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10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook_… 1/29 FUNDAMENTOS DE MARKETING CAPÍTULO 4 - O QUE SERÁ DO MARKETING NAS PRÓXIMAS DÉCADAS? Aline Cristina dos Santos INICIAR 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook_… 2/29 Introdução Seja como disciplina teórica ou campo de trabalho, o marketing está em permanente construção. A maneira como as empresas conseguem reagir às diferentes mudanças que acontecem nos mais variados ambientes (social, político, tecnológico, econômico ou jurídico) e, com isso, buscar oferecer os melhores benefícios aos consumidores é algo que está em constante discussão. Neste sentido, como as empresas devem se organizar para serem capazes de ultrapassar as ameaças que provêm das mudanças externas? Como a tecnologia tem permitido uma nova visão e novos formatos de relacionamento entre empresas e consumidores? Como identificar as ameaças desse mundo em completa transformação? Trata-se assim de um exercício constante de adaptação por parte das empresas. E para adaptar-se é necessário planejamento, que inclui levantamento de informações, definição de estratégias e acompanhamento dos resultados. Neste capítulo, você terá acesso a um conteúdo que vai auxiliá-lo a identificar como empresas traçam seus objetivos em um mundo dinâmico, por meio da definição de um plano de marketing. Também estudará a gestão de preços, e como esses são definidos para que a empresa possa se posicionar no mercado. Por fim, você conhecerá as tendências mais recentes, como o big data e o inbound marketing, que revelam um novo olhar sobre o relacionamento das empresas e seus consumidores. Bom estudo! 4.1 Composto de marketing – preço Neste tópico, repassaremos a bibliografia para entender o conceito de preço e a percepção de valor por parte dos consumidores. Do lado das organizações, serão descritas as estratégias de determinação de preços e como estes podem auxiliar no posicionamento de determinados produtos para os consumidores. Também serão apresentadas as políticas de custos e a diferença entre custos variáveis e fixos. Por fim, avaliaremos também como se executam as mudanças dos preços pelas organizações e as diferentes estratégias aplicadas nesse tema. 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook_… 3/29 4.1.1 Definição de preços e fatores que impactam na precificação O preço determina o valor monetário estabelecido de um produto, ou seja, especifica a quantidade em dinheiro que se cobra de um produto (KOTLER; ARMSTRONG, 2015), define o posicionamento de valor de um produto e – dentre os compostos de marketing mix (produto, promoção, praça e preço) – é o fator mais flexível. A alteração dos preços ao mercado pode ser mais fácil do que alterar, por exemplo, um canal de distribuição ou toda uma promoção do serviço (KOTLER; KELLER, 2012). O preço também é o único elemento do mix de marketing que gera receita, já que os demais são apenas geradores de custos. Figura 1 - O preço compõe o marketing mix e é um dos elementos mais flexíveis em caso de alteração, comparado aos demais Ps. Fonte: Pixel Surface, Shutterstock, 2018. Deslize sobre a imagem para Zoom 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook_… 4/29 Ao profissional de marketing, cabe analisar diferentes elementos de mercado (clientes, fornecedores, concorrentes e ambientes) para definir uma boa estratégia de preço. Sabe-se, por exemplo, que a demanda de um produto (quantidade vendida) pode ser alterada em função de alteração no preço (KOTLER; KELLER, 2012). Em teoria, redução de preços gera um aumento da quantidade demandada, mas com efeitos distintos na demanda elástica (mais sensível ao preço – uma pequena variação no preço causa uma grande variação na demanda) e inelástica (menos sensível ao preço – uma pequena variação no preço não causa impactos diretos na variação de demanda), como mostram os gráficos a seguir. Em relação ao tipo de demanda, empresas têm maior oportunidade quando vendem seus produtos a uma demanda inelástica porque torna desnecessária uma política de redução de preços. Há fatores que explicam essa menor sensibilidade ao preço por parte dos consumidores, tais como: exclusividade do produto, desconhecimento de produtos substitutivos pelos consumidores, dificuldade de estocar o produto, se o produto apresenta mais qualidade que a concorrência (KOTLER; KELLER, 2012). Para estabelecer um determinado preço, as empresas devem ter clareza dos seus posicionamentos e metas. Kotler e Keller (2012) destacam alguns objetivos que as empresas buscam alcançar através da determinação de preço: Figura 2 - Comparação de curva de demanda inelástica e curva de demanda elástica a uma redução de cinco dólares no preço de um produto. Fonte: KOTLER; KELLER, 2012, p. 419. Deslize sobre a imagem para Zoom 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook_… 5/29 sobrevivência: objetivo de curto prazo, em que o raciocínio é que o preço final ao consumidor seja capaz de cobrir os custos (fixos e variáveis); maximização do lucro: encontrar o maior lucro possível a um determinado preço para uma demanda estimada; maximização da participação de mercado: alcançar maior fatia do mercado, pois o aumento da demanda pode gerar redução de custos unitários menores e maior lucro a longo prazo; desnatamento máximo do mercado: lançamento de novos produtos (principalmente em mercado de tecnologia) com preços mais altos e gradativamente sendo reduzidos em função do aumento da demanda. No vídeo publicado pelo Canal MofoTV, em 11 julho de 2011, você pode conferir a campanha publicitária feita pela rede varejista Casas Bahia. A campanha que ficou nacionalmente conhecida pela frase “Quer pagar quanto?” foi baseada em uma estratégia da comunicação para reforçar as ações de redução de preço. Para ver a campanha de 2005, acesse o endereço: <https://www.youtube.com/watch?v=Gxq2ufi1ZIg (https://www.youtube.com/watch?v=Gxq2ufi1ZIg)>. Entretanto, a