo' é o caixa mínimo requerido para a sustentabilidade do negócio; 
'Z' é o spread entre o nível mínimo e o nível máximo; 
'T' é o custo de transação por transferência; 
 
 
20 Gestão de Capital de Giro 
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'V' é a variação do fluxo de caixa diário por ano; 
'i' é a taxa de juros diária 
 
 
 
Ambos os modelos são estimativas, aproximações que servem de orientação 
a empresa definir o que fazer com seu caixa quando este está elevado ou 
reduzido, afinal, nem todo o capital de giro da empresa precisa estar 
imediatamente disponível, líquido, logo, esses valores são passíveis de serem 
investidos para dar uma rentabilidade mínima à empresa para compensar esse 
custo de oportunidade. 
 
2.6. Funções do gerenciamento de caixa 
O gerenciamento de caixa é exigido por todos os tipos de organizações, 
independentemente de seu tamanho, tipo e localização. A seguir estão as múltiplas funções 
gerenciais relacionadas ao gerenciamento de caixa: 
1. Investir dinheiro ocioso: A empresa precisa procurar várias alternativas de 
investimento de curto prazo para utilizar os fundos excedentes. 
2. Controle Fluxos de Caixa: Restringir a saída de caixa e acelerar o fluxo de caixa 
é uma função essencial do negócio. 
3. Planejamento de Caixa: A administração de caixa é toda sobre planejamento e 
tomada de decisão em termos de manter dinheiro suficiente em mãos e fazer 
investimentos sábios. 
4. Gerenciamento de fluxos de caixa: Manter o fluxo adequado de caixa na 
organização por meio de corte de custos e geração de lucros de investimentos 
é necessário para obter um fluxo de caixa positivo. 
5. Otimizando o nível de caixa: "O negócio nunca deve ficar sem dinheiro", 
mantendo esse princípio em mente, a organização deve funcionar 
continuamente para manter o nível de liquidez necessário e dinheiro para 
operações comerciais. 
 
 
 
21 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2.7. Estratégias de Gerenciamento de Caixa 
O gerenciamento de caixa envolve a tomada de decisões a cada passo. Não é uma 
solução imediata, mas uma abordagem estratégica para problemas financeiros. A seguir 
estão as estratégias de gerenciamento de caixa: 
1. Linha de negócios de crédito: A organização deve optar por uma linha de crédito 
comercial em um estágio inicial para atender às necessidades urgentes de caixa 
e despesas inesperadas. 
2. Aplicações financeiras em títulos públicos: O caixa excedente ocioso – o que vai 
depender dos ciclos operacional e financeiro – deve ser aplicado em títulos 
públicos federais, pois rendem bem a curto e médio prazo, além de ter liquidez 
quase imediata. 
3. Certificados de Depósito Bancário (CDBs): Se a empresa tiver uma posição 
financeira sólida e puder prever bem as despesas e aproveitar-se de um longo 
período, poderá investir o excedente de dinheiro nos depósitos em dinheiro. 
Esses CDBs geram bons juros, mas as retiradas antecipadas estão sujeitas a 
penalidades. 
 
2.8. Técnicas de Gerenciamento de Fluxo de Caixa 
Gerir o fluxo de caixa é um processo cuidadoso e requer muito pensamento analítico. 
As várias técnicas ou ferramentas usadas pelos gerentes para praticar o gerenciamento de 
fluxo de caixa são as seguintes: 
• Acelerando a Cobrança de Contas a Receber: Uma das melhores maneiras de 
melhorar a entrada de caixa e aumentar o caixa líquido, cobrando as dívidas e 
dívidas dos devedores prontamente. 
• Alongamento de contas a pagar: Por outro lado, a empresa deve tentar estender 
o pagamento das dívidas, adquirindo um longo período de crédito dos credores. 
• Redução de custos: A empresa deve procurar maneiras de reduzir seu custo 
operacional para gerar um bom fluxo de caixa no negócio e melhorar a 
lucratividade. 
• Monitoramento Regular do Fluxo de Caixa: De olho no fluxo de entrada e saída 
de caixa, priorizando as despesas e reduzindo as dívidas a serem recuperadas, 
torna-se sólida a posição financeira da organização. 
 
 
22 Gestão de Capital de Giro 
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• Sabiamente Usando Serviços Bancários: Os serviços como uma linha de crédito 
comercial, depósitos em dinheiro, conta de cofre e conta de sweep devem ser 
usados de forma eficiente e inteligente. 
• Atualizando com Tecnologia: A digitalização torna conveniente para as 
organizações manter o banco de dados financeiro e as planilhas a serem 
avaliadas de qualquer lugar a qualquer momento. 
2.9. Limitações do gerenciamento de caixa 
O gerenciamento de caixa é uma parte inevitável das organizações empresariais. No 
entanto, tem algumas deficiências que o tornam inadequado para pequenas organizações; 
estes são os seguintes: 
• Ogerenciamento de caixa é uma atividade muito demorada e habilidosa que 
deve ser realizada regularmente. 
• Como requer experiência financeira, a empresa pode precisar contratar 
consultores ou outros especialistas para realizar a tarefa, pagando taxas 
administrativas e de consultoria. 
• Entidades de pequenas empresas que são gerenciadas apenas enfrentam 
problemas como falta de habilidades, conhecimento, tempo e capacidade de 
assumir riscos para praticar o gerenciamento de caixa. 
2.10. O que são equivalentes de caixa 
Equivalentes de caixa são títulos de investimento, mas que não realizados para 
investimento, eles devem ter curto prazo, até 90 dias, e têm alta liquidez e baixo risco. 
 
Equivalentes de caixa, também conhecidos como "dinheiro e equivalentes", são uma 
das três principais classes de ativos circulantes, juntamente com estoques e recebíveis. A 
questão dos Equivalentes reside na sua liquidez e baixo risco de prejuízo, logo, significa 
que esses equivalentes podem ser rapidamente e facilmente convertidos em dinheiro para 
a empresa, se necessário, e, sem perdas significativas – até mesmo com valorização. 
 
