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ii 1ª Versão, 201102 Sumário 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1 1.1 EMENTA 1 1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1 1.3 OBJETIVOS 1 1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1 1.5 METODOLOGIA 2 1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2 1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 2 CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR 2 2. CONCEITOS PARA FORMULAÇÃO, CONTROLE E IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA 4 2.1 VISÃO DA ORGANIZAÇÃO 4 2.1.1. A ESTRUTURA DA VISÃO DA ORGANIZAÇÃO 4 2.1.2. VALORES ESSENCIAIS 5 2.1.3. PROPÓSITO ESSENCIAL 5 2.1.4. FUTURO IMAGINADO 6 2.2. DEFINIÇÃO DO NEGÓCIO 6 2.2.1. DEFINIÇÃO DO NEGÓCIO PRINCIPAL 7 2.2.2. IDENTIFICAÇÃO DO PÚBLICO-ALVO 7 2.3. ANÁLISE AMBIENTAL 8 2.3.1. ANÁLISE SWOT 8 2.3.2. FORMULAÇÃO DE CENÁRIOS 9 2.3.3. ANÁLISE SETORIAL - MODELO DAS CINCO FORÇAS DA CONCORRÊNCIA 11 2.4. ANÁLISE DOS STAKEHOLDERS 13 2.5. FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO 14 2.6. ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS 14 2.7. ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS GENÉRICAS 15 2.7.1. LIDERANÇA EM CUSTO 15 2.7.2. DIFERENCIAÇÃO 15 2.7.3. FOCO EM BAIXO CUSTO OU DIFERENCIAÇÃO 16 2.8. ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS 16 2.8.1. ALIANÇAS ESTRATÉGICAS 17 iii 1ª Versão, 201102 2.8.2. FUSÕES, AQUISIÇÕES E CISÕES 17 2.8.3. INTEGRAÇÃO 17 2.8.4. DESINTEGRAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 18 2.9. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E GESTÃO ESTRATÉGICA – BALANCED SCORECARD 18 2.9.1. HISTÓRICO DO BALANCED SCORECARD - BSC 19 2.9.2. CONCEITOS BÁSICOS DO BALANCED SCORECARD - BSC 19 2.9.3. A PERSPECTIVA FINANCEIRA 20 2.9.4. A PERSPECTIVA DOS CLIENTES EXTERNOS 22 2.9.5. A PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS 24 2.9.6. A PERSPECTIVA DO APRENDIZADO E CRESCIMENTO 26 2.10. MEDIDAS DE DESEMPENHO - FINANCEIRAS E NÃO- FINANCEIRAS 27 2.10.1. MEDIDAS DA PERSPECTIVA FINANCEIRA 27 2.10.2. MEDIDAS DA PERSPECTIVA DOS CLIENTES EXTERNOS 28 2.10.3. MEDIDAS DA PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS 29 2.10.4. MEDIDAS DA PERSPECTIVA DO APRENDIZADO E CRESCIMENTO 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32 LISTA DE ILUSTRAÇÕES 33 3.0 MATERIAL COMPLEMENTAR 34 3.1 ESTUDO DE CASO 34 3.1.1 O CASO DISTRIBUIDORA DE COMBUSTÍVEL LAM-UOL 34 INSTRUÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DE CASO 35 3.1.2 CASO DO PETRÓLEO 36 3.2 ANÁLISE SWOT 38 3.3 ANÁLISE SETORIAL 38 3.4 QUESTIONÁRIO DE “PRÁTICAS DE POSTURAS DE GESTÃO” 39 QUESTIONÁRIO DE “PRÁTICAS DE POSTURAS DE GESTÃO” 41 QUADRO DE TABULAÇÃO DE RESULTADOS 41 Estratégia de Empresas 1 1. Programa da disciplina 1.1 Ementa A estratégia empresarial em suas diversas abordagens. A evolução do pensamento estratégico. A gestão estratégica no novo milênio. Análise do ambiente externo: cenários, oportunidades, ameaças e o ambiente competitivo. Análise do ambiente interno. Aplicação das principais ferramentas estratégicas. Desenvolvimento de estratégias. O balanced scorecard. Objetivos e plano de ação. 1.2 Carga horária total 24 horas-aula. 1.3 Objetivos Esta disciplina tem por objetivo transmitir conceitos para permitir aos participantes pensarem, agirem estrategicamente. Formulação de estratégias competitivas, no âmbito do Planejamento Estratégico e Financeiro. 1.4 Conteúdo programático Análise do ambiente externo: cenários, oportunidades, ameaças e o ambiente competitivo Análise geral O ambiente setorial Desenvolvendo cenários Análise do ambiente interno Recursos, capacidades e competências essenciais Forças e fraquezas A matriz Swot e a avaliação estratégica Desenvolvimento de estratégias Visão de futuro Formulando estratégias Ajustes no processo da gestão estratégica competitiva Estratégia de Empresas 2 O Balanced Scorecard Conceitos do modelo As perspectivas do balanced scorecard Objetivos e plano de ação Objetivos Plano de ação 1.5 Metodologia A metodologia utilizada será de exposição dialogada, debates, estudos de caso. Criar situações onde os alunos poderão absorver o aprendizado de forma a exercitarem, vivenciando situações. 1.6 Critérios de avaliação Prova sem Consulta................................... Peso 8,0 Trabalhos em sala e final............................Peso 2,0 1.7 Bibliografia recomendada SERRA, Fernando; FERREIRA, Manuel Portugual; TORRES, Maria Candida Sotelino. TORRES, Alexandre Pavan. Gestão Estratégica das Organizações Públicas – Florianópolis – Conceito Editorial, 2010. TORRES, Maria Candida Sotelino. O Uso da Simulação em uma das Perspectivas do Balanced Scorecard. Tese de Mestrado. IME, 1998. Curriculum vitae do professor Alexandre Pavan Torres é Doutor em Inteligência Organizacional pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Mestre em Planejamento de Transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - COPPE/UFRJ. Engenheiro Industrial pelo Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET. Autor do livro Administração Estratégica, editado pela Reichmann & Affonso Editores. Autor do curso online de Balanced Scorecard da Fundação Getulio Vargas. Professor em cursos de pós- graduação do Programa FGV Management da Fundação Getulio Vargas e do Programa MBA da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Consultor de empresas nas áreas de planejamento estratégico. Estratégia de Empresas 3 Maria Candida Torres é Mestre pelo IME. MBA reconhecimento Universidade de Tampa - Flórida, EUA. Engenheira Industrial pelo CEFET. Coaching pelo ICI. Autora de cinco livros da área de gestão e ainda do curso a distância de BSC pelo FGVonline. Professora do Programa FGV Management da FGV e do Programa MBA da UFRJ. Consultora de empresas nas áreas de Gestão Empresarial e de Pessoas. Desenvolveu o Planejamento Estratégico e BSC para as seguintes empresas nos últimos anos: ID Logistics, CIAGA (Marinha); Base Almirante Castro e Silva (Marinha); Via Máxima (empresa de transporte de Fortaleza); IPLANRIO (Empresa Municipal de Informática); UNIMED Rio (Áreas de Imprensa e Conteúdo e Responsabilidade Social); Casa de Saúde São José e Bunge Alimentos. Estratégia de Empresas 4 2. CONCEITOS PARA FORMULAÇÃO, CONTROLE E IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA 2.1 VISÃO DA ORGANIZAÇÃO 2.1.1. A Estrutura da visão da organização A missão e a visão têm sido utilizadas pelas organizações para transmitir sua ideologia e metas audaciosas para o futuro. COLLINS e PORRAS (1999), sugeriram uma metodologia para a construção da visão da organização baseada na ideologia essencial que combina os valores essenciais e o propósito essencial e no futuro imaginado. O primeiro componente da visão da organização é a ideologia essencial que consiste em duas partes distintas: os valores essenciais, um conjunto de princípios e preceitos norteadores e propósito essencial, a missão da organização. O segundo componente refere-se ao futuro imaginado para organização. A Figura 1.1 mostra a visão da organização e seus componentes. FIGURA 1.1 – Componente da visão da organização (Adaptado de Collins e Porras, 1999). Visão da Organização Ideologia Essencial Futuro Imaginado Valores Essenciais Propósito Essencial Estratégia de Empresas 5 2.1.2. Valores essenciais Os valores essenciais são princípios básicos e fundamentais arraigados que definem o significado da organização. Os valores essenciais são intrínsecos, não exigindo, portanto, justificativa externa para a sua existência e são cultivados independentemente de representarem alguma vantagem para organização em relação aos seus concorrentes. Segundo COLLINS e PORRAS (1999) as empresas têm apenas uns poucos valores essenciais, em geral, de três a cinco. Caso se identifique mais de cinco valores, é provável que esteja ocorrendo uma confusão entre valores essenciais – que raramente mudam – e práticas operacionais, estratégias operacionais ou padrões culturais – que estão sujeitos à mudança no decorrer do tempo. 2.1.3. Propósito essencial O propósito essencial define a missão da empresa, ou seja, a razão de sua existência no momento presente.Sua função é direcionar e inspirar as pessoas em todos os níveis da organização. O propósito essencial não se limita a descrever os objetivos da organização em termos de produtos e clientes, é conseqüência da existência da organização. O propósito essencial não se resume, portanto, a um objetivo ou meta estratégica da organização. A declaração do propósito essencial é a explicação por escrito das intenções e aspirações da organização, podendo ser declarado de forma ampla ou restrita. Uma declaração restrita define o propósito de forma clara, mas limitante quanto ao escopo de operação, mercados a serem atendidos e a posição da empresa em relação aos seus concorrentes enquanto que uma declaração ampla permite uma situação mais abrangente quanto aos pontos já citados. Tradicionalmente as empresas definiam os seus propósitos essenciais como função de seus produtos e serviços, entretanto esta é uma forma bastante limitada uma vez que produtos e serviços se tornam obsoletos e desnecessários em uma taxa cada vez mais elevada. Desta forma, o propósito essencial pode considerar grupos de interesse, também conhecidos como stakeholders, conforme visto na TABELA 1.1. TABELA 1.1 – Grupos de interesse e variáveis de interesse. Adaptado de Lobato, 2002. Grupos de Interesse Variáveis de Interesse Clientes Atendimento, qualidade do serviço, preço, acessibilidade, entre outras. Colaboradores Remuneração, reconhecimento, condições de trabalho, entre outras. Fornecedores Relações comerciais estáveis, ética, qualidade, entre outras. Estratégia de Empresas 6 Governo Impostos, investimentos, cooperação política e econômica, desenvolvimento econômico-social, entre outras. Sociedade Proteção ao meio-ambiente, geração de emprego, desenvolvimento econômico-social, entre outras. O propósito essencial explica diferentes formas de gerenciamento das organizações, uma vez que o propósito essencial define a estratégia e esta define a estrutura. 