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5 Liberalismo Clássico

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LIBERALISMO CLÁSSICO – 1780 a 1860
Se constrói num momento político em que as pessoas estão preocupadas em ter liberdade frente ao soberano, preocupados em ter seus direitos não visualizados por quem os deveria proteger, devido ao contexto histórico, social e econômico. Suas ênfases incidem na defesa dos direitos do cidadão à sua vida e sua propriedade, na necessidade da tolerância política e religiosa e na luta por um sistema político que não centralize todo o poder numa só mão. 
São suas principais teses:
· Liberdade individual/individualismo: separação incisiva da esfera pública da esfera privada e ausência de interferência do Estado (independentemente da forma de governo) nas questões privadas/individuais, em relação a como o indivíduo irá gerir sua propriedade, sua vida e a vida de sua família, com ênfase nos direitos civis, buscando combater as opressões até então cometidas pelo estado absolutista;
· Igualitarismo de direitos: isto também passa por uma discussão sobre quem tem direitos, pois nem todos teriam, mas os que teriam deveriam ter direitos iguais;
· Contratualismo: tem fundamento na ideia do que é público, pois na esfera pública entendemos que temos um contrato no qual cedemos em alguns pontos;
· Utilitarismo;
· Não intervenção do Estado;
· Limitação do poder (Legalismo/Constitucionalismo): normatização, através da positivação do direito, determinando os limites do poder do soberano;
· Contratos livremente elaborados: começam a ser valorizados com a não intervenção, passa a valer a vontade das partes, sem intervenção estatal;
· Pluralismo nas concepções do bem;
· Neutralidade do estado: deve governar para todos, sem beneficiar a aristocracia ou classes religiosas;
· Representação política: quem tem direitos? E quem tem, como será representado?
Cada pensador, em cada determinado momento político, privilegiou alguns aspectos do liberalismo, em detrimento de outros, certamente, mas os três itens arrolados formam como que um padrão geral e praticamente obrigatório que pode ser encontrado no pensamento liberal clássico, e pode ser utilizado para identificar um pensamento como tendo um cunho liberal.
Hobbes – 1588 a 1689
O liberalismo clássico, é baseado na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra ingerências excessivas e atitudes coercitivas do poder estatal.
Para que as bases da vida social e política fossem sólidas e capazes de receber leis seguras, foi proposto que o estado político teve seu início quando um Contrato, ou Pacto, foi acordado entre as pessoas que viviam em um pretendido “estado de natureza”, isto é, sem leis outras que as naturais.
Para ele, é necessário que as pessoas, para viver em sociedade, façam parte de um pacto, instituindo-se um poder organizacional, através de um entende coletivo – o Estado – saindo do estado de natureza/leis naturais que, por vezes, levam a sociedade ao caos, visto que ele não acredita na bondade natural do homem – “o homem é o lobo do homem”. Hobbes é um jusnaturalista de chegada e um positivista de saída, pois ele acredita no direito natural à vida, mas para preservá-la seria necessária a organização estatal através da legislação – que traria segurança – já que, no estado de natureza todos defenderiam seus próprios interesses e sempre haveria conflito. Assim, abriríamos mão de alguns direitos para ter nossa segurança preservada. Deste modo, a liberdade seria tudo que a lei não proibisse, o que fosse proibido seria aceito para esta preservação da vida, as leis sendo inquestionáveis. Fala-se em liberdade no silencio das leis, uma liberdade negativa.
Locke – 1632 a 1704
Locke, assim como Hobbes, também era um contratualista, isto é, também defendia que um contrato entre as pessoas havia dado origem ao Estado. Mas, ao contrário deste, Locke pensava que o estado de natureza não era uma situação onde não havia nenhuma lei ou segurança. No estado de natureza vigiam já leis naturais, valores, dados ao ser humano por Deus, que indicavam como se deveria agir e como não. O direito natural indicava que promessas tinham de ser cumpridas, e cada um já tinha direito à sua vida e aos frutos do seu trabalho. A passagem, via Pacto, do estado de natureza para a sociedade civil se faz não para sair deste estado de natureza, mas para melhorar e garantir melhor suas benesses, garantindo ao ser humano o cumprimento das leis divinas.
