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Resumo Completo Cirurgia Pediátrica 2

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1 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
Saúde da Criança III 
CIRURGIA PEDIÁTRICA II 
Atresia de Esôfago: 
- Acomete 1 a cada 2.500-3.000 nascidos 
vivos. 
- Frequentemente, associa-se a outras 
malformações congênitas (VACTER): 
→ Vias Aéreas. 
→ Coração. 
→ ATresia de esôfago. 
→ Extremidades. 
→ Rins. 
- O diagnóstico pode ser realizado durante o 
período pré-natal. As principais alterações 
presentes na ecografia pré-natal são 
polidrâmnio e ausência de bolha gástrica. 
- As principais manifestações clínicas são 
salivação excessiva, disfunção respiratória 
ao nascimento e aspiração de grande 
quantidade de saliva. Além disso, quando há 
tentativa de passagem de sonda 
nasogástrica, a sonda não alcança o 
estômago. 
 
- A forma mais comum de apresentação 
clínica da atresia de esôfago (90% dos 
casos) caracteriza-se por atresia de esôfago 
proximal associada à presença de fístula 
entre a traqueia e o esôfago distal (tipo C), 
resultando em entrada de ar no interior do 
estômago. 
- O tratamento da atresia de esôfago baseia-
se em correção cirúrgica. 
- Manejo Pré-Operatório: 
→ NPO + sonda em aspiração + radiografia 
de abdômen. 
→ Excluir outras malformações congênitas. 
→ Ecocardiograma e exames pré-
operatórios. 
→ Deve-se evitar realizar ventilação com 
pressão positiva, devido ao risco de ruptura 
de estômago secundária ao aumento da 
pressão intragástrica. 
→ Antes da cirurgia, deve-se estabilizar a 
criança clinicamente, com correção de 
distúrbios hidroeletrolíticos e de distúrbios 
metabólicos. 
- Manejo Cirúrgico: 
→ Fibrobroncoscopia: objetivo de identificar 
a localização da fístula traqueoesofágica. 
→ Toracotomia direita com anastomose dos 
cotos esofágicos. 
→ Videotoracoscopia. 
- Manejo Pós-Operatório: 
→ Manter a criança anestesiada (bloqueio 
neuromuscular) e com a coluna cervical 
fletida por 3-5 dias. 
→ Dreno de tórax. 
→ Manejo de refluxo gastroesofágico. 
→ Radiografia de esôfago-estômago-
duodeno (REED) após 7 dias. 
- Complicações: 
→ Estenose esofágica (aproximadamente 
50% dos casos; complicação mais comum). 
→ Fístula de anastomose. 
→ Recidiva de fístula. 
→ Traqueomalácia. 
Estenose Hipertrófica de Piloro: 
- Hipertrofia da camada muscular do piloro. 
- Manifestações Clínicas: 
→ Vômitos alimentares em jato (início após 
3-6 semanas de vida) após a amamentação 
associados à formação de oliva pilórica 
(espessamento da camada muscular do 
piloro palpável) e ao aumento do 
peristaltismo intestinal. 
→ Desidratação e perda de peso. 
- Ecografia/ultrassonografia abdominal: 
→ Espessura da camada muscular do piloro 
≥ 4 mm. 
 