2.1.4. Futuro imaginado O futuro imaginado é a visão de futuro que permite vislumbrar novos horizontes para a organização e que ajuda os indivíduos a distinguir o que vale a pena desejar conseguir. A declaração da visão de futuro estabelece sentido e foco para as ações da organização e inspira as ações que a organização deve tomar no presente para conquistar o futuro almejado. Segundo LOBATO (2002), é algo que pode ser pensado como um cenário, intuição, um sonho ou uma vivência, acima dos objetivos específicos de uma organização e que lhe serve de guia. Normalmente a visão de futuro é estabelecida e enunciada pelos líderes, compreendendo temas como valores, desejos, vontade, sonhos e ambição e termina ser compartilhada e apoiada por todos os colaboradores da organização, para tal sua declaração deve ser positiva e inspiradora para todos de modo a direcionar o esforço de mudança. É necessário que a visão de futuro seja definida de forma ampla e objetiva, uma vez que se trata da explicitação do que se idealiza para toda a organização. Segundo LOBATO (2002), a visão de futuro é um documento “vivo”, que pode ser modificado a qualquer momento, constituindo um ponto de partida para crescentes níveis de especificação. COLLINS e PORRAS (1999) afirmam que é necessária a infusão da visão de futuro em toda a organização por meio da conversão de palavras para imagens advindas da descrição dos efeitos vividos das metas ambiciosas. 2.2. DEFINIÇÃO DO NEGÓCIO A definição do negócio de uma organização tem como principal atribuição delimitar o âmbito de atuação da organização em escopo de serviços e clientes. A definição do negócio provém do estabelecimento do negócio principal da organização e a identificação do público-alvo por intermédio de técnicas de segmentação de mercado. Estratégia de Empresas 7 2.2.1. Definição do negócio principal A organização pode estabelecer o negócio principal de maneira ampla ou restrita conforme mostra a FIGURA 1.2, a seguir. FIGURA 1.2 – Exemplos de definição do negócio principal. 2.2.2. Identificação do público-alvo A identificação do público-alvo compreende a avaliação e seleção de um ou mais segmentos de mercado. Variáveis de segmentação Desdobramentos Típicos Segmentação Geográfica Região Norte, sul, leste, oeste, central, litorânea, outras. Densidade Urbana, suburbana, rural. Segmentação Demográfica Idade Criança, adolescente, adulto, idoso. Sexo Masculino, feminino. Renda Até um salário mínimo, entre 2 e 3 salários mínimos, entre 4 e 10 salários mínimos. Ocupação Funcionários públicos, profissionais liberais, funcionários de empresas / indústrias, estudantes, donas de casa, desempregados, aposentados, entre outras. Instrução Primeiro grau, segundo grau, universitário, outros (completos ou incompletos). Segmentação Psicográfica Classe social A, B, C.1, C.2, D.1, entre outras. Segmentação Comportamental Benefícios procurados Qualidade, preço, serviço, entre outros. Atuação Ampla Atuação Restrita Transporte urbano de passageiros por ônibus. Transporte urbano de passageiros Transporte urbano Estratégia de Empresas 8 TABELA 1.2 – Variáveis de segmentação de acordo com os tipos de segmentação. Adaptado de Kotler e Gary, 1999. Segundo KOTLER e GARY (1999), a organização deve levar em conta três fatores: tamanho e taxa de crescimento segmento, atratividade do segmento e objetivos e recursos da organização. A seleção de um segmento de mercado se dá pela escolha de uma ou mais variáveis de segmentação que irão definir um grupo de clientes que reagirão de forma semelhante a um dado estímulo de marketing. A TABELA 1.2 mostra um conjunto de variáveis de segmentação para mercados de consumo final de acordo com diferentes possibilidades de segmentação. 2.3. ANÁLISE AMBIENTAL Segundo PORTER (1999), existem poucos setores que ainda não foram afetados pela competição. A competição vem afetando a estabilidade dos negócios e a dominação dos mercados e nenhuma empresa está livre desta interferência. A competição deve ser conscientemente exercida uma vez que não se pode evitá-la. O estudo da competição remete a uma análise da organização e as influências provenientes do ambiente na qual esta se insere. A análise ambiental envolve, portanto, o diagnóstico do ambiente interno e externo. A análise do ambiente interno compreende o levantamento de forças e fraquezas inerentes à organização. Segundo SERRA, TORRES e TORRES (2003), uma força é algo que a organização faça bem ou que constitua uma característica que aumente a sua competitividade ao passo que fraqueza é algo que falta à organização, que ela execute mal ou que a ponha em desvantagem em relação à concorrência. Os fatores do ambiente externo que interferem na atividade empresarial são muitos. Estes fatores são imprescindíveis para a identificação de oportunidades e ameaças. A análise externa estuda os fatores do macro-ambiente que se subdividem em fatores econômicos, sociais, políticos, demográficos, culturais, tecnológicos, legais e ecológicos e do micro-ambiente que compreende clientes, fornecedores, concorrentes e canais de distribuição. 2.3.1. Análise SWOT A análise SWOT é uma ferramenta útil na organização do planejamento estratégico. Por intermédio desta ferramenta, podem-se relacionar forças e fraquezas com ameaças e oportunidades e ajudar a organização a criar estratégias que permitam melhorar o seu desempenho ou deixá-las menos vulnerável aos concorrentes. O nome SWOT é um acrônimo que tem origem em quatro palavras do idioma inglês: Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats que significam, respectivamente: Forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. A FIGURA 1.3 apresenta a ferramenta SWOT e a relação entre os fatores internos e externos. Estratégia de Empresas 9 FIGURA 1.3 – Relação entre os aspectos da análiseSWOT e o ambiente. As relações entre os aspectos internos e externos resultam em quatro situações distintas que irão orientar as opções estratégicas: • Ofensivas Ocorre quando uma oportunidade encontra um ou mais pontos fortes da organização, permitindo que a organização possa tirar proveito da situação. • Defensivas Ocorre quando uma existe uma ameaça, mas a organização possui um ou mais pontos fortes para amenizar ou anular seus efeitos. • Debilidades Ocorre quando uma oportunidade não pode ser aproveitada devido a um ou mais pontos fracos da organização. • Vulnerabilidades Ocorre quando uma ameaça encontra um ou mais pontos fracos, deixando a organização vulnerável. A análise SWOT deve ser uma análise cuidadosa para que não se perca elementos de análise importantes para a elaboração de estratégias que minimizem os efeitos negativos e maximizem os efeitos positivos que os fatores externos e internos causam à organização. 2.3.2. Formulação de cenários Como o futuro em geral é incerto, a formulação de cenários se constitui uma poderosa ferramenta de planejamento e de apoio à tomada de decisões. Cenário é uma possibilidade abrangente do futuro elaborada segundo uma configuração predeterminada do ambiente. As principais funções dos cenários são: Vulnerabilidade Debilidades Ofensivas Forças Oportunidades Fraquezas Ameaças Defensivas Estratégia de Empresas 10 Proporcionar meios seguros para reflexões para as possíveis alternativas de evolução do ambiente. Prever o significado que as alternativas de evolução do ambiente poderão ter sobre a organização. Preparar a organização para qualquer contingência. Auxiliar a organização na tomada de decisões estratégicas que possam contribuir para a obtenção de vantagem para a organização, por intermédio da identificação de ameaças e oportunidades. A formulação de cenários consiste em imaginar possíveis futuros, ou seja, modelos do que pode vir a acontecer. SERRA, TORRES e TORRES (2003), sugerem seis etapas para o processo de formulação de cenários descritas a seguir: 1. Identificação do foco ou da decisão-chave O foco ou a decisão chave para a elaboração de cenários pode ser genérico, relacionado com uma questão ampla da evolução do ambiente, ou específico, correspondente a uma determinada decisão que a organização necessite tomar. 2. Identificação das forças motrizes Esta etapa consiste em identificar os fatores que influenciam e direcionam os cenários relacionados com o foco ou a decisão-chave. Estes fatores, em geral, podem ser de origem econômica, social, política, cultural, tecnológica, legal ou ecológica. Nesta etapa, convém identificar as tendências dos diversos fatores identificados e suas conseqüências para a organização em termos de ameaças e oportunidades, de modo a auxiliar a organização na tomada de decisões. 3. Classificação das forças motrizes Esta etapa consiste em analisar o inter-relacionamento entre as forças motrizes, classificar as forças motrizes quanto ao grau de importância e certeza para o foco ou a decisão-chave. 4. Seleção dos cenários Esta etapa consiste em selecionar os cenários a serem desenvolvidos. 5. Desenvolvimento de cenários Nesta etapa os cenários são desenvolvidos a partir de suposições que envolvem as forças motrizes. 