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A Síndrome de Guillain-Barré ou Neuropatia Desmielinizante Inflamatória Aguda, se caracteriza por apresentar um processo inflamatório não infeccioso multifocal, acometendo o sistema nevoso periférico. Polineuropatia Inflamatória Aguda, com característica desmielinizante. As polineuropatias são disfunções sensório-motoras por acometimento simétrico de fibras aferentes, eferentes e autonômicas caracterizada por déficit de distal para proximal. Surge de uma resposta autoimune (o sistema imune da pessoa atinge o próprio nervo periférico). Fraqueza ascendente e assimétrica (ex: começa nos pés, e vai subindo para joelhos etc.) e simétrica (atinge os dois lados, direito e esquerdo). Arreflexia ou Hiporreflexia. Síndrome de Landry Guillain Barré: É a versão mais grave/fatal da doença. EPIDEMIOLOGIA: Não existem dados epidemiológicos específicos para o Brasil. Causa mais comum de paralisia flácida completa depois da irradicação da poliomielite. É a maior causa de paralisia flácida generalizada no mundo com incidência anual de 1-4 por 100.000 habitantes e o pico é entre 20-40 anos de idade. Presente em todas as partes do mundo e em todas as estações. É possível acometer crianças e adultos e de ambos os sexos. Não apresenta predomínio em populações específicas. ETIOLOGIA DA DOENÇA: Doença autoimune (os próprios anticorpos da pessoa atacam a bainha de mielina e o axônio). Cerca de 25 dos casos são precedidos por uma infecção que ocorre nas 3 ou 4 semanas anteriores, infecções no trato respiratório superior ou gastrointestinal. Sendo assim são mais comuns: Infecção por Campylobacter Jenuny, Mycoplasma Pneumoniae, Citomegalovírus, HIV, Zika, Hepatite, Vacinação... Doença autoimune que acomete primordialmente a mielina da porção proximal dos nervos periféricos de forma aguda/subaguda. Maior incidência em pessoas com doenças malignas ou autoimunes anteriores. Causa da Doença: Desconhecida. Síndrome de caráter autoimune (imunologicamente mediada), a atividade da doença parece correlacionar- se com o aparecimento de anticorpos séricos a bainha de mielina de nervos periféricos. LESÃO NERVOSA IMUNOMEDIADA PÓS INFECCIOSA. DIAGNÓSTICO: Exame Clínico. Eletroneuromiografia. Análise do Líquor. SINAIS E SINTOMAS: Diminuição da força muscular em mais de um membro, com intensidade progressiva. Apresenta fraqueza mínima dos MMII evoluindo para, em alguns casos, paralisia total dos músculos dos quatro membros e tronco. Paralisia bulbar. Paralisia facial. Oftalmoplegia externa. Arreflexia. Hipotonia. Progressão rápida (em torno de 4 semanas). Simetria Relativa. Sinais e Sintomas Sensitivos Discretos. Paralisia Facial Bilateral (50% dos casos). Disfagia e Disartria. Insuficiência respiratória aguda. Discurso staccato – a capacidade de falar apenas frases curtas indicando dificuldade respiratória. EXISTEM 3 FENÓTIPOS DA DOENÇA: Puramente Desmielinizante. Puramente Axonal. Desmielinizante com Envolvimento Axonal (Síndrome de Miller Fisher). EVOLUÇÃO PODE SER DIVIDIDA EM QUATRO FASES: 1º Fase: Fase de Instalação, onde há presença de sintomas como febre, cansaço, dor no corpo, fadiga, vômito, mal-estar em geral. (ocorre nas primeiras 24- 48h). 2º Fase: Fase de Manifestação Neurológica. (após 72h e pode durar dias). 3º Fase: Fase do Plateau. 4º Fase: Fase de Recuperação. (até cerca de 6 meses, mas depende do organismo do indivíduo). APRESENTAÇÕES CLÍNICAS: Astenia. Hipertermia. Infecções banais respiratórias ou intestinais. Dores articulares e/ou musculares. Instalação do quadro neurológico (7-10 dias). Distúrbios motores (progressivo, simétrico e ascendente). Período de estado – Plateau (2-4 semanas). Estabilização dos sintomas. (hipo/arreflexia, alterações sensitivas e proprioceptivas). Fase de Resolução da Sintomatologia (2-3 semanas). Regressão dos Sintomas (ciclo autolimitado e a recuperação costuma ser completa na maior parte dos casos). TRATAMENTO NA FASE AGUDA: Plasmaférese/Imunoglobulina. Corticosteroides. Assistência ventilatória nos casos de IR. Mudanças de decúbito. Posicionamento no leito. Movimentação passiva (mobilidade articular e alongamento muscular suave). Fisioterapia Especializada. PROGNOSTICO DA DOENÇA: Depende do diagnóstico e tratamento precoce. Geralmente bom. Pode ficar com possíveis sequelas. FISIOTERAPIA: A fisioterapia nesses casos é direcionada para o fortalecimento e funcionalidade dos movimentos. OBJETIVOS DA FISIOTERAPIA: 1. Promover fortalecimento muscular de MMII visando posição ortostática. 2. Estimular mudanças transposturais associadas a descarga de peso. 3. Promover fortalecimento muscular de MMSS visando menor dependência funcional. 4. Prevenir retrações e contraturas musculares e articulares. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: 1. Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva: Exercícios isométricos e isotônicos. 2. Exercícios de rolar, passar para quatro apoios e ajoelhar. 3. Alongamentos. 4. Mobilização Articular. RECOMENDAÇÃO: Em pacientes adultos com SGB considerados crônicos, com mais de 3 anos após o inicio do quadro agudo e sem participar de atividade reabilitativa nos últimos 24 meses, o desenvolvimento de programa de reabilitação multidisciplinar promove uma melhora funcional motora e do desempenho das atividades de vida diária, aumento da pontuação da medida de independência funcional (MIF), além de prevenir a deterioração da função. Este programa é composto por sessões de: Terapia ocupacional (melhora do desempenho nas AVDs, dirigir e trabalhar). Fisioterapia (fortalecimento, resistência muscular e treino de marcha). Psicologia. Fonoaudiologia. Estes atendimentos devem estar organizados de 2 a 3 vezes por semana em blocos de 2 atendimentos por dia, sessões de 30 minutos cada, durante 12 semanas.
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