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trabalho de Honorarios advocaticios

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Aluno: Jéssica Tixiliski 
 
 Honorários Advocatícios
 Curitiba 
 2022 
Aluno: Jéssica Tixiliski 
 Honorarios Advocaticios 
 
 
 Trabalho apresentado no curso de graduação da matéria de deontologia jurídica da universidade Tuiuti do Paraná 
Orientado pelo prof. Péricles.
Curitiba 
2022 
Honorários Advocatícios 
Honorários advocatícios é um termo usado para se referir a remuneração de advogados e advogados inscritos na OAB, ou seja, os honorários são devidos pela prestação de serviço e os valores estão dispostas na tabela de honorários da OAB de cada estado.
E um termo genérico, para os profissionais que recebem a remuneração pelo serviço prestado, porque além dos advogados também recebem os honorários consultores e contadores, além de outros profissionais. 
previsão normativa contida no artigo 22 do Estatuto da OAB, que assim prevê: Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos desucumbência. Contudo, a Lei nº 13.725/18 modificou o mencionado artigo, inserindo nele o parágrafo 6º, referente aos honorários assistenciais.
 Tipos de Honorários Advocatícios
Nem todos os honorários que um advogado pode receber pelo seu trabalho apresentam a mesma natureza.
 Na realidade, existem quatro tipos de honorários advocatícios, com diferenças importantes entre si, sendo eles: honorários contratuais; honorários arbitrados; honorários sucumbenciais e honorários assistenciais.
 Honorários contratuais
Os honorários contratuais, como o próprio nome indica, consistem na remuneração acertada entre o procurador e o cliente, tanto para a representação deste e atuação em demanda judicial (advocacia litigiosa) quanto para consultorias (advocacia consultiva). Tal acordo é feito por meio de um contrato escrito, sendo que o pagamento do valor estabelecido não depende do êxito da causa, devendo ocorrer independentemente disso e no prazo e na forma definidos.
A quantia será proposta pelo profissional, que deve ter como parâmetro para a proposta os valores mínimos listados na Tabela da OAB de cada Seccional. A forma de pagamento também dependerá do ajuste entre o contratante e o contratado, mas o Estatuto da OAB, em seu art. 22, §3º, prevê que, caso não haja estipulação em contrário, ele poderá ocorrer da seguinte maneira:
1/3 no início do serviço;
1/3 até a decisão de primeira instância;
o restante ao final.
A percepção do valor devido também pode ocorrer na forma do §7º do citado dispositivo normativo. Ele autoriza o advogado a juntar aos autos de um processo o seu contrato de honorários antes da expedição do mandado de levantamento ou precatório. Nesse caso, o juiz determinará o pagamento imediato, abatendo-se da quantia a ser recebida pelo mandatário, salvo se este comprovar que já os pagou.
Os honorários advocatícios contratuais, ou convencionais, são aqueles que o advogado e seu cliente estabelecem de mútuo acordo antes do início do processo, estes precisam ser pagos, independentemente do cliente ter ganho a causa na ação ou não.
Alguns advogados fecham com seus clientes contratos de risco, em que o honorário contratual é uma porcentagem do valor ganho no processo, nesse caso, a remuneração é variável e imprevisível, está modalidade pode tanto ser uma vantagem para o advogado quanto uma armadilha.
Advogados que não atuam no contencioso, isto é, não assumem a representação em processos, mas dedicam-se ao consultivo, também fazem jus ao recebimento de honorários contratuais pelos seus serviços.
 Honorários arbitrados
Não havendo proposta ou, ainda, um ajuste sobre o valor que o advogado receberá por seus serviços, caberá ao juiz determinar uma quantia. É o que se chama de honorários arbitrados. Essa modalidade de remuneração está prevista no art. 22, §2º do Estatuto da OAB, que assim prevê:
Art. 22 (…)
§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.
por força da norma regulamentadora, o julgador definirá o pagamento do procurador da parte. Para isso, levará em consideração não apenas a complexidade do trabalho e o valor econômico envolvido, mas também a experiência e o renome do profissional, a localidade, entre outros aspectos.
Deverá sempre, contudo, observar o mínimo previsto na tabela da OAB. Além disso, como servem para “substituir” os honorários contratuais não definidos, os arbitrados serão pagos pela parte ao seu próprio representante processual, independentemente do êxito na demanda judicial em que este atuou.
Falamos em honorários arbitrados quando não existe um acordo entre o advogado e a parte que ele representa sobre a remuneração previamente ao início do processo. Nesse caso, é o juiz quem arbitra, ou seja, quem define o valor dos honorários a serem pagos. 
