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Resumo ASSOCIATIVISMO, COOPERATIVISMO E ECONOMIA SOLIDARIA RURAL.

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1 - ASSOCIATIVISMO 
"Associativismo é qualquer iniciativa formal ou informal que reúne um grupo 
de organizações ou pessoas com o objetivo de superar dificuldades e gerar benefícios 
econômicos sociais, científicos, culturais ou políticos.” (ROMEU, 2002). Trata-se, de 
forma geral, da livre organização de pessoas, sem fins lucrativos, com a finalidade de 
buscar o preenchimento de necessidades coletivas ou o cumprimento de objetivos 
comuns, por meio da cooperação. Juridicamente falando, refere-se “à prática social da 
criação de associações, como entidades jurídicas, formais ou informais, reunindo 
pessoas físicas ou organizações para a representação e a defesa de interesses dos - 
associados" (SALOMON, 2009). 
Mesmo, ideologicamente, mais forte nas democracias atuais, o 
associativismo, está ligado à coletividade humana. Na pré-história já haviam registros 
de associativismo, a exemplo da caça coletiva. A ideia do associativismo é somar forças 
para enfrentar os desafios do dia a dia das pessoas do campo e, ao mesmo tempo, 
desenvolver a atividade agrícola para conquista de melhores resultados. 
Na agricultura atual, com a união dos produtores em associações é 
possível adquirir insumos e equipamentos com menores preços e melhores prazos de 
pagamento, como também o uso coletivo de tratores, colheitadeiras, caminhões para 
transporte e demais ferramentas. Além de que, organizados em associações, os 
produtores possuem mais força para reivindicar junto à prefeitura de seus municípios, 
vereadores e deputados, melhorias para sua região, como estradas, escolas, postos de 
saúde, entre outros. 
O movimento associativista está diretamente ligado à liberdade. As 
ditaduras sempre impuseram restrições à formação de associações. Pode se dizer 
então que o associativismo, ou seja, a liberdade de criação de associação é uma 
consagração das democracias. Ainda no campo jurídico, podemos dizer que uma 
associação é uma organização de direito privado, sem fins econômicos e lucrativos, cujo 
patrimônio é constituído pela contribuição dos seus associados, doações ou outras 
formas de recursos permitidos por lei, no caso, o Código Civil vigente. 
Tem como princípios gerais: adesão voluntária e livre; gestão democrática 
pelos sócios; participação econômica dos sócios; autonomia e independência; 
educação, formação e informação presentes em todas as atividades; interação entre 
pessoas e organizações; Interesse no desenvolvimento da comunidade; atuação sem 
fins lucrativos; e o patrimônio é social. 
Os objetivos comuns são: Fortalecer a atuação dos associados junto ao 
mercado, organizando cadeias produtivas; fomentar o desenvolvimento do associado e 
o acesso à informação; aumentar o poder de negociação junto a clientes e fornecedores; 
intensificar os esforços dos associados no desenvolvimento das atividades específicas; 
redução de custos e riscos relativos a investimentos; representação dos associados 
junto a órgãos públicos e privados; e estímulo a parcerias e inovação. 
A determinação de quem pode participar da organização deve estar explícita 
no estatuto social, informando quais os pré-requisitos para ser associado e a condição 
de associação para diferentes tipos de pessoa, física ou jurídica. Os associados devem 
ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias de associados. 
As vantagens de se associar são, entre outras, a de extrair o melhor 
resultado financeiro possível nos momentos tanto da compra de insumos e quanto da 
comercialização da produção agrícola; melhorar a representatividade dos associados 
da cadeia de distribuição e comercialização com a comunidade e órgãos oficiais; 
desenvolver estratégias conjuntas para os associados e comunidade; aperfeiçoar a 
qualidade da produção e a profissionalização de seus membros; ampliar o acesso a 
investimentos para inovação e crescimento. 