Equivalentes de caixa também servem como um dos indicadores de saúde mais 
importantes do sistema financeiro de uma empresa. Os analistas também podem estimar 
se é bom investir em uma determinada empresa por meio de sua capacidade de gerar caixa 
e equivalentes de caixa, já que reflete como uma empresa é capaz de pagar suas contas 
ao longo de um curto período de tempo. Empresas com grandes quantidades de caixa e 
 
 
23 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
equivalentes a dinheiro são alvos principais de empresas maiores que planejam adquirir 
empresas menores. 
 
 
 
Na definição de equivalentes de caixa, além do disposto nos itens 7 a 10 do 
CPC 03, deve ser observado que: (Res 3604 art. 3º) 
(a) para ser considerado equivalente de caixa, um investimento deve ter, na 
data de aquisição, prazo de vencimento igual ou inferior a noventa dias; 
(b) investimentos em instrumentos de capital não são considerados 
equivalentes de caixa, a menos que, em essência, preencham os requisitos 
previstos no CPC 03 e neste Plano Contábil. (BC, 2019). 
 
Tendo em vista o disposto em lei, alguns desses investimentos em renda fixa, podem 
ser considerados equivalentes de caixa: títulos públicos federais, debêntures, CDBs, 
Fundos de Renda Fixa e Comercial Papers. 
 
Títulos do Tesouro 
Os títulos do Tesouro são comumente chamados de “tesouro direto”, títulos emitidos 
pelo governo federal, que remuneram com juros e/ou deságio no preço de compra do título, 
ou, ainda, com correção monetária dos títulos, de qualquer maneira, eles têm liquidez diária 
e, na maioria dos casos, quando vendidos antecipadamente no mercado secundário 
resultam em lucro, sendo assim, são uma alternativa para os excedentes de caixa. 
 
Comercial Papers 
Os papéis comerciais ou comercial papers são usados por grandes empresas para 
receber fundos para atender obrigações de dívida de curto prazo, como a folha de 
pagamento de uma corporação. É apoiado por bancos emissores ou empresas que 
prometem cumprir e pagar o valor nominal na data de vencimento designada fornecida na 
nota. Têm seu rendimento atrelado às taxas Di e/ou Selic e boa liquidez. 
 
Letras de Crédito e CDBs 
CDBs são títulos de dívida emitidos por instituições financeiras, podem ter liquidez 
diária ou ser negociados em mercado secundário, rendem proporcional às taxas Di e Selic. 
As letras de crédito têm isenção fiscal, mas liquidez limitada pela falta de mercado 
secundário, em alguns casos, e por vezes pela exigência de prazo mínimo de aplicação. 
 
 
24 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Fundos de renda fixa 
Os fundos de renda fixa são uma modalidade de investimento, muito comum em 
bancos e algumas corretoras, em suma, o capital é aplicado em ativos de renda fixa, ou 
seja, há uma probabilidade baixa de perdas, além disso, os valores a serem aplicados 
inicialmente podem ser baixos, tem liquidez diária, na sua maioria, e custos que variam de 
alto à baixo. Se houver uma boa pesquisa por parte da empresa, podem resultar em 
retornos aceitáveis à curto prazo. 
 
Debêntures 
Os títulos de dívida privada, ou debêntures, apresentam uma rentabilidade, na 
maioria das vezes, superior dentre os vários ativos de renda fixa, porém, muitas delas têm 
uma limitação de prazo de venda que chega há 1 ano, reduzindo sua liquidez. 
 
As finalidades de cada alternativa 
Existem várias razões pelas quais uma empresa pode armazenar seu capital em 
equivalentes de caixa. Um deles, fazem parte do capital de giro líquido da empresa (ativo 
circulante menos passivo circulante), que ele usa para comprar estoques, cobrir despesas 
operacionais e fazer outras compras. Eles também fornecem uma reserva de segurança 
para a empresa rapidamente converter em dinheiro se os tempos se tornarem enxutos. 
Finalmente, eles podem ser usados para financiar uma aquisição. As empresas geralmente 
armazenam dinheiro nesses títulos prontamente conversíveis, a fim de obter juros enquanto 
esperam para usá-lo, aproveitando assim, o custo de oportunidade do dinheiro ocioso. 
 
 
 
25 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. CICLO OPERACIONAL E CICLO DE CAIXA 
3.1. Introdução 
O Ciclo Operacional (OC) refere-se ao tempo necessário (em dias) para que um 
negócio receba seu estoque ou matérias-primas (produtos inacabados), realize a atividade 
produtiva (se houver), venda os estoques de mercadorias (produtos acabados) e receba o 
dinheiro proveniente da venda desse estoque. O ciclo desempenha um papel importante 
na determinação da eficiência de um negócio. 
 
A equação base do Ciclo Operacional é: 
𝐶𝑂 = 𝑃𝑀𝑅𝐸 + 𝑃𝑀𝑅𝑉 onde, 
CO = Ciclo Operacional; 
PMRE = Prazo Médio de Renovação de Estoques 
PMRV = Prazo Médio de Recebimento de Vendas 
 
 
 
Importância do Ciclo Operacional 
O ciclo operacional oferece uma visão sobre a eficiência operacional de uma 
empresa. Um ciclo mais curto é o preferido e indica um negócio mais eficiente 
e bem-sucedido, com alto giro de capital. Um ciclo mais curto indica, também, 
que uma empresa poderá recuperar seu investimento rapidamente e possui 
dinheiro suficiente para cumprir suas obrigações. Se por outro lado, o ciclo 
operacional de uma empresa é longo, isso indica um tempo maior para uma 
empresa transformar suas compras em estoque em dinheiro, o que pode 
implicar uma maior necessidade de caixa e num maior risco de crédito da 
empresa por falta de liquidez. 
 
