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ALUCINÓGENOS Poucos fármacos apresentam como ação primária à qualidade de induzir a estados perceptivos alterados remanescentes de sonhos. Muitos destes estados alterados são acompanhados por alterações brilhantes e coloridas do meio e por plasticidade de alterações constantes de forma e cor. O indivíduo sob a influência destes fármacos torna- se incapaz de tomar uma decisão normal, visto que o mesmo interfere com o pensamento racional. Estes compostos são conhecidos como alucinógenos ou psicotomiméticos. → Dietilamida do ácido lisérgico (LSD) Ocorre ativação do sistema nervoso simpático, o que causa dilatação pupilar, aumento da pressão sangüínea, piloereção e aumento da temperatura corpórea. Pequenas doses de LSD, por via oral, podem induzir a alucinações de cores brilhantes e também ocorrem alterações do humor. Têm ocorrido tolerância e dependência física, porém a verdadeira dependência é rara. Os efeitos adversos incluem hiperreflexia, náusea e fraqueza muscular. Elevadas doses, algumas vezes, em indivíduos suscetíveis, produzem alterações psicóticas de longa duração. O haloperidol e outros neurolépticos podem bloquear a ação alucinatória do LSD e rapidamente abortar esta síndrome. → Tetrahidrocanabinol Ele diminui a força muscular e dificulta muito a atividade motora refinada, bem como a necessária para dirigir automóvel. Aumenta o apetite, causa xerostomia, alucinações visuais, ilusões e aumento da atividade sensorial. Apesar da identificação de receptores ao THC em SNC, seu mecanismo de ação é desconhecido. Os efeitos do THC ocorrem imediatamente após o fumo da droga, porém seus efeitos máximos ocorrem após cerca de 20 minutos. Após 3 horas, os principais efeitos desaparecem. Os efeitos adversos incluem taquicardia, hipotensão e avermelhamento das conjuntivas oculares. Em doses elevadas, desenvolve-se psicose tóxica. Ocorrem tolerância e moderada dependência física com o uso freqüente e continuado do fármaco. O THC é usado, algumas vezes, quando da ocorrência de emese severa causada por agentes quimioterápicos anticâncer. → Fenciclidina (PCP) A fenciclidina, análogo da quetamina, causa anestesia dissociativa (insensibilidade à dor, sem perda da consciência) e analgesia. Neste estado, produz adormecimento de extremidades, andar cambaleante, falar pastoso e rigidez muscular. Algumas vezes, ocorre comportamento hostil e bizarro. Em dose aumentada, ocorre anestesia, estupor ou coma, porém, estranhamente, os olhos permanecem abertos. Existe sensibilidade aumentada a estímulos externos e as ações sobre o SNC podem persistir por semanas. Com o uso continuado, desenvolve-se, freqüentemente, tolerância. DOENÇA DE PARKINSON Visão Geral O parkinsonismo é distúrbio neurológico progressivo do movimento muscular caracterizado por tremores, rigidez muscular, bradicinesia (lentidão em iniciar e continuar os movimentos voluntários) e anomalias de postura e marcha. A doença de Parkinson é a quarta doença neurológica mais comum entre idosos, afetando 500.000 pessoas somente nos Estados Unidos. A maioria dos casos envolve indivíduos com idade de 65 anos, entre os quais a incidência é cerca de 1:100. → Etiologia Para a maioria dos pacientes a causa da doença de Parkinson é desconhecida. A doença correlaciona-se com redução na atividade dos neurônios dopaminérgicos inibitórios na substância negra e no estriato - partes do sistema de gânglios da base do encéfalo que são responsáveis pelo controle do movimento. Os fatores genéticos não desempenham papel dominante na etiologia da doença de Parkinson, embora possam ter alguma influência sobre a suscetibilidade individual. Parece cada vez mais provável que certo fator ambiental não-identificado possa ter influência na perda de neurônios dopaminérgicos. → Estratégia do tratamento Muitos dos sintomas do parkinsonismo refletem um desequilíbrio entre os neurônios colinérgicos excitatórios e o número de neurônios dopaminérgicos inibitórios, grandemente diminuído. A terapêutica visa a restaurar a dopamina nos gânglios da base e antagonizar o efeito excitatório dos neurônios colinérgicos, restabelecendo assim o correto balanço dopamina/acetilcolina. ⇒ Fármacos Usados na Doença de Parkinson Os fármacos atualmente disponíveis oferecem