Um soberano é importante, na verdade imprescindível, mas deve e pode ser controlado. A solução aventada para esse controle é a separação dos poderes do Estado em dois: um, a cargo do Soberano, executará as leis (que deverão ser escritas) e realizará os julgamentos sobre as infrações destas. Executivo e Judiciário unidos, portanto. Outro poder, e só ele, fará as leis, o Legislativo, representando o povo, se comporá de homens com propriedade e, logo, títulos, que escolherão representantes.
Locke diz que cada homem tem uma propriedade em sua própria pessoa, defendendo o direito natural da propriedade... (ver aos 35 minutos de aula)
Locke, em sua Carta sobre a tolerância, propôs que todas as crenças religiosas que não atentassem diretamente contra a existência do Estado deveriam ser toleradas, determinando que o Estado não precisa se preocupar com a crença de cada um, isto não lhe diz respeito, a não ser que aquilo em que cada um acredita atente contra o estado. Como a função de uma religião é apenas e tão somente ajudar a salvar a alma de cada indivíduo, as crenças religiosas não deveriam se imiscuir na política. Com isto inaugura-se uma ideia de laicidade do estado, contrapondo uma ideia até então corrente de religião e política estarem sempre conectadas, inclusive mediando conexões internacionais. Todavia Locke não tinha a mesma tolerância com os ateus que, para ele, não tendo uma divindade, eles não cumpririam com seus compromissos.
De Francis Bacon até Kant, um período de mais ou menos duzentos anos, abrangendo os séculos XVII e XVIII), há uma alteração no pensamento aceitando-se a felicidade individual como algo que pode direcionar a sociedade ao bem comum. Busca-se uma sociedade humana baseada sim no conhecimento, esclarecida e livre, mas construída sobre o que os seres humanos têm em comum, o amor próprio. Sendo guiados às ações pelas paixões, e não pela razão, deve-se ao mesmo tempo canalizar estas e ampliar os limites do conhecimento racional. Portanto, será somente sobre a satisfação daquilo que as pessoas compartilham, o amor-próprio (pois o sujeito não poderia ter uma ação ética enquanto pensasse no coletivo, uma vez que todo o liberalismo era voltado ao individualismo), que uma sociedade esclarecida poderá existir.
Para Kant, “a moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade”. O homem é escravo de suas paixões, mas para tornar-se digno da felicidade, precisa ponderar acerca dela.
Mandeville
Em 1714, em Londres, ele publica a primeira versão da obra: “A Fabula das Abelhas, ou Vícios Privados, Benefícios Públicos”. Com ela, Mandeville busca mostrar que as abelhas não agem em prol do bem comum, mas de seus vícios individuais, pois quando se voltam ao bem comum, elas deixam de trabalhar, pensam “se as pessoas só vão fazer o que precisam, sem objetivos de lazer, elas não tem mais razão para fazer trabalhar ou fazer qualquer cosa”. Assim, o bem comum não seria produto da virtude das pessoas, e sim dos seus vícios individuais, como a luxúria, a ganância, a vaidade e a inveja. A sociedade se desenvolve melhor quando as pessoas buscam seus vícios individuais. Para ele, aquilo que de pior existe em cada um de nós contribui com alguma coisa para alavancar o bem comum: o interesse próprio é que nos impulsiona para frente, para produzir e ganhar cada vez mais. Claramente, seria necessário o poder estatal para controlar esta situação. Para ele, vícios e virtudes tem a mesma origem, tratam-se de um padrão que não é encontrado na realidade, servindo apenas para um ideal de comportamento. Não haveria alguéminerentemente virtuoso, apenas pessoas que assim se consideram ou assim poderiam ser considerados, enquanto pessoa que realiza algo com vistas a uma vantagem individual. Não haveria vantagem em ser virtuoso, apenas em parecer ser virtuoso, em assim ser reconhecido. O ser humano só faria boas ações para mostrar que está fazendo uma coisa boa.