Formalizar uma associação é uma grande responsabilidade, pois existem 
direitos e deveres para todos os membros que devem ser conhecidos pelos associados 
antes do ato da sua formalização. Toda organização, para ser reconhecida como 
representação de um setor ou de um grupo de pessoas, deve ser devidamente 
registrada e estar em dia com as exigências da legislação. A responsabilidade legal da 
associação é do presidente, que deve ser apoiado pela diretoria e seus associados, 
zelando por sua integridade. O contador ou o advogado podem auxiliar tanto no 
esclarecimento das responsabilidades quanto com os registros. 
 
2 – COOPERATIVISMO. 
O Cooperativismo é um modelo socioeconômico fundamentado na 
participação democrática, na independência, na solidariedade e na autonomia dos que 
se unem de forma voluntária em prol de um mesmo objetivo econômico e social. Quando 
várias pessoas se juntam em busca de um bem comum, com foco no equilíbrio e na 
promoção de melhores oportunidades, elas formam uma cooperativa, na qual se 
trabalha de forma a gerar benefícios iguais a todos os membros, os chamados 
cooperados. 
O Censo Agropecuário 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), teve o levantamento feito em mais de 5 milhões de propriedades 
rurais de todo o Brasil, e aponta que 579,5 mil desses estabelecimentos estão 
https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/templates/censo_agro/resultadosagro/pdf/cooperativas.pdf
associados a cooperativas, o que equivale a 11,4% de todos os estabelecimentos 
agropecuários do país. Desses, cerca de 410 mil são da agricultura familiar, ou seja, 
71,2% dos estabelecimentos cooperados são do tipo agricultura familiar. 
A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que existem 
mais de 1.200 cooperativas agropecuárias em atividade no país, que geram cerca de 
207 mil empregos. 
Elas são sociedades de agricultores que têm como objetivo dividir 
igualmente os lucros e as responsabilidades. A importância das cooperativas agrícolas 
é que têm como pilar fundamental, o cooperativismo, esta caracteristica busca ajudar 
em todo o processo de produção para assim favorecer o crescimento do negócio. Além 
de permitir acesso a mercados, que isoladamente seria mais complicado; e também 
geram agregação de valor à produção dos cooperados. 
As cooperativas rurais são associações autônomas, compostas de maneira 
voluntária por produtores rurais e pequenos agricultores, visando o beneficiamento 
mútuo de seus membros por meio da união de esforços para venda de seus produtos, 
compra de insumos e capacitação. Sua administração é conjunta e democrática, 
baseando-se na ajuda mútua, solidariedade, participação democrática e 
responsabilidade compartilhada sob a associação. Segundo dados da OCB 
(Organização das Cooperativas Brasileiras), o número de cooperativas agrícolas 
cresceu 4% nos últimos oito anos, um total de 1.613 cooperativas até 2018 com mais 
de 1 milhão de associados e quase 210 mil pessoas empregadas. 
Em termos mais práticos, a cooperativa é uma guia de preço, procurando 
obter o custo mais baixo enquanto promove uma boa remuneração para os produtores. 
São princípios do cooperativismo, entre outros: 
Adesão livre: Cada pessoa tem plena liberdade de se associar a uma 
cooperativa e dela sair. 
Neutralidade social, política, religiosa e racial: Isso significa que a 
cooperativa deve tratar, de forma igualitária, os seus cooperados, sem fazer distinções 
por motivos sociais, partidários, religiosos, raciais ou sexuais. 
Controle democrático: Na cooperativa, cada cooperado tem um voto, 
independente do número de quotas- partes, com direito a votar e ser votado. 
Retorno das sobras: A cooperativa não visa a lucros, o que seria a 
remuneração do capital. Se houver sobras no fechamento do Balanço Anual, essas 
sobras se destinam aos fundos previstos no estatuto da cooperativa e o resto fica à 
disposição da Assembleia Geral, que decide livremente sobre o seu destino. A 
distribuição dessas sobras é proporcional. 
Juros limitado ao capital: O sistemacooperativista considera o capital como 
simples fator de produção, limitando o máximo de juros que podem ser pagos, pois o 
objetivo da cooperativa é a prestação de serviços ao quadro associativo. 