alívio temporário dos sintomas da doença, mas não interrompem nem revertem a degeneração neuronal causada por ela. Principais medicamentos para a Doença de Parkinson DROGA (PRINCÍPIO ATIVO) NOME COMERCIAL® MECANISMO DE AÇÃO LEVODOPA OU L-DOPA SINEMET/CRONOMET/´PROLOPA PRECURSORA DA BROMOCRIPTINA LISURIDE PRAMIPEXOL PRAMIPEXOL PERGOLIDA BIPERIDENO TRIHEXIFENIDIL AMANTADINA PARLODEL/BAGREN DOPERGIN MIRAPEX SIFROL CELANCE AKINETON ARTANE MANTIDAN DOPAMINA AGONISTA DOPAMINÉRGICO AGONISTA DOPAMINÉRGICO AGONISTA DOPAMINÉRGICO AGONISTA DOPAMINÉRGICO AGONISTA DOPAMINÉRGICO ANTICOLINÉRGICO ANTICOLINÉRGICO DOPAMINA ENDÓGENA SELEGILINA/L-DEPRENIL NIAR -DEPRILAN -JUMEXIL - INIBIDOR DA MAO-B (*) TOLCAPONE ENTACAPONE ELEPRIL TASMAR COMTAN INIBIDOR DA COMT(**) INIBIDOR DA COMT(**) (*) MAO-B = monoamino-oxidase B - (**) COMT-catecol-O-metil-transferase • Levodopa (L-dopa) e carbidopa A levodopa é um precursor metabólico da dopamina. Este fármaco restaura os níveis de dopamina nos centros extrapiramidais (substância negra) que se atrofiam no parkinsonismo. Em pacientes no início da doença, o número de neurônios dopaminérgicos residuais na substância negra (tipicamente cerca de 20% do normal) é adequado para a conversão da levodopa a dopamina. Assim, nos pacientes novos a resposta terapêutica a levodopa é consistente e eles raramente se queixam de que os efeitos do fármaco "desaparecem". Infelizmente, com o passar do tempo o número de neurônios decai e passa a haver menos células capazes de captar a levodopa exógena e convertê-la à dopamina para armazenagem e liberação posteriores. Conseqüentemente, aparecem variações do controle motor. A melhora proporcionada pela levodopa é apenas sintomática e perdura somente enquanto a droga está presente no organismo. → Mecanismo de ação a. Levodopa: Como o parkinsonismo é o resultado de insuficiência de dopamina em regiões específicas do cérebro, as tentativas feitas são no sentido de repor a dopamina faltante. Ela própria não atravessa a barreira sangue-cérebro, mas seu precursor imediato, a levodopa, é facilmente transportada para o SNC, sendo convertida a dopamina no cérebro. São necessárias doses altas de levodopa, pois grande parte e descarboxilada a dopamina na periferia, ocasionando efeitos periféricos adversos (náuseas, vômitos, arritmias cardíacas, hipotensão). b. Carbidopa: Os efeitos da levodopa no SNC podem ser muito aumentados pela administração concomitante de carbidopa, um fármaco inibidor da dopamina- descarboxilase que não atravessa a barreira hemato-encefálica. A carbidopa diminui o metabolismo da levodopa no trato gastrintestinal e nos tecidos periféricos; deste modo, aumenta a disponibilidade da levodopa no SNC. A utilizaçãoda carbidopa diminui em 4 a 5 vezes a dose de levodopa necessária e, conseqüentemente, diminui a gravidade dos efeitos adversos da dopamina formada na periferia. → Ações A levodopa diminui a rigidez, os tremores e outros sintomas do parkinsonismo. → Usos terapêuticos A levodopa, em associação com a carbidopa, constitui regime medicamentoso potente e eficaz atualmente disponível para o tratamento da doença de Parkinson. Em aproximadamente dois terços dos pacientes com doença de Parkinson, o tratamento com levodopa/carbidopa reduz substancialmente a gravidade da doença durante os primeiros anos de tratamento. Normalmente entre o terceiro e o quinto ano de terapia os pacientes sentem que a resposta terapêutica diminui. • Bromocriptina A bromocriptina é derivada da ergotamina (um alcalóide com ação vasoconstritora) e agonista de receptores dopaminérgicos. Este fármaco produz discreta resposta em pacientes que não reagem a levodopa, mas é freqüentemente empregado quando associado a ela em pacientes responsivos. A dose é gradativamente aumentada durante um período de 2 a 3 meses. Os efeitos adversos limitam bastante a utilidade dos agonistas dopaminérgicos. As ações da bromocriptina são semelhantes às da levodopa, exceto que alucinações, confusão, delírio, náusea e hipotensão ortostática são mais comuns, enquanto discinesia é menos evidente. Em doentes psiquiátricos, a bromocriptina faz com que a condição mental piore. Podem desenvolver-se problemas cardíacos graves, particularmente em pacientes com histórico de infarto do miocárdio. Em pacientes