Tomás de Aquino já trazia que o verdadeiro amor não envolvia uma reciprocidade, não poderia receber nada em troca, tratando-se de uma doação.
 Hume
Sua obra é denominada “Tratado da Natureza Humana: uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais”. 
Busca entender como os seres humanos vão guiar suas ações no contexto de liberdade proposto.
A moral é fundamentada pelos sentimentos, algo que podemos sentir, experimentar, motivo pelo qual ele é considerado um empirista. Para ele um ato moral traz para o sujeito uma sensação de agrado, identificação, prazer. Já um ato condenável traz para os sujeito dor e remorso. Assim, o ato de uma celebridade fazer um ato de caridade e se promover com base nisso é um ato moral, pois lhe traz uma sensação de agrado, que também é atribuída ao que recebe aquela caridade e aquele que vê a cena, pois pode ficar feliz por ver que “ainda existem pessoas boas” ou algo assim. Trata-se da corrente sentimentalista.
Elementos importantes da teoria de Hume:
· Valores convencionados: as virtudes não são mais provenientes do divino ou naturais, mas uma convenção social. O grupo social passa a perceber quais valores lhe são importantes, de modo que os valores relevantes podem variar de grupo para grupo;
· Sensações conduzem ao conhecimento e determinam o ato moral: Hume é um empirista. São elementos sensoriais tudo que é percebido por nossos sentidos. São eles que medem o processo de conhecimento e Hume busca coloca-los como critério para determinar a moralidade de um ato;
· Razão obedece também as paixões, a relação causa e efeito não pode ser garantida pois não pode ser experenciada, vindo de uma crença (onde está a paixão); 
· Não contraria a razão preferir a destruição do mundo a um arranhão no meu dedo: racionalmente isto se justifica pelo fato de que se está tendo como critério as sensações individuais.
Rever fala da prof Andressa sobre Hume – em torno de 1h10min de aula
 Kant
Para ele, todo conhecimento tem início na experiência, pois ela desperta e põe em ação nossa faculdade de conhecer. Seu pensamento está, portanto, de acordo inicialmente com a concepção empirista e com a ciência moderna que é fundamentalmente experimental. Mas se “todo o conhecimento se inicia com a experiência, isso não prova que todo ele derive da experiência”. Isso significa que cronologicamente nenhum conhecimento antecede a experiência, mas “a própria experiência é uma forma de conhecimento que exige o concurso do entendimento, cuja regra devo pressupor em mim antes de me serem dados os objetos”. Assim, a razão é a apriorística, está presente antes da experiência e nos permite pensar sobre a experiência e construir o conhecimento a partir dela.
A matéria do conhecimento depende do objeto; a forma do conhecimento depende do sujeito, é a forma pela qual o sujeito percebe a matéria. A forma é a priori e a matéria é a posteriori. (Rever 2h14min de aula). Dentro do objeto temos o numeno, que algo que não conhecemos....
O juízo, o conhecimento, para Kant, pode ser analítico (verdadeiros, mas que nada dizem além do que já sabíamos, não agregam conhecimento) ou sintético, pois depende da sensibilidade, da intuição, o que torna executável esta parte passiva do conhecimento. É exemplo de juízo analítico “todos os solteiros não são casados”. É exemplo de juízo sintético/a posteriori “todos os metais se dilatam pelo calor”. 
“A nossa época é a época da crítica, à qual tudo tem que submeter-se. A religião, pela [crítica da] sua santidade e a legislação, pela [crítica da] sua majestade, querem igualmente subtrair-se a ela [ou seja, não utilizam-se da crítica]. Mas então suscitam contra elas justificadas suspeitas e não podem aspirar ao sincero respeito, que a razão só concede a quem pode sustentar o seu livre e público exame”.