Porém, encontrar o PMRE e o PMRV exigem mais algumas contas e análises de 
dados do balanço patrimonial e demonstrativo de resultados do exercício. 
 
A equação do Prazo Médio de Renovação de Estoques se dá: 
𝑃𝑀𝑅𝐸 = 360 𝐺𝑖𝑟𝑜⁄ 𝑑𝑒𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 
Logo, temos que o Giro de Estoques se dá pela equação: 
𝐺𝑖𝑟𝑜𝑑𝑒𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = 𝐶𝑀𝑉 𝐸𝑀⁄ onde, 
 
 
26 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
CMV = Custo da Mercadoria Vendida (pode ser obtido na DRE) 
EM = Estoque Médio (Média da variação dos estoques entre o início e fim do BP) 
Aritmeticamente podemos deduzir a equação do PMRE para: 
𝑃𝑀𝑅𝐸 = (𝐸𝑀 𝐶𝑀𝑉⁄ ) ∗ 360 
Quaisquer das duas equações adotadas, o resultado nos dirá quantos dias levam 
para que os estoques da empresa sejam renovados ou repostos, isso considerando uma 
visão geral sem distinções entre matérias-primas, insumos e produtos inacabados, também 
é uma estatística crua, ou seja, se a empresa tiver uma variedade de produtos e apenas 
um ou dois deles que se renovam constantemente, eles irão afetar o resultado do indicador, 
logo, dependendo da empresa, será necessário um cálculo mais detalhado, porém, o PMRE 
para compreensão do Ciclo Operacionalé uma estatística válida. 
 
 
Assim sendo, quanto menor o giro de estoques ou maior o estoque médio maior 
será o PMRE e, logo, maior será o ciclo operacional. Isso pode se dar por conta da 
estratégia produtiva adotada pela empresa, quanto mais rápido uma empresa 
atende aos pedidos de seus clientes, maior será seu giro de estoque, o que pode 
implicar em maiores custos para empresa em comparação com um giro de 
estoque menor. Tudo irá depender do custo de oportunidade entre a manutenção 
de um elevado nível de estoques com a alternativa de um estoque reduzido e 
caixa disponível, ou ainda, estoques baixos e vendas a prazo com tempo de 
entrega do produto final estendido, dando margem para a produção trabalhar, é 
como se a empresa produzisse apenas depois de vender o produto ao invés de 
vender o produto já pronto e em estoque. 
Resumindo, quanto maior o PMRE maior poderá vir a ser o Ciclo Operacional – 
existem diversos motivos para o aumento do PMRE – e isso não é, 
necessariamente, algo positivo ou negativo. 
 
 
Definidos o PMRE, vamos ver a segunda parte da equação do ciclo operacional: o 
Prazo médio de recebimento de vendas. 
𝑃𝑀𝑅𝑉 = 360 𝑅𝑅⁄ onde, 
RR = Rotatividade de Recebíveis, logo, temos: 
𝑅𝑜𝑡𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑑𝑒𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏í𝑣𝑒𝑖𝑠 =
𝑅𝑂𝐿
𝐷𝑅𝑀
 onde, 
ROL = Vendas Líquidas ou ROL (obtida na DRE) 
 
 
27 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
DRM = Duplicatas a Receber ou Contas a Receber Médias (diferença a conta 
Clientes ou Duplicatas a Receber no começo e final do período do BP) 
Assim, podemos unir aritmeticamente as equações para: 
𝑃𝑀𝑅𝑉 = 𝐷𝑅𝑀 ∗ 360 𝑅𝑂𝐿⁄ 
Agora, com todas as suas ramificações, podemos elaborar melhor a equação do 
Ciclo Operacional: 
𝐶𝑂 =
360
𝐶𝑀𝑉 𝐸𝑀⁄
+
360
𝑅𝑂𝐿 𝐷𝑅𝑀⁄
 ou 
𝐶𝑂 =
360∗𝐸𝑀
𝐶𝑀𝑉
+
360∗𝐷𝑅𝑀
𝑅𝑂𝐿
→ 𝐶𝑂 = 360 (
𝐸𝑀
𝐶𝑀𝑉
+
𝐷𝑅𝑀
𝑅𝑂𝐿
) 
Uma empresa pode reduzir seu CO de duas maneiras: 
1. Acelerar a venda de seu estoque: aumento do giro de estoque 
2. Reduzir o tempo necessário para coletar recebíveis: política de crédito mais rígida. 
 
 
 
 Dinheiro, contas a receber, estoques e contas a pagar são frequentemente 
discutidos juntos porque representam as partes móveis envolvidas no ciclo 
operacional da empresa (um termo sofisticado que descreve o tempo que leva, 
do início ao fim, de comprar ou produzir estoque, vendê-lo, e coletar dinheiro 
para isso). 
 
Por exemplo, se um revendedor de eletrodomésticos levar 60 dias em média para 
vender o seu estoque e outros 30 dias em média para coletar o pós-venda em dinheiro, o 
ciclo operacional será de 90 dias. 
 
 
28 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Em outras palavras, levam 90 dias entre o momento de compra – não 
necessariamente o pagamento por ele que pode vir a ser a prazo – do estoque até o 
recebimento do pagamento pela venda desse estoque – da mesma maneira que o 
pagamento do estoque para o fornecedor pode ser postergado, as vendas podem ser feitas 
à crédito, à prazo. 
 
 
 
 Conceitualmente, o ciclo operacional é a quantidade de dias que leva entre o 
momento da decisão de compra de compra de estoque e/ou matérias-primas 
até o recebimento do dinheiro referente à venda das mercadorias/estoque, 
esse período englobará todo o processo produtivo, o tempo que leva entre o 
recebimento dos estoques/matérias-primas e o seu pagamento, a venda das 
mercadorias – à vista e/ou a prazo – e seu efetivo pagamento. 
 
