Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
WBA0114_v3.0 Gestão do conhecimento Aprendizagem organizacional e perspectivas do BSC Aprendizagem organizacional Bloco 1 Veruska Evanir Pereira Educação e aprendizagem O nível educacional dos indivíduos reflete na capacidade de criação e aplicação do conhecimento nas empresas. Crescimento nas últimas décadas, porém comparados a dados internacionais, ainda há uma grande defasagem. 1992 5,1 anos. 2015 10,5 anos. Nível de escolaridade 1992 1,1 milhão. 2015 6,6 milhões. Matrículas no ensino superior Fonte: INSPER (2017). Figura 1 – Panorama educacional brasileiro – Nível de escolaridade da população brasileira Processo de aprendizagem O processo de aprendizagem é o caminho fundamental a ser estudado para que a estratégia competitiva seja desenvolvida e implementada (individual e organizacional). Entender o que é aprendizagem organizacional e como ela se dá. Estudar como as organizações podem fazer a gestão do processo de conhecimento. Figura 2 - Visões das correntes de aprendizagem organizacional e organizações de aprendizagem Fonte: elaborada pela autora. A organização que aprende As organizações de aprendizagem buscam metodologias para gerar mudanças, e a ação deve basear a criação do conhecimento. A organização que aprende é aquela caracterizada pelo desenvolvimento de competências e habilidades Gerar mudanças comportamentais. Criar, adquirir e transferir os conhecimentos. Aprendizagem organizacional e relações sociais no trabalho A corrente da aprendizagem organizacional aborda a aprendizagem como um processo que emerge das relações sociais no ambiente natural do trabalho. Como as pessoas significam as suas experiências no trabalho e como as informações são interpretadas e as respostas são elaboradas. Figura 3 – Aprendizagem organizacional e as relações sociais Fonte: acervo do PowerPoint. Necessidade e retenção do conhecimento Mudança: aprender envolve a desorganização ou tentativa de organização de algo que está em desordem (TAKAHASHI, 2015). Algo a ser feito, melhorado ou criado. Resolver uma situação que deve ser modificada. E nesse caminho, há o aprendizado. Sistemas de aprendizagem devem ser implementados para garantir a institucionalização. Procedimentos. Manuais. Instruções de trabalho. Rotinas. Regras. Aprendizagem organizacional. Perspectivas do BSC - aprendizagem e crescimento Conceitos e dimensões da aprendizagem organizacional Bloco 2 Veruska Evanir Pereira Estudo dos conceitos de aprendizagem organizacional Entre os pontos divergentes, temos a heterogeneidade das referências utilizadas nos trabalhos: oriundos de várias áreas como a Educação, Psicologia, Administração, Antropologia, entre outras. Entre as convergências temos os conceitos de: Alinhamento ambiental Distinção entre níveis de aprendizagem Fatores contextuais Conceitos convergentes Fatores contextuais: o consenso entre os estudiosos aponta quatro fatores contextuais que influenciam no processo e na probabilidade de acontecer a aprendizagem: cultura; estratégia; estrutura; e ambiente em interação constante. Distinção entre níveis de aprendizagem: parte da premissa que a aprendizagem organizacional é diferente da aprendizagem individual e que esta não é simplesmente a soma das aprendizagens individuais. Alinhamento ambiental: é reconhecido como um ponto fundamental para a sobrevivência, inovação e competitividade corporativa. Aprender com os comportamentos passados. Fatores contextuais Cultura – a cultura organizacional é baseada em crenças, valores e nas estratégias propostas pela organização. Estratégia – a postura estratégica da organização influencia nos processos de aprendizagem, facilitando ou criando obstáculos. A postura estratégica pode criar espaço para o aprendizado ou restringir mudanças. Estrutura – as estruturas mais hierarquizadas tendem a inibir mudanças, enquanto estruturas mais sistêmicas, orgânicas e horizontalizadas, tendem a facilitar o processo de gestão do conhecimento. Ambiente – se o ambiente for muito estável, pode instigar pouca aprendizagem, mas se for muito dinâmico, pode dificultar o controle e monitoramento e os resultados das mudanças vigentes. Conhecimento organizacional – Perspectivas e conceitos Fonte: adaptada de Takahashi (2015). Foco no processo A aprendizagem é um processo contínuo e abrangente. Noção de mudança Envolve mudanças nos padrões de comportamento. Natureza coletiva Enfatiza a interação no coletivo. Foco na criação e reflexão É o processo-base para o questionamento e a inovação. Foco na ação - perspectiva pragmática Pela apropriação e pela disseminação do conhecimento. Foco na ação - perspectiva sociológica Ênfase na interação social, na experimentação e no compartilhamento de experiências. Abordagem contingencial A aprendizagem ocorre em função da situação e do contexto social com significações culturais. Abordagem cultural É um processo pelo qual são construídos significados comuns à sociedade. Abordagem institucional É institucionalizada, o resultado inclui mecanismos