6. Estabelecimento de indicadores Os cenários descrevem situações possíveis, desta forma, é importante estabelecer um conjunto de indicadores que mostre em que direção se está caminhando. Estratégia de Empresas 11 2.3.3. Análise setorial - Modelo das cinco forças da concorrência Segundo PORTER (1999), a intensidade da competição em um determinado setor depende das cinco forças básicas apresentadas na FIGURA 1.4. O conjunto destas forças determina o grau de atratividade, e em última análise, as perspectivas de lucro do setor. FIGURA 1.4 – Forças que governam a competição em um setor. O conhecimento das forças da concorrência põe em destaque os pontos fortes e fracos críticos da organização, esclarece os pontos em que as mudanças estratégicas obterão o máximo de retorno e auxilia na identificação das tendências, ameaças e oportunidades. Este conhecimento permite a formulação de estratégias que, neste modelo, consiste em buscar uma posição dentro dele de modo que a organização possa se defender contra as forças concorrentes ou influenciá-las em seu favor. A rivalidade entre as empresas concorrentes, geralmente ocorre pelo domínio de uma fatia de mercado. A rivalidade ocorre porque um ou mais concorrentes se sentem pressionados pelo avanço de um outro concorrente, porque identificam uma oportunidade de melhorar sua posição ou porque possuem outros interesses estratégicos pela posição que ocupam. Uma tática comum utilizada pelas empresas é a disputa de preços. Tal situação afeta diretamente a rentabilidade do setor e pode conduzir a uma disputa autofágica entre as organizações uma vez que o corte de preços tende a ser igualado pelos concorrentes. Outras formas possíveis de Rivalidade entre as empresas ATUAIS CONCORRENTE FORNECEDORES COMPRADORES ENTRANTES POTENCIAIS SUBSTITUTOS Poder de negociação dos Ameaça de produtos ou Poder de negociação dos Ameaça de novos entrantes Estratégia de Empresas 12 disputa são: campanhas publicitárias, introdução de novos serviços ou melhoria nos serviços existentes. Segundo PORTER (1996), a rivalidade entre concorrentes está relacionada com os seguintes fatores: • Quantidade de concorrentes Quando os concorrentes são poucos, eles, geralmente, observam atentamente uns aos outros de modo a garantir que uma determinada ação por parte de uma empresa tenha como resposta uma ação equivalente. • Índice de crescimento do setor Quando há uma queda no crescimento do setor as empresas tendem a manter sua participação em termos de volume de vendas e o único caminho é tirar a participação do concorrente. • Ausência de diferenciação A ausência de diferenciação sustenta a rivalidade entre os concorrentes estabelecidos ao passo que a diferenciação tende a criar um isolamento contra a luta competitiva • Custos fixos elevados Os custos fixos elevados criam fortes pressões no sentido que as empresas satisfaçam a sua capacidade instalada. • Acréscimos de capacidade Acréscimos de capacidade excessivos podem desequilibrar a relação entre oferta e procura e alterar o grau de rivalidade. • Concorrentes divergentes Concorrentes que possuam diferentes estratégias ou idéias sobre como competir podem se chocar continuamente ao longo do processo e desafiar as suas posições. A entrada de novos participantes está relacionada com a possibilidade deles romperem as barreiras existentes contra a sua entrada e de enfrentarem as retaliações dos concorrentes estabelecidos. Se as barreiras forem fortes, tenderão a desestimular a entrada dos novos participantes; se forem fracas não desestimularão os candidatos e poderão, até mesmo, estimular outros possíveis candidatos. As principais barreiras à entrada de novos concorrentes são: • Economia de escala Dificultam a entrada de novos concorrentes, pois forçam os candidatos a suprirem volumes elevados ou lidarem com desvantagens em custos. • Diferenciação do produto Os novos participantes terão investir despender elevadas somas de dinheiro para estabelecer uma marca que seja forte. • Capital necessário Um negócio que demande investimentos elevados dificulta e afasta possíveis candidatos. Estratégia de Empresas 13 • Vantagem do custo independente do tamanho Os concorrentes estabelecidos podem ter vantagens de custo independente dos seus tamanhos. Tais vantagens podem estar relacionadas com o uso de uma tecnologia exclusiva, pela localização favorável, pelos subsídios concedidos pelo governo,pelos ativos comprados a preços competitivos ou pelo domínio e conhecimento de operações ou etapas de um determinado processo. • Acesso aos canais de distribuição Se os canis de venda forem limitados os candidatos terão dificuldade de entrar no negócio. • Política governamental Os governos podem impor uma série de restrições que dificultam a entrada de novos concorrentes, como: regulamentação, taxação, licenciamento, concessão. Os fornecedores podem exercer um poder de negociação sobre os participantes de um setor interferindo em sua rentabilidade. Os fornecedores possuem poder em relação a uma empresa quando: • Existem poucos fornecedores no mercado. • Se for custoso para a empresa trocar de fornecedor devido à necessidade de produtos exclusivos. • Se a empresa não for um cliente importante para os fornecedores. Os compradores, por sua vez, podem exercer um poder sobre uma determinada empresa se estes possuírem meios de forçar a queda dos preços ou de exigirem qualidade dos serviços oferecidos. A situação torna-se crítica para a empresa fornecedora quando a mudança para um outro fornecedor custar pouco para os compradores. Por fim, a ameaça de produtos ou serviços substitutos pode ocorrer quando estes oferecerem vantagens de preço e desempenho em relação aos produtos ou serviços existentes. 2.4. ANÁLISE DOS STAKEHOLDERS A análise dos stakeholders é uma tentativa de lidar com as forças políticas através de uma abordagem racional. Embora os fornecedores e compradores sejam forças consideradas na análise das cinco forças da concorrência, a análise dos stakeholders inclui, no contexto da sua análise, outros agentes como: governo, sociedade, funcionários, acionistas, diretores da empresa, entre outros, ampliando a análise para uma gama muito mais ampla de agentes. Estratégia de Empresas 14 Segundo MINTZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL (2000), o processo de análise e formulação estratégica dos stakeholders compreende três passos. O primeiro passo é a análise de comportamento. Há pelo menos três categorias de comportamento parta cada grupo: o comportamento real ou observado, o potencial cooperativo e a ameaça competitiva. As duas últimas possibilidades são comportamentos que poderão ser observados no futuro que poderão ajudar ou prejudicar a organização no alcance das suas metas. O segundo passo compreende uma formulação de uma explicação lógica que explique os comportamentos observados no primeiro passo. O terceiro e último passo referem-se a busca de coalizões possíveis com os stakeholders. 2.5. FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO Fatores críticos de sucesso são variáveis ou atividades de uma empresa que são determinantes para o sucesso de uma organização. O fator crítico de sucesso pode ser determinado pelas respostas a três questões: 1. Quais são os critérios dos clientes para a escolha dos serviços? 2. Quais são os recursos e capacidades competitivas necessárias para se ter o sucesso? 3. O que é necessário para obter vantagem competitiva? 2.6. ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS O planejamento estratégico tem relação direta com o estabelecimento de objetivos estratégicos, também denominados de objetivos-chave. Tais objetivos devem reforçar as habilidades exclusivas da organização nos fatores críticos de sucesso, converter a visão da organização em alvos específicos, fixar marcos pelos quais o desempenho desejado é definido e fazer com que a empresa seja orientada pela busca de resultados. Os objetivos podem ser alcançados por meio de estratégias genéricas ou específicas e por meio de definição de metas que devem possuir valor e datas especificados. As metas permitem melhor distribuição de responsabilidade e acompanhamento de resultados parciais. Estratégia de Empresas 15 2.7. ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS GENÉRICAS Segundo PORTER (1989), a base fundamental do desempenho acima da média ao longo do tempo é a vantagem competitiva sustentável. Embora a organização possa ter inúmeros pontos fortes, ela poderá alcançar vantagem competitiva de dois modos: diferenciando-se em relação aos demais competidores ou com um custo tão baixo que a concorrência não consiga acompanhar. Tais opções combinadas com a escolha do ambiente competitivo permitem que a organização busque um posicionamento a partir de quatro estratégias genéricas: • Liderança em custo; • Diferenciação; • Foco em baixo custo; • Foco em diferenciação. 2.7.1. Liderança em custo Esta opção estratégica implica que a empresa seja a líder no custo e não uma dentre várias empresas disputando esta posição. As empresas poderão optar por praticarem preços equiparados aos concorrentes, alcançando margens mais altas, ou praticar preços mais baixos do que estes. Esta última opção implica que a empresa deva não apenas buscar a eficiência operacional e estar estruturalmente enxuta em comparação com seus concorrentes, mas também estar capitalizada para suportar os períodos de baixa lucratividade ou eventual guerra de preços entre os concorrentes. A estratégia de liderança em custo deve ser direcionada para a busca de uma vantagem competitiva sustentável que vise aumentar a participação do mercado. Isto demanda que a empresa melhore o custo das operações e busque, continuamente, a participação e conscientização dos funcionários para a redução dos custos. 