com doença vascular periférica, ocorre piora do vasoespasmo; nos pacientes com úlcera péptica, há piora do quadro ulceroso. • Amantadina Foi acidentalmente descoberto que a droga antiviral amantadina, eficaz no tratamento da influenza, possui ação antiparkinsoniana. Ao que parece, este fármaco aumenta a síntese, a liberação ou a recaptura de dopamina pelos neurônios remanescentes. [Nota: Se a liberação de dopamina já alcançou o máximo, a amantadina não tem efeito.] A droga pode causar inquietação, agitação, confusão e alucinações; em altas doses pode provocar psicose tóxica aguda. Podem ocorrer também hipotensão ortostática, retenção urinária, edema periférico e secura de boca. A amantadina é menos eficaz do que a levodopa, e a tolerância desenvolve-se mais rapidamente, porém provoca menos efeitos adversos. A droga tem pouco efeito sobre o tremor, mas é mais eficaz do que os anticolinérgicos contra a rigidez e a bradicinesia. • Deprenil O deprenil, também denominado selegilina, inibe seletivamente a monoaminoxidase B (que metaboliza a dopamina), mas não a monoaminoxidase A (que metaboliza a noradrenalina e a serotonina). Diminuindo deste modo a metabolização da dopamina, o deprenil mostrou aumentar os níveis de dopamina no cérebro. Assim, este fármaco aumenta as ações da levodopa e, quando são administrados concomitantemente, o deprenil reduz de forma substancial a dose necessária de levodopa. Diferentemente dos inibidores da MAO não- seletivos, o deprenil nas doses recomendadas apresenta pequeno potencial de causar crises hipertensivas. Entretanto, se o deprenil é administrado em doses altas, a seletividade é perdida, e o paciente fica exposto a risco de grave hipertensão. Dados recentes sugerem que o uso precoce de deprenil pode efetivamente postergar o advento dos sintomas graves em até 50%, possivelmente reduzindo a formação de radicais livres. • Agentes antimuscarínicos Os agentes antimuscarínicos são muito menos eficazes do que a levodopa, desempenhando papel apenas coadjuvante na terapia antiparkinsoniana. As ações da benztropina, do trihexafenidil e do biperiden são semelhantes, embora cada paciente possa responder mais favoravelmente a um determinado fármaco. Todos os fármacos podem induzir alterações de humor e causar xerostomia (secura da boca) e problemas de visão, tal como qualquer bloqueador muscarínico. Interferem com o peristaltismo gastrintestinal e não podem ser usados em pacientes com glaucoma, hipertrofia prostática ou estenose do piloro. O bloqueio da transmissão colinérgica causa efeitos similares ao aumento da transmissão dopaminérgica (mais uma vez, por causa da criação de um desbalanço da relação dopamina/acetilcolina). Os efeitos adversos são semelhantes aos causados por doses altas de atropina, por exemplo, dilatação pupilar, confusão, alucinações, retenção urinária e boca seca. ALZHEIMER Definição A doença de Alzheimer é uma doença que provoca deficiência cognitiva, afetando principalmente a memória necessária para reter novas informações. À medida que a doença evolui, várias outras funções cognitivas, como orientação, linguagem, julgamento, função social e habilidade de realizar tarefas motoras também declinam. Essa doença esta fortemente associada à idade, sendo bastante incomum antes dos 50 anos, mas podendo afetar metade das pessoas na faixa dos noventa anos. Ainda não foi encontrada uma cura, mas existem várias formas de tratamento que podem amenizar os sintomas de DA (doença de Alzheimer). Desde a descoberta da DA por Alois Alzheimer, surgiram muitas dúvidas e confusões sobre a relação dessa doença com o envelhecimento normal, uma vez que alterações microscópicas observadas no cérebro de pacientes com doença de Alzheimer também se encontram em cérebros de pessoas idosas sadias. A diferença está na quantidade e distribuição dessas alterações. A senilidade é a deterioração das funções físicas e mentais resultantes da idade avançada, não tendo necessariamente relação com a DA. Demência é um termo médico utilizado para denominar disfunções cognitivas globais, podendo ocorrer em várias doenças diferentes, como doenças cerebrovasculares (AVCs), alcoolismo, AIDS, doença de Parkinson e doença de Alzheimer. Contudo, a DA é a causa mais comum de demência no mundo todo. Não se deve