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Transtorno do Espectro Autista (TEA) Conceito: O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. Para definir a grande abrangência do autismo, usa-se o termo “espectro”, pois há vários níveis de comprometimento. Por que espectro? Causas: O autismo é um transtorno multifatorial do qual não se conhece o mecanismo da causa completamente; https://www.psychiatry.org/patients-families/autism/what-is-autism-spectrum-disorder 97% a 99% dos casos de autismo têm causa genética, sendo 81% hereditários; Um trabalho científico, com 2 milhões de indivíduos, de cinco países diferentes, sugere ainda que de 18% a 20% dos casos tem causa genética somática; E o restante, aproximadamente de 1% a 3%, devem ter causas ambientais, pela exposição de agentes intrauterinos . Importância do diagnóstico precoce: Até pouco tempo atrás, muitos pediatras tinham dificuldade em reconhecer sinais básicos de autismo nas crianças, resultando em diagnósticos tardios; No Brasil, ainda temos muito o que caminhar, difundindo informações sobre o autismo e suas características, para evitar diagnósticos tardios; Os sinais do autismo podem ser percebidos logo na primeira infância e quanto antes for realizado o diagnóstico, melhores serão os resultados das intervenções e tratamentos. A conscientização sobre o tema é fundamental para informar as pessoas sobre o que é o autismo, reduzindo mitos e preconceitos em torno deste diagnóstico. O acesso à informação ajuda pais, professores e familiares de crianças com TEA a conhecer melhor as características do transtorno e como lidar com ele. As manifestações clínicas deste transtorno são variadas, uma vez que consiste em um distúrbio com um espectro heterogêneo. Algumas das manifestações incluem: Formas de manifestações Ausência de habilidades de comunicação social antes dos dois anos de idade; Desenvolvimento rápido da linguagem, porém regressão das habilidades de linguagem, comunicação ou interações sociais entre 15 e 24 meses de idade; Falta de interesse nos outros, falta de empatia, resistência a mudanças e interesses restritos durante os anos pré-escolares; Nos casos mais severos, distúrbios de comportamento antes do aparecimento das habilidades sociais atípicas. Outras manifestações clínicas associadas, as quais são menos frequentes, incluem déficits motores, macrocefalia e habilidades especiais em memória, matemática, música, arte ou quebra- cabeças, apesar das deficiências nos aspectos sociais e relacionais. A manutenção de um aluno autista em sala de aula pode parecer um grande desafio para o profissional da educação. Aqui, você verá estratégias para professores despertarem a atenção dos pequenos. Principais estratégias de tratamento na escola: Utilizar linguagem objetiva: É extremamente aconselhável que se utilize esse formato de linguagem, pois o autista gosta de entender tudo o que se fala, mas no sentido literal da palavra. Evite as conotações; Utilizar abordagens sensoriais: O autista precisa ser acompanhado de perto quando o assunto for aspecto sensorial. É muito comum que uma de suas habilidades seja mais apurada que as das outras crianças; Adaptar currículo, provas e avaliações: O aluno autista está em sala de aula junto com os demais, mas ele necessita que as avaliações sejam adaptadas; Privilegiar as habilidades: O aluno autista é diverso, pois cada um apresenta uma característica. Há estudantes que são completamente organizados em um item ou têm total predisposição para um campo do conhecimento. Ao notar alguma facilidade do aluno, tente trabalhar isso com riqueza; Propor atividades baseadas no interesse do aluno: O autista tem a personalidade forte, no que diz respeito aos interesses. Isso só deve ser tratado por médicos especialistas, mas o papel do educador, então, é estimular a criança através de atividades que estejam relacionadas com o interesse do pequeno; Utilizar jogos: Alguns jogos podem ser ideais para ensinar um autista, mas é preciso que o professor se informe antes com os pais e os médicos da criança. Isso tudo porque o pequeno pode ter alguma hipersensibilidade com cores, barulho, etc. Outro detalhe é não promover jogos que ‘prendam’ o aluno por muito tempo; Evitar atividades muito longas: É imprescindível que se evite atividades muito longas, porque a criança autista pode se entediar facilmente, ainda mais se não houver nada de seu interesse; Adaptação ao ambiente: Antes de iniciar a experiência em uma escola ou turma nova, é bastante produtivo que o aluno autista conheça previamente a instituição e os ambientes que irá frequentar. Isso vai deixá-lo mais familiarizado com o espaço quando as aulas começarem; Evitar barulhos altos em sala de aula: Algumas crianças com autismo têm hipersensibilidade a ruídos altos que podem incomodá-la. O ideal é que o autista chegue à escola um pouco antes das outras crianças, assim ele vai se acostumando gradualmente com os barulhos que irão se formando em sala de aula; Não diferenciar conteúdos: Todos os alunos precisam aprender o mesmo conteúdo em sala de aula, ainda que seja necessário fazer algumas adaptações na forma como ele será apresentado e trabalhado com cada um. Fazer diferenciações de conteúdo não ajuda na inclusão do autismo em sala de aula; Usar recursos visuais: Procurar falar de forma clara e objetiva ao dar orientações a fim de facilitar a compreensão do que deve ser feito e usar recursos visuais para ilustrar o que está pedindo. Imagens, símbolos e fotos podem ser usados; Promoção de atividades coletivas: As atividades coletivas são muito importantes para a interação dos alunos. Sempre que possível, realizar tarefas, atividades, jogos e brincadeiras em grupo, incluindo o aluno com autismo. Até o papel pode fazer diferença para o autista