Da mesma maneira que as empresas vendem à crédito para seus clientes, elas 
também buscam comprar seu estoque com crédito, dessa forma, um conceito relacionado 
é o ciclo operacional líquido (ou ciclo de conversão de caixa), que influencia na compra e 
venda a crédito. Em nosso exemplo, se o varejista comprar o estoque a crédito junto ao 
fornecedor, para pagar daqui há 30 dias, mas, sabendo que ele leva 90 dias para receber 
o dinheiro referente as suas vendas, logo, ele precisará ter dinheiro disponível com pelo 
menos 60 dias de antecedência. Ou seja, o tempo do ciclo operacional subtraído do tempo 
de crédito que ele tem junto aos fornecedores, 90 – 30 = 60 dias. 
3.2. Ciclo Operacional Líquido (Ciclo de Caixa) vs Ciclo Operacional 
O ciclo operacional (CO) é frequentemente confundido com o ciclo operacional 
líquido (COL), que também é conhecido como ciclo de conversão de caixa (CCC) ou, 
apenas, ciclo financeiro. Ele indica quanto tempo leva para a empresa receber o dinheiro 
da venda de seu estoque. Para diferenciar os dois: 
• Ciclo Operacional Bruto: O período de tempo entre a compra do estoque e o 
dinheiro coletado da venda do estoque. 
• Ciclo Operacional Líquido: O período de tempo entre o pagamento do estoque 
e o dinheiro coletado da venda do estoque. 
Além disso, a fórmula para o CCC é a seguinte: 
𝐶𝐶𝐶 = 𝑃𝑀𝑅𝐸 + 𝑃𝑀𝑅𝑉 − 𝑃𝑀𝑃𝐶 
 
 
29 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A diferença entre as duas fórmulas está no PMPC, o prazo médio de contas a pagar. 
 
Isso é feito porque o CCC está preocupado apenas com o tempo entre o pagamento 
do fornecedor e o efetivo recebimento pelas vendas, ou seja, da primeira saída efetiva de 
dinheiro até a primeira entrada efetiva de dinheiro, por isso o nome ciclo de caixa. 
 
 
 
 O ciclo de conversão de caixa (CCC) é uma métrica que expressa o tempo 
(medido em dias) necessário para uma empresa converter seus investimentos 
em estoque e outros recursos em fluxos de caixa de vendas. Também chamado 
de Ciclo Operacional Líquido ou simplesmente Ciclo de Caixa, o CCC tenta 
medir por quanto tempo cada centavo de entrada líquido é amarrado no 
processo de produção e vendas antes de ser convertido em dinheiro recebido. 
Essa métrica leva em conta quanto tempo a empresa precisa para vender seu 
estoque, quanto tempo leva para coletar recebíveis e quanto tempo tem para 
pagar suas contas sem incorrer em penalidades. 
 
Assim sendo, é preciso calcular o PMPC, esse indicador refere-se ao número médio 
de dias que uma empresa leva para pagar suas contas a pagar (Fornecedores). Portanto, 
os dias a pagar pendentes medem quão bem uma empresa está gerenciando suas contas 
a pagar. 
 
Um PMPC de 20 significa que, em média, a empresa leva 20 dias para pagar seus 
fornecedores, quanto melhor o relacionamento da empresa com seus fornecedores maiores 
os prazos para pagamento acertados, logo, menor será o tempo em que a empresa 
precisará ter de caixa disponível para manter seu giro. 
 
Se tal política de crédito com os fornecedores for planejada em conjunto com a 
política de crédito aos consumidores, a empresa conseguirá reduzir o tempo que ficará 
dependente do caixa resultante das suas vendas, agora, se o prazo de crédito ofertado aos 
seus clientes for muito extenso, o cenário muda. 
 
A fórmula do PMPC envolve calcular o quanto de Compras foram efetuados no 
período, a média de contas a pagar (Fornecedores) e multiplicar isso pelo período em 
questão. 
 
 
30 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Vejamos as equações: 
𝑃𝑀𝑃𝐶 =
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑀
𝐶
∗ 360, onde, 
Fornec M = Média da variação de contas a pagar (Fornecedores) do início ao fim do 
BP. 
C = Compras = Diferença de Estoques entre o final e o início do BP somado ao CMV 
𝐶 = 𝐶𝑀𝑉 + (𝐸𝑓 − 𝐸𝑖) 
Assim sendo, podemos fazer a aritmética e elaborar a equação em detalhes: 
𝐶𝐶𝐶 =
360∗𝐸𝑀
𝐶𝑀𝑉
+
360∗𝐷𝑅𝑀
𝑅𝑂𝐿
−
360∗𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑀
𝐶
→ 𝐶𝑂 = 360 (
𝐸𝑀
𝐶𝑀𝑉
+
𝐷𝑅𝑀
𝑅𝑂𝐿
−
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑀
𝐶
) 
 
A imagem a seguir ilustra a diferença entre os dois ciclos: 
 
Adicionalmente a esses dois ciclos temos o econômico, que visa apenas avaliar o 
tempo que leva entre a entrada e a saída das mercadorias do estoque da empresa, ou seja, 
o processo produtivo, sem considerar os fluxos de caixa, porisso, o ciclo econômico é igual 
ao Prazo Médio de Estocagem. 
 
 
31 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Entre esses vários ciclos temos os indicadores, as equações que demonstram o 
tempo de estocagem (PME e Giro de Estoque), a política de crédito com fornecedores 
(PMPC e Giro de Débitos) e política de vendas (PMRV e Giro de crédito). 
 