2.7.2. Diferenciação Na estratégia de diferenciação a organização busca um posicionamento singular, ofertando serviços que possuam características superiores ou serviços exclusivos que sejam percebidas pelo cliente como um serviço de maior valor em relação as demais alternativas do mercado. As empresas que adotam esta estratégia podem praticar preços superiores pelos serviços prestados ou cobrar um valor menor com o objetivo de aumentar a participação no mercado ou de retenção dos clientes. Esta estratégia demanda que a empresa sustente a vantagem competitiva inovando os serviços de modo que estes incorporem atributos desejados pelos clientes e possuam características difíceis de serem copiadas pelos concorrentes. Estratégia de Empresas 16 2.7.3. Foco em baixo custo ou diferenciação A estratégia de foco consiste em optar por um ambiente competitivo tanto pela definição do escopo de serviços como pela segmentação do mercado de modo que a organização tenha melhores condições de atender o cliente do que os concorrentes. A estratégia de foco consiste em selecionar segmentos-alvo e buscar alternativas de baixo custo ou diferenciação para melhor atendê-los. Os segmentos-alvo são atrativos para a empresa se: • Tem dimensão e potencial de lucro e crescimento; • Não for fundamental para os líderes do setor; • Os concorrentes não conseguem atender às necessidades específicas dos segmentos-alvo devido ao custo ou pela dificuldade de atender outros segmentos; • Os recursos e capacitações existentes possam atender efetivamente o segmento selecionado; • Poucos concorrentes se dedicam ao segmento selecionado; • For possível atender melhor os clientes e responder às mudanças do segmento e do ambiente. Uma estratégia de foco pode ser arriscada se: • Os concorrentes tiverem condições e intenção de atender os segmentos- alvo; • Se as preferências dos clientes alinharem-se com os serviços usualmente ofertados no mercado; • Se os segmentos-alvo tornarem-se atrativos. 2.8. ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS Além da opção por uma das estratégias genéricas, a empresa pode fortalecer esta opção com a adoção de uma estratégica específica como as que serão apresentadas nos subitens a seguir. Estratégia de Empresas 17 2.8.1. Alianças estratégicas Segundo DOZ e HAMEL (2000), as alianças estratégicas são acordos entre empresas que possuem pelo menos três objetivos distintos: a criação de valor sinérgico que resulta da combinação de recursos, posições, habilidadese fontes de conhecimento anteriormente isolados, a aprendizagem e internalização de novas habilidades ou a transformação de concorrentes potencias em aliados e fornecedores de serviços complementares que permitem que novos negócios se desenvolvam. 2.8.2. Fusões, aquisições e cisões Uma fusão ocorre quando duas empresas se juntam para formar uma terceira, com um novo nome, já a aquisição ocorre quando uma empresa compra a outra que passa a ter o nome da compradora. Ambas opções estratégicas são adotadas quando a empresa busca ter operações mais integradas e autônomas não encontradas em uma possível aliança estratégica. Os principais benefícios das fusões ou aquisições são melhores capacidades, maior escopo de serviços, maior cobertura geográfica, maiores recursos financeiros, oportunidades de reduzir custos e lacunas tecnológicas e de aumentar a capacidade de lançamento de novos serviços. Também existem possíveis desvantagens, como as resistências internas das empresas que se juntam, conflitos entre diferentes culturas corporativas e estilos de gerenciamento, dificuldade na integração das operações e problemas para conseguir manter os custos em patamares competitivos, compartilhar tecnologia e melhorar capacitações. A cisão é a divisão de uma empresa, ou grupo, em mais empresas ou grupos com o objetivo de valorizar e dar mais autonomia às unidades isoladas. 2.8.3. Integração A integração visa estender as operações de uma organização, dentro de setor que ela atua, em direção aos seus fornecedores e clientes. A integração da cadeia no sentido do fornecimento visa à redução de custos, à garantia da qualidade de fornecimento ou à garantia dos itens fundamentais para a atividade da organização. Já a integração na direção dos clientes tem como objetivo a redução de custos de distribuição, o contato direto com os consumidores e a não dependência de distribuidores e intermediários. Estratégia de Empresas 18 2.8.4. Desintegração e terceirização A terceirização ocorre quando uma empresa transfere uma ou mais atividades para serem executadas por outras empresas com o objetivo de permitir que a empresa se concentre melhor no negócio principal ou nas atividades essenciais da empresa. Em geral ao reduzir as atividades de uma empresa, entregando-as para serem executadas por outras empresas, a empresa ganha foco e diminui seus custos e riscos já que as atividades terceirizadas geralmente são transferidas para empresas especializadas. O principal risco desta estratégia e terceirizar as atividades erradas, principalmente aquelas que são cruciais para a empresa. 2.9. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E GESTÃO ESTRATÉGICA – BALANCED SCORECARD Para alcançar os objetivos estratégicos é preciso garantir a implementação daquilo que foi planejado. Entretanto, os ambientes externo e interno à organização são dinâmicos, podendo reagir de uma forma não anteriormente prevista ou impondo mudanças de rumo, para que a organização consiga atingir seus objetivos. É fundamental, portanto, haver um método formal para a implementação da estratégia e para o controle da organização rumo aos objetivos estratégicos definidos. Os sistemas utilizados para isto – chamados de sistemas de avaliação de desempenho e gestão estratégica – estabelecem indicadores de desempenho que representem, da melhor maneira possível, a estratégia elaborada, os fatores críticos de sucesso e os resultados almejados. Segundo ANTHONY e GOVINDARAJAN (2001), a principal finalidade de um sistema de avaliação de desempenho e gestão estratégica é controlar a obediência à estratégia adotada pela organização. Os sistemas de avaliação de desempenho utilizam indicadores financeiros e não financeiros em todos os níveis. Historicamente, os sistemas de avaliação de desempenho das empresas eram desenvolvidos a partir de indicadores financeiros oriundos dos sistemas contábeis tradicionais. Os controles financeiros foram fundamentais para o sucesso de muitas empresas da era industrial e por serem utilizados há muito tempo, tornara-se muito sofisticados. Os sistemas contábeis tradicionais não possuem uma correlação entre resultados financeiros e opções estratégicas não financeiras que permitem que a organização crie valor econômico para o futuro. Na prática, a ênfase excessiva na obtenção e manutenção de resultados financeiros podem levar as empresas a investirem demasiadamente em opções de curto prazo ou reduzirem despesas em pesquisa e desenvolvimento, melhoria de processos, desenvolvimento dos recursos humanos ou desenvolvimento de mercados em detrimento da criação de uma vantagem competitiva sustentável em que a empresa irá apoiar o seu crescimento futuro. Os indicadores financeiros são denominados de indicadores de ocorrência – lagging indicators –, por demonstrarem resultados de decisões anteriores tomadas pela empresa. Por este motivo, os sistemas de avaliação desempenho baseados Estratégia de Empresas 19 estritamente em indicadores financeiros tornaram-se insuficientes para orientar uma organização em ambientes competitivos e turbulentos não fornecendo, portanto, subsídios para a gestão da estratégia. 2.9.1. Histórico do Balanced Scorecard - BSC Considerando as mudanças ocorridas, ao longo dos anos anteriores, nos métodos existentes de avaliação do desempenho empresarial, que se baseavam apenas em indicadores contábeis e financeiros, e que, gradativamente, vinham se tornando insuficientes, Kaplan e Norton deram início no ano de 1990, ao estudo intitulado “Measuring Performance in the Organization of the Future” que teve como finalidade conhecer como seria o método de avaliação de desempenho na próxima década. Fizeram parte de tal estudo doze organizações. Um dos participantes deste grupo estava utilizando um recém-criado scorecard corporativo que continha, além de medidas financeiras tradicionais, medidas de desempenho relativas a: • Prazos de entrega ao cliente; • Qualidade e ciclo do processo de produção; • Eficácia no desenvolvimento de novos produtos. As discussões desse grupo conduziam a uma ampliação do scorecard – denominado Balanced Scorecard – BSC. Essa nova metodologia baseava-se na representação equilibrada das medidas financeiras e operacionais, organizando-se com base em quatro perspectivas: 1. Financeira; 2. Clientes externos; 3. Processos internos; 4. Aprendizado e crescimento. A palavra Scorecard significa, em inglês, cartão para registro de resultado e a palavra Balanced, Com o passar dos anos, o BSC se tornou, para muitas empresas, um sistema de desdobramento da estratégia que oferece aprendizado estratégico, da estratégia que está sendo implantada. 2.9.2. Conceitos Básicos do Balanced Scorecard - BSC BSC é um sistema de avaliação de desempenho gestão estratégica que utiliza indicadores de desempenho organizados de forma equilibrada em torno de quatro Estratégia de Empresas 20 perspectivas. Ele permite as organizações utilizarem o desdobramento da estratégia para fazer seu planejamento. Trata-se de um sistema baseado em indicadores que impulsionam o desempenho, proporcionando à organização, de forma abrangente, visão atual e futura do negócio. O BSC traduz a visão e a estratégia em objetivos e medidas organizadas nas quatro perspectivas: financeira, dos clientes externos, dos processos internos e do aprendizado e crescimento. Segundo KAPLAN e NORTON (1997), as quatro perspectivas citadas normalmente são suficientes para a maioria das organizações, porém não há nenhum impedimento que uma outra perspectiva relacionada com resultados que gerem vantagem competitiva para a empresa venha a ser incorporada ao BSC. O BSC complemente as medidas financeiras do desempenho passado com vetores que impulsionam o desempenho futuro e fornece a estrutura necessária para a tradução da estratégia em termos operacionais, conforme pode ser observado na FIGURA1.5, a seguir. FIGURA 1.5 – O BSC como sistema de implementação e gestão estratégica. 