2 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
→ Diâmetro transverso do piloro ≥ 14 mm. 
→ Comprimento do canal pilórico ≥ 16 mm. 
- Manejo Pré-Operatório: 
→ NPO. 
→ Decúbito elevado. 
→ Sonda nasogástrica. 
→ Correção de eletrólitos, devido ao risco de 
alcalose metabólica, hipocalemia e 
hipocloremia. 
→ Antibioticoterapia profilática. 
- Manejo Cirúrgico: 
→ Piloromiotomia: piloromiotomia à Fredet. 
→ Antes da cirurgia, deve-se estabilizar a 
criança clinicamente, com correção de 
distúrbios hidroeletrolíticos e de distúrbios 
metabólicos. 
- Manejo Pós-Operatório: 
→ Dieta após 4-6 horas da cirurgia. 
→ A presença de vômitos é esperada até 1 
mês após a correção cirúrgica. 
- Complicações: 
→ Infecção da parede do piloro. 
→ Abertura da mucosa do piloro. 
Malrotação Intestinal: 
- Acomete 1 a cada 6.000 nascidos vivos 
sintomáticos ou 1 a cada 500 nascidos vivos 
assintomáticos. 
- Fisiopatologia: herniação → rotação → 
retração → fixação. 
- Associa-se à presença de outras 
malformações congênitas, como atresias, 
gastrosquise, onfalocele e hérnia 
diafragmática. 
- Apresentação Clínica: 
→ Vômito bilioso súbito, associa-se à 
distensão abdominal e à obstrução intestinal. 
→ Volvo intestinal: indica a realização de 
cirurgia de urgência; associa-se à 
rotação/torção da arcada mesentérica, 
aumentando o risco de isquemia e necrose 
intestinal. 
→ Dificuldade de crescimento. 
→ Doença do refluxo gastroesofágico 
(DRGE). 
→ Ao exame físico, observa-se distensão 
abdominal e peritonismo (dor abdominal, 
indicando sofrimento intestinal). 
- Manejo Pré-Operatório: 
→ NPO. 
→ Sonda nasogástrica. 
→ Estabilização clínica, com correção de 
eletrólitos. 
→ Ecografia/ultrassonografia abdominal: 
indica a presença da veia mesentérica à 
esquerda da artéria mesentérica. 
→ Radiografia de esôfago-estômago-
duodeno (REED). 
- Manejo Cirúrgico: 
→ Cirurgia de Laad. 
→ Geralmente, realiza-se apendicectomia 
associada para profilaxia de apendicite no 
futuro. 
Atresia e Estenose de Duodeno: 
- Acomete 1 a cada 5.000-10.000 nascidos 
vivos. 
- Mais comum no sexo masculino. 
- Associa-se à Síndrome de Down em 30% 
dos casos. 
- Diagnóstico no período pré-natal (ecografia 
pré-natal): polidrâmnio e dupla bolha 
abdominal (gástrica e duodenal) no final da 
gestação. 
- Manifestações Clínicas: 
→ Vômito bilioso ao nascimento. 
→ Abdômen escavado. 
→ Aspiração > 20 mL de líquido bilioso. 
- Manejo Pré-Operatório: 
→ NPO. 
→ Estabilização hidroeletrolítica. 
→ Sonda nasogástrica. 
→ Excluir outras malformações congênitas. 
→ Exames pré-operatórios. 
- Manejo Cirúrgico: 
→ Anastomose duodenoduodenal (diamond-
shaped). 
 
3 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
Atresia Jejunal: 
- Acomete 1 a cada 5.000 nascidos vivos. 
- Diagnóstico no período pré-natal (ecografia 
pré-natal): dilatação intestinal e polidrâmnio. 
- Apresentação Clínica: vômito bilioso e 
distensão abdominal (obstrução intestinal). 
- Manejo Pré-Operatório: 
→ NPO. 
→ Sonda nasogástrica. 
→ Estabilização hidroeletrolítica. 
→ Radiografia de abdômen. 
→ Exames pré-operatórios. 
→ Excluir outras malformações congênitas. 
- Manejo Cirúrgico: 
→ Laparotomia. 
→ Identificação da atresia. 
→ Inspeção de toda a cavidade abdominal, 
investigando múltiplas atresias intestinais 
e/ou malrotação intestinal. 
- Complicações: 
→ Intestino curto (< 35 cm de comprimento). 
→ Aderências/bridas e suboclusões 
intestinais. 
→ Estenose de anastomose. 
→ Deiscência de anastomose. 
→ Infecção de ferida operatória. 
Enterocolite Necrosante: 
- Acomete 1 a cada 1.000 nascidos vivos, 
principalmente RNs prematuros. 
- Etiologia multifatorial. 
- As principais complicações são necrose e 
perfuração intestinal. 
- Classificação: 
→ Estágio I: tratamento por neonatologista. 
→ Estágio II: tratamento por neonatologista. 
→ Estágio III: tratamento por cirurgião 
pediátrico; achado de pneumoperitônio na 
radiografia de abdômen, indicando a 
realização de cirurgia de urgência. 
- Identificação de pneumoperitônio: 
radiografia de abdome com as incidências de 
abdome agudo no RN (decúbito dorsal + 
decúbito lateral esquerdo + radiografia de 
tórax). 
 
- Manejo Pré-Operatório: 
→ NPO. 
→ Hidratação EV. 
→ Sonda nasogástrica. 
→ Antibioticoterapia. 
→ Reserva de hemoderivados. 
→ Drenagem no leito até a estabilização 
clínica. 
- Manejo Cirúrgico: 
→ Ressecção de múltiplos fragmentos 
intestinais. 
→ Colostomia até a resolução da infecção. 
→ Reabordagem cirúrgica eletiva para 
realizar as anastomoses até 1 ano de idade. 
Invaginação Intestinal: 
- Representa a segunda maior causa de 
abdome agudo em crianças, sendo 
precedida apenas por apendicite aguda. 
 
- Mais comum em crianças < 2 anos de idade 
(pico de incidência entre 6 e 9 meses de 
vida). 
- Apresenta sazonalidade, com possível 
associação à infecção por rotavírus. 
- Etiologia desconhecida em 
aproximadamente 90% dos casos. 
- Apresentação Clínica: dor abdominal, fezes 
com sangue e massa abdominal palpável. 
 