confundir distúrbios causados pelo envelhecimento normal com distúrbios causados pela demência, erro muito comumente cometido. Algumas alterações de memória e outras funções cognitivas são comuns em idosos sadios. Na demência, há um declínio cognitivo que resulta na perda da função (habilidade de administrar as responsabilidades em casa e no trabalho, nas atividades sociais ou nas atividades do dia- a-dia). A perda de memória sempre ocorre na demência, mas não é suficiente para o diagnóstico desta, sendo necessário o declínio de pelo menos uma outra área da função cognitiva. Fatores de Risco Uma série de fatores parece aumentar a probabilidade de um indivíduo desenvolver doença de Alzheimer. A maioria desses fatores parece estar fora de controle do indivíduo. - Idade; - Hereditariedade de certos genes; - Exposição a Metais: o alumínio e o zinco têm sido associados às alterações do tecido cerebral que ocorrem na doença de Alzheimer. Porém não há evidências diretas que liguem a exposição física a esses metais com a doença. Sintomas Os pacientes com Doença de Alzheimer têm dificuldade com o pensamento (cognição), com os padrões de comportamento e com a rotina diária. Cognição inclui memória, orientação, linguagem, julgamento e resolução de problemas. Os padrões de comportamento abrangem a personalidade, o humor, o nível de atividade e as percepções do ambiente. A rotina diária refere-se à capacidade detrabalhar, cuidar das necessidades pessoais e da casa, e participar da comunidade. À medida que a doença evolui, o indivíduo afetado depara-se com mais e mais desafios nessas áreas. Geralmente, a Doença de Alzheimer se divide em três estágios: leve, moderado e grave. Cada estágio pode durar alguns anos. Estágio Leve - Esquecimento de eventos recentes; - Comprometimento do aprendizado de novas informações; - Relações de tempo levemente alteradas; - Orientação espacial prejudicada fora do ambiente familiar; - Dificuldade em realizar tarefas complexas; - Necessidade de ser lembrado sobre os cuidados pessoais e higiene. Estágio Moderado - Esquecimento eventual do nome e identidade de familiares e amigos; - Dificuldades com a noção de tempo; - Desorientação espacial dentro de casa; - Dificuldade em encontrar a palavra certa e em nomear objetos; - Fala menos espontânea e complexa; - Incapacidade de lidar com dinheiro; - Dificuldade em lidar com emergências domésticas; - Perda da iniciativa; - Dificuldade em realizar as atividades da vida diária (AVDs); - Incontinência urinária e fecal; - Irritabilidade, agressividade; - Delírios e alucinações; - Perambulação. Estágio Grave - Problemas com a memória de longo prazo; - Perda gradual da orientação de tempo, lugar e pessoa; - Dificuldade em terminar uma frase; - Comunicação é melhor por modo não verbal; - Perda total da independência; - Aparência fragilizada; - Irritabilidade extrema. Diagnóstico O diagnóstico da doença de Alzheimer é feito com base na exclusão de diversas patologias que também podem evoluir para um quadro de demência, tais como: • Traumatismos cranianos; • Tumores cerebrais; • Acidentes Vasculares Cerebrais; • Arterioesclerose; • Intoxicações ou efeitos colaterais de medicamentos; • Intoxicação por drogas e álcool; • Depressão; • Hidrocefalia; • Hipovitaminoses; • Hipotireoidismo. Tratamento Ainda não existe tratamento preventivo ou curativo para a doença de Alzheimer. No entanto existe uma série de medicamentos que ajudam a aliviar alguns sintomas. Infelizmente, estes medicamentos são apenas eficazes em um número limitado de doentes, apenas por um breve período de tempo e podem causar efeitos secundários indesejáveis. Tratamento dos sintomas de comportamento: agitação, ansiedade, depressão, alucinações, confusão e insônia Antes do uso de qualquer medicamento deve-se fazer um levantamento sobre os possíveis fatores ambientais ou físicos desencadeadores como: • Mudança no ambiente; • Novas doenças; • Trocas de cuidador; • Novos medicamentos; • Evitar essas circunstâncias desencadeadoras, oferecer distração e dar apoio. Para tratar as consequências mais difíceis de comportamento, como agitação, insônia e paranóia há várias drogas disponíveis que variam de agentes com propriedades sedativas leves a neurolépticos. Quando a medicação é necessária deve-se