2.9.3. A perspectiva financeira As medidas de desempenho financeiro informam se a estratégia da empresa, bem como sua implementação e execução, estão contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros. Os indicadores que constituem as medidas de desempenho financeiro podem ser vistos sob dois ângulos: INICIATIVASALVOSINDICADORESOBJETIVOS PERSPECTIVA FINANCEIRA INICIATIVASALVOSINDICADORESOBJETIVOS PERSPECTIVA FINANCEIRA PARA SERMOS BEM-SUCEDIDOS FINANCEIRAMENTE , COMO DEVERÍAMOS SER VISTOS PELOS NOSSOS ACIONISTAS? PARA ALCANÇAR- MOS A NOSSA VISÃO, COMO SUSTENTAREMOS A NOSSA CAPACIDADE DE MUDAR E MELHORAR? PARA ALCANÇARMOS A NOSSA VISÃO COMO DEVERÍAMOS SER VISTOS PELOS NOSSOS CLIENTES? INICIATIVASALVOSINDICADORESOBJETIVOS PERSPECTIVA DO APRENDIZADO E CRESCIMENTO INICIATIVASALVOSINDICADORESOBJETIVOS PERSPECTIVA DO APRENDIZADO E CRESCIMENTO PARA SATISFA- ZERMOS NOSSOS ACIONISTAS E CLIEN- TES, EM QUE PRO- CESSOS DE NEGÓ- CIO DEVERÍAMOS ALCANÇAR A EXCELÊNCIA? INICIATIVASALVOSINDICADORESOBJETIVOS PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INICIATIVASALVOSINDICADORESOBJETIVOS PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INICIATIVASALVOSINDICADORESOBJETIVOS PERSPECTIVA DOS CLIENTES INICIATIVASALVOSINDICADORESOBJETIVOS PERSPECTIVA DOS CLIENTES VISÃO E ESTRATÉGIA Estratégia de Empresas 21 O que considera a área como a mais relevante, uma vez que o real sucesso de um negócio é medido em termos financeiros; Aquele que privilegia os indicadores operacionais, colocando de lado os financeiros por considerá-los sem conseqüência. Apesar dessa ambivalência, os objetivos financeiros devem servir de foco para os objetivos e para as medidas das demais perspectivas do BSC. Seja qual for a medida a ser selecionada, esta deve fazer parte de uma cadeia de relações de causa e efeito. Em outras palavras, para se obter a melhoria do desempenho financeiro, essa medida tem de estar alinhada à estratégia da organização. Dessa forma, os objetivos e as medidas financeiras desempenham um papel duplo: • Definem o desempenho financeiro esperado da estratégia; • Servem de meta principal para os objetivos e para as medidas de todas as outras perspectivas do BSC. Pela abrangência de seu papel, devem-se ter alguns cuidados ao selecionar as medidas financeiras para o BSC, pois se forem utilizadas para medir o desempenho global da empresa, ou seja, todas as divisões, como os objetivos financeiros, aumento da receita, otimização, melhoria dos processos. Isto pode levar a escolha de medidas que deixam de considerar as diferenças intrínsecas aos produtos e serviços oferecidos e as que distinguem os ambientes geográficos, políticos, sociais e econômicos específicos de cada linha de negócio, assim como as estratégias gerenciais adotadas para a implementação das melhorias. Por isto quando for escolher as medidas tem que procurar determinar medidas financeiras apropriadas que não só apóiem a sua estratégia de negócio, mas que sirva como metas específicas para os objetivos e medidas das demais perspectivas inseridas no BSC. Há que se tomar cuidado também com o ciclo de vida da organização. Os objetivos financeiros podem diferir consideravelmente em cada fase do ciclo de vida da organização. Os autores analisam e descrevem três fases, a saber: a) Crescimento: as organizações nessa fase geralmente encontram-se no início de seus ciclos de vida. b) Sustentação: fase em que as organizações conseguem atrair investimentos e reinvestimentos, mas são forçadas a obterem excelentes retornos sobre o capital investido. c) Colheita: fase em que as organizações alcançam a fase de maturidade em seus ciclos de vida, e por isso desejam colher os investimentos feitos nas duas fases anteriores. Deve-se iniciar o BSC com um diálogo entre o executivo principal da unidade de negócio e o diretor financeiro da organização, sobre os assuntos financeiros e os objetivos específicos da unidade. Estratégia de Empresas 22 2.9.4. A perspectiva dos clientes externos Essa é a segunda perspectiva do BSC, onde se caracteriza a identificação do mercado e dos segmentos nos quais a organização deseja competir. Esses segmentos produzirão o componente de receita dos objetivos financeiros da organização, mantendo a relação de causa e efeito. O BSC obriga a organização a traduzir o que genericamente é dito como atendimento aos clientes em medidas específicas que realcem os fatores importantes para os clientes. As preocupações com os clientes normalmente recaem nas seguintes categorias: qualidade, custo, atendimento, moral e segurança. Para que o cenário equilibrado funcione, as organizações devem estabelecer objetivos para as categorias acima. Essa perspectiva permite, também, que uma organização alinhe as medidas essenciais de resultados relacionadas aos clientes, tais como satisfação, fidelidade, retenção, captação e lucratividade, com segmentos específicos de clientes e de mercado. Permite também uma clara identificação e avaliação das propostas de valor dirigidas aos segmentos. Essas propostas impulsionarão as medidas essenciais de resultados dessa perspectiva. É importante lembrar que o BSC, como descrição da estratégia da organização, deve identificar os objetivos relacionados aos clientes em cada um dos segmentos especificados. A essência da estratégia não é apenas escolher o que fazer; ela exige também que se escolha o que não fazer. Isso implica que depois de identificar e focalizar seus segmentos de mercado, a organização deve cuidar dos objetivos e indicadores específicos. Através de suas observações, KAPLAN e NORTON (1997) concluíram que as organizações geralmente selecionam dois conjuntos de medidas para essa perspectiva. O primeiro conjunto de medidas, também denominado de grupo de medidas essenciais, contém as medidas comuns que praticamente todas as organizações utilizam: • Participação de mercado; • Retenção de clientes; • Captação de clientes; • Satisfação dos clientes; • Lucratividade de clientes. Essas medidas podem parecer, a princípio, genéricas a todas as organizações, mas devem ser feitas para grupos específicos de clientes com os quais a unidade de negócio espera obter seu maior crescimento e lucratividade. Essas medidas podem ser agrupadas numa cadeia formal de relações de causa e efeito como apresentadas na FIGURA 1.6. Estratégia de Empresas 23 FIGURA 1.6 – Medidas Essenciais da Perspectiva do Cliente (Kaplan e Norton, 1997). O segundo conjunto de medidas contém os impulsionadores dos resultados em relação aos clientes. Respondem à pergunta: “O que a organização deve oferecer aos seus clientes para alcançar altos níveis de satisfação, retenção, captação e, conseqüentemente, participação de mercado?” Os impulsionadores consideram as propostas de valor que a organização buscará oferecer aos seus segmentos específicos de clientes e mercado. As organizações devem, cada vez mais, ter como princípio básico o oferecimento de valor ao cliente e identificar as medidas que agreguem valor ao cliente, buscando identificar pelo segmento de mercado que atua, relacionamento que tem com o cliente, sua imagem, sua cultura. Embora as propostas de valor variem de acordo com o setor de atividade e os diferentes segmentos de mercado, KAPLAN e NORTON (1997) observaram a existência de um conjunto comum de atributos que permite sua ordenação em todos os setores para os quais elaborou-se o BSC. Esses atributos podem ser divididos em três categorias, ilustrados na FIGURA 2.7. Participação de Mercado Lucratividade dos Clientes Satisfação dos Clientes Captatação de Clientes Retenção de Clientes VALOR PARA O USUÁRIO ATRIBUTOS DO PRODUTO + IMAGEM RELACIONAMENTO• SATISFAÇÃO • CAPTAÇÃO • RETENÇÃO += • PREÇO • DESIGN • TECNOLOGIA • DURAILIDADE • PORTABILIDADE • ACESSÓRIOS • OUTROS Estratégia de Empresas 24 FIGURA 1.7 – A Proposta de Valor. (Adaptado de Kaplan e Norton, 1997). 2.9.5. A perspectiva dos processos internos Os indicadores da perspectiva dos clientes e dos acionistas são importantes, mas devem ser apoiados processos internos críticos em que a organização deve alcançar a excelência. Para a perspectiva dos processos internos, os executivos identificam os processos mais críticos para a realização dos objetivos dos clientes e dos acionistas, permitindo que a unidade de negócio ofereça as propostas de valor, capazes de atrair e reter clientes em segmentos-alvo de mercado, e que possam satisfazer às expectativas que os acionistas têm de excelentes retornos financeiros. Costumam, assim, desenvolver objetivos e medidas para esta perspectiva depois de formulá-los para a perspectiva financeira e do cliente. A perspectiva dos processos internos revela duas diferenças fundamentais entre a abordagem tradicional e a abordagem do BSC para a medição de desempenho. A tradicional tenta monitorar e melhorar os processos existentes e pode ir além das medidas financeiras de desempenho, incorporando medidas baseadas no tempo e na qualidade, mesmo que o foco se mantenha na melhoria dos processos existentes. A do BSC, todavia, costuma resultar na identificação de processos inteiramente novos, nos quais uma organização deve atingir a excelência para alcançar os objetivos financeiros e dos clientes. Por exemplo, uma organização pode perceber que precisa desenvolver um processo para prever as necessidades dos clientes, ou que pode oferecer novos serviços aos quais os clientes atribuam grande valor. Nos processos internos do BSC, são destacados objetivos que talvez ainda não estejam sendo executados, embora sejam absolutamente críticos para o sucesso da estratégia