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Ana Laura Octávio - TXXII PNEUMONIAS INTRODUÇÃO - Em casos de patologias respiratórias, é interessante caracterizá-las para um melhor e mais preciso diagnóstico. ▪ É uma infecção? ▪ Qual tipo de infecção é? (viral, bacteriana etc.). ▪ Qual grau de comprometimento/severidade do processo infeccioso? ▪ Qual é o patógeno que está provocando o processo infeccioso? (identificação do patógeno através de exames laboratoriais. TIPOS DE ESCARRO - Aspecto mucoide, esbranquiçado: pode indicar insuficiência cardíaca congesta. - Mucopurulento: inicialmente amarelo e, depois, amarelo-acastanhado. Geralmente, associado a bactérias. - Sanguinolento: evento mais grave, pode ser ou não de origem infecciosa (tromboembolismo pulmonar). DEFINIÇÃO - Consiste em processos inflamatórios do parênquima pulmonar, com comprometimento dos brônquios, bronquíolos, alvéolos, interstício e/ou pleura. - É capaz de necrosar e gerar abcesso pulmonar, geralmente causado por S. aureus, K. pneumoniae e S. pyogenes. - O diagnostico sindrômico da pneumonia é síndrome de condensação inflamatória (isso que se escreve no prontuário médico) --> área de consolidação (solidificação) inflamatória exsudativa. - Inflamação por agentes infecciosos: ▪ Viral – acomete componentes intersticiais e pneumócitos tipo I, injuria alveolar → pneumonite intersticial. ▪ Bacteriana – provoca resposta inflamatória infecciosa aguda grave no parênquima pulmonar e, não necessariamente, injuria alveolar → pneumonite intra-alveolar ou luminal. CLASSIFICAÇÃO - Agente etiológico: infecciosa ou não infecciosa. Ex. viral, bacteriana, autoimune, micótica etc. - Natureza da reação do hospedeiro: purulenta, fibrinosa, serofibrinosa etc. - Distribuição anatômica da pneumonia (verificada em radiografia): ▪ Lobular (broncopneumonia) – focos lobares acometidos, de forma bilateral, com áreas consolidadas. Ana Laura Octávio - TXXII ▪ Lobar (verdadeira pneumonia) – um lobo acometido. ▪ Intersticial difusa (pneumonite) – geralmente bilateral, sem áreas de consolidação, com aspecto filamentoso. Agente etiológicos mais comuns: vírus e Mycoplasma sp. - Local de aquisição: comunitária, hospitalar. - Tempo de evolução: aguda, subaguda, crônica. - Pneumonia adquiridas na comunidade: ▪ Forma típica – contato com o patógeno, quadro clínico comum. ▪ Forma atípica – quadro clínico se comporta diferente do que se espera, patógeno não tão frequentes na comunidade. Ana Laura Octávio - TXXII ▪ Forma aspirativa – paciente com algum tipo de bronco aspiração (microrganismos causam irritação e depois inflamação). - Pneumonias em idosos: de comunidade ou de comunidade fechadas (asilos, p. ex.). - Pneumonia em pacientes imunocomprometidos. - Pneumonias nosocomiais (adquiridas nos hospitais). PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE FATORES DE RISCO - Envelhecimento. - Tabagismo/DPOC. - Insuficiência cardíaca. - Colonização da orofaringe. - Micro e macroaspiração. - Alcoolismo/cirrose hepática. - Deficiência nutricional (obesidade e raquitismo, por exemplo). - Imunossupressão. - Fatores ambientais. FATORES PREDISPONENTES - Gripes. - Aglomerações. - Terapia com antibiótico. - Reflexo da tosse deprimido. - Mecanismos de deglutição anormais. - Fármacos que promovam depressão respiratória. PRINCIPAIS COMORBIDADES - Doença neurológica. - DPOC. - Doença isquêmica do coração. - Hipertensão. - Neoplasias de pulmão. - Diabetes. - Doença renal. - SIDA – síndrome da imunodeficiência adquirida. VIAS DE ACESSO DO AGENTE AO PULMÃO - Aspiração de secreções das vias aéreas superiores (micro e macro, deglutição). - Inalação. - Hematogênica. - Contiguidade (mediastino, pericárdio e por continuidade, acomete pulmão). - Aspiração