usá-la na menor dose possível e pelo tempo estritamente necessário, pois muitos dos medicamentos para controle de agitação e agressividade podem piorar a confusão mental ou deixar a pessoa rígida, trazendo dificuldades para a movimentação. Os neurolépticos (ou antipsicóticos) são usados para tratar manifestações psicóticas (alucinações e delírios) de doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, e também podem reduzir a agitação inespecífica e o comportamento agressivo. O efeito antipsicótico das drogas é atribuído à sua ação bloqueadora de dopamina, mas elas também têm propriedades anticolinérgicas.Essas drogas são subdivididas em drogas de alta, média ou baixa potência.Quanto maior a potência de um agente neuroléptico, menor sua atividade anticolinérgica, por isso os neurolépticos de alta potência são geralmente prescritos a pacientes com doença de Alzheimer. O efeito neuroléptico no paciente com doença de Alzheimer é imprevisível, pois o comportamento pode melhorar ou piorar, sendo possível ocorrer sedação exarcebada e mais confusão.Os efeitos tóxicos, principalmente os sintomas parkinsonianos podem ocorrer com qualquer dose. Tratamento dos sintomas cognitivos: visa melhorar a deficiência de memória, corrigindo o desequilíbrio químico do cérebro - Inibidores da acetilcolinesterase: Como os portadores da doença de Alzheimer possuem níveis reduzidos de acetilcolina, um modo de controlar o problema é evitar que a pequena quantidade de acetilcolina produzida seja degradada pela enzima responsável pela sua destruição, impedindo a ação da enzima através dos seus inibidores. Os pacientes que respondem aos inibidores da acetilcolinesterase podem manter ou mesmo melhorar a função cognitiva durante um período significativo, porém alguns pacientes não respondem à inibição da acetilcolinesterase. Os inibidores têm efeito sintomático discreto sobre a cognição, contudo apresentam efeitos colaterais, resultantes da hiperativação colinérgica periférica: gastrintestinais, cardiovasculares e outros. É possível aumentar a atividade da acetilcolina por várias vias e a inibição da enzima que quebra a acetilcolina é apenas uma das formas. Outras incluem aumentar-se a liberação de acetilcolina e estimular diretamente os receptores da acetilcolina. Essas outras vias estão em estudo. Outras modalidades de tratamento em estudo - Reposição hormonal com estrógeno O estrógeno, além dos seus efeitos no trato reprodutivo da mulher, no sistema cardiovascular e na estrutura óssea, já demonstrou ter efeitos importantes nas células cerebrais. Há evidências de que promova a sobrevivência das células cerebrais e que também possa beneficiar ligeiramente o processo cognitivo. - Antioxidantes, em especial a vitamina E Segundo a teoria dos radicais livres no processo de envelhecimento, várias manifestações de declínio funcional e doenças relacionadas à idade são causadas por um excesso de radicais livres em vários tecidos. Existem evidências de que o dano causado pelos radicais livres contribui para as lesões nos tecidos cerebrais encontradas na doença de Alzheimer. Os antioxidantes combatem os radicais livres. Estudos recentes têm investigado a eficácia da suplementação da vitamina E e outras medicações com propriedades antioxidantes na lentificação da evolução da doença. Os resultados são encorajadores. - Agentes fitoterápicos, como o ginkgo biloba Na literatura médica existe também o relato de um estudo controlado sobre a formulação específica de ginkgo biloba. Parece que há um pequeno benefício nos processos cognitivos associados ao uso de ginkgo, quando comparado ao placebo. É importante ressaltar, contudo, que as preparações de ginkgo encontradas nas lojas de produtos naturais podem ser bem diferentes daquela formulação utilizada nesse estudo. - Anti-inflamatórios Os pacientes com doença de Alzheimer apresentam alterações associadas à inflamação e à função do sistema imunológico, que podem representar um reflexo da atividade inflamatória do cérebro. A questão é se a inflamação está contribuindo para o fenômeno de deteriorização das células cerebrais ou se isso é só uma reação às placas e emaranhados que, de fato, não causa qualquer malefício. No entanto, há motivos para vários pesquisadores estarem otimistas quantoà possibilidade