4 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
- Diagnóstico: ecografia/ultrassonografia 
abdominal, com a presença do sinal do alvo. 
- Manejo Pré-Operatório: 
→ NPO. 
→ Hidratação EV. 
→ Sonda nasogástrica. 
→ Antibioticoterapia. 
→ Redução salina guiada por ecografia, 
indicada quando não há sinais de gravidade. 
- ManejoCirúrgico: 
→ Falha do enema. 
→ Instabilidade hemodinâmica. 
→ Sinais de perfuração intestinal. 
- Manejo Pós-Tratamento: 
→ Conservador: NPO por 24 horas, repetir 
ecografia; risco de reinvaginação nos 
primeiros 6 meses. 
→ Cirúrgico: NPO, antibioticoterapia, sonda 
nasogástrica, ostomia; a principal 
complicação é a infecção da ferida 
operatória. 
Apendicite Aguda: 
- Inflamação aguda do apêndice cecal. 
- Representa a principal causa de abdome 
agudo em crianças. 
- Apresentação Clínica: dor abdominal, 
vômito, anorexia e febre. 
- Diagnóstico Diferencial: 
→ Adenite mesentérica. 
→ Gastroenterite aguda. 
→ ITU. 
→ Cisto de ovário. 
→ Constipação intestinal. 
→ Invaginação intestinal. 
- Diagnóstico: anamnese + exame físico. 
- Sinal de Blumberg, Sinal de Rovsing. 
- Exames Laboratoriais: hemograma, EQU, 
eletrólitos, PCR e VHS. 
- Ecografia/ultrassonografia abdominal. 
- Tratamento: 
→ NPO. 
→ Hidratação EV. 
→ Antibioticoterapia. 
→ Apendicectomia. 
Doença de Hirschprung: 
- Ausência de células nervosas ganglionares 
nos plexos mioentérico e submucoso do 
intestino grosso. 
- Acomete 1 a cada 5.000 nascidos vivos. 
- Associa-se à Síndrome de Down. 
- Aproximadamente 80% dos casos 
acometem a zona de transição entre o cólon 
sigmoide e o reto. 
 
- Apresentação Clínica: 
→ Dor abdominal. 
→ Vômito bilioso. 
→ Constipação intestinal. 
→ Formação de fecaloma. 
→ Distensão abdominal. 
→ Ausência de eliminação de mecônio. 
- Às vezes, o diagnóstico da doença é tardio, 
pois a porção intestinal associada à ausência 
de células ganglionares é muito pequeno, 
atrasando o diagnóstico, pois a constipação 
intestinal geralmente resolve-se com a 
realização de enema. 
- Diagnóstico: 
→ Radiografia + enema opaco. 
→ Confirmação: biópsia retal 1,5 cm acima 
da linha pectínea; solicitar pesquisa de 
células ganglionares. 
 
 
5 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
- Manejo Pré-Operatório: 
→ Hidratação EV. 
→ Antibioticoterapia. 
→ Sonda nasogástrica se houver sinais de 
obstrução intestinal. 
- A cirurgia, em geral, não é de urgência. 
- A cirurgia de urgência é indicada em casos 
de sinais de sofrimento intestinal, com 
colostomia e biópsia de mais fragmentos 
intestinais. 
Gastrosquise: 
- Defeito congênito de fechamento da parede 
abdominal. 
- Defeito à direita da cicatriz umbilical. 
- Exposição das alças intestinais na ausência 
de peritônio. 
 
- Acomete 1 a cada 4.000 nascidos vivos. 
- Geralmente, o diagnóstico já é realizado 
durante o período pré-natal (ecografia pré-
natal). 
- Tratamento: 
→ Estabilização clínica + hidratação + sonda 
nasogástrica + excluir outras malformações 
congênitas. 
→ Cobrir as alças intestinais imediatamente. 
→ Uso de saco/silo para proteger e hidratar 
as alças intestinais. 
→ Tentar o fechamento da parede abdominal 
mantendo pressão intra-abdominal < 15 
mmHg. 
Onfalocele: 
- Defeito congênito de fechamento da parede 
abdominal. 
- Exposição das alças intestinais na 
presença de peritônio. 
- Menor risco de desidratação. 
- Defeito central de linha média. 
- Acomete 1 a cada 10.000 nascidos vivos. 
- Tratamento: 
→ Gaze umidificada e cobertura com 
atadura. 
→ Estabilização clínica + hidratação + sonda 
nasogástrica + excluir outras malformações 
congênitas. 
→ Defeitos < 1,5 cm: tentar fechamento 
inicial. 
 
Considerações Finais: 
- Importância da anamnese e do exame 
físico. 
- O manejo inicial baseia-se em NPO + sonda 
nasogástrica + estabilização hemodinâmica 
e hidroeletrolítica. 
- Sempre excluir outras malformações 
congênitas associadas.

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