Vejamos um gráfico representando em detalhes o Ciclo Operacional, Ciclo 
Econômico e Ciclo de Caixa, com seus respectivos indicadores: Prazo médio de renovação 
de estoques, Prazo médio de recebimento de vendas e Prazo médio de pagamentos de 
compras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 Gestão de Capital de Giro 
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Agora, temos um fluxo temporal dos ciclos: 
 
 
3.3. Inferências Possíveis sobre o CCC e CO 
Quando analisamos os prazos médios que compõem o ciclo operacional e ciclo de 
conversão de caixa, podemos fazer algumas inferências com relação como a atividade da 
empresa está sendo financiada, sua necessidade de capital de giro e assim por diante. 
 
Quanto ao financiamento das operações, podem ocorrer situações diversas: 
1. Se o PMPC for maior do que o PMRE, os fornecedores financiarão as fases de 
produção, a estocagem e parte das vendas da empresa; 
2. Se o PMPC for menor do que o PMRE, a empresa deve obter financiamentos para 
operacionalizar suas vendas e para parte do tempo em que a mercadoria fica no 
estoque. 
 
Vejamos as ilustrações possíveis: 
 
Cenário 1: Os fornecedores financiam totalmente os estoques e uma parte das 
vendas 
 
 
 
33 Gestão de Capital de Giro 
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Cenário 2: Os fornecedores financiam apenas parte dos estoques 
 
 
Notem como é afetado o Ciclo de Caixa, por isso, a gestão de estoques e compras 
a pagar é fundamental na definição do capital de giro da empresa e na gestão de caixa, 
normalmente, o PMRV é a referência base para o cálculo de definição de necessidade de 
capital de giro, mas quando o PMPC é muito curto, isso impacta o Ciclo de Caixa, 
aumentando ele, consequentemente, aumentando a necessidade de capital de giro. 
Logicamente, temos outros fatores envolvidos, mas, como veremos na próxima unidade, o 
ciclo operacional e de caixa são os principais fatores na definição das necessidades de 
capital de giro mínimo. 
 
 
34 Gestão de Capital de Giro 
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3.4. O que o ciclo de conversão de caixa lhe diz? 
Aumentar as vendas de estoque para obter lucro é a principal forma de uma empresa 
gerar mais lucros. Mas como alguém vende mais coisas? Se o dinheiro é facilmente 
disponível em intervalos regulares, pode-se produzir mais vendas para lucro, pois a 
disponibilidade frequente de capital leva a mais produtos para fabricar e vender. Uma 
empresa pode adquirir estoque a crédito, o que resulta em contas a pagar (Fornecedores). 
Uma empresa também pode vender produtos a crédito, o que resulta em contas a receber 
(Clientes). Portanto, o caixa não é um fator até que a empresa pague as contas a pagar e 
receba as contas a receber. Assim, o timing é um aspecto importante do gerenciamento de 
caixa. 
 
O CCC rastreia o ciclo de vida do dinheiro usado para uma atividade comercial. Ele 
segue o dinheiro à medida que é convertido em estoque e contas a pagar, em seguida, em 
despesas de desenvolvimento de produtos ou serviços, através de vendas e contas a 
receber, e depois de volta ao dinheiro em mãos. Essencialmente, a CCC representa a 
rapidez com que uma empresa pode converter o caixa investido de inicial (investimento) 
para final (retorno). Quanto menor o CCC, melhor. 
 
Gerenciamento de estoques, realização de vendas e contas a pagar são os três 
principais ingredientes de um negócio. Se qualquer um desses itens for feito de maneira 
aleatória - por exemplo, gerenciamento incorreto do estoque, restrições de vendas ou 
contas de pagamento aumentando em número, valor ou frequência - o negócio está prestes 
a sofrer. 
 
Além do valor monetário envolvido, a CCC contabiliza o tempo envolvido nesses 
processos que fornece outra visão da eficiência operacional da empresa. Além de outras 
medidas financeiras, o valor da CCC indica a eficiência com que a administração de uma 
empresa está usando os ativos e passivos de curto prazo para gerar e remanejar o caixa e 
dá uma olhada na saúde financeira da empresa em relação à administração de caixa. A 
figura também ajuda a avaliar o risco de liquidez vinculado às operações de uma empresa. 
 
Se uma empresa atingiu todas as notas certas e está atendendo com eficiência às 
necessidades do mercado e de seus clientes, ela terá um valor CCC menor. 
 
 
 
35 Gestão de Capital de Giro 
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O CCC não pode fornecer inferências significativas como um número independente 
para um determinado período. Os analistas o utilizam para acompanhar um negócio em 
vários períodos de tempo e para comparar a empresa com seus concorrentes. O 
rastreamento da CCC de uma empresa em vários trimestres mostrará se ela está 
melhorando, mantendo ou piorando sua eficiência operacional. Ao comparar empresas 
concorrentes, os investidores podem analisar uma combinação de fatores para selecionar 
o melhor ajuste. Se duas empresas tiverem valores semelhantes para retorno sobre o 
patrimônio líquido (ROI) e retorno sobre ativos (ROA), pode valer a pena investir na 
empresa que tiver um valor de CCC menor. Isso indica que a empresa é capaz de gerar 
retornos semelhantes mais rapidamente. 
 
A CCC também é usada internamente pela administração da empresa para ajustar 
seus métodos de pagamento de compras de crédito ou cobranças de devedores em 
dinheiro. 
 