peça chave para determinar o preço é o valor que o cliente tem em relação aos benefícios adquiridos de um produto ou serviço por meio do pagamento de uma quantidade de dinheiro. A definição de preço, tal como ocorre em toda estratégia de marketing, deve voltar-se ao consumidor (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). Consequentemente, um bom valor não é necessariamente um bom preço, no sentido de preço alto para o consumidor. Kotler e Armstrong (2015) citam o exemplo do piano da marca Steinway. Esse piano, apesar de ter um preço elevado de 87 mil dólares, é um dos modelos mais populares entre os apreciadores desse instrumento musical; apesar de ser caro, seus consumidores não o consideram como tal, já que focam mais experiência de uso, que é uma das melhores segundo os compradores dessa marca. VOCÊ QUER VER? https://www.youtube.com/watch?v=Gxq2ufi1ZIg 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook_… 6/29 Do lado da oferta, as empresas buscam definir o custo dos seus produtos para chegar a um preço mínimo que possa cobri-los. Segundo definição de Kotler e Keller (2012), os custos podem ser fixos ou variáveis. Os custos fixos, também conhecidos como indiretos, mantém-se estáveis independentemente do nível de produção ou faturamento de vendas. São exemplos de custos fixos: aluguel e a folha de pagamento. Já os custos variáveis– ou diretos – assumem níveis distintose sobem ao aumentar a produção. Por isso, é determinante saber identificar com precisão os custos envolvidos na produção, sejam eles diretos ou indiretos, para atingir o custo total de produção. Aqui vimos que a determinação de um preço depende não só do lado da oferta (custos existentes no processo de produção), mas também do lado da demanda (valor de um produto percebido pelo consumidor). O ambiente é complexo para a tomada de decisão de um preço e o profissional de marketing deve estar também atento a oscilações da concorrência e até de fatores legislativos ou governamentais que possam afetar uma opção de preço. 4.1.2 Estratégias de determinação de preços A estratégia de preço do produto busca garantir a obtenção do maior lucro possível a partir de uma determinada oferta e demanda. Kotler e Armstrong (2015), em seu estudo, apresentaram diferentes estratégias de preço. Uma delas é de lançamento do produto, em que o preço posicionado ao consumidor pode ser alto ou baixo. Se alto, trata-se de uma estratégia conhecida como preço de desnatamento. O produto é lançado com preço alto e depois move-se para baixo da curva de experiência a uma lenta taxa. A demanda, nesse caso, é inelástica ao preço porque há pouco conhecimento dos custos de produção. Se o preço é baixo no lançamento, então temos uma estratégia de penetração para garantir uma alta taxa de adoção do produto pelo mercado consumidor, e nesse caso a demanda é elástica ao preço. Dessa forma, há uma reação imediata dos competidores, que entram rapidamente no mercado. Em relação à política de ajustes de produtos, as empresas buscam modificar seus preços e estratégias de comunicação para melhor atrair os compradores. Conforme destacam Kotler e Armstrong (2015), as principais são: Determinação de preços com descontos e concessões: trata-se de uma estratégia de preço que é baseada em manter sempre o menor patamar de preço e assim evitar constantes oscilações. Assim, busca-se aumentar a 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook_… 7/29 credibilidade junto aos consumidores de ter sempre o menor preço no mercado. Preços segmentados: serve para atender as diferenças de clientes, produtos ou até mesmo localidade. Tal estratégia pode ser adotada por lojas de varejo de roupas ou calçados, por exemplo. Aqui o varejista espera determinar faixas de preço segundo as mercadorias oferecidas ou mesmo categorias de preços a níveis diferentes de qualidade. Por exemplo, preços estipulados de acordo com a categoria de produtos (alta, intermediária e baixa gama, com preços de R$100, R$75 e R$50, respectivamente). Preços psicológicos: trata-se de encontrar números ideais para comunicação do preço aos clientes e provocar certos efeitos psicológicos. Por exemplo, preferência de comunicar os preços dos produtos terminando em dígitos ímpares: R$1,99 ao invés de $2,00; R$19,95 ao invés de R$20,00. Não usar números pares redondos para precificar produtos, e sim números que terminam nos dígitos ímpares, como 9 ou 5. Preços promocionais: como o nome se refere, trata-se de uma tática em que os preços divulgados são referências promocionais. Em seguida, os produtos voltam ao patamar de preço normal, sem desconto. Preços geográficos: oscilações nos preços em relação a localidade do consumidor. Preços dinâmicos: oscilações constantes nos preços relacionados a situações ou necessidades específicas dos consumidores. Preços internacionais: mudanças de preços realizadas para atender mercados internacionais. A matéria “Netshoes esclarece dobro no preço da camisa da Chapecoense” (HUFFPOST BRASIL, 2016) divulgou uma importante discussão sobre a gestão de preços dinâmicos, ocorrida a partir de uma ação da empresa Netshoes, loja on-line de artigos esportivos. Um dia após a trágica queda do avião do time da Chapecoense, em 29 de novembro de 2016, os consumidores viram o preço da camisa do clube disparar de R$129 para R$249. Após uma série de críticas nas redes sociais, a marca resolveu esclarecer, informando que a programação do sistema havia retornado ao preço original, mais alto, em função da alta procura pelo artigo. Para ler mais sobre esse caso, acesse o endereço: VOCÊ QUER LER? 