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7 Comunitarismo e Perspectivismo

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COMUNITARISMO 
Enquanto os liberais estão preocupados que o estado não intervenha, que cada um se regule, os comunitaristas preocupam-se que o sentido de grupo, de comunidade, se perca com o liberalismo. Como diz Aristóteles “onde está a sociedade, está o direito” e “somente existe Direito, onde o homem, além de viver, convive, isto é, se relaciona”. Assim, é muito difícil pensar que um estado não-interventor consiga estabelecer a harmonia entre os grupos sociais tão diversificados.
Deste modo, o comunitarismo busca questionar valores liberais na sociedade norte-americana, que também são encontrados no Brasil.
O valor de comunidade não é reconhecido nas teorias liberais, sendo omportante, para os comunitaristas, retomá-las. O Marixsmo busca o reconhecimento da comunidade enquanto classe social, enquanto a posição de cada grupo no sistema produtivo. Para o comunitarismo mesmo grupos sociais que podem ser colocados dentro do mesmo grupo econômico, existem outros grupos, outras complexidades, a classe trabalhadora pode ser de brancos e negros, por exemplo. Os comunitaristas não exigem a destruição do capitalismo, entendem que ele precisa ser controlado, equilibrado pelo poder estatal, diferente dos Marxistas que entendem pela necessidade de sua destruição e a transição entre vários sistemas até se chegar ao ideal.
Alguns buscam resgatar a concepção de bem comum, remetendo às virtudes de Aristóteles, enquanto outros entendem que a liberdade individual é importante mas também respeitam as diversidades e entendem que estas diversidades podem formar laços inclusive políticos, construindo um diálogo na democracia, um diálogo democrático, entre o que está posto e precisa mudar e o resultado da mudança.
São as principais preocupação dos comunitaristas:
· Como manter os laços de solidariedade moral e de comunidade política em uma era de direitos individuais e diversidade cultural;
· Como construir uma identidade nacional sem suprimir a diversidade étnica e religiosa: com isto surge o problema da tentativa de negar a religião na política, sua laicização, apesar de se permitir que todas as religiões convivam harmoniosamente, porém isto significa reconhecer sua importância, significa reconhecer que os valores religiosos na sociedade e como eles refletem na política, mesmo que não reflitam nas políticas públicas estatais;
· Como promover sentimentos de confiança e solidariedade em sociedades de massa onde as pessoas compartilham pouco em comum.
Não obstante a relativa dificuldade de sistematizar um corpo teórico homogêneo no campo comunistarista, é possível estabelecer alguns pontos-chave no que tange às críticas ao modelo liberal:
· A renegação da comunidade a um plano secundário: ao se promover o individualismo, entendendo-se que conseguimos o que queremos sozinhos;
· A desvalorização da vida pública: não precisamos da política pois não precisamos do que é público pois podemos conseguir o que queremos através de nossa ação privada;
· A negligencia quanto a obrigações que não se originam de escolhas ou manifestações de vontade, como obrigações com a família ou os pais: não se discute tais questões. Não se escolhe o país em que se nasce, por exemplo, assim negligencia-se o alistamento militar;
· Uma concepção errônea do self (eu), ignorando que a personalidade está imersa em uma dada comunidade e é por ela (ao menos parcialmente) constituída;
· A primazia da justiça como virtude social, quando, na verdade, esse papel de destaque seria da comunidade. A justiça (enquanto judiciário) funcionaria como um corretor desta justiça da comunidade quando não for adequada.
Lógica comunitarista:
A visão liberal do self autônomo guarda mais coerência com a cultura da maioria, enquanto o self imerso dos comunitaristas seria aplicável a grupos minoritários. Se somos poucos, só teremos força unidos. Nem sempre a maioria dos votos representa a diversidade, um senso de democracia ou justiça, pois, por vezes, os que precisam falar não tem voz.
- Colar história do slide –
Autores
Charles Taylor
Filósofo canadense, professor na McGill University de Quebec, no Canadá. 