 
 
CCC aplica-se a setores selecionados 
A CCC tem uma aplicação seletiva para diferentes setores industriais com base 
na natureza das operações de negócios. A medida tem um grande significado 
para os varejistas como Walmart, Magazine Luiza ou Casas Bahia, que estão 
envolvidos na compra e gestão de estoques e vendê-los aos clientes. Todas 
essas empresas podem ter um valor positivo alto de CCC. 
No entanto, o CCC não se aplica a empresas que não têm necessidade de 
gerenciamento de estoque. Empresas de software que oferecem programas 
de computador por meio de licenciamento, por exemplo, podem realizar 
vendas (e lucros) sem a necessidade de gerenciar estoques. Da mesma forma, 
empresas de seguros ou de corretagem não compram itens por atacado para 
o varejo, então a CCC não se aplica a elas. 
As empresas podem ter CCCs negativos, como os varejistas on-line Mercado 
Livre e Amazon. Geralmente, os varejistas on-line recebem fundos em suas 
contas para vendas de mercadorias que realmente pertencem e são servidas 
por vendedores terceirizados que usam a plataforma on-line. No entanto, 
essas empresas não pagam os vendedores imediatamente após a venda, mas 
podem seguir um ciclo de pagamento mensal ou baseado em limites. Esse 
mecanismo permite que essas empresas mantenham o dinheiro por um 
período de tempo mais longo, de modo que muitas vezes acabam com um CCC 
negativo. Além disso, se as mercadorias forem fornecidas diretamente pelo 
 
 
36 Gestão de Capital de Giro 
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vendedor terceirizado ao cliente, o varejista on-line nunca manterá nenhum 
estoque internamente. 
Um artigo da Harvard Business Magazine atribui o CCC negativo como um 
fator-chave na sobrevivência da Amazon da bolha pontocom de 2000. Operar 
com um CCC negativo se tornou uma fonte de caixa para a empresa, em vez 
de ser um custo para ela. 
 
Por outro lado, quando o ciclo de conversão de caixa (CCC) aumenta, isso levará ao 
declínio da rentabilidade de uma empresa típica. Assim, os proprietários/gerentes podem 
criar um valor positivo para os proprietários do negócio,manipulando o ciclo adequado de 
conversão de caixa (CCC) e mantendo cada componente diferente em um nível. Estudos 
empíricos anteriores resumem um resultado misto, alegando que há uma forte relação 
negativa entre a lucratividade, medida pelo lucro operacional bruto, e o ciclo de conversão 
de caixa. 
 
O CCC é uma das várias medidas quantitativas que ajuda a avaliar a eficiência das 
operações e gerenciamento de uma empresa. Uma tendência de valores CCC 
decrescentes ou constantes ao longo de vários períodos é um bom sinal, enquanto os 
crescentes devem levar a mais investigações e análise com base em outros fatores. Deve-
se ter em mente que o CCC se aplica apenas a setores selecionados, dependentes do 
gerenciamento de estoques e operações relacionadas, o CCC diferirá pelo setor industrial 
com base na natureza das operações de negócios. 
 
Empresas em setores econômicos mais dinâmicos deveram ter ou buscar ter um 
CCC menor, empresas de ambientes menos dinâmicos por outro lado, um CCC maior não 
será, necessariamente, algo ruim. Resumindo, o ambiente de inserção da empresa importa 
muito na definição do que é ou não é um CCC adequado. 
 
 
 
37 Gestão de Capital de Giro 
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4. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO E FONTES DE CAPITAL DE 
GIRO 
4.1. Necessidade de Capital de Giro 
O capital de giro desempenha um papel vital nos negócios. Esse capital permanece 
bloqueado em matérias-primas, trabalhos em andamento, produtos acabados e com 
clientes. 
 
 
 
 A necessidade de capital de giro é determinada, entre outros fatores, pela 
diferença entre o momento do pagamento do fornecedor e os recebimentos 
efetivos resultantes das vendas, logicamente, os valores recebidos à vista são 
deduzidos do cálculo, assim como, outros ajustes podem vir a ser feitos. 
 
A Necessidade de Capital de Giro é obtida mediante a compreensão e cálculo dos 
ciclos Operacional e de Conversão de Caixa, como visto na unidade anterior, assim sendo, 
quanto maior o CCC maior será a necessidade de capital de giro da empresa, afinal, mais 
tempo vai levar para ela receber o dinheiro das vendas, só que, as despesas e custos não 
esperam o dinheiro da vendas cair na conta da empresa, assim sendo, a empresa precisa 
ter à sua disposição dinheiro e equivalentes de caixa com alta liquidez à sua disposição 
durante esse período, motivo pelo qual o PMPC – o relacionamento da empresa com seus 
fornecedores – impacta na necessidade de capital de giro. 
 
Por outro lado, buscar a redução do CCC a qualquer custo pode não ser algo positivo 
para empresa, uma elevada necessidade de capital de giro apenas indica que a empresa 
precisa ter uma margem de segurança maior, reduzir o CCC para reduzir a necessidade de 
capital de giro implica em pelo menos duas mudanças estratégicas: 
1. Alteração do ritmo produtivo para reduzir o Giro de Estoque, reduzindo o 
impacto do PMPC; ou 
2. Enrijecer às políticas de crédito aos clientes para reduzir o PMRV. 
 
Essas são as duas alternativas de impacto mais imediato sobre o CCC e 
consequentemente, sobre a necessidade de capital de giro, é logico e evidente que tais 
medidas tem um impacto direto sobre os custos e faturamento da empresa, o que envolve, 
 
 
38 Gestão de Capital de Giro 
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portanto, uma discussão mais ampla, de âmbito estratégico e de longo prazo para a 
empresa e sua gestão, motivo pelo qual, a definição do montante de capital de giro não é 
algo trivial, de fato, é uma das questões chave na sobrevivência das empresas. 
As necessidades de capital de giro são as seguintes: 
I. É necessário capital de giro adequado para manter um suprimento regular de 
matérias-primas, o que, por sua vez, facilita o funcionamento do processo de produção. 
II. O capital de giro assegura o pagamento regular e pontual de salários e 
vencimentos, melhorando assim a moral e a eficiência dos empregados. 
III. O capital de giro é necessário para o uso eficiente dos ativos fixos. 
IV. Para aumentar a boa vontade, é necessário um nível saudável de capital de giro. 
É necessário construir uma boa reputação e fazer pagamentos aos credores a tempo. 
V. O capital de giro ajuda a evitar a possibilidade de subcapitalização. 
VI. Realização de compras planejadas, para obter descontos, ou pagamentos 
adiantados. 
VII. O capital de giro é necessário para pagar uma taxa justa de dividendos e juros 
no tempo, o que aumenta a confiança dos investidores na empresa. 
 