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook_… 8/29 <https://exame.abril.com.br/negocios/netshoes-esclarece-dobro-no-preco-da-camisa-da- chapecoense/ (https://exame.abril.com.br/negocios/netshoes-esclarece-dobro-no-preco-da-camisa- da-chapecoense/)>. Em relação às estratégias de mudanças de preço, Kotler e Armstrong (2015) também descrevem as razões pelas quais as empresas optam por baixar ou subir o preço de um produto e assim equilibrar a oferta dos seus produtos com a demanda. A redução de preços pode ser justificada, por exemplo: pelo excesso de capacidade de produção (para escoar o produto, baixa-se o preço para aumentar a quantidade de compradores); em reação à queda do volume de vendas devido à forte concorrência ou crise; pela compra do mercado por um preço mais baixo. Em relação à subida de preço, Kotler e Armstrong (2015) destacam a estratégia de aumentar os lucros pela empresa, com um maior custo de produção e excesso de demanda para um determinado produto (preço se eleva para baixar a demanda de compradores). 4.2 Plano de marketing Nesse tópico, você estudará a função e a importância de elaborar um plano do marketing para o planejamento estratégico de uma empresa. E aprenderá, também, que plano de marketing é um documento escrito que ajuda as empresas a orientarem suas ações em busca de uma estratégia corporativa. Você será capaz de identificar e relacionar as etapas necessárias na elaboração desse plano e verá que esse plano, devido às mudanças nos ambientes em que as empresas estão inseridas, é um processo em constante transformação. Lerá também exemplos de casos e identificará o processo de construção de uma matriz SWOT. 4.2.1 Composição e estruturação do plano de marketing O plano de marketing é antes de tudo um documento. Nele, as empresas fazem uma avaliação abrangente do seu negócio. Tem início pela missão da empresa e consolida-se num plano de ação que visa atingir determinadas metas. A finalidade de um plano de marketing é colocar no papel os objetivos estratégicos e ações que devem ser executadas para alcançar essas metas, e tendo – claro – o consumidor no centro dessas decisões (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). https://exame.abril.com.br/negocios/netshoes-esclarece-dobro-no-preco-da-camisa-da-chapecoense/ 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook_… 9/29 Nesse plano, as ações são concretas, específicas, e podem estar endereçadas aos demais departamentos – não apenas o de marketing. Um exemplo prático é um comércio on-line de geladeiras que espera vender 60% a mais desses produtos durante a Black Friday. As ações desse plano podem incluir diversas áreas e táticas para cumprir tais objetivos: departamento de TI para aumentar a capacidade do site para receber mais acessos durante o período promocional; departamento jurídico para revisar as condições legais dos termos das ações promocionais; departamento de suprimentos que vai negociar a compra de mais equipamentos para serem ofertados durante a promoção. De acordo com Santini (2013), as organizações costumam desenvolver planos de marketing para vislumbrar e definir o seu futuro. Por isso, um plano de marketing ajuda a empresa a ter mais clareza do mercado em que atua e a elaborar as mensagens de marketing para um mercado-alvo em busca de resultados. Por fim, o plano de marketing traça um “caminho”, ações claras e determinadas para que a empresa possa alcançar os resultados e metas esperados. Em 2017, Paulo Lemann foi considerado novamenteo homem mais rico do Brasil pela Forbes, com uma fortuna avaliada em 29 bilhões de dólares (AZEVEDO, 2017). O empresário é um dos sócios do grupo 3G – dono da AB InBev, Burger King e Kra� Heinz – que reúne empresas proprietárias das marcas Budweiser, Stella Artois, queijo Philadelphia, entre outras mundialmente reconhecidas. O modelo de gestão de sucesso é baseado no controle de operação e custos, liderança e meritocracia. Para saber mais sobre a trajetória de Lemann, acesse o endereço: <http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR82833-8374,00.html (http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR82833-8374,00.html)>. Na sequência, você estudará detalhadamente as variáveis que são analisadas em um plano de marketing, dentre as quais: sumário executivo (missão e visão da empresa); investigação do mercado (macro e microambiente); análise SWOT (sigla para o termo em inglês Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats – em VOCÊ O CONHECE? http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR82833-8374,00.html 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 10/29 tradução livre: pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças); estratégia de marketing; metas e objetivos; plano de ação (descrição das principais atividades); viabilidade financeira; controle (monitoramento das atividades). 4.2.2 Análise do ambiente de marketing As empresas atuam em um ambiente complexo que envolve uma série de forças ou variáveis. Podem ser forças resultantes do microambiente ou do macroambiente. Daí resulta a complexidade do trabalho de marketing e a atuação dos profissionais, que se traduz em um permanente monitoramento para identificar as oportunidades ou ameaças ao negócio. O microambiente é a relação da empresa e seu negócio com empregados, competidores, mídia, acionistas, fornecedores e clientes. As organizações devem trabalhar no aprimoramento dos funcionários, treinamento e desenvolvimento como vantagem competitiva da empresa em seu mercado de atuação. Em relação aos competidores, deve-se investir em melhoria contínua e diferenciação para manter o posicionamento da empresa no mercado (KOTLER; KELLER, 2012). Sobre o macroambiente, vale ressaltar que diferentes mudanças no ambiente externo, seja este econômico ou político, podem impactar significativamente na estratégia de marketing de uma empresa. Deve-se sempre ter em conta essas alterações para que o plano de marketing seja constantemente atualizado, e as empresas possam alcançar seus objetivos e metas. 