de conteúdo gástrico. - Translocação. - Inoculação nas vias por procedimentos (ex. intubação). CONDIÇÕES PARA DESENVOLVIMENTO DA PNEUMONIA - Fonte do agente + vias de contaminação → pulmão: redução dos mecanismos de defesa transitório/definitivo → pneumonia. Ana Laura Octávio - TXXII Identificação do patógeno baseada na faixa etária do indivíduo: SINAIS E SINTOMAS MAIS FREQUENTES - Tosse. - Febre (geralmente > 39 – processos bacterianos importantes). - Estertores crepitantes. - Secreção purulenta expectorada. - Dor torácica. - Dispneia. - Calafrios. - Taquicardia. - Taquipneia. OBS.: Idosos passam a apresentar estado confusional do dia para noite (indicativo de hipoxia). RN e crianças passam a rejeitar a alimentação, leite e passam a ter choro constantes e perder as atividades. PROVÁVIES COMPLICAÇÕES - Derrame pleural pneumônico. - Derrame pleural de ponto de vista purulento. - Colapso do parênquima pulmonar. - Trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar (pacientes acamados). - Pneumotórax. - Abcesso pulmonar. - Sepse generalizada, falência múltipla de órgãos. BRONCOPNEUMONIA - LOBULAR - Mais frequente me pacientes pediátricos, idosos, imunodeprimidos e pacientes terminais. - Consiste em áreas de consolidação inflamatória focal de 3-4 cm (dispersa, difusa, multilobar, áreas múltiplas). OBS.: Pode acometer um ou os dois pulmões. Ana Laura Octávio - TXXII - Bronquíolos terminais e alvéolos adjacentes (pode ser extensão de uma bronquite/bronquiolite). MICROSCOPIA - Alvéolos pulmonares, brônquios e bronquíolos preenchidos pela resposta inflamatória: exsudato purulento. - Neutrófilos. - Áreas de necrose. - Consolidação do exsudato: fibrose pulmonar. PNEUMONIA - LOBAR - Consolidação inflamatória de parte ou todo lobo pulmonar (até mesmo o pulmão todo). - Qualquer idade, raça. - Predomínio: sexo masculino (rara na infância ou velhice). - Grave. - Radio-X fica branco no lobo comprometido. MORFOLOGIA - Consolidação fibrinopurulenta difusa de lobos inteiros de pulmão. - Observa-se 4 fases: 1. Fase congestiva (primeiras 48 h) – lobos com áreas de congestão vascular/hiperemia. Apresenta- se avermelhada. 2. Fase de hepatização vermelha (2 a 4 dias) – verdadeira resposta inflamatória – exsudato fibrinopurulento – com espaço pulmonar preenchido por neutrófilos. Pulmão fica cinza por conta das células inflamatórias. 3. Fase de hepatização cinzenta (4 a 8 dias) – diminuição das células inflamatórias e presença de fibrina e macrófagos. Aspecto branco/acinzentado. 4. Face de resolução (paciente, tratado corretamente, evolui corretamente) – degradação e reabsorção do exsudato pelo pulmão (espaço alveolar fica livre). Se não houver tratamento adequado ou houver complicação, ocorre fibrose pulmonar. DIAGNÓSTICO 1. CLÍNICO (ou presuntivo) - Etiologia provável. - Grau de gravidade. - Patologias associadas (DM, tabagismo, DPOC). Ana Laura Octávio - TXXII 2. RADIOLÓGICO - Confirmar diagnostico presuntivo. - Etiologia provável. 3. LABORATORIAL - Confirmar etiologia. 4. DEFINITIVO - Isolamento do agente etiológico (sangue e escarro é obrigatório) ▪ Sangue. ▪ Cultura do escarro, pesquisa de bactérias, BAAR (tuberculose) e fungos. ▪ Broncoscopia e aspiração traqueal (cultura quantitativas). ▪ Antígenos urinários (legionella, pneumococo). ▪ Biopsia. CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO - Critérios principais: ▪ Tosse. ▪ Expectoração. ▪ Febre (≥ 37,8). - Critérios secundários: ▪ Dor torácica. ▪ Dispneia. ▪ Síndrome da condensação ▪ Alteração do estado mental. EXAMES COMPLEMENTARES - Leucometria > 15 mil células /mm3 (leucopenia + pneumonia = estado mais grave). - Radiografia de tórax com velamento pulmonar.
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