O juiz leva em consideração vários critérios para estabelecer os honorários arbitrados. Um deles é a tabela da OAB, outro critério relevante são a complexidade da questão e o valor da causa.
 os honorários arbitrados, assim como os contratuais, independem do resultado do processo, vencendo ou não, o advogado que atuou na causa faz jus ao recebimento.
 Honorários sucumbenciais
Na forma do art. 85 do Código de Processo Civil, o vencido deve ser condenado em sentença a pagar honorários ao advogado da parte vencedora da demanda judicial, em aplicação do princípio da causalidade, a pessoa que perde uma causa deve arcar com os honorários sucumbenciais devidos ao procurador da que estiver no pólo oposto e obteve êxito.
Nos termos do §1º do citado artigo, esse tipo de honorários incide em cumprimento de sentença, seja ele provisório ou definitivo; na execução, sendo ela resistida ou não; e nos recursos.
O seu valor pertence exclusivamente ao procurador da parte vencedora e é determinado pelo julgador da causa. Ele deve ser fixado entre dez e vinte por cento do valor da causa, do proveito econômico obtido ou, sendo impossível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. Além disso, o juiz, ao estabelecer a quantia, deve levar em consideração os parâmetros apontados pelo §2º do mesmo art. 85 do CPC:
I – o grau de zelo do profissional;
II – o lugar de prestação do serviço;
III – a natureza e a importância da causa;
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
Se a demanda tiver a Fazenda Pública como parte, devem ser observados os percentuais previstos nos incisos do §3º da norma. Ademais, nesse caso, em sede de cumprimento de sentença, não caberão honorários sucumbenciais quando for o caso de expedição de precatório, exceto se houver impugnação.
Esse é o tipo de honorário que causa mais controvérsia, principalmente do ponto de vista dos clientes. Os honorários de sucumbência devem ser pagos pela parte que perde o processo ao advogadoda parte que vence o processo.
O principal motivo apontado para essa regra, é desincentivar a litigância supérflua. Em outras palavras, age como um “estímulo ao contrário”, para que as pessoas não busquem a Justiça para resolver casos que poderiam ser solucionados de outras maneiras. Assim, espera-se colaborar para o desafogamento do Judiciário.
 Honorários assistenciais
antes da Lei nº 12.725/18, o sindicato que atuasse em demandas judiciais como substituto dos trabalhadores a ele filiados era quem recebia os honorários assistenciais. Afinal, era a entidade que pagava os seus advogados para prestar assistência judiciária ao trabalhador que não tivesse condições financeiras para arcar com um defensor particular.
 a Justiça do Trabalho vedava o pagamento de honorários contratuais pelos clientes a seus procuradores. Isso porque prevalecia o entendimento de que a remuneração advinha do pagamento feito pela entidade de classe. Contudo, a mencionada lei passou a atribuir ao profissional do Direito a percepção dos honorários assistenciais.
Dessa forma, figura dos honorários assistenciais está inserida no âmbito das ações coletivas propostas por entidades de classe em substituição processual, quando um advogado é contratado por um sindicato para defender os interesses do trabalhador, ele receberá esse novo tipo de pagamento, que se somará àquele convencionado por meio de contrato.
Os honorários assistenciais, na realidade, não vão para o advogado, eles são devidos ao sindicato que custeia a assistência advocatícia ao trabalhador, no caso de um processo trabalhista. 
É claro que essa diferença acarreta algumas consequências. Por exemplo, esse é um tipo de honorário que não tem natureza de verba alimentar e, portanto, não recebe as mesmas proteções que os demais.
 O que mudou com o Novo Código de Processo Civil
passou a regular o tema dos honorários sucumbenciais do art. 85 ao 90. Quanto a isso, ele trouxe alterações em relação à codificação anterior no que diz respeito à natureza alimentar da verba. A esse respeito, o art. 85, em seu §14, veio para resolver a antiga polêmica na jurisprudência sobre o assunto, prevendo que:
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.
Dessa maneira, o pagamento atribuído ao profissional liberal do Direito pela prestação de seus serviços corresponderia à contraprestação percebida pelo empregado a título de salário e pelo servidor público a título de vencimentos. Por isso, os honorários advocatícios de sucumbência gozam dos mesmo privilégios dos créditos relativos às leis trabalhistas, tendo preferência em caso de falência, por exemplo.
Tal natureza de verba alimentar é inclusive reconhecida pela Súmula Vinculante nº 47 do Supremo Tribunal Federal, como se vê:
Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar, cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza.
Tal Súmula também determina que a satisfação dos honorários sucumbenciais deve ser no momento da expedição do precatório ou da requisição de pequeno valor em favor da parte. Portanto, ela se aplica aos casos de ações envolvendo a Fazenda Pública da União, dos Estados ou dos Municípios.