de a supressão da inflamação cerebral com drogas trazer benefícios importantes em relação à doença de Alzheimer. DEPENDÊNCIA E TOLERÂNCIA O abuso de substâncias ocorre em todos os segmentos da sociedade. O abuso provoca uma redução do desempenho no trabalho e nos estudos, acidentes, intoxicação durante o trabalho, faltas injustificadas, crimes violentos e furtos. Os adolescentes são o grupo etário mais vulnerável ao desenvolvimento de problemas relacionados ao uso de substâncias. Os homens estão em maior risco do que as mulheres. A Dependência é a necessidade psicológica ou física de continuar consumindo a substância. A dependência física é caracterizada pela síndrome de abstinência e pela tolerância: ou seja, a necessidade de consumir a substância para evitar a síndrome de abstinência. Faz parte da natureza do homem, uma vez que toda a existência humana está compreendida entre estados de dependência. Durante a vida, o ser humano cria relações de dependência com objetos, pessoas e situações. Algumas dessas relações são importantes para o bem-estar, outras causam prejuízo, perda de autonomia etc. Vínculo extremo onde a droga é priorizada em detrimento de outras relações. Na falta da droga, as pessoas que se acostumaram a consumi-la, são invadidas por sintomas penosos. Pode ser a conseqüência de um desejo sem medida. Termo recomendado em 1964, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para substituir outros com maior conotação moral como "vício". A dependência constitui-se a partir de três elementos: - A substância psicoativa com características farmacológicas peculiares; - O indivíduo com suas características de personalidade e sua singularidade biológica; - O contexto sócio-cultural dinâmico e polimorfo, onde se realiza o encontro entre o indivíduo e o produto. Existem dois tipos de dependência: - Dependência física; - Dependência psíquica. Por ocasião da 9ª Revisão da Classificação Internacional das Doenças, os aspectos psicológicos e físicos foram unificados sob a definição de dependência de drogas. Sabe-se hoje, que várias drogas sem a capacidade de produzir dependência física geram intensa compulsão para o uso e sérios problemas orgânicos. Portanto, soaria estranho classificá-las como drogas "leves". Assim, hoje se aceita que uma pessoa seja dependente, sem qualificativo, enfatizando-se que a condição de dependência seja encarada como um quadro clínico. A administração repetida ou prolongada de alguns medicamentos resulta em tolerância – uma resposta farmacológica diminuída. Tolerância ocorre quando o corpo adapta-se à contínua presença da droga. Comumente, são dois os mecanismos responsáveis pela tolerância: • O metabolismo da droga é acelerado (mais freqüentemente porque aumenta a atividade das enzimas que metabolizam os medicamentos no fígado); • Diminui o número de receptores ou sua afinidade pelo medicamento. O termo resistência é utilizado para descrever a situação em que uma pessoa não mais responde satisfatoriamente a um medicamento antibiótico, antiviral ou quimioterápico para o câncer. Dependendo do grau de tolerância ou resistência ocorrente, o médico pode aumentar a dose ou selecionar um medicamento alternativo. Em certas situações, o uso continuado pode levar à dependência psíquica ou física do medicamento. Dependência e os Benzodiazepínicos A prática clínica tem demonstrado que a dependência aos benzodiazepínicos acontece, embora não invariavelmente. A tendência do paciente em aumentar a dose para obter o mesmo efeito, ou seja, a tolerância aos benzodiazepínicos, parece ser rara. Em relação a isso notamos, no mais das vezes, uma má utilização da droga. Isto é, em não sendo tratada a causa básica da ansiedade e esta se tornando mais intensa, haverá maior necessidade de droga. Essa maior necessidade da droga decorrente do aumento da ansiedade não deve, de forma alguma, ser confundida com o fenômeno da tolerância. Quanto aos sintomas de abstinência aos benzodiazepínicos, o que observamos, com freqüência, é o retorno dos sintomas psíquicos que promoveram sua indicação por ocasião de sua retirada. Isso pode, eventualmente, ser confundido com abstinência na expressiva maioria dos casos. Ora, se situação psicoemocional que determinou a procura pela droga não foi decididamente curada