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 11/29 Kotler e Keller (2012) descrevem os ambientes externos principais, resumido cada um deles conforme a seguir. Ambiente demográfico: as variáveis desse ambiente correspondem a atributos de origem demográfica de uma determinada população, com suas mudanças comportamentais e sociais no decorrer do tempo. São exemplos de variáveis de ambiente demográfico: aumento de famílias formadas a partir de relações homoafetivas, aumento do divórcio, aumento da taxa de jovens que seguem vivendo na casa dos pais. Figura 3 - O macroambiente de um negócio é composto por uma série de variáveis que impactam as decisões estratégicas de uma empresa. Fonte: Dusit, Shutterstock, 2018. Deslize sobre a imagem para Zoom 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 12/29 Ambiente econômico: variáveis de origem econômica que podem incluir tanto alterações na economia nacional quanto na global. Questões como: crescimento econômico, distribuição de renda, taxas de juros, rendimentos de aplicações. Ambiente sociocultural: variáveis baseadas nas percepções e leituras que os indivíduos fazem de si mesmos e de outros. São as crenças e valores sociais a respeito da forma como organizações estão formadas ou da sua natureza. Exemplos de fatores abarcados nesse ambiente: atividades de lazer e tendência de casamento. Ambiente natural: essas variáveis incluem a quantidade e oferta de recursos naturais que estão à disposição das empresas para elaboração dos seus produtos. Por isso, alterações nesse ambiente podem impactar diretamente o preço dos produtos, devido à escassez de recursos de matéria-prima, por exemplo, provocando um aumento nos custos. Exemplos de variáveis do ambiente natural: clima; estações do ano, chuvas; secas; fenômenos como tempestades, terremotos etc. Ambiente tecnológico: variáveis que correspondem às inovações tecnológicas e seus elementos, que transformam as características dos mercados. VOCÊ SABIA? Um bom exemplo de uma mudança em um determinado mercado provocada por alterações no ambiente natural aconteceu em 2009. Nesse ano, foram registrados os primeiros casos da gripe suína, e também algumas mortes decorrentes por esta enfermidade. Inicialmente nos Estados Unidos, o vírus H1N1 rapidamente se espalhou para outros países da América Latina, Europa e Oceania. Devido à falta de informação, o medo disseminado na população provocou uma corrida às farmácias e aos postos de atendimento à procura do Tamiflu, medicamento utilizado para tratamento da gripe. No Brasil, a alta procura pelo Tamiflu esgotou rapidamente o estoque do medicamento, e o preço comercializado nas farmácias dobrou (NSC, 2009). Para saber mais, acesse o endereço: <http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2009/04/gripe-suina-faz-aumentar- procura-por-remedio-antiviral-e-vacina-contra-a-gripe-em-sc-2492608.html (http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2009/04/gripe-suina-faz-aumentar- procura-por-remedio-antiviral-e-vacina-contra-a-gripe-em-sc-2492608.html)>. http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2009/04/gripe-suina-faz-aumentar-procura-por-remedio-antiviral-e-vacina-contra-a-gripe-em-sc-2492608.html 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 13/29 São muitas as variáveis externas ao negócio de uma empresa. O marketing, como estratégia no sentido de entregar permanentemente valor aos seus clientes, deve ser constantemente atualizado para adaptar-se às mudanças que ocorrem em seu entorno. 4.2.3 A análise SWOT No plano de marketing, uma das etapas é a identificação de fatores externos (variáveis incontroláveis) e internos (variáveis controláveis) que impactam um determinado negócio e podem reforçar, ou não, o atingimento das metas estipuladas. SWOT em tradução livre significa: S (Strengths) – Pontos fortes; W (Weaknesses) – Pontos fracos; O (Opportunities) – Oportunidades; T (Threats) – Ameaças. No diagrama a seguir, temos um modelo de diagrama SWOT (SANTINI, 2013). Como vimos nessa matriz, o exercício de montar uma análise SWOT deve ser uma abordagem para dentro e para fora da empresa. Os fatores internos consistem nos pontos fortes e fracos de uma empresa. Já os fatores externos podem ser as ameaças e as oportunidades a um negócio. Os pontos fortes são as forças (ou fortalezas) da empresa; o que faz que seja um diferencial frente à concorrência. Os pontos fracos, ao contrário, são forças que baixam a competitividade. As Figura 4 - A matriz SWOT permite identificar os fatores internos (ameaças e pontos fracos) e externos (oportunidades e pontos fortes) no plano de marketing. Fonte: SANTINI, 2013, p. 58. Deslize sobre a imagem para Zoom 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 14/29 oportunidades incluem os fatores que trazem alguma vantagem para empresa. As ameaças são todos e quaisquer riscos que vão comprometer a atuação ou performanceda empresa. Para uma boa leitura e interpretação de uma matriz SWOT, Santini (2013) destaca que a empresa deve focar-se nas forças, ser capaz de eliminar as fraquezas, com objetivo de explorar as oportunidades e, dentro do possível, evitar as ameaças. 4.3 Plano de marketing Nesse tópico, você entenderá melhor o papel do marketing no planejamento estratégico organizacional. Discutiremos como o desenvolvimento de um plano de marketing se relaciona com os diferentes níveis de uma organização, a saber: estratégico, tático e operacional. Apresentaremos, ainda, elementos para aumentar a sua capacidade de relacionar e melhor interpretar os elementos que compõem um plano de marketing. Por meio de casos e exemplos práticos, desenvolveremos análises utilizando a matriz SWOT, verificando a importância de ações de controle para mesurar o retorno do investimento. 