Educação permanente: Todas as pessoas carecem de aperfeiçoamento 
constante, capacitando-se para o exercício da cooperação. Por isso, existe um fundo 
específico para educação dos cooperado e do público em geral. 
Cooperação intercooperativa: Não só os cooperados devem se unir em 
torno de interesses comuns, para viabilizar uma cooperativa, mas as próprias 
cooperativas devem se unir entre si, em nível local, nacional e internacional, para 
atender melhor ao interesse dos seus cooperados. 
Autonomia e independência: Nesse caso, evita-se a possibilidade de 
intervenção de governos sobre o cooperativismo. Isso, como se sabe, atualmente no 
Brasil, é proibido pela Constituição. Ao mesmo tempo, por meio desse princípio, houve 
a possibilidade para que as cooperativas entrem em acordo de cooperação com 
entidades governamentais, desde que mantenham a autonomia democrática de seus 
membros. 
Responsabilidade social: Por meio desse princípio, há orientação para que 
as cooperativas se preocupem com o bem-estar não somente de seus membros, mas 
também com o ambiente e com a comunidade em que elas estão inseridas. 
Graças aos princípios de controle democrático e uso proporcional, os 
membros das cooperativas agrícolas podem ter acesso aos serviços, produtos, 
materiais e mercados, caso contrário, não estariam disponíveis. Cada membro não 
obtém a mesma ação, mas é recompensado de acordo com sua participação, que é sua 
ação. As cooperativas agrícolas desfrutam de liberdade de qualquer influência 
econômica externa, seja do governo ou seja de alguma cooperativa privada maior. 
Há muitas razões pelas quais os agricultores se unem nas cooperativas 
agrícolas: melhor acesso aos mercados e suprimentos; custo geral de produção menor; 
mitigação dos riscos; sistema de gestão democrático; novas tecnologias; vantagens 
fiscais; e a oportunidade de ingresso em nichos mais competitivos. 
Outro ponto positivo é que as cooperativas podem fazer parcerias com 
universidades, por exemplo, para oferecer cursos de capacitação. Os cursos também 
devem abordar como funciona a relação dos dirigentes com o quadro social em que 
http://yielding-power-hourglass.blogs.rockstage.io/agricultura-digital-entenda-o-que-e-vantagens-e-como-fazer/
estão inseridos os agricultores familiares que constituem a cooperativa. Assim, é 
possível ter conselhos fiscais e de administração bem preparados. 
O cooperativismo na agricultura familiar é uma das bases do 
desenvolvimento sustentável. Ao incentivar o setor, a economia local e a geração de 
renda também são estimuladas. O Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa 
Nacional de Alimentação Escolar são uma porta de entrada para que as cooperativas 
forneçam para os entes institucionais. O cooperativismo constitui sólido instrumento de 
acesso a mercados e contribui para manter o agricultor no campo, mediante fomento à 
comercialização dos produtos e fornecimento de serviços aos cooperados. 
 
 3 – ECONOMIA SOLIDARIA. 
A Economia Solidária é uma forma autônoma de gerir os recursos humanos 
e naturais de maneira que as desigualdades sociais sejam reduzidas a médio e longo 
prazo. A vantagem da Economia Solidária é que ela repensa a relação com o lucro, 
transformando todo o trabalho gerado em benefício para a sociedade como um todo – 
e não apenas para uma parcela dela. 
Na Economia Capitalista, os ganhadores acumulam vantagens e os 
perdedores acumulam desvantagens para as competições futuras. 
As primeiras práticas de economia solidária surgem, no Brasil, em resposta 
à pobreza e ao desemprego em massa do início do século XIX, causado pela chegada 
do capitalismo industrial. A introdução e a difusão de máquinas a vapor fizeram com que 
milhares de trabalhadores e trabalhadoras perdessem empregos e começassem a se 
organizar em cooperativas e associações. 