da organização. A segunda diferença da abordagem do BSC é a incorporação de processos de inovação à perspectiva de processos internos, conforme apresentado na FIGURA 2.8. Os sistemas tradicionais de medição de desempenho focalizam os processos de entrega dos produtos e serviços atuais aos clientes atuais. Tentam controlar e melhorar as operações existentes, que representam a onda curta da criação de valor. Essa onda curta começa com o recebimento do pedido de um cliente existente, relativo a um produto ou serviço existente, e termina com a entrega do produto ao cliente. A organização cria valor, a partir da produção, entrega e assistência a esse produto e ao cliente, por um custo inferior ao preço recebido. Porém, os indicadores financeiros, em longo prazo, podem exigir que uma organização crie produtos e serviços inteiramente novos que atendam a necessidades emergentes dos clientes atuais e futuros. O processo de inovação, a onda longa da criação de valor, é, para muitas organizações, um indicador de desempenho financeiro com um futuro mais promissor do que o ciclo de operações de curto prazo. Para muitas organizações, a capacidade de gerenciar, com sucesso, um processo de desenvolvimento de produtos que se estenda por vários anos, ou de desenvolver e atingir categorias totalmente novas de clientes, pode ser mais Estratégia de Empresas 25 crítica para o desempenho econômico futuro do que gerenciar as operações existentes de forma eficiente, coerente e ágil. Entretanto, os executivos não necessitam optar por apenas um, entre esses dois processos internos vitais. A perspectiva dos processos internos do BSC incorpora objetivos e medidas tanto para o ciclo de inovação de onda longa quanto para o ciclo de operações de onda curta. Sistemas de informação ágeis e objetivos podem ser a chave do sucesso para uma avaliação oportuna das medições de desempenho. As organizações devem, portanto, desenvolver uma sistemática que lhes permita manter constante e imediata visão dos indicadores e medição do progresso em todos os níveis da organização. Os sistemas de medidas de desempenho da maioria das organizações focalizam a melhoria dos processos operacionais existentes. Para o BSC, recomenda-se que os executivos definam uma cadeia de valor completa dos processos internos, iniciada pelo processo de inovação, identificação das necessidades atuais e futuras dos clientes e desenvolvimento de novas soluções para essas necessidades, o que deve prosseguir com os processos de operações, entrega dos produtos e prestação dos serviços aos clientes existentes, e terminar com o serviço pós-venda que complemente o valor proporcionado aos clientes pelos produtos ou serviços de uma organização. A derivação de objetivos e medidas para a perspectiva dos processos internos é uma das principais diferenças entre o BSC e os sistemas tradicionais de medição de desempenho, os quais visam ao controle e à melhoria dos centros de responsabilidade e departamentos existentes, limitando-se somente às medidas financeiras e aos relatórios mensais de variação para controlar as operações. Com o BSC, contudo, as medidas financeiras estão sendo usadas com medidas de qualidade, produção, produtividade e tempo de ciclo. As tendências mais recentes reforçam a importância de se medir o desempenho dos processos de negócios, com o atendimento de pedidos, compras, planejamento e controle de produção, que atravessam vários departamentos organizacionais. Se as organizações, hoje, tiverem diversas medidas para processos de negócios multifuncionais e integrados, tal fato representará uma melhoria significativa em relação aos sistemas de medição de desempenho existentes. Acredita-se que a simples utilização de medidas financeiras e não financeiras de desempenho, para os processos existentes, não levará as organizações a melhorar seu desempenho econômico. No BSC, os objetivos e medidas para essa perspectiva derivam das estratégias explícitas para o atendimento às expectativas dos acionistas e clientes-alvo. Essa análise seqüencial, Top Down, de cima para baixo, costuma revelar processos de negócios inteiramente novos nos quais a organização deverá buscar a excelência. Cada organização usa um conjunto específico de processos, a fim de criar valor para os clientes e produzir resultados financeiros. Entretanto, constatou-se que uma cadeia de valor genérica serve de modelo para que as organizações possam adaptar-se ao construir a perspectiva dos processos internos. Esse modelo inclui três processos principais: • Inovação; • Operações; • Serviços pós-venda. Estratégia de Empresas 26 FIGURA 1.8 – Cadeia de Valor Genérica (Kaplan e Norton, 1997). 2.9.6. A perspectiva do aprendizado e crescimento O cenário atual é marcado tanto pro uma necessidade de melhoria contínua nos processos atuais, quanto pelo desenvolvimento da criatividade para a implantação de inovações e capacidades adicionais. Conseqüentemente, o valor da empresa está diretamente ligado à sua capacidade de continuar a desenvolver os recursos humanos por intermédio da: • Identificação e aprimoramento das lideranças; • Criação mais valor para o cliente; • Melhoria da eficiência operacional. Essas ações dizem respeito à perspectiva dos recursos humanos, do aprendizado e crescimento. Essa perspectiva sinaliza para o desenvolvimento de objetivos e medidas que orientem o aprendizado e o crescimento da organização. Nesse sentido, um dos aspectos mais inovadores e importantes do BSC é criar, em nível executivo, instrumentos para o aprendizado organizacional, permitindo: • A monitoração, o ajuste, a implementação da estratégia; • Se necessário, a execução de mudanças fundamentais na própria estratégia, por meio dos referenciais de curto prazo para as medidas financeiras e não financeiras. Os objetivos estabelecidos nas perspectivas financeira, do cliente e dos processos internos revelam onde a organização deve se destacarpara obter um desempenho excepcional. Entretanto, são os objetivos da perspectiva de aprendizado e crescimento que oferecem a infra-estrutura que possibilita a consecução de objetivos ambicionados nas outras três perspectivas. Seus objetivos são os impulsionadores de resultados excelentes nas três outras perspectivas e enfatizam a importância de se investir no futuro, não apenas em áreas tradicionais de SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES DO USUÁRIO CONHECER O MERCADO IDEALIZAR OFERTA DE NOVOS SERVIÇOS PRESTAR SERVIÇOS SERVIÇOS AO USUÁRIO IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DO USUÁRIO PROCESSO DE INOVAÇÃO PROCESSO DE OPERAÇÕES PROCESSO DE SERVIÇOS PÓS-VENDA Estratégia de Empresas 27 investimento, mas também em novos equipamentos, em pesquisa e em desenvolvimento de novos produtos. Sem dúvida, os investimentos em equipamentos, pesquisa e desenvolvimento são importantes, mas não são suficientes. Há que se investir também em infra-estrutura, como sistemas e procedimentos, quando se deseja alcançar a excelência e objetivos ambiciosos de crescimento financeiro em longo prazo. O ânimo dos funcionários e a satisfação com o emprego são, hoje, aspectos considerados altamente importantes pela maioria das organizações. Entende-se que um funcionário satisfeito possa aumentar a produtividade, a capacidade de resposta, a qualidade e a melhoria dos serviços aos clientes. Para que a organização alcance um alto nível de satisfação dos clientes, é necessário que estes sejam atendidos por funcionários satisfeitos. FIGURA 1.9 – A Estrutura de Medição do Aprendizado e Crescimento (Kaplan e Norton, 1997). 2.10. MEDIDAS DE DESEMPENHO - FINANCEIRAS E NÃO-FINANCEIRAS 2.10.1. Medidas da perspectiva financeira KAPLAN e NORTON (1997), propõem três temas estratégicos para perspectiva financeira: crescimento e mix de receita, redução de custos/melhoria de produtividade e utilização dos ativos/estratégia de investimentos. Estas estratégias incluem medidas de desempenho específicas conforme exemplos apresentados a seguir: CAPACIDADES DOS FUNCIONÁRIOS INFRA -ESTRUTURA TECNOLÓGICA CLIMA PARA AÇÃO SATISFAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DIMINUIÇÃO DO TURNOVER PRODUTIVIDADE DOS FUNCIONÁRIOS RESULTADO INDICADORES ESSENCIAIS IMPULSIONADORES Estratégia de Empresas 28 Crescimento e mix de receita: • Percentual de vendas; • Lucratividade por tipo serviço; • Percentual de receitas gerado por novos serviços; • Percentual de venda gerado por novas aplicações dos serviços existentes; • Percentual de vendas gerado por novos clientes. Redução de custos / melhoria de produtividade: • Receita por funcionário; • Custo por unidade produzida; • Custo por atividade; • Custo operacional. Utilização dos ativos / estratégia de investimentos: • Capital de giro; • Retorno sobre o capital empregado; • Retorno sobre investimento; 2.10.2. Medidas da perspectiva dos clientes externos Conforme proposto por KAPLAN e NORTON (1997), o grupo de medidas essenciais para esta perspectiva e comum para todas as empresas inclui os seguintes indicadores: • Participação de mercado: mede, em termos relativos, o volume de negócios da empresa em um determinado mercado. • Retenção de clientes: mede, em termos absolutos ou relativos, a intensidade com que a empresa retém ou mantém relacionamentos contínuos com seus clientes. • Captação de clientes: mede, em termos absolutos ou relativos, a intensidade com que a empresa atrai ou conquista novos clientes. • Satisfação de clientes: mede o nível de satisfação dos clientes de acordo com critérios específicos do cliente em relação a proposta de valor apresentada na FIGURA 1.7. • Lucratividade de clientes: mede o lucro líquido de clientes ou de determinados segmentos, depois de deduzidas as despesas específicas para sustentar esses clientes. Estratégia de Empresas 29 2.10.3. Medidas