formais e informais de partilha. Figura 4 – Conceitos e perspectivas de aprendizagem organizacional Relação cultura/aprendizagem Conceitos de aprendizagem Circuito simples se caracteriza pelas mudanças incrementais, ou em um processo de melhoria contínua com inovações pequenas ou grandes a partir de algo que já existe. Ciclo duplo considera a mudança em modelos mentais que proporcionam uma modificação ou renovação na cultura organizacional. Depende da capacidade da empresa em aprender. Estimulado pela necessidade de reação a crises ou problemas graves. Desaprender para aprender! A deuteroaprendizagem é o domínio da própria capacidade de aprender, e acontece geralmente quando a organização entende a necessidade do aprendizado e sabe como deve aprender. É um processo complexo envolvendo comportamento, cognição e cultura. Aprendizagem organizacional. Perspectivas do BSC - Aprendizagem e crescimento Balanced Scorecard – Perspectiva, aprendizagem e crescimento Bloco 3 Veruska Evanir Pereira Balanced Scorecard - Perspectiva, aprendizagem e crescimento A metodologia do Balanced Scorecard (BSC), ferramenta de gestão estratégica, permite medir o progresso de uma organização em relação às suas metas; definir objetivos e medir resultados se distanciando da ideia dos indicadores financeiros tradicionais, de mercado ou de faturamento. O conceito desta metodologia foi trazido pelos professores da Universidade de Harvard, David Norton e Robert, a partir da publicação em 1992 do trabalho O Balanced Scorecard: medidas que impulsionam o desempenho. Relação cultura/aprendizagem A perspectiva dos processos internos: mede a excelência dos processos internos. Indicadores clássicos: produtividade; custo; tecnologia; e tempo de desenvolvimento de produtos e serviços. A perspectiva financeira: leitura de curto, médio e longo prazos - indicadores financeiros conectados com um plano de ação relacionado às estratégias e aos processos. A perspectiva do cliente visa entender como as partes interessadas vêm a empresa, especialmente os clientes. A perspectiva do aprendizado e crescimento é a que mais se relaciona com a gestão do conhecimento. Fonte: Visual Generation/iStock.com. Figura 4 - Perspectivas do Balanced Scorecard Perspectiva, aprendizagem e crescimento Baseia-se na construção de uma infraestrutura que gere crescimento e melhorias a longo prazo numa organização. Aquisição de ativos intangíveis – pilar do desenvolvimento inovador. Esta perspectiva está ligada a pessoas e deve medir o desenvolvimento dos funcionários (treinamentos formais ou informais, por exemplo), a tecnologia de informação e o alinhamento de procedimento e rotinas organizacionais. Figura 5 – Desenvolvimento de pessoasFonte: Anastasia Usenko/iStock.com. Capital intelectual A Gestão do Conhecimento possibilita que o ambiente de trabalho seja modificado de forma a estimular a criatividade, a geração de ideias, a cocriação (criação em grupos), fazendo com que a organização cresça de forma unida, em conjunto. A perspectiva do aprendizado e crescimento está associada com a geração de capital intelectual. • Obtenção e desenvolvimento de conhecimentos. • Construção e disseminação dos dados e informações. • Organização e da existência de um ambiente seguro que promova o desenvolvimento. • Aplicação das competências necessárias à organização. Sucesso Metas Ações Habilidades Recursos Incentivos Conhecimento Início comprometido Metas ? Habilidades Recursos Incentivos Conhecimento Medo insegurança Metas Ações ? Recursos Incentivos Conhecimento Frustração Metas Ações Habilidades ? Incentivos Conhecimento Pequena transformação Metas Ações Habilidades Recursos ? Conhecimento CAOS Metas Ações Habilidades Recursos Incentivos ? Importância do conhecimento Conjunto alinhado de metas, ações, habilidades, recursos, incentivos e conhecimento, em que a falta de um desses fatores pode criar obstáculos para a implementação de estratégias organizacionais. A falta de conhecimento proporciona o caos. Fonte: adaptada de: Ottoboni e Pagni (2004). Figura 6 – Falta de recursos e obstáculos de implementação de estratégia organizacional Teoria em Prática Bloco 4 Veruska Evanir Pereira Reflita sobre a seguinte situação Existe uma nova tecnologia chegando no mercado, e a empresa que você atua precisa reagir rapidamente e dominar esse novo conhecimento para continuar na liderança. Foi definido que os gestores são o público-alvo inicial de uma capacitação como estratégia de criação e transferência de conhecimento desta nova competência. Considerando que esses gestores possuem muita experiência em sua área de atuação mas não tem o conhecimento sobre o novo tópico proposto, quais dinâmicas poderiam ser aplicadas a fim de atender o objetivo de criação e desenvolvimento de novos conhecimentos? Norte para a resolução Trazer gestores experientes de uma organização bem sucedida já é em si um grande desafio, pois estes podem estar acomodados com o sucesso e avaliar que não será preciso promover nenhuma mudança. Mas, para promover a inovação, é necessário que novos conhecimentos sejam construídos ou mesmo conhecimentos antigos sejam reformulados. Norte para a resolução 1. Inicialmente, é fundamental que tenhamos desenhado quais os objetivos da aprendizagem e que estes estejam alinhados com os resultados esperados para a prática no negócio. 