Para que tivéssemos uma sociedade em que predominasse a igualdade 
entre todos os membros, seria preciso que a economia fosse solidária em vez de 
competitiva. Isso significa que os participantes da atividade econômica deveriam 
cooperar entre si em vez de competir. 
Na cooperativa de produção, protótipo de empresa solidária, todos os sócios 
têm a mesma parcela do capital e o mesmo direito de voto em todas as decisões. Esse 
é o princípio básico da Economia Solidária. Se a cooperativa precisa de diretores, eles 
são eleitos por todos e são responsáveis perante eles. Não há competição entre os 
sócios e, se a cooperativa progredir e acumular capital, todos ganham por igual. A ideia 
da Economia Solidária é tornar a sociedade menos desigual. Mas, mesmo que todas as 
cooperativas colaborassem entre si, inevitavelmente umas iriam pior e outras melhor, 
em função do acaso e das diferenças de habilidade e inclinação das pessoas que as 
https://www.ecycle.com.br/categoria/trabalho-e-economia/economia/
compõem. Haveria portanto empresas ganhadoras e perdedoras. Suas vantagens e 
desvantagens teriam de ser periodicamente igualadas para não se tornarem 
cumulativas, o que exige um poder estatal que redistribua dinheiro das ganhadoras às 
perdedoras por meio de impostos, subsídios ou crédito. 
Nesse sentido, compreende-se por economia solidária o conjunto de 
atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, 
organizadas sob a forma de autogestão. 
Considerando essa concepção, a Economia Solidária possui as seguintes 
características: cooperação: existência de interesses e objetivos comuns, a união dos 
esforços e capacidades, a propriedade coletiva de bens, a partilha dos resultados e a 
responsabilidade solidária; autogestão: os/as participantes das organizações exercitam 
as práticas participativas de autogestão dos processos de trabalho; dimensão 
econômica: é uma das bases de motivação da agregação de esforços e recursos 
pessoais e de outras organizações para produção, beneficiamento, crédito, 
comercialização e consumo; e solidariedade: o caráter de solidariedade nos 
empreendimentos é expresso em diferentes dimensões, na justa distribuição dos 
resultados alcançados, nas oportunidades que levam ao desenvolvimento de 
capacidades e da melhoria das condições de vida dos participantes, no compromisso 
com um meio ambiente saudável, nas relações que se estabelecem com a comunidade 
local, na participação ativa nos processos de desenvolvimento sustentável de base 
territorial, regional e nacional; nas relações com os outros movimentos sociais e 
populares de caráter emancipatório; na preocupação com o bem estar dos 
trabalhadores e consumidores; e no respeito aos direitos dos trabalhadores e 
trabalhadoras. 
Na empresa solidária, o pagamento funciona com os sócios não recebendo 
salário, e sim retirada, que varia conforme a receita obtida. Os sócios decidem 
coletivamente em assembléia se as retiradas devem ser iguais ou diferenciadas. Muitas 
empresas solidárias fixam limites entre a menor e a maior retirada. 
O desenvolvimento da organização cooperativista popular, de economia 
solidária, ressurge como uma nova alternativa ao desemprego a partir de um novo setor 
econômico, formado por pequenas empresas e trabalhadores por conta própria, 
composto por (ex)desempregados. Esta pode ocorrer através da “expansão das 
iniciativas populares de geração de trabalho e renda, baseados na livre associação de 
trabalhadores e nos princípios de autogestão e cooperação” (GAIGER, 1999, p. 29). 
 Assim, a economia solidária seria então modalidades de economia 
popular, fora do assalariamento formal, que reúne grupos associações, cooperativas ou 
pequenas empresas pautadas na auto-gestão (BARBOSA, 2006). Além disso, 
diferentemente do modelo capitalista convencional que se baseia na alienação, esse 
arranjo é balizado naresponsabilidade total dos indivíduos na produção social, o 
individuo adquiri papel de participante ativo, com poder e responsabilidades. 
 
4 – ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO MODERNO. 