da perspectiva dos processos internos Conforme apresentado no item 1.9.5, a perspectiva dos processos internos inclui três processos: o processo de inovação, o processo de operações e o processo de pós-venda. O grau de importância dado por uma organização em relação a estes processos depende do conhecimento profundo das características do negócio principal da organização, das necessidades atuais e futuras do mercado, e da implementação de estratégias. KAPLAN e NORTON (1997), apresentam algumas medidas de desempenho para cada um dos processos citados: As medidas para o processo de inovação: • Venda de novos serviços: mede, em termos absolutos ou relativos, o volume de venda gerado por novos serviços. • Novos serviços: mede em termos absolutos o lançamento de novos serviços ou o lançamento de novos serviços em relação ao planejado. • Tempo de lançamento: mede o tempo do lançamento de um novo serviço. • Tempo de equilíbrio: mede o tempo necessário para o retorno dos investimentos aplicados no desenvolvimento de novos serviços. Abrange o tempo necessário para pesquisas, desenvolvimento, lançamento e o equilíbrio após o lançamento. As medidas para os processos de operação e pós-venda estão relacionadas com a capacidade da empresa identificar características diferenciadoras de seus serviços que precisam ser monitoradas com uma determinada regularidade. Portanto atributos críticos de desempenho, além do tempo de processo, qualidade e custos podem ser incorporados no grupo de medidas para os processos de operação e pós- venda. 2.10.4. Medidas da perspectiva do aprendizado e crescimento A perspectiva de aprendizado e crescimento inclui três medidas essenciais: satisfação, retenção e produtividade dos funcionários. A satisfação dos funcionários geralmente é medida a partir de pesquisas. Os elementos de uma pesquisa de satisfação dos funcionários podem incluir: • Envolvimento nas decisões; • Reconhecimento pela realização de um bom trabalho; • Acesso a informações suficientes para um bom desempenho da função; • Incentivo constante ao uso de criatividade e iniciativa; • Qualidade do apoio administrativo; • Satisfação geral com a empresa. Estratégia de Empresas 30 A retenção dos funcionários costuma ser medida pelo percentual rotatividade de pessoas-chave da empresa. A produtividade por funcionário estabelece a relação entre a produção de uma empresa e a quantidade de funcionários utilizados para que esse nível de produção seja alcançado. A medida mais simples para se medir a produtividade é a receita por funcionário. Estratégia de Empresas 31 Estratégia de Empresas 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SERRA, Fernando; TORRES, Maria Candida Sotelino; TORRES, Alexandre Pavan. Administração Estratégica: Conceitos, Roteiro Prático e casos. Rio de janeiro, 2003. Editora Reichmann& Affonso Editores. ESGOTADO. SERRA, Fernando. TORRES,Maria Candida. TORRES, Alexandre Pavan. Administração Estratégica: Conceitos, Roteiro Prático e casos. Florianópolis, 2009. Editora Insular. TORRES, Maria Candida Sotelino; TORRES, Alexandre Pavan; SERRA, Fernando. O Balanced Scorecard. Curso a distância da Fundação Getúlio Vargas. FGVonline, 2001. Revisado 2009. JAMIL, Moyses Filho; TORRES, Maria Candida Sotelino; RODRIGUES, Murilo Ramos Alambert; David Menezes Lobato(coordenador). Estratégia de Empresas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003. Revisado 2009. Estratégia de Empresas 33 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1.1 – COMPONENTE DA VISÃO DA ORGANIZAÇÃO (ADAPTADO DE COLLINS E PORRAS, 1999)....................................................................................5 TABELA 1.1 – GRUPOS DE INTERESSE E VARIÁVEIS DE INTERESSE. ADAPTADO DE LOBATO, 2002.....................................................................................6 FIGURA 1.2 – EXEMPLOS DE DEFINIÇÃO DO NEGÓCIO PRINCIPAL........................8 TABELA 1.2 – VARIÁVEIS DE SEGMENTAÇÃODE ACORDO COM OS TIPOS DE SEGMENTAÇÃO. ADAPTADO DE KOTLER E GARY, 1999......................................8 FIGURA 1.3 – RELAÇÃO ENTRE OS ASPECTOS DA ANÁLISE SWOT E O AMBIENTE....10 FIGURA 1.4 – FORÇAS QUE GOVERNAM A COMPETIÇÃO EM UM SETOR..................12 FIGURA 1.5 – O BSC COMO SISTEMA DE IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO ESTRATÉGICA.21 FIGURA 1.6 – MEDIDAS ESSENCIAIS DA PERSPECTIVA DO CLIENTE (KAPLAN E NORTON, 1997)..................................................................................24 FIGURA 1.7 – A PROPOSTA DE VALOR. (ADAPTADO DE KAPLAN E NORTON, 1997).24 FIGURA 1.8 – CADEIA DE VALOR GENÉRICA (KAPLAN E NORTON, 1997).............27 FIGURA 1.9 – A ESTRUTURA DE MEDIÇÃO DO APRENDIZADO E CRESCIMENTO (KAPLAN E NORTON, 1997)................................................................................28 Estratégia de Empresas 34 3.0 Material Complementar 3.1 Estudo de Caso 3.1.1 O CASO DISTRIBUIDORA DE COMBUSTÍVEL LAM-UOL A LAM-UOL é uma empresa distribuidora de combustíveis de origem nacional, ocupando a 6ª posição no ranking das distribuidoras no Brasil com uma fatia de mercado de 8%. Até poucos anos a LAM-UOL experimentou um crescimento contínuo em seu ramo de atividade, conquistando para sua bandeira postos de menor movimento que não recebiam atenção das outras distribuidoras. Nos últimos 12 meses, ao mesmo tempo em que o mercado tornou-se mais competitivo e exigente, começaram a surgir problemas, tais como: Queda na qualidade do atendimento aos clientes nos Postos com a bandeira LAM- UOL, em especial durante o abastecimento dos automóveis, evidenciado pelo aumento em mais de 30% do número de reclamações recebidas de consumidores. Outra reclamação comum é que os postos têm apresentado um nível de limpeza e higiene abaixo da média dos demais postos concorrentes. Os frentistas têm oferecido produtos de outras bandeiras. O produto oferecido em si é de alta qualidade mas, em muitos casos, tem sido identificado o “batismo” do combustível oferecido, o que acaba refletindo na imagem da distribuidora. Há alta rotatividade de funcionários. O presidente da LAM-UOL Dr. Márcio Fernandes y Fernandes tem repetido inúmeras vezes que essa situação representa um sério entrave aos planos da Empresa de crescer e aumentar a sua participação no mercado, alcançando o 2º ou 3º lugar no ranking dentro de 5 anos. Além disso, há também a intenção de expandir a atuação na distribuição para o mercado latino-americano a partir de 2015. A situação foi exaustivamente discutida na última reunião de diretoria, onde novos e importantes dados foram acrescentados ao cenário. A Diretora de Marketing e Vendas Luciana Tuma apresentou um gráfico mostrando que o total de pontos de venda com a bandeira LAM-UOL caiu no último ano, significando uma perda de mercado na distribuição de 9 para os 8% atuais. Enquanto isso, através de benchmarking e pesquisas de mercado foi demonstrado que os concorrentes têm modernizado as suas instalações com a abertura de lojas Estratégia de Empresas 35 de conveniência e renovação dos tanques de armazenamento de combustível e design, o que tem ocasionado um diferencial de atendimento dos concorrentes. O Diretor Financeiro Luiz Orlando Oliveira lembrou que os problemas de comercialização têm sistematicamente causado penalidades financeiras em virtude do atraso ao atendimento às solicitações de reposição de combustível, o que tem ocasionado reclamações por parte dos donos de postos e aplicação de multas contratuais. Outro aspecto preocupante é a alta taxa de devolução de cheques, representando uma perda média de 5% da receita mensal dos postos de venda, com reflexo na distribuição dos combustíveis. A Diretora de Recursos Humanos e Qualidade Nívea disse que as necessidades de treinamento estão sendo identificadas e que existe a pendência de definir quem arcará com as despesas do treinamento dos frentistas, se os postos ou a LAM-UOL. Na opinião da Dra. Nívea, é necessário investir na qualidade do atendimento em todas as fases do processo, até ao atendimento do consumidor final. Isso implicaria em ações conjuntas e coordenadas de treinamento, benchmarking, melhoria de processos, documentação e comunicação. Dr. Márcio, após ouvir as informações do seu staff e refletir sobre todos os fatos apresentados, fez algumas ponderações que resumiram o espírito da gestão da LAM-UOL. Reafirmar a necessidade de aprimorar a aferição da satisfação dos seus clientes (postos) e dos consumidores finais, visando o direcionamento das futuras estratégias e ações da empresa. A partir do que for constatado nas pesquisas, será possível identificar a necessidade de mudanças nos processos para elevar o nível de satisfação dos seus clientes. Da mesma forma, a LAM-UOL deve retomar o crescimento sem comprometer a saúde financeira nem reduzir os padrões de qualidade. Deve ser perseguida a maximização do faturamento e do lucro. A LAM-UOL deve assumir um compromisso com a modernidade e ao mesmo tempo resgatar seus principais valores de garantir para o consumidor final um excelente serviço, com combustível de qualidade e preços competitivos. Apesar dos desafios apresentados, a mensagem final do Dr. Márcio foi positiva, reafirmando os planos de crescimento e o seu compromisso pessoal com a satisfação dos clientes e consumidores finais da LAM-UOL. Instruções para o Desenvolvimento do Estudo de Caso Com base nas informações disponíveis no caso acima você e seu time devem: 1.Defina o negócio da LAM-UOL. 2. Propor os enunciados da Visão de Futuro e Missão da LAM-UOL. 3. Elaborar valores 4. Fazer uma matriz SWOT – 2 forças, 2 fraquezas, 2 oportunidades e 2 ameaças. 5. Fazer uma ação ofensiva, uma ação defensiva, uma para anular a debilidade e uma para anular a vulnerabilidade. 