4.3.1 Formulação de metas e estratégias Para definir um plano de marketing, a empresa tem de ter clareza sobre aonde quer chegar. É um plano tático, ou seja, é possível fazer uma leitura da alta direção que a empresa planeja em termos de estratégia, traduzida em ações para serem implementadas. Santini (2013) apresenta em uma pirâmide a hierarquia dos planos em três níveis: Figura 5 - A pirâmide dos planos posiciona o plano de marketing no nível tático, em que as ações estratégicas são traduzidas em um plano com ações objetivas. Fonte: SANTINI, 2013, p. 49. Deslize sobre a imagem para Zoom 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 15/29 Nesses três níveis, o planejamento estratégico pensa no negócio a longo prazo e define a missão e os valores das empresas. Ao nível tático, está o plano de marketing, cujas ações são uma interpretação dos objetivos estratégicos. E o nível operacional inclui a realização de tarefas de curto prazo. Para a formulação de um plano de marketing, Santini (2013) descreve as seis atividades principais desse processo: Levantamento de informações – é a fase da coleta de dados para identificar a visão, a missão e os valores da empresa. Trata-se, portanto, de avaliar a estrutura interna da empresa (variáveis controláveis): o ramo do negócio, o público-alvo, o marketing mix e indicadores financeiros. Além do parâmetro interno, deve compor essa fase de levantamento o estudo do ambiente externo: tamanho de mercado, concorrentes, fornecedores, clientes (variáveis incontroláveis). Lista de problemas e oportunidades – por meio da análise SWOT, a empresa tem disponível uma lista de problema, mas também de oportunidades em face à análise do macroambiente e microambiente. Trata- se de um passo importante para definir a situação atual da empresa (“onde estamos?”). Determinação de objetivos – refere-se às provisões financeiras, estimativa de vendas, market share, conquista de clientes (“Para onde queremos ir? Quais resultados queremos atingir?”). É importante que os objetivos sejam mensuráveis e consigam dar sinais sobre o que a empresa quer alcançar (ex.: um crescimento nas vendas de 30%) e em um período determinado (ex.: nos próximos 3 meses). Desenvolvimento de estratégia – é o trabalho de escolher uma estratégia (um caminho) para a execução do plano. A estratégia pode ser, por exemplo, em relação à concorrência, ao posicionamento, ao marketing mix ou à diferenciação. Determinação de orçamento – efetuar o planejamento em um período determinado (1 ano ou 2 anos), estipulando os recursos disponíveis (financeiros ou tecnológicos, por exemplo) e o investimento necessário. Para análise de viabilidade financeira, os seguintes fatores são essenciais para serem estabelecidos: total de investimento, projeção de vendas (faturamento), custos, payback (retorno sobre o investimento). 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 16/29 Projeção de vendas e lucros – efetuar o monitoramento devido para acompanhar o desenvolvimento das ações e os resultados obtidos em termos de volumes de vendas. 4.3.2 Formulação de programas de marketing A formulação de planos de marketing pode ser um bom caminho para as empresas organizarem melhor seus recursos na oferta de mais valor e benefícios aos seus usuários. As metas devem ser capazes de representar aonde a empresa quer chegar, e o plano de ação deve ajudar nessa trajetória. Por isso, para atingir essas metas, é essencial o desenvolvimento de um programa de marketing. Para o sucesso de um plano, Kotler e Keller (2012) destacam quatro perguntas essenciais: 1. O plano é simples? – de fácil comunicação e de execução; 2. O plano é específico? – se objetivos são bem delimitados (concretos e que podem ser mensuráveis); 3. O plano é realista? – planejamento financeiro (vendas, lucro) é alcançável; 4. O plano é completo? – contempla todos os elementos necessários (levantamento de dados, análise de mercado etc). De acordo com os autores citados, o documento do plano de marketing deve ser específico e claro em relação às estratégias orientadas ao cliente. E deve ser capaz de acompanhar as mudanças do mercado para poder levar o maior benefício aos usuários. 4.3.3 Implementação e controle O plano de marketing é um documento vivo, em permanente atualização. Deve acompanhar toda e qualquer mudança – temporal, ambiental, social – para atingir as metas almejadas. Segundo Santini (2013), o caminho a percorrer pelas organizações em busca dos seus objetivos é dinâmico, quer dizer, muda ao longo do tempo, devido às alterações no ambiente interno ou externo. Para melhor controlar essas mudanças, é sugerido o desenvolvimento de um plano de ação, com descrição das atividades, dos objetivos e prazo de implementação. 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 17/29 Para o controle das ações, deve-se escolher as variáveis capazes de monitorar essas tarefas (SANTINI, 2013). São exemplos de análises de controles: total de vendas, canais de distribuição, cobertura de mercado, campanhas publicitárias etc. As planilhas de Excel podem oferecer uma ferramenta básica, porém útil, para controle das ações de um plano de marketing. A tabela a seguir é um exemplo fictício de monitoramento de estratégias de propaganda para um bar que quer aumentar o conhecimento da marca na inauguração (SANTINI, 2013). Figura 6 - Exemplo de tabela de controle a ser utilizada durante a implementação de um plano de marketing (em mil R$). Fonte: SANTINI, 2013, p. 49. Deslize sobre a imagem para Zoom 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 18/29 Na imagem que representa a planilha, vemos que no plano de estratégia promocional foi apresentada a relação de veículos a serem utilizados (ações e detalhamento das ações), com a informação dos responsáveis pela implementação e os respectivos custos de cada ação. O plano de estratégia de marca consumiria um total de R$ 520 mil em um período de oito meses. Contudo, há diferentes tipos de controle de marketing. De acordo com Kotler e Keller (2012), os principais são: Plano anual de controle – de responsabilidade da alta e média gerência, deve avaliar se os resultados planejados têm sido atendidos em diferentes abordagens (vendas, participação de mercado, desempenho em relação ao mercado). Controle de lucratividade – sob atuação do controller de marketing, visa examinar a rentabilidade (produto, cliente, segmento, entre outros). Controle da eficiência – também pode ser uma responsabilidade do controller de marketing, mas também do gerente de linha para auditar a eficiência e conseguir melhorar o processo de custos. Eficiênciaem força de vendas, promoção e distribuição são exemplos de abordagens. Controle estratégico – efetuado pela alta gerência ou pelo auditor de marketing, avalia se a empresa tem buscado melhores oportunidades de mercados, produtos e canais. Com isso, os pontos mais importantes para as empresas que buscam o sucesso no seu plano de marketing são: clara definição dos problemas; identificação de onde quer chegar e como executar; execução de permanente controle. Conforme Santini (2013), por meio do controle e da auditoria de marketing, as empresas podem avaliar se o caminho percorrido está correto ou se há necessidade de alterar o planejamento inicial com a aplicação de um plano de contingência, o famoso “Plano B”. Nesse sentido, é importante ressaltar que tanto o planejamento inicial quanto o de contingência devem atingir os objetivos propostos. Para tanto, é fundamental conhecer as tendências de marketing e acompanhar sua evolução. 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 19/29 4.4 Tendências e perspectivas Neste tópico, serão apresentadas algumas tendências recentes no marketing, assuntos que estão na ordem do dia entre profissionais dessa área, tais como big data, omni-channel, marketing de conteúdo e economia compartilhada. Estas mudanças afetam os relacionamentos entre empresas e consumidores, e emergem novas relações de consumo. Nesse sentido, serão também discutidas as oportunidades que geram um novo cenário para as pautas de marketing, em relação às tendências do mercado. 4.4.1 Big data, omini-channel, marketing 1to1 e foco na experiência Com a introdução de novas tecnologias e novas plataformas utilizadas pelos consumidores – desde as redes sociais aos navegadores – a informação tornou-se mais complexa e, portanto, emergiu por parte das empresas uma necessidade de conseguir relacionar os usuários em uma fonte de dados comum através da implementação de big data, que é o tratamento de grande volume de informação. Essa necessidade, como explica Garcia et al. (2016), deve-se ao fato de que a informação gera uma vantagem competitiva para as empresas. Essa vantagem competitiva está relacionada à utilização dos dados para realizar melhores previsões e controle de marketing. Por exemplo, a Walmart, que conseguiu melhorar a estimativa de demandas utilizando monitoramento, por satélite, das vagas de estacionamento. Ou o caso da British Airways, que buscou alternativas para melhorar o relacionamento com seus clientes, entre as quais a utilização de um aplicativo pelo qual as comissárias de bordo tratam os passageiros pelos respectivos nomes (GARCIA et al., 2016). Kotler e Armstrong (2015) citam o exemplo da determinação de preços dinâmica, proporcionada pelas empresas, principalmente do segmento on-line, que usam seus bancos de dados para ajustarem o preço de acordo com o perfil dos consumidores. Os autores destacam exemplos de empresas como Amazon.com ou companhias aéreas e hotéis que conseguem ajustar volumes de estoques e demanda para atualizar os preços diariamente. Abordam ainda casos de empresas que sabem até o histórico de navegação do usuário de compras on-line, e assim estipulam preços de acordo com essas tendências. 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 20/29 Outra implicação da tecnologia foi o desenvolvimento de diferentes canais de comunicação entre as marcas e os consumidores, principalmente no mundo online. Por meio de aplicativos, sites móveis, páginas web ou atendimento telefônico, as empresas passaram a contar com uma série de novos meios de interação com seus clientes. E, com isso, tornou-se um desafio para as organizações o gerenciamento de múltiplos pontos de contatos, sejam eles on-line ou offline. É precisamente disso que trata a estratégia omini-channel: a capacidade de gerenciar todos os canais de venda ou de marketing da empresa, e garantir que a experiência de uso para os consumidores seja única. Pires (2013), destaca a importância de todo o envolvimento da organização e com as novas tecnologias para a construção de uma estratégia omini-channel eficiente. É possível compreender que o aprimoramento tecnológico para tratamento de informações tem permitido empresas e profissionais a entenderem mais dos seus consumidores e definir estratégias de mix de marketing mais personalizadas, de forma a elevar o valor e satisfação dos clientes. 4.4.2 O consumo na era digital A mudança para a Web 3.0 trouxe à tona novos comportamentos de consumidores, que agora são ávidos por mais conteúdos e mais informações como nunca antes (STRAUSS; FROST, 2012). O fenômeno da convergência digital, a partir da a utilização de vários instrumentos por um mesmo usuário, trouxe uma multiplicidade de telas. Para a nova geração de consumidores, independe o meio. Os usuários estão consumindo informação e sendo impactados pela mídia desde a TV tradicional, celulares ou mesmo por um refrigerador conectado à internet. Com a convergência dos acessos, Strauss e Frost (2012) mencionam que não há mais distinção entre a mídia tradicional (TV) ou mídia social (blogues, redes sociais). Além disso, o conteúdo agora pode também ser manipulado pelos consumidores. Até meados da década de 2000, o intervalo comercial na televisão era o momento em que o telespectador saía da frente da TV para outras atividades. Atualmente, o anúncio que o telespectador não viu na TV pode ser visualizado em outras mídias (redes sociais, artigos on-line, canais de vídeo, pop ups etc.). O que importa agora é a comunicação multimídia, ao invés do meio de propagação. Essa mobilidade trouxe o conceito de que tudo está disponível em qualquer lugar e a qualquer hora. Strauss e Frost (2012) descrevem esse crescimento da mobilidade e, particularmente, o acesso em diferentes dispositivos – em todo 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 21/29 momento – pelos usuários. Portanto, o consumo na era digital pode ser imediato ou (por que não?) instantâneo. E competir pela atenção em meio a um volume cada vez mais intenso de informações tornou-se um desafio diário para os profissionais de marketing. 