Kant deseja fundar uma moralidade universal, necessária e racional, a partir das leis naturais, que também são universais e necessárias (como as leis da física). Por universal entende a independência da moral com a religião, as situações particulares, e os contextos (social, econômico, político). Assim, Kant busca estudar a moral baseada na racionalidade pura.
· Razão pura – conhecimento
· Razão prática – agir
Como a razão prática orienta nosso ‘agir’?
As leis naturais governam os acontecimentos da natureza, como eles devem ser e como seus elementos se comportarão; ela necessariamente será assim. 
No caso dos sujeitos, inexistem leis naturais para seu comportamento, mas sim princípios, e a conduta é mediada pelo livre arbítrio.
A razão prática, ou consciência moral, nos apresenta os princípios (imperativos) e os sujeitos escolhem de maneira racional de acordo com eles ou não (boa ou má). Kant diferencia entre imperativos hipotéticos e categóricos:
Para Kant, quando se age de acordo com imperativos categóricos, se está agindo com legalidade, mas não se está sendo ético, não se está praticando uma ação moral. A ação moral resulta do dever pelo dever, através do imperativo categórico. Por exemplo, não se deve usar cinto de segurança apenas quando há fiscalização por parte da polícia.
[10:13] Aldacir Correa: Professora, referente a tabela, ao depender exclusivamente da razão, não dependeríamos, automaticamente, de algum fator determinante externo?
​[10:14] Andressa Fracaro Cavalheiro: o Kant vai admitir a influência dos impulsos, por exemplo, mas a ação não pode ser guiada por eles
[10:14] Andressa Fracaro Cavalheiro: Se você for guiados pelos impulsos naturais você não estará sendo verdadeiramente livre
​[10:14] Andressa Fracaro Cavalheiro: sua vontade não será verdadeiramente autônoma
“Essas leis da liberdade são chamadas morais, para distingui-las das leis da natureza. Na medida em que elas dizem respeito apenas às ações exteriores e sua conformidade a leis, chamam-se jurídicas; mas, se exigem também que essas mesmas devam ser os princípios de determinação das ações, elas são éticas, e diz-se: o acordo com as primeiras é a legalidade das ações, o acordo com as segundas, a moralidade das ações.” 
A partir disso, temos então a divisão fundamental da Metafísica dos costumes. O direito trata da justiça e a ética da virtude. O direito trata da coexistência da liberdade de cada um com a de todos os outros; a ética trata da liberdade quecada um dá a si mesmo. A forma tematizada pela doutrina do direito é a da limitação recíproca das liberdades; a matéria da ética é o fim proposto pela razão, que é ao mesmo tempo um dever. Será então no domínio do direito que trata da questão do justo que Kant formulará sua doutrina política. Não surpreenderá, portanto, que sua teoria do Estado consistirá na formulação de uma concepção normativa do chamado Estado de direito: o Estado que tem como função principal e específica a instituição de um estado jurídico, ou seja, a “instituição e a manutenção de um ordenamento jurídico como condição para a coexistência das liberdades”.
“A boa vontade não é boa po aquilo que promove ou realiza, pela aptidão para alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão-somente pelo querer, isto é, em si mesma, e, considerada em si mesma, deve ser avaliada em grau muito mais alto do que tudo o que por seu intermédio possa ser alcançado em proveito de qualquer inclinação, ou mesmo, se se quiser, da soma de todas as inclinações”
Direito e moral
 Na visão de Kant, a moral é inerente à própria natureza da razão do homem, pois racionalizamos as virtudes, que chama de princípios ou imperativos, e temos o livre arbítrio no agir. Direito e moral fazem parte de um todo unitário, que se relacionam interna e externamente com as ações humanas, ligadas diretamente à liberdade interior e exterior do homem (vontade autônomae heterônoma). A ação humana tem dois aspectos:
· Agir ético: cumprimento do dever pelo dever. É a ação moral;
· Agir jurídico: o cumprimento do dever se dá por outras formas, como o temor da sanção, o desejo de manter-se afastado das repreensões, medo do escândalo prevenção de desgastes inúteis e da penalização de autoridades públicas.

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