A internet, conexões de rede, automação e sistemas e programas de 
computadores marcam presença nas novas cooperativas, e fazem com que as 
cooperativas tradicionais se adequem. Também Informações que sempre estiveram sob 
posse exclusiva das instituições financeiras agora podem ser controladas pelas 
cooperativas, por meio de aplicativos, como por exemplo, um financiamento. 
Além de diversas funções, como o Open Banking, que permite que a própria 
pessoa tenha domínio de suas finanças de maneira integrada a partir de um único 
aplicativo – não sendo necessário acessar o aplicativo da instituição financeira. O 
cooperado ou cliente é dono dos próprios dados. Para que as novas instituições 
financeiras cooperativas estejam alinhadas com o Open Banking é preciso que elas 
invistam em tecnologia. 
Agregar tecnologias em todas as etapas dos processos é um grande 
diferencial para o dia a dia das cooperativas. É por isso que, para se manterem 
atualizadas, elas têm se empenhado fortemente em adotar novos recursos tecnológicos 
em suas rotinas. Este movimento foi impulsionado durante a pandemia de Covid-19 
quando as cooperativas sentiram ainda mais necessidade de ferramentas que 
estreitassem a conexão com os cooperados, o que resultou em uma aceleração da 
Transformação Digital no Cooperativismo. 
Para isso, as cooperativas devem: aumentar o uso de plataformas online e 
outros canais de comunicação; focar no cadastro digital e integrado para a gestão dos 
clientes e usuários; investir na automação de processos com software de gestão, 
assistentes virtuais; implementar a lógica de Blockchain – sistema de armazenamento 
de informações em blocos; investir em sistemas de validação e segurança digital, com 
a implementação de assinatura eletrônica; plataformas digitais agrícolas com imagens 
de satélite, índices de vegetação e dados meteorológicos para fornecer soluções 
agrícolas precisas a agricultores, comerciantes, seguradoras e conselheiros. A precisão 
permite um uso mais racional de recursos, tempo e orçamento, levando a uma 
produtividade agrícola e rentabilidade maior. 
Os agricultores tradicionais gerem seus campos de forma regular, confiando 
no escotismo tradicional, previsão meteorológica convencional e os registros dos dados 
históricos de colheita. A confiança nestes métodos tradicionais tem sido sempre 
questionáveis de alguma maneira. Portanto, as cooperativas agrícolas precisam se 
atualizar. 
 
5 – ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO: DESAFIOS. 
Desafios constantes, como Economia, inflação, concorrências, clientes e 
tecnologia sempre existiram. Mão-de-obra qualificada e que atraia a juventude 
tornaram-se desafios mais fortes. Além disso, a Pandemia tornou-se um surpreso 
desafio constante. Também para as cooperativas e associações. 
Há também a questão dé compartilhar a responsabilidade econômica. É 
preciso que cada membro participe ativamente na cooperativa agrícola. Os lucros são 
pagos baseados na participação, como uma parte proporcional para usar. Além disso, 
os lucros podem flutuar de um ano a outro dependendo de quão bem a cooperativa 
agrícola funciona de modo geral. 
O outro lado da independência e controle democrático é a distribuição 
equitativa das responsabilidades econômicas entre os membros das cooperativas 
agrícolas. Já que nenhum investimento pode entrar na cooperativa mediante 
subcontratação, a perda do lucro tem impacto em cada membro. Cada mecenato 
individual tem que ser reduzido para compensar a perda. Mesmo assim, o apoio dos 
membros é sempre uma consolação. Ninguém fica sozinho lidando com a perda do lucro 
por conta própria. 
Talvez, a ideia de compartilhar responsabilidades econômicas pode ser vista 
como uma perspectiva atemorizante, mas é o tipo de risco que vale a pena correr, 
considerando os benefícios da cooperação. Seu lucros e bem-estar dependem do bem 
que a cooperativa agrícola funcione financeiramente, o que, por vez, depende do nível 
de sua participação. É um acordo justo e transparente com riscos previsíveis e inúmeros 
benefícios como contrapeso. 