4.4.3 Inbound marketing, marketing de conteúdo e conteúdo interativo A forma de captar a atração dos consumidores é baseada no engajamento de um conteúdo que seja atrativo, relevante e, consequentemente, provocar nos consumidores uma conexão emocional e cognitiva. Para Strauss e Frost (2012), o segredo do marketing de atração – ou inbound marketing – é gerar engajamento. Os autores comentam que as empresas passaram a investir em marketing de atração porque os consumidores se posicionaram negativamente diante da imensa publicidade existente no meio digital. Comentam que os clientes estão agora mais disponíveis do que na mídia tradicional; quando recebiam a publicidade por meio da TV, por exemplo. Com o advento da internet e de meios móveis de comunicação, a mídia, a publicidade, tudo está acessível em todo lugar. Logo, há mais espaços de veiculação de promoção. Por outro lado, os usuários não querem ser interrompidos: querem ler seus artigos on-line ou navegar nas redes sociais sem interrupção. Isso explica, conforme mencionam os autores, os bloqueios de certos contatos telefônicos e a troca de canal nos intervalos comerciais da TV. No Brasil não é muito diferente, já que consumidores têm opções de ligar para empresas para não receberem ligações ou mensagens publicitárias pelos celulares. Devido a essa mudança no comportamento dos consumidores, as empresas passaram a focar mais no marketing de atração. Portanto, o inbound marketing se caracteriza pela contextualização dos conteúdos, por meio de blogues, redes sociais e outras plataformas (STRAUSS;FROST, 2012). 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 22/29 Conforme apresenta a figura anterior, o engajamento entre empresas e consumidores visa, para as empresas, comunicar as promoções, serviços e oferta de produto; do lado dos consumidores, o relacionamento das empresas com os clientes é baseado no engajamento, que pode ser reforçado pela interação de um consumidor com a marca, por meio de diferentes ações: curtir a página da marca na rede social, compartilhar, curtir, assistir ao conteúdo da marca. Para Strauss e Frost (2012), o desafio para profissionais de marketing é medir esse engajamento – acesso e permanência no site, número de comentários postados, tempo dedicado a assistir aos vídeos, por exemplo. A Heineken é apontada por muitos especialistas como uma marca que tem desenvolvido uma excelente estratégia de gestão de conteúdo viral. Por meio de campanhas bem-humoradas e baseadas na interatividades com seus consumidores, a marca tem explorado diversos tópicos relacionados aos amantes da cerveja. Focada também neste público, a marca mantém em sua página virtual o Beer Bloggers, uma miscelânea de conteúdos virais que vão desde dicas de livros de cerveja até temas Figura 7 - O engajamento do cliente conecta o conteúdo das empresas com as características dos consumidores. Fonte: STRAUSS; FROST, 2012, p. 15. VOCÊ QUER LER? Deslize sobre a imagem para Zoom 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 23/29 diversos de gastronomia, entretenimento, cultura e comportamento. Para ler mais sobre o Beer Bloggers, acesse o endereço: <http://www.heinekenbrasil.com.br/we-love-beer/beer-bloggers (http://www.heinekenbrasil.com.br/we-love-beer/beer-bloggers)>. Na mesma corrente ideológica, Garcia et al. (2016) também destaca a resistência dos consumidores na atualidade para modelos de ação de marketing mais intrusivos, considerando o bombardeio de campanhas que logo gerou uma mudança comportamental. O importante é não interromper seu cliente. O marketing de conteúdo, tal como o inbound marketing, é baseado no envolvimento. Esse engajamento do usuário é proporcionado por meio de conteúdos que sejam relevantes, em uma espécie (até) de entretenimento com referência à marca. A Red Bull é um excelente exemplo de empresa que empreendeu bem a sua estratégia de marketing de conteúdo. A empresa patrocina eventos de esportes radicais e tem sua marca associada aos competidores e participantes, atraindo mais de 7 milhões de seguidores no YouTube. Para assistir aos vídeos da marca, acesse o endereço: <https://www.youtube.com/user/redbull (https://www.youtube.com/user/redbull)>. Vimos que a produção de um conteúdo que entretenha o público e, ao mesmo tempo, que comunique os valores da marca é uma excelente oportunidade das marcas interagirem com seus clientes. A estratégia de conteúdo interativo – que provoca o engajamento dos usuários – é uma oportunidade real de se diferenciar da concorrência e manter um relacionamento atrativo com o consumidor, a fim de obter a sua lealdade. 4.4.4 Consumo e economia compartilhada VOCÊ QUER VER? http://www.heinekenbrasil.com.br/we-love-beer/beer-bloggers https://www.youtube.com/user/redbull 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 24/29 O ato de compartilhar, em si, não é novo; desde sempre compartilhamos, trocamos e emprestamos coisas ou bens. Entretanto, como oportunidade de negócios, a economia de compartilhamento só foi possível graças ao avanço tecnológico, tais como: redução no custo da tecnologia de nuvem para armazenamento de dados, alta taxa de penetração das mídias sociais e smartphones. Dessa maneira, foi possível escalar um tipo de negócio cuja inovação foi permitir que houvesse a troca entre os próprios consumidores, sem a necessidade de uma organização ou entidade jurídica. Do ponto de vista social, a economia de compartilhamento surgiu como uma resposta diante do excesso de acúmulo de bens entre os indivíduos, aliada ao fato de que os consumidores passaram a se importar menos com a apropriação de bens em busca de sociedades mais sustentáveis (PEREIRA; SILVA, 