com o benzodiazepínico, foi apenas protelada, então, retirando-a os sintomas recrudescerão. Isso não pode ser tomado como síndrome de abstinência. Em alguns pouquíssimos casos, de fato observamos sintomatologia de abstinência. Estes ocorrem, predominantemente, com o Clonazepam. Quando ocorre a síndrome de abstinência ao benzodiazepínico, esta tem início cerca de 48 horas após a interrupção da droga e os sintomas correspondem à ansiedade acentuada, tremores, visão turva, palpitações, confusão mental e hipersensibilidade a estímulos externos. Antes de confirmar o diagnóstico de síndrome de abstinência a benzodiazepínicos convém observar, como alertamos, se tais sintomas não são os mesmos que anteriormente levaram o paciente a iniciar o tratamento. Os casos de dependência aos benzodiazepínicos relatados na literatura ou constatados na clínica se prendem, na grande maioria das vezes, ao uso muito prolongado e com doses acima das habituais. Há uma tendência atual em se considerar o fenômeno da dependência ao benzodiazepínico, até certo ponto, mais dependentes de traços da personalidade que de alguma atribuição da droga. De qualquer forma, parece que o Clonazepam e o Lorazepam são os benzodiazepínicos mais facilmente relacionados à dependência. Antes de considerarmos a dependência, pura e simplesmente, devemos ter em mente que se o benzodiazepínico não foi bem indicado e esteja sendo utilizado como paliativo de uma situação emocional não resolvida, como atenuante de uma situação vivencial problemática, como um corretivo de um "modus vivendi" ansiogênico, enfim, como um "tapaburacos" para uma circunstância existencial anômala, então a sua supressão colocará à tona a penúria situacional em que se encontra a pessoa, dando assim a falsa impressão de dependência ou até de síndrome de abstinência. SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA A Abstinência é uma síndrome psicoativa específica à substância após a cessação de uso prolongado (implica em tolerância e indica dependência). É um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da falta de drogas em usuários dependentes e caracteriza-se por sensações de mal-estar e diferentes graus de sofrimento mental e físico, particulares para cada tipo de droga. Pode se definir também como sendo a manifestação de um desajuste metabólico no organismo provocado pela suspensão do uso de algumas substâncias com quadro clínico que revela a falta que determinada substância está fazendo ao metabolismo orgânico. A característica essencial da Abstinência de Substância é o desenvolvimento de uma alteração comportamental mal-adaptativa e específica à substância, com concomitantes fisiológicos e cognitivos, devido à cessação ou redução do uso pesado e prolongado de uma substância. A síndrome específica à substância causa sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes. Os sintomas não se devem a uma condição médica geral nem são mais bem explicados por outro transtorno mental. A abstinência geralmente, mas nem sempre, está associada com Dependência de Substância.A maior parte dos indivíduos com Abstinência (talvez todos) tem uma premência por readministrar a substância para a redução dos sintomas. O diagnóstico de Abstinência é reconhecido para os seguintes grupos de substâncias: álcool; anfetaminas e outras substâncias correlatas; cocaína; nicotina; opióides; e sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos. Os sinais e sintomas de Abstinência variam de acordo com a substância usada, sendo a maior parte dos sintomas o oposto daqueles observados na Intoxicação com a mesma substância. A dose e a duração do uso e outros fatores tais como a presença ou ausência de doenças adicionais também afetam os sintomas de abstinência. A Abstinência desenvolve-se quando as doses são reduzidas ou cessadas, ao passo que os sinais e sintomas de Intoxicação melhoram (gradualmente, em alguns casos) após a cessação das doses. Algumas síndromes de abstinência podem ser tão graves a ponto de colocar em risco a vida da pessoa, como é o caso da abstinência do álcool e da heroína. Síndrome [estado] de abstinência Conjunto de sintomas que se agrupam de diversas maneiras e cuja gravidade é variável, ocorrem quando de uma abstinência absoluta ou relativa de uma substância