2. A partir dos objetivos de aprendizagem esperados, deve-se pensar em práticas que sejam aderentes ao público-alvo, neste caso, os gerentes experientes. 3. Uma prática que costuma gerar bastante conhecimento é trazer especialistas no novo assunto para que os gestores possam se atualizar sobre o tema e todos estarem alinhados em relação ao novo conhecimento. Norte para a resolução 4. Montar workshops em que os gestores possam declarar as suas dificuldades e/ou facilidades em relação a esse novo conhecimento e que estes possam ser conhecidos e discutidos por todo o grupo. 5. Trazer casos reais/práticos sobre o tema. Isso facilita a aprendizagem de temas complexos. 6. Uma prática que costuma gerar bastante conhecimento é trazer especialistas no novo assunto para que os gestores possam se atualizar sobre o tema e todos estarem alinhados em relação ao novo conhecimento. Norte para a resolução 7. Seria interessante que, ao final do workshop, tivéssemos um plano de ação para a implementação de algumas práticas que foram desenvolvidas no protótipo e testadas em ambiente seguro (laboratório de inovação). Desta forma, o aprendizado organizacional estaria atendendo às premissas de alguns conceitos sobre a aprendizagem organizacional, como os aspectos cognitivos, comportamentais e, se necessário, provendo mudanças culturais. Dicas do(a) Professor(a) Bloco 5 Veruska Evanir Pereira Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o login através do seu AVA). Algumas indicações também podem estar disponíveis em sites acadêmicos como o Scielo, repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, te convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Leitura Fundamental Indicação de Leitura 1 O estudo da avaliação da aprendizagem organizacional é um campo muito interessante a ser desenvolvido, considerando que ainda temos muitos conceitos diferentes sobre o assunto. O artigo Medidas da aprendizagem organizacional: revisão de literatura e agenda de pesquisa traz a pesquisa referente ao estado da arte sobre a mensuração da aprendizagem organizacional, ou seja, uma investigação sobre o que temos de contemporâneo sobre o assunto, além de uma agenda de pesquisa para o avanço do tema. NEVES, Edson O.; STEIL, Andrea V. Medidas da aprendizagem organizacional: revisão de literatura e agenda de pesquisa. Organizações & Sociedade, Salvador, v. 26, n. 91, out./dez. 2019. Indicação de leitura 2 O livro Psicologia da Educação e da Aprendizagem apresenta um conteúdo muito interessante que vai te levar às raízes do aprendizado e do desenvolvimento humano sob a visão da Psicologia. Como os conceitos de conhecimento são baseados em várias vertentes, sendo uma delas a Psicologia, vale a pena passear por essa leitura! Referência FREITAS, Márcia de F. R. L. de; PINTO, Rôsangela de O.; FERRONATO, Raquel F. Psicologia da Educação e da Aprendizagem. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. Dica da Professora A estratégia de utilizar laboratórios de inovação é muito salutar! Nestes laboratórios, temos um ambiente seguro onde é possível criar sem julgamentos e prototipar, testar, errar e tentar novamente quantas vezes os recursos permitirem com muita agilidade! A palavra de ordem é a cocriação, ou seja, a geração do conhecimento a partir do conhecimento individual e da memória organizacional para o conhecimento coletivo e uma possível transferência de conhecimento a partir das práticas. Empresas privadas e o setor públicos estão atuando desta forma com muita energia! Referências CESARINO, M. A. S. V.; DOS PASSOS, M. C. M. O conhecimento orientado para a estratégia. Trabalho de diploma. Itajubá: UNIFEI, 2001. FREITAS, Márcia de F. R. L. de; PINTO, Rôsangela de O.; FERRONATO, Raquel F. Psicologia da Educação e da Aprendizagem. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. Disponível em: http://biblioteca- virtual.com/detalhes/ebook/608704ed54aa8872fc616ed0. Acesso em: 15 fev. 2022. INSPER. Centro de Políticas Públicas do Insper. Panorama Educacional Brasileiro. 2017 Disponível em: https://www.insper.edu.br/wp- content/uploads/2018/09/20170407_panorama-educacional- brasileiro2016.pdf. Acesso em: 15 fev. 2022. OTTOBONI, Célia; PAGNI, Tales E. M. Aliando o Balanced Scorecard à Gestão do Conhecimento: integrando capital intelectual à estratégia. XXIV Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Florianópolis, 2004. TAKAHASHI, Adriana R. W. Competências, aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento. Curitiba. Intersaberes, 2015. Disponível em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/30906/pdf/0?code=4g1R MQooVzoIODhRANSy16nplegfsfpxUs0U14A29IZ/3zrN0i+QnVnfdQSOjbzl7dfBLj0Y3l+ FgbDiDNNlVg==. Acesso em: 15 fev. 2022. Bons estudos!
Compartilhar