Para ele, um conceito pleno de liberdade requer algo mais do que a mera ausência de interferência externa de outros ou da lei. Para alcançar esse conceito é preciso analisar não só a ação do agente na perspectiva da sua oportunidade, mas também o próprio agente, seus desejos e capacidades mediante um procedimento de ordem qualitativa, que a teoria da liberdade negativa considera irrelevante. O sujeito é condicionado a usar ou não sua liberdade pelo meio social. Mesmo que alguém possa, teoricamente, ir para a universidade, por exemplo, não irá caso este costume não exista em sua família, não tendo este desejo, desejando, por exemplo, um emprego que pague melhor. Mesmo que ele tenha esse desejo, rompendo com os demais membros de sua família, terá dificuldades para ingressar na universidade e, caso ingresse, terá dificuldades em se manter e ser bem sucedido. O sujeito não consegue dar a forma que quer à sua vida.
Nessa linha, uma plena concepção de liberdade (positiva) sustenta que alguém é livre apenas na medida em que foi efetivamente determinado por si próprio, e dá a si mesmo forma à sua vida. Trata-se de um conceito positivo de liberdade, relacionado à realização do sujeito.
Taylor entende que a dimensão expressivista na avaliação dos fins, bens e desejos que o individuo livremente escolhe requer o concurso intersubjetivo e dialógico (são relevantes os valores que recebemos em nosso diálogo e intersecção com o outro, pois geralmente desejamos aquilo que o grupo pensa que é bom – trata-se de uma intersecção entre o circulo do self e o circulo do grupo, pensando em conjuntos na matemática) do reconhecimento para a sua efetivação, ainda que essa escolha seja um atributo do próprio sujeito. Determinados valores avaliados como fortes do ponto de vista individual, são também “nossos” valores, de tal modo que a nossa identidade passa a ser “modelada pelo diálogo com os outros de acordo com ou em conflito com o reconhecimento que eles têm de nós mesmos” – quando tomamos uma decisão fora da intersecção assumimos que haverá conflito. Nesse espaço de diálogo, as avaliações fortes podem ser discernidas como um valor que importa para o indivíduo, pois a sua pertinência, moral e política é dada apenas pelo reconhecimento recíproco das ações que os sujeitos mutuamente reconhecem como expressivas ou significativas.
Para ele reconhecer o outro e entender que o outro também é construído é muito importante para o contexto político e para a convivência, pois se percebe que eventual problema não está apenas no outro, mas é resultado de todo o sistema.
Alasdair McIntyre
Filósofo escocês, professor na Universidade de Notre Dame, em Paris.
Ele defende a pendência mútua entre os seres vivos racionais, um mutualismo, que sustenta todos os sistemas, como o econômico. Como buscar uma vida boa em conjunto com as dimensões pontuadas nos conceitos de tradição/prática/narrativa da vida humana? Ele entende que a vida de cada um é uma narrativa, ocorre dentro de um contexto, é construído pelo nosso contexto histórico/tempo em que vivemos, pelo espaço em que vivemos, e pelas demais pessoas com que convivemos, tudo isso constrói o que somos. 
O conceito de tradição fornece as bases e princípios teóricos para a compreensão do papel das virtudes no contexto contemporâneo. 
A compreensão ou o reconhecimento do individuo para com uma tradição acontece por meio das práticas, que são inerentes à sua vida. McIntyre busca, na teoria, aristotélica das virtudes, o conceito de prática como atividade característica humana.
O contexto em que as virtudes serão exercidas e receberão sua definição, será no exercício de suas práticas. É no contexto das práticas que se autentica a identidade do sujeito pertencente a este grupo ou a um outro, pois as práticas reconhecidas nessa comunidade produzem bens tanto para o sujeito que as exerce, bem como para a comunidade que colhe seus frutos. Neste contexto de relações sociais,o sujeito passa a ver-se como uma pessoa que possui uma história com papeis sociais determinados, e que todas as suas ações estão interligadas desde o seu nascimento até a morte, sendo responsável por suas atitudes.
- Copiar frases –

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