 
 
Uma ferramenta mais útil para determinar suas necessidades de capital de giro 
é o ciclo operacional. O ciclo operacional analisa os ciclos de contas a receber, 
estoques e contas a pagar em termos de dias. Em outras palavras, as contas a 
receber são analisadas pelo número médio de dias necessários para coletar 
uma conta. O estoque é analisado pelo número médio de dias necessários para 
entregar a venda de um produto (do ponto em que ele chega até o ponto em 
que é convertido em dinheiro ou em uma conta a receber). As contas a pagar 
são analisadas pelo número médio de dias necessários para pagar uma fatura 
do fornecedor. 
A maioria das empresas não pode financiar o ciclo operacional (dias de contas a 
receber + dias de estoque) apenas com financiamento de contas a pagar. 
Consequentemente, é necessário financiamento de capital de giro. Esse déficit é 
normalmente coberto pelos lucros líquidos gerados internamente ou por fundos externos 
emprestados ou por uma combinação dos dois. 
 
A maioria das empresas precisa de capital de giro de curto prazo em algum momento 
de suas operações. Por exemplo, os varejistas precisam encontrar capital de giro para 
 
 
39 Gestão de Capital de Giro 
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financiar o acúmulo sazonal de estoque entre setembro e novembro para as vendas de 
Natal. Mas mesmo um negócio que não é sazonal ocasionalmente experimenta os meses 
de pico quando os pedidos são excepcionalmente altos. Isso cria uma necessidade de 
capital de giro para financiar o estoque resultante e o acúmulo de contas a receber. 
 
Algumas pequenas empresas têm reservas de caixa suficientes para financiar as 
necessidades sazonais de capital de giro. No entanto, isso é muito raro para um novo 
negócio. Se o seu novo empreendimento tiver necessidade de capital de giro de curto prazo 
durante seus primeiros anos de operação, você terá várias fontes potenciais de 
financiamento. O importante é planejar com antecedência. Se você for pego de surpresa, 
você pode perder a única grande encomenda que poderia colocar o seu negócio sobre a 
corcunda. 
 
Assim sendo, podemos definir a equação geral de Necessidade de Capital de Giro 
como: 
NCG = Ativo Circulante Operacional – Passivo Circulante Operacional 
Por sua vez, isso pode ser expresso por: 
NCG = Contas a Receber + Estoques – Contas a Pagar 
Outra maneira de obter a NCG se dá pela conta do Capital de Giro: 
Capital de Giro Líquido = Ativo Circulante Total* – Passivo Circulante Total* 
* Retiramos desse valor os Empréstimos Tomados pela Empresa, uma vez que estes 
vão para o Caixa da empresa para financiar suas atividades, da mesma forma, retiramos o 
Caixa e Equivalentes de Caixa da Equação. 
NCG = Capital de Giro Líquido + Empréstimos 
Além disso, podemos obter essa resposta em dias: 
NCG = PMRV – PMPC 
 
Após esses cálculos, vamos obter três possíveis resultados, NCG positivo, negativo 
e neutro: 
• NCG Positivo nos diz que a empresa consegue gerar o caixa necessário para 
financiar suas atividades, isso significa dizer que o lapso temporal entre as 
 
 
40 Gestão de Capital de Giro 
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obrigações e direitos da empresa é suficiente para que entre caixa suficiente e no 
tempo hábil para realizar os pagamentos. Ou, que as recentes entradas de caixa 
mediante empréstimos foram suficientespara suprir a necessidade de capital de giro 
e, ainda, sobrar caixa disponível. 
• NCG Neutro nos diz que há um equilíbrio entre as saídas e entradas de caixa da 
empresa em tempo hábil, e/ou, que os empréstimos e financiamentos tomados pela 
empresa foram exatamente suficientes para suprir suas necessidades de caixa, 
pagando todas as obrigações em tempo hábil. 
• NCG Negativo nos diz que há falta de capital de giro para cumprir com as obrigações 
da empresa, logo, ela terá de tomar medidas para obter financiamento, buscando 
fontes internas ou externas, se a empresa fez empréstimos nesse cenário, significa 
também que estes foram mal provisionados pois não foram suficientes. 
◦ Interessante mencionar que esse cenário é o mais comum, muitas vezes as 
empresas não têm capital de giro suficiente e precisam recorrer a empréstimos, 
o problema é que muitos gestores não têm um conhecimento adequado de 
finanças corporativas, logo, esquecem que os juros provenientes desses 
empréstimos vão aumentar a necessidade de capital de giro da empresa, isso 
num país com as maiores taxas de juros do mundo pode ser fatal para a empresa. 
 
Como podemos ver, o NCG é uma variável dinâmica, assim como o capital de giro 
é, logo, precisa ser calculado periodicamente e constantemente revisto. 
 
4.2. Fontes de financiamento de capital de giro 
Aqui estão as cinco fontes mais comuns de financiamento de capital de giro de curto 
prazo: 
1. Capital Social: O Capital Social refere-se aos aportes de capital feito pelos sócios-
fundadores da empresa, normalmente é a principal fonte de capital de giro e de 
capital fixo, também, nas empresas em seus primeiros anos. Além disso, em 
determinados momentos de crise os “donos” da entidade podem vir a atuar 
financeiramente para evitar a inadimplência ou falência da empresa fazendo novos 
aportes de capital. 
 