psicoativa consumida de modo prolongado. O início e a evolução da síndrome de abstinência são limitadas no tempo e dependem da categoria e da dose da substância consumida imediatamente antes da parada ou da redução do consumo. A síndrome de abstinência pode se complicar pela ocorrência de convulsões. Síndrome de abstinência com delirium Estado no qual a síndrome de abstinência se complica com a ocorrência de delirium, este estado pode igualmente comportar convulsões. USO ABUSIVO DE DROGAS A característica essencial do Abuso de Substância é um padrão mal-adaptativo de uso de substância, manifestado por conseqüências adversas recorrentes e significativas relacionadas ao uso repetido da substância. Pode haver um fracasso repetido em cumprir obrigações importantes relativas a seu papel, uso repetido em situações nas quais isto apresenta perigo físico, múltiplos problemas legais e problemas sociais e interpessoais recorrentes. Esses problemas devem acontecer de maneira recorrente, durante o mesmo período de 12 meses. À diferença dos critérios para Dependência de Substância, os critérios para Abuso de Substância não incluem tolerância, abstinência ou um padrão de uso compulsivo, incluindo, ao invés disso, apenas as conseqüências prejudiciais do uso repetido. Um diagnóstico de Abuso de Substância é cancelado pelo diagnóstico de Dependência de Substância, se o padrão de uso da substância pelo indivíduo alguma vez já satisfez os critérios para Dependência para esta classe de substâncias. Embora um diagnóstico de Abuso de Substância seja mais provável em indivíduos que apenas recentemente começaram a consumí-la, alguns indivíduos continuam por um longo período de tempo sofrendo as conseqüências sociais adversas relacionadas à substância, sem desenvolverem evidências de Dependência de Substância. A categoria Abuso de Substância não se aplica à nicotina e à cafeína. O indivíduo pode repetidamente apresentar intoxicação ou outros sintomas relacionados à substância, quando deveria cumprir obrigações importantes relativas a seu papel no trabalho, na escola ou em casa. Pode haver repetidas ausências ou fraco desempenho no trabalho, relacionados a "ressacas" recorrentes. Um estudante pode ter ausências, suspensões ou expulsões da escola relacionadas à substância. Enquanto intoxicado, o indivíduo pode negligenciar os filhos ou os afazeres domésticos. A pessoa pode apresentar-se repetidamente intoxicada em situações nas quais isto representa perigo físico (por ex., ao dirigir um automóvel, operar máquinas ou em comportamentos recreativos arriscados, tais como nadar ou praticar montanhismo). Podem ser observados problemas legais recorrentes relacionados à substância (por ex., detenções por conduta desordeira, agressão e espancamento, direção sob influência da substância). O indivíduo pode continuar utilizando a substância, apesar de uma história de conseqüências sociais ou interpessoais indesejáveis, persistentes ou recorrentes (por ex., conflito com o cônjuge ou divórcio, lutas corporais ou verbais). PSICOFÁRMACOS E O PACIENTE IDOSO Drogas antipsicóticas Os derivados fenotiazínicos e o haloperidol são muito utilizados em pacientes geriátricos no tratamento da esquizofrenia, sintomas associados a delírio ou demência, agitação e síndrome paranóide. Essas drogas, especialmente os primeiros derivados fenotiazínicos, como a clorpromazina, podem provocar hipotensão ortostática no início do tratamento. A posologia dessas drogas deve ser reduzida, nos pacientes idosos, por causa do prolongamento da sua meia-vida de eliminação. Sais de Lítio Estes sais podem ser utilizados em pacientes idosos. Na presença de insuficiência renal, sua posologia deve ser ajustada. Os diuréticos tiazídicos reduzem o clearance renal dos sais de lítio, o que implica maior redução da sua dose. Antidepressivos A depressão é um quadro muito comum na velhice. Nem sempre é diagnosticada, pois sempre se atribuem a apatia, a falta de relacionamento social e a pouca afetividade à demência senil, e não à depressão. Os antidepressivos tricíclicos produzem bons resultados nos idosos deprimidos, apesar de estes serem mais sensíveis a essas drogas. Na insuficiência renal, os tricíclicos devem ter sua posologia ajustada.
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