Não podemos ainda esquecer que a presença digital das cooperativas é 
também importantíssima atualmente, é necessário não só ter produtos bons e atender 
bem aos consumidores, mas ter um site atraente, de fácil acesso, é preciso estar 
presente de forma dinâmica em todas as redes sociais. Dessa forma, é possível 
fortalecer sua marca e seus valores, ganhando uma visibilidade que ultrapassa a 
comunidade local. Hoje, a venda online tornou-se ainda mais essencial, por isso, não 
estar presente de forma correta no mundo digital pode fazer com que o pequeno 
produtor não sobreviva. 
É preciso entender qual é grande diferencial de um produto que vem de uma 
cooperativa rural, o que faz um consumidor comprar de uma cooperativa e não de uma 
grande empresa ou indústria. Em geral, porque ele é um produto orgânico, com uma 
origem agroecológica, é não só mais saudável porque está também livre de itens 
nocivos à saúde como foi elaborado sem impacto negativo ao meio ambiente. Portanto, 
é muito importante para uma cooperativa aderir à prática da agricultura sustentável e 
deixar isso claro para todos — não adianta ter uma prática de agricultura sustentável se 
o consumidor não sabe. Por isso, as redes sociais também são tão importantes, visto 
que o consumidor quer saber mais sobre os alimentos que adquire. 
No entanto, para que a cooperativa possa se desenvolver da maneira citada, 
ela precisa de apoio, de políticas públicas que incentivem seu crescimento. É preciso 
que haja a oferta de apoio técnico e de cursos de capacitação para seus cooperativados. 
Muitas vezes, pequenos produtores rurais não conseguem participar de cooperativas 
porque não têm a documentação de sua própria terra, por exemplo, assim é essencial 
que haja também uma política pública de suporte para esses pequenos produtores para 
que possam estar regularizados, e estejam em dia com a regulamentação da sua terra 
para que então eles consigam aderir às cooperativas e se beneficiarem de políticas 
públicas para pequenos produtores 
Além de oferecer cursos de capacitação ou apoiar a elaboração de cursos 
de capacitação para cooperativas e cooperativados, o poder público também precisa 
incentivar as pesquisas agropecuárias, já que o objetivo da agricultura familiar é ser uma 
agricultura sustentável, de menor impacto ao meio ambiente. É muito importante 
também conseguirmos diferenciar associativismo de cooperativismo. No caso do 
pequeno produtor rural ambos são importantes, mas há uma diferença: a associação 
geralmente procura fazer o trabalho social e político dentro da comunidade rural, ou 
seja, é como uma pessoa jurídica que facilita o acesso da comunidade a alguns 
programas do governo ou desenvolve pautas sociais e políticas daquela comunidade. É 
importante ressaltar que a cooperativa é o braço de atividade econômica de um grupo 
de pessoas, então dentro daquela comunidade rural há pessoas que desenvolvem uma 
atividade de produção rural e juntos formam uma cooperativa para facilitar e maximizar 
a comercialização e expansão dessa atividade econômica. 
Os maiores desafios para os empreendimentos de economia solidária é o 
fato de estarem inseridos em uma sociedade de cultura contraditória em que prevalece 
o princípio neoliberal de competitividade excludente, herdeira de deficiências 
educacionais, tendo de lidar com comportamentos individuais formados em contextos 
autoritários, preconceituosos e burocráticos e uma cultura individualista, precisando 
enfrentá-los de forma pragmática e amadurecendo seus conhecimentos. Para isto, é 
necessário reinventar uma cultura de grupo, e estimular a responsabilização total dos 
participantes, superaras formas autoritárias e burocráticas de poder, obter bom senso 
nas técnicas de gestão e reciclarem-se sobre conhecimentos técnicos e novas formas 
organizacionais estratégicas. Nesse sentido, seria possível projetar um futuro melhor 
para quem esteja organizado sob a forma de cooperativista e associações populares 
(GALLO, 1998).

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