O §14º do art. 85 do CPC, além de prever essa característica essencial da remuneração do advogado, também veda a sua compensação em caso de sucumbência parcial, ao contrário da codificação anterior, que admitia tal prática. Por conseguinte, ainda que as duas partes percam a ação em relação a algum aspecto discutido, os honorários dos procuradores não poderão ser abatidos entre si, mas pagos integralmente pelos litigantes.
 A importância do Prazo Prescricional 
 a prescrição consiste na perda da ação relativamente a um direito em razão do não uso dentro do prazo estabelecido em lei. Portanto, assim como na cobrança de uma dívida qualquer, esse instituto jurídico também é aplicável à relação entre cliente e advogado.
Dessa forma, a exigência do pagamento dos honorários advocatícios também deve atender a um período. O Estatuto da OAB é a norma responsável por tratar do assunto, estabelecendo, em seu art. 25, que a prescrição para a ação de cobrança de honorários advocatícios ocorre em 5 anos, contados:
do vencimento do contrato, se houver;
do trânsito em julgado da decisão que os fixar (no caso dos arbitrados);
da conclusão do serviço extrajudicial;
da desistência ou da transação;
da renúncia ou revogação do mandato.
Então, é fundamental que o advogado conheça e esteja sempre atento a esse prazo, assim como ao marco inicial para cada situação. Afinal, se a cobrança não for feita a tempo, o profissional não terá mais a prerrogativa de receber o valor que lhe era devido em retribuição ao seu trabalho.
 Como deve-se cobrar os Honorários 
além de conhecer o prazo e seus marcos iniciais, é importante que o profissional do Direito saiba como cobrar a sua remuneração do cliente. O objetivo deve ser sempre a obtenção de uma remuneração que corresponda a todo o conhecimento construído ao longo de anos de estudos e que promova a justa compensação pelo esforço despendido na defesa do cliente em trabalhos consultivos ou ações judiciais.
Nem todo advogado sabe exatamente como quantificar o pagamento a título de honorários advocatícios. Talvez o principal motivo para essa dificuldade comum entre os profissionais da área seja exatamente a natureza intelectual da atividade. Afinal, como definir financeiramente o valor da advocacia? Embora pareça impossível à primeira vista, alguns parâmetros podem ajudar.
A tabela da OAB tem como função a valorização da profissão do advogado, uma vez que estabelece um parâmetro para a cobrança e o arbitramento dos honorários. Ela também serve para dar razoabilidade à quantia exigida como pagamento pelos serviços jurídicos, evitando a subprecificação, que subestima a advocacia.
Para consultá-la, basta fazer uma pesquisa pela tabela da Seccional do seu estado, pois cada um tem a sua. Você poderá encontrar o valor mínimo a ser recebido fazendo a busca por assunto ou tipo de ação. No entanto, tenha em mente que se trata de uma estimativa, então é fundamental saber adequar a quantia à condição financeira do seu cliente.
O advogado tem certa liberdade para estipular os seus honorários contratuais. Porém, ele deve atender a um piso e a um teto para que não haja abusos. Assim, o valor mínimo a remunerar o profissional deve ser aquele previsto na tabela da sua Seccional. É isto que prevê o art. 41 do Código de Ética e Disciplina da OAB:
Art. 41. O advogado deve evitar o aviltamento de valores dos serviços profissionais, não os fixando de forma irrisória ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários, salvo motivo plenamente justificável.
Caso essa regra não seja atendida, a situação configurará captação de cliente, conforme art. 39 do mesmo Código. Tal prática, além de revelar má-fé na concorrência com outros advogados, é considerada infração disciplinar, nos termos do que prevê o art. 34, inciso IV do Estatuto da OAB, punível com censura, segundo o art. 36, inciso I do mencionado Estatuto.
O valor máximo, por sua vez, deve ser a quantia que o cliente poderá receber como parte em processo judicial, somados os honorários contratuais e os de sucumbência. Trata-se de regra prevista no art. 38 do Código de Ética que regulamenta a atividade advocatícia. Assim, o ideal é que o procurador fique com, no máximo, cinquenta por cento do valor relativo à vantagem econômica da causa, sendo que os outros cinquenta pertencem ao cliente.
Dessa forma, quem quer construir uma carreira sólida naadvocacia privada precisa saber que a atividade vai além de ter conhecimentos jurídicos, ter boa oratória, planejar processos e defender os interesses do cliente. Antes de tudo isso, o advogado deve saber como precificar o seu trabalho, para exigir os honorários advocatícios garantindo a valorização da categoria e recebendo uma remuneração justa.
Isso só é possível depois de compreender o que são esses honorários e os tipos existentes. Também é fundamental compreender o que o Código de Processo Civil prevê acerca do tema, assim como conhecer as previsões contidas no Código de Ética e Disciplina da OAB e no Estatuto da Ordem.

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