6. Fazer as 5 Forças de Porter 7. Selecionar 2 objetivos estratégicos para cada perspectiva do BSC. 8. Construir o Mapa Estratégico 9. Determinar os indicadores para cada objetivo estratégico selecionado. 10. Fazer alvo (metas) e iniciativas para cada objetivo estratégico selecionado. 11. Fazer um plano de ação com uma iniciativa Estratégia de Empresas 36 3.1.2 CASO DO PETRÓLEO Os estudos de cenários surgiram após a Segunda Guerra mundial como um método de planejamento militar. A Força Aérea norte-americana tentava imaginar o que seus opositores poderiam fazer e preparava estratégias alternativas. Nos anos 60, Herman Kahn, que participava dos esforços da Força Aérea, aperfeiçoou os estudos de cenários para que se tornassem uma ferramenta nos prognósticos de negócios. Tornou-se o principal futurólogo norte-americano, prevendo a inevitabilidade do crescimento e prosperidade. Os estudos de cenários atingiram uma dimensão nova no início dos anos 70 com o trabalho de Pierre Wack. Em 1968, Wack era planejador no escritório de Londres da Royal Dutch-Shell, empresa internacional de petróleo, junto ao departamento recém formado denominado Planejamento em Grupo. Pierre e outros planejadores da Royal Dutch-Shell tentavam descobrir acontecimentos que pudessem afetar os preços do petróleo, que tinham estado mais ou menos estáveis desde a Segunda Guerra Mundial. O petróleo era, de fato, considerado uma commodity estratégica; os países consumidores fariam o possível para manter o preço baixo, visto que a prosperidade de sua economia dependia do petróleo. Porém, havia vários acontecimentos significativos no ar. Primeiro, os Estados Unidos estavam começando a exaurir suas reservas de petróleo. Enquanto isso, a demanda norte- americana pelo produto crescia sem parar. E a emergente Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estava dando sinais da força de sua musculatura política. A maior parte desses países era islâmica, e estava bastante ressentida com o apoio do Ocidente a Israel após a guerra dos seis dias entre árabes e israelenses, ocorrida em 1967. Observando minuciosamente a situação,Pierre e sua equipe chegaram à conclusão que os árabes poderiam exigir preços mais altos para o petróleo. Havia todas as razoes para que o fizessem. A única incerteza era saber quando. Não se sabia com certeza, porém, parecia possível acontecer antes de 1975, quando os acordos antigos de preços do petróleo seriam renegociados. Eles elaboraram dois conjuntos de cenários – cada um era um conjunto completo de versões sobre o futuro, com tabelas de preços projetados. Uma versão apresentava o critério convencional da Royal Dutch / Shell: de alguma maneira, os preços ficariam estáveis. Para que isso pudesse acontecer, seria preciso um milagre; novos campos petrolíferos, por exemplo, poderiam aparecer em países não-árabes. O segundo cenário previa o futuro mais plausível – uma crise no preço do petróleo deflagrada pela OPEP. Os diretores da Shell ouviram com atenção a apresentação dos dois cenários formulados por Pierre. Eles entenderam as implicações: concluíram que deveriam promover uma mudança drástica na empresa. Pierre esperava uma mudança de comportamento na Royal Dutch / Shell, mas a mudança não veio. Foi aí que ele desenvolveu o processo de ruptura: cenários, como ele mais tarde colocou, deveriam ser “mais que água mole batendo em pedra dura”. Para serem realmente eficazes teriam que “mudar a visão da realidade de nossos diretores”. Estratégia de Empresas 37 Nesse novo tipo de cenário, não havia versões simples de um futuro possível. Em vez disso, Pierre descreveu os desdobramentos globais de possíveis choques dos preços do petróleo. Tentou fazer as pessoas sentirem aqueles choques. “Preparem-se!”, disse para as refinarias e distribuidoras. “Vocês estão próximos a se tornaram uma indústria de baixo crescimento.” Avisou para as empresas perfuradoras e exploradoras que procuravam petróleo novo para se prepararam para a possibilidade dos países da OPEP conquistarem seus campos de petróleo. E ainda mais importante, Pierre descreveu, de maneira viva, as forças que operavam no mundo e que tipos de influência aquelas forças deveriam ter. Como conseqüência, ele ajudou os diretores a imaginar que decisões teriam que tomar. Seu pronunciamento veio na hora certa. Em outubro de 1973, após a guerra do Yom Kippur no Oriente Médio, houve um choque de preços do petróleo. A crise de energia eclodiu no mundo. De todas as principais empresas de petróleo, apenas a Shell estava preparada emocionalmente para a mudança. Os executivos da empresa reagiram rapidamente. Durante os anos seguintes, a prosperidade da Shell aumentou. De uma das mais fracas das Sete Irmãs – as sete maiores empresas globais de petróleo – tornou-se a segunda maior (abaixo da Exxon), e, ao que parece, a mais rentável. Pierre não estava mais preocupado com prognósticos; sua preocupação era com a mentalidade, a ideologia dos tomadores de decisões. Não foi acidente que um artigo seu sobre cenários publicado em 1985 na Harvard Business Review tivesse o título ”A delicada arte do reconsiderar”, em vez de “Como prever o futuro”. Para trabalhar em um mundo de incertezas, as pessoas precisam ter a capacidade de reconsiderar – questionar seus pressupostos sobre a maneira como o mundo funciona, de modo a vê-lo mais claramente. A finalidade dos cenários é ajudar você mesmo a mudar sua visão da realidade – para aproximá-la da realidade como ela é, e como será. O resultado final, entretanto, não é um quadro preciso do amanhã, mas melhores decisões sobre o futuro. Pierre Wack não estava interessado em prever o futuro. Sua meta era a liberação dos insights das pessoas. Seus métodos foram à inspiração para a arte de ver mais adiante, dedicando seu tempo à visão do futuro. Estratégia de Empresas 38 3.2 Análise SWOT Preencha o quadro da análise SWOT para a empresa Oportunidades Ameaças Forças Ações Ofensivas Ações Defensivas Fraquezas Ações para anular a Debilidade Ações para anular a vulnerabilidade 3.3 Análise Setorial Utilizando-se do modelo de análise das 5 forças de Porter, estabeleça a ação que cada uma dessas forças exercem sobre a empresa estudada Concorrentes________________________________________________________ ________________________________________________________________ Novos Entrantes___________________________________________________________ ________________________________________________________________ Fornecedores________________________________________________________ ________________________________________________________________ Compradores________________________________________________________ ________________________________________________________________ Substitutos_________________________________________________________ _______________________________________________________________ Estratégia de Empresas 39 3.4 Questionário de “Práticas de Posturas de Gestão” Nome completo da Pessoa Avaliada:__________________________________ Leia com atenção cada uma das afirmações. Depois de tê-las lido, considere cada uma delas como uma prática, uma possível qualificação de você mesmo (ou da pessoa que você está avaliando). Dependendo da freqüência com que utilize cada uma das práticas (ou da freqüência com que a pessoa que você está avaliando as utiliza), coloque um número do lado de cada uma delas, de acordo com a seguinte tabela: 5. ⇒⇒⇒⇒ COM MUITA FREQÜÊNCIA 4. ⇒⇒⇒⇒ COM FREQÜÊNCIA 3. ⇒⇒⇒⇒ ÀS VEZES 2. ⇒⇒⇒⇒ POUCAS VEZES 1. ⇒⇒⇒⇒ RARAMENTE Não é necessário fazer hierarquização, podendo, portanto, haver mais de uma prática com o mesmo número ao lado. Procure responder da forma mais honesta possível e retratar o “ESTILO REAL” e não o estilo ideal do avaliado. Seja imparcial, nem excessivamente crítico, nem excessivamente tolerante, procure a isenção em sua avaliação. Avalie as práticas abaixo quanto à freqüência com que são empregadas pelo avaliado: ____ 01. Mantém-se atualizado em face aos desenvolvimentos; ____ 02. Olha e cria expectativas quanto ao futuro; ____ 03. Cria atmosfera de confiança; ____ 04. Deixa transparecer/explica de forma clara a sua filosofia de liderança; ____ 05. Dá apoio material e emocional, estimulando os membros da equipe; ____ 06. Desafia/questiona os processos estabelecidos; ____ 07. Cria/desenvolve uma perspectiva positiva e otimista do futuro; ____ 08. Estimula os outros para participar do planejamento; ____ 09. Informa os outros sobre seus valores; ____ 10. Reconhece a contribuição das pessoas, mesmo que, em situações adversas, os objetivos não tenham sido plenamente alcançados; ____ 11. Busca oportunidades desafiadoras; ____ 12. Transforma os desafios do futuro em oportunidades que vale a pena buscar; ____ 13. Desenvolve relacionamento cooperativo; ____ 14. Pratica consistentemente o que prega; ____ 15. Relaciona as recompensas aos objetivos traçados e ao desempenho alcançado; ____ 16. Procura formas inovadoras de fazer as coisas; ____ 17. Aponta direções, formula estratégias e planos de ação para viabilizar a visão de futuro; ____ 18. Consegue com que os outros superem divergências e abracem seu projeto; ____ 19. Conquista adesões através do seu comportamento; ____ 20. Divulga a todos as conquistas da equipe; Estratégia de Empresas 40 ____ 21. Pergunta “O que podemos aprender com o mercado e com os outros?”; ____ 22. Compartilha os sonhos sobre o futuro; ____ 23. Trata todos com respeito e consideração; ____ 24. Deixa claro os objetivos e metas; ____ 25. Desenvolve formas criativas para comemorar conquistas; ____ 26. Avalia as conseqüências adversas e os riscos potenciais das suas decisões; ____ 27. Descreve através de palavras, símbolos ou metáforas, um futuro comum quando compartilha os objetivos com a sua equipe; ____ 28. Treina, desenvolve, delega responsabilidades e transfere poder aos membros da equipe; ____ 29.