2017). No compartilhamento de veículos, por exemplo, cujo modelo é similar a empresas como Uber ou Cabify, o consumidor deixa de comprar um veículo para “comprar” a mobilidade. VOCÊ SABIA? O emov é uma plataforma de compartilhamento de veículos que surgiu na Europa, com sede em Madri, e que aos poucos vai ganhando o mundo. O sistema funciona por meio de um aplicativo pelo qual usuários podem alugar o carro para corridas de curta distância – foi uma das primeiras empresas a atuar no segmento de carros elétricos e autônomos. Para saber mais, acesse o endereço: <https://emov.es/ (https://emov.es/)>. Pela ótica econômica, o compartilhamento tem trazido à tona novas formas de negócios, sem intermediários, gerando oportunidades entre os indivíduos e a troca direta de benefícios. Com isso, a economia de compartilhamento poderia ser definida como a troca de bens tangíveis ou intangíveis, entre pares, através de plataformas digitais (PEREIRA; SILVA, 2017). Em relação aos ganhos, Pereira e Silva (2017) destacam que – com a tecnologia e troca de informações – é possível desenvolver novas ofertas para gerar valor às partes envolvidas através da monetização de ativos que antes estavam ociosos, https://emov.es/ 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 25/29 possibilitando, por exemplo, novas fontes de renda e, até mesmo, redução de custos nas transações de trocas (com menos intermediários que modelos tradicionais). No caso apresentado a seguir – que é baseado em uma história real, mas traz nomes fictícios para a loja e os personagens – veremos a criação de um negócio de compartilhamento de roupas de festas de luxo. Essa ideia surgiu pela análise de um comportamento comum no mundo feminino. Por exemplo: alguém vai a um casamento e pede à amiga aquele vestido que está parado no armário. Dessa ideia, surgiu a empresa Divina, que está em pleno crescimento na cidade de São Paulo e já tem um plano de expansão. CASO A ideia surgiu de uma cena comum: alugar vestidos de festas para celebrações especiais como casamentos, aniversários de 15 anos ou formaturas. Divina, uma loja de compartilhamento de vestidos de luxo, atua a partir de uma plataforma de e-commerce. Para as consumidoras tudo é bem simples: basta baixar um aplicativo, registrar os dados de pagamento, agendar a visita à loja, provar os vestidos e sair pronta para o evento. Segundo as jovens empreendedoras – Raquel Anastácio e Isabel Leitão – a ideia vem de um costume muito comum entre as mulheres. Ao ter um evento tão especial, é natural procurar uma loja de aluguel ou pedir o vestido emprestado para amigas. Afinal, a compra de um vestido de luxo é caro, e a utilização da peça ocorre muito raramente. Inaugurada a primeira loja no bairro de Vila Nova Conceição, em São Paulo, o negócio foi divulgado rapidamente, por meio do boca-a-boca. O grande diferencial da loja para as consumidoras é a oferta de vestidos que conta com mais de 400 peças e marcas luxuosas de mais de 40 grifes a preços acessíveis. A expectativa das sócias Raquel e Isabel é fechar o ano de 2015 com faturamento de 8 milhões de reais e parcerias com grandes personalidades da moda. Segundo elas, o grande o sucesso do seu negócio está no consumo inteligente, uma tendência já largamente explorada e com reconhecido sucesso nos Estados Unidos e Europa (OLIVEIRA, 2015). 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook…26/29 A partir dos conhecimentos adquiridos neste estudo, é possível compreender a emergência de novas tecnologias e novas formas de relacionamento com consumidores, seja pelo inbound marketing, seja pelo marketing de conteúdo. São mudanças relacionadas à forma como se armazenam dados dos clientes, formatos de comunicação ou mesmo novas áreas de negócios. No novo modelo de economia de compartilhamento, por exemplo, surgem novos formatos de consumo e benefícios claros, tais como comodidade e redução de custo para os consumidores. A raiz de tudo é o avanço tecnológico, cada vez mais poderoso no processamento e disseminação de um volume infinito de informações, em constante atualização, trazendo à luz um volume infinito de novos dados que, atualizados constantemente, permitem utilizados para criação de novos produtos ou novos modelos de atuação. Síntese Concluímos o estudo que abordou as mudanças no marketing e as possibilidades fundamentadas nos avanços tecnológicos para criação de novos produtos e novos modelos de atuação. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: discutir o plano de marketing, seu impacto nos negócios e as estratégias de crescimento; desenvolver um plano de marketing aliado às estratégias orientadas para o cliente; identificar as principais tendências e forças que estão mudando o cenário do marketing nesta nova era de relacionamentos; observar mudanças e tendências da sociedade e seus impactos no marketing e nas relações de consumo; identificar novas oportunidades de reestruturação nos processos de marketing pautadas nas tendências do mercado; ser capaz de propor estratégias de acordo com as tendências discutidas, visando aperfeiçoar as estratégias de marketing. 10/10/2018 Fundamentos de Marketing https://unp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-8803751-dt-content-rid-37602231_1/institution/laureate/conteudos/fundamentos_marketing/ebook… 27/29 Bibliografia AZEVEDO, R. Os 43 mais ricos do Brasil em 2017, pela lista da Forbes. Exame, São Paulo, 20 mar. 2017. 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Disponível em: < (http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR82833- 8374,00.html)http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR828 33-8374,00.html (http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR82833- 8374,00.html)>. Acesso em: 03/05/2018. http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR82833-8374,00.htmlhttp://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDR82833-8374,00.html
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