 
41 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. Crédito junto aos Fornecedores: A empresa pode buscar junto aos seus 
fornecedores uma dilatação do prazo de pagamento pelas mercadorias, insumos 
e/ou serviços adquiridos, essa dilatação pode ser essencial para evitar redução da 
liquidez da empresa, uma vez que esse tempo a mais para pagar suas obrigações 
junto aos seus fornecedores pode ser exatamente o tempo que falta para os 
recebimentos dos clientes serem depositados. Essa estratégia pode ocorrer de duas 
maneiras distintas: 
◦ A primeira é decorrente de um bom relacionamento entre Empresa e seu 
Fornecedor, se houver um histórico passado de pagamentos sucessivos e no 
prazo, o Fornecedor pode estar mais disposto a conceder dilatações no prazo de 
pagamento para manter o cliente – lembre-se que o fornecedor também é uma 
empresa, com concorrentes e capital de giro, vivenciando as mesmas 
dificuldades – podendo, inclusive, conceder essa dilatação sem custos adicionais 
ou condicionantes como um seguro fiança ou promissória. 
◦ A segunda é decorrente de uma relação financeira e comercial, qualquer 
empresa no mundo de hoje precisa estar disposta a ceder na relação de 
pagamento, ou seja, fornecer crédito direto ao seu cliente (CDC) sem 
intermédios, dessa forma, haverá a seguinte situação: preço à vista com 
desconto ou preço a prazo. Isso abre uma questão do lado da empresa, ela 
deverá avaliar financeiramente se pagar à vista vale a pena ou não comparando 
a Taxa de Desconto aplicada pelo Fornecedor com a Taxa de Juros Bancária de 
Curto Prazo, sendo a Taxa de Desconto Maior do que a Taxa de Juros do banco 
para um empréstimo no mesmo prazo, vale a pena pegar o empréstimo e 
comprar a mercadoria à vista com desconto, em caso contrário, é conveniente 
pagar a mais com um prazo dilatado. 
3. Antecipação de Recebíveis: Em muitos casos, o lapso temporal entre Contas a 
Receber e Contas a Pagar – aliado à falta de planejamento financeiro da empresa – 
ou em momentos de crise econômica – que reduzem muito as vendas à vista da 
empresa e a forçam a conceder mais crédito aos seus consumidores do que a sua 
capacidade financeira permite – forçam a empresa a Antecipar seus recebíveis, isso 
significa que a empresa vai ter que ir no mercado financeiro bancário e realizar uma 
operação chamada de Desconto Bancário. Nessa operação à empresa “vende” suas 
Contas a receber, após uma dedução de juros – com base numa taxa de juros 
negociável e no prazo de vencimento desses recebíveis –, ela recebe à vista o 
 
 
42 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
dinheiro – logicamente, menos do que se espera-se o vencimento – e o utiliza para 
quitação de suas obrigações imediatas. 
 
 
 
Venda a prazo e Antecipação de recebíveis – uma aposta da empresa 
Quando uma empresa vende a prazo é gerado uma nota fiscal referente à 
venda e, em contrapartida, uma dívida é gerada entre o cliente e empresa – 
chamado de Recebível. Tal processo pode ser feito mediante a intermediação 
de uma instituição financeira, como cartão de crédito ou emissão de boletos, 
ou, pode ser feita independentemente pela empresa com carnês ou cheques. 
Se feita mediante carnê – uma forma de crédito direto ao consumidor em que 
a loja é a fiduciária e financeira por trás – o cliente terá de fazer um cadastro 
na empresa ou loja, dados serão coletados, e um documento entre as partes 
emitido, é um compromisso do cliente para com a empresa. Se feito mediante 
Cheque, a empresa assume5 que o banco avaliou o cliente antes de lhe 
conceder o cheque, ao aceitar o cheque do cliente um compromisso entre 
ambos é estabelecido. Em ambos os casos, é uma estratégia de altíssimo risco 
tendo em vistas o risco de inadimplência do cliente e a falta de uma instituição 
financeira intermediando o processo6, pois todo o risco de crédito dessa 
operação fica para a empresa. Sendo assim, o ideal é se certificar de que o 
cliente tem um bom histórico de pagamento ou que haja uma forte relação de 
confiança entre cliente e empresa. Se feito mediante utilização de Cartão de 
Crédito ou Emissão de Boletos, o risco é ligeiramente menor, pois há um 
intermediário atuando junto, da mesma maneira, uma nota fiscal é emitida e 
um compromisso de pagamento gerado mediante o Boleto ou Fatura do 
Cartão de Credito, em ambos os casos, se for pago à vista o dinheiro é recebido 
após o pagamento ser efetuado pelo cliente, dentro de até 3 dias úteis, em 
caso de pagamento parcelado, a empresa vai recebendo conforme os 
pagamento são realizados pelo cliente, em caso de atraso ou não pagamento 
a empresa não recebe o dinheiro e precisará executar a dívida do cliente 
 
 
 
 
 
5 E r roneamente mui t as vezes , uma vez que a ve r i f i cação de r i sco de c réd i to no Bras i l é bas tante f a lha, se 
não fosse o caso não es tar íamos batendo reco rdes de inad implênc ia ano após ano. E o cheque não es ta r i a 
em ex t inção como es tá ho je , cada vez menos empresas ace i tam a sua u t i l i zação. 
6 O Banco d i f i c i lmente assume o r i sco de inad implênc ia de seus c l ien tes qu ando es tes u t i l i zam Cheque, 
Car t ão de Créd i to ou Bo le tos . 
 
 
43 Gestão de Capital de Giro 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
◦ Antecipação de Recebíveis via Factorings ou Bancos: Factorings são 
intermediadores financeiros de fomento que atuam com desconto de recebíveis. 
Quando uma empresa quer fazer a antecipação de suas contas a receber, ela 
deve separar os valores que tem a receber de seus clientes, levar à Factoring e 
esta irá descontar cada Recebível individualmente com uma Taxa de Desconto 
(%) e no prazo de vencimento, quanto maior o prazo de vencimento, maior o 
desconto. Sendo assim, é preferido que a empresa comece por descontar os 
recebíveis com menor prazo e menor valor até chegar o mais próximo da 
quantidade de capital necessário para suas necessidades imediatas. Quando 
utilizar uma

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