na escola: Alguns autistas podem ter dificuldade de ler em papel onde o contraste seja baixo. Por isso, se for possível, invista em papéis coloridos com a impressão em preto. Porém, não use cores muito luminosas, como alguns tons de amarelo. Recepção monocanal: Alguns autistas não verbais simplesmente não conseguem absorver informações que sejam visuais e auditivas ao mesmo tempo. Para esses alunos, não peça que eles te ouçam e olhem para você ao mesmo tempo. Ou você entrega uma tarefa por som ou por visual; Cuidado com a generalização: Vários conceitos são ensinados às crianças de forma generalizada, por exemplo, que se deve dizer obrigado às pessoas. Mas nem todos os autistas vão entender a ideia da generalização. Crianças com TEA geralmente têm alteração na percepção sensorial. As hipersensibilidades sensoriais são bastante frequentes em crianças com TEA. Sendo assim, devemos prestar atenção àquilo que a criança nos sinaliza: ela pode ficar mais irritada ou até mesmo chorosa e agressiva diante de um som, fazer vômito ao sentir o cheiro ou provar algum tipo de alimento, evitar alguma roupa ou tecido. Principais estratégias de tratamento na vida em geral: Linguagem e vocabulário são grandes desafios, estimulação em casa e um fonoaudiólogo são essenciais; Pessoas com autismo pensam concretamente. Ao contrário dos que as mídias veiculam de maneira distorcida, nem todas as crianças com TEA têm alto QI ou são superdotados. Desta forma, seja curto, claro e objetivo com a criança com TEA. Utilize regras e ordens curtas e claras; Possuem dificuldade para expressar sentimentos e pensamentos, esteja atento aos comportamentos. Existem técnicas e manejos especializados que ajudam a criança a se adaptar ao meio em que ela vive. É muito importante também o ajustamento familiar, uma vez que a criança reproduz o cenário doméstico, o que pode facilitar ou dificultar o comportamento da criança; Maior orientação pelo visual. De forma geral,as crianças com TEA possuem mais facilidade para compreender aquilo que veem. Assim, as técnicas de comunicação alternativa, adaptadas às demandas de cada criança, podem favorecer o desenvolvimento global; Use as afinidades (talentos) para estimular. Toda criança com TEA tem um assunto de interesse: dinossauros, plantas, personagens, carros, literatura, letras, números. Cabe ao especialista, juntamente com a família, identificar o objeto de interesse, habilidade ou afinidade, e direcionar as reabilitações Autistas gostam de carinho. Possuem dificuldade em demonstrar carinho já que existe comprometimento na linguagem, na interação social e hipersensibilidade. Mas podem ser afetuosos! O contato com animais é benéfico! As crianças com TEA podem ser muito beneficiadas com o convívio com animais. A família e os especialistas podem definir, a partir do padrão de demanda e de comportamento de cada criança, o animal que mais poderá beneficiar a criança; Tente identificar o que inicia as estereotipias. As estereotipias são descargas motoras que acontecem quando a criança está ansiosa (quando está eufórica, triste ou feliz). Assim, a orientação é de observar o comportamento da criança, identificar os gatilhos que levam à ansiedade e consequentemente às estereotipias e manejar o comportamento Acompanhamento com equipe interdisciplinar é fundamental para melhoria dos sintomas. Os especialistas, sozinhos, não conseguem resolver todas as questões. Se a família não favorecer e seguir fielmente as orientações dos profissionais envolvidos, todo o esforço será em vão e a única prejudicada será a família; Para um tratamento eficaz, é indicado que seja feito com uma equipe composta por médico, fisioterapeuta, psicoterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo, que indicam terapias específicas para cada paciente, e muitas vezes devem ser feitas por toda vida. Fonoaudiologia: O acompanhamento com o fonoaudiólogo é importante para melhorar a comunicação verbal da criança com o espectro autista com outras pessoas; Musicoterapia: A música ajuda a criança a entender as emoções, aumentando sua interação com o mundo à sua volta. Terapia ocupacional: O objetivo da terapia ocupacional é melhorar a qualidade de vida da pessoa e estimular a autonomia; Equoterapia: A terapia com cavalos é muito útil para melhorar a reação de endireitamento do corpo, quando a criança está em cima do animal, a coordenação motora, o controle da respiração e desenvolver a autoconfiança do autista. Referências: Linha de cuidado. Definição - Transtorno do Espectro Autista (TEA) na criança . Disponível em: https://institutoneurosaber.com.br/autismo-o- que-e/. Acesso em: 31 de maio de 2022. Tismoo. O que é autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA)?. Disponível em: https://tismoo.us/saude/o-que-e-autismo-ou-transtorno- do-espectro-do-autismo-tea/. Acesso em: 31 de maio de 2022. Instituto Neurosaber. Autismo o que é? Definição e característica. Disponível em: https://institutoneurosaber.com.br/autismo-o-que-e/. Acesso em: 31 de maio de 2022. Augustyn M. Autism spectrum disorder:Terminology, epidemiology, and pathogenesis. Disponível em: https://www.medilib.ir/uptodate/show/595. Acesso em: 31 de maio de 2022. Augustyn M, LE Hahn. Autism spectrum disorder: Clinical features. Acesso em: 31 de maio de 2022. Instituto neurosaber. Estratégias para manter a atenção do aluno autista em sala de aula. Disponível em: https://institutoneurosaber.com.br/estrategias-para-manter-atencao-do- alPor. Acesso em: 01 de junho de 2022. Central press. Sete estratégias de inclusão do autista na escola. Disponível em: https://www.centralpress.com.br/sete-estrategias-de- inclusao-do-autista-na-escola/. Acesso em: 01 de junho de 2022. Agradecemos pela sua atenção!!
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