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BONDE DAS 13 - UNIT P4 PARASITOSES - HISTOLOGIA GIARDÍASE ★ O ciclo de vida da giardia é composto de dois estágios: trofozoíto e cisto, Os cistos são as formas infectantes, sendo responsáveis pela disseminação do parasita. Infecções podem ser resultantes da ingestão de 10 ou até menos cistos. São resistentes, podendo permanecer viáveis durante dois meses no meio exterior; ★ A giardíase ocorre em todas as regiões do mundo, preferencialmente em climas temperado e tropical, sendo mais comum em grupos etários inferiores a 10 anos; ★ De modo geral, a transmissão ocorre principalmente por meio da água; da ingestão de frutas, verduras e legumes crus, contaminados pelos cistos; de manipuladores de alimentos; do contato direto pessoa a pessoa (fecal-oral), principalmente em creches, asilos, orfanatos e clínicas psiquiátricas; de artrópodes, como moscas e baratas, por meio de seus dejetos ou regurgitamentos; de relações sexuais anal-oral, no caso de indivíduos homossexuais; CLÍNICA ★ Varia de infecções assintomáticas, caracterizadas por meio de portadores sãos, até infecções graves, com diarreia crônica e má absorção intestinal. O período de incubação é de 1 a 2 semanas antes do aparecimento dos sintomas, podendo variar de 1 a 45 dias. O principal sintoma é, sem dúvida alguma, o aparecimento de diarreia, inicialmente líquida, podendo chegar ao grau de esteatorreia acompanhada de náuseas, desconforto abdominal e perda de peso; DIAGNÓSTICO ★ O exame parasitológico de fezes constitui a melhor maneira de estabelecer o diagnóstico da giardíase. Em fezes liquefeitas, recomenda-se, na coleta, a utilização de um conservante (SAF ou Schaudin) para a pesquisa das formas de trofozoítos. Em fezes formadas ou pastosas, pesquisa-se a presença de cistos, utilizando a metodologia direta ou de concentração de Ritchie ou Faust e colaboradores; BONDE DAS 13 - UNIT P4 ★ TRATAMENTO LEISHMANIOSE ★ É causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania, parasito pertencente à família Trypanosomatidae, transmitido aos humanos pela picada das fêmeas de flebotomíneos do gênero Lutzomyia cujo nome popular é “mosquito-palha” ou “birigui”; BONDE DAS 13 - UNIT P4 ★ No Brasil, os casos de LT têm sido registrados em todos os estados da Federação, constituindo, portanto, uma das afecções dermatológicas de maior relevância para a saúde pública; ★ Uma vez infectado, o indivíduo pode desenvolver desde manifestações cutâneas mais comuns, caracterizadas pela presença de úlceras indolores, únicas ou múltiplas, até comprometimento mais grave, com destruição das mucosas e cartilagens; CICLO BIOLÓGICO ★ É um parasito de células do sistema fagocítico-mononuclear, principalmente dos macrófagos. Reproduzem-se por divisão binária e apresentam duas formas evolutivas principais: a amastigota, que é imóvel, esférica, localizada nos tecidos do hospedeiro vertebrado, no interior dos macrófagos; e a promastigota, que é infectante, móvel, flagelada e localizada no tubo digestivo do vetor; É heteroxeno (digenético), com dois hospedeiros, um vertebrado e outro invertebrado. O hospedeiro invertebrado, a fêmea do flebotomíneo, durante o repasto sanguíneo em animal infectado, ingere sangue contendo macrófagos com as formas amastigotas. Durante a passagem pelo intestino do vetor, ocorre a diferenciação em promastigotas e a multiplicação por divisão binária. O processo de metaciclogênese culmina na formação das promastigotas metacíclicas, que representam a forma infectante do parasito. Ao picar um hospedeiro suscetível, o vetor infectado poderá regurgitar os promastigotas metacíclicos, os quais, por fagocitose, são internalizados pelos macrófagos, reduzem de tamanho, perdem o flagelo e se transformam em amastigotas. Estes se multiplicam até o rompimento dos macrófagos, quando podem infectar outras células ou serem ingeridos pelo flebotomíneo, viabilizando a manutenção e o prosseguimento do ciclo; FISIOPATOLOGIA ★ A infecção por diferentes espécies de Leishmania estimula um padrão de resposta imune que é diretamente dependente da virulência da cepa e dos fatores associados ao hospedeiro. Desse modo, os mecanismos de resposta imunológica ativados estão intrinsecamente relacionados ao processo patológico desencadeado no transcurso da infecção. Nesse sentido, a determinação do perfil de resposta imunológica torna-se bastante variável. O espectro imunológico observado em pacientes com leishmaniose varia de indivíduos que apresentam uma resposta de células Th1 mais evidente, caracterizada pela hipersensibilidade do tipo tardia (DTH) associada a altas concentrações de interferona-gama (IFN-γ), para indivíduos que são incapazes de apresentar DTH, mas que respondem com elevadas concentrações de anticorpos e BONDE DAS 13 - UNIT P4 uma resposta polarizada do tipo Th2. Geralmente, a DTH está associada ao baixo parasitismo nas lesões, uma vez que os parasitos são eliminados pelos macrófagos ativados por IFN-γ. Por outro lado, a resposta humoral é ineficiente para controlar a infecção, não havendo neutralização do parasito pelos anticorpos. Geralmente, a DTH está associada ao baixo parasitismo nas lesões, uma vez que os parasitos são eliminados pelos macrófagos ativados por IFN-γ. Por outro lado, a resposta humoral é ineficiente para controlar a infecção, não havendo neutralização do parasito pelos anticorpos. Quando a resposta é polarizada para Th2, a doença pode evoluir para a LCD, e uma resposta celular (Th1) exacerbada pode culminar na evolução mucosa da doença. Para o maior detalhamento desse perfil de resposta imune celular, bem como do papel desempenhado pelas células do sistema mononuclear fagocitário no controle da patogênese da infecção; CLÍNICA ★ As manifestações clínicas da LT são relacionadas com a imunidade do hospedeiro e a espécie infectante de Leishmania; O desenvolvimento das lesões, inicialmente, ocorre no local da picada do flebótomo, em geral nas regiões mais expostas do corpo do hospedeiro. As lesões noduloulceradas são pequenas e assintomáticas, podendo tornar-se dolorosas em caso de infecção bacteriana secundária. A cura pode ocorrer espontaneamente ou as lesões podem se tornar desfigurantes; ➔ CUTÂNEA: produz uma lesão de pele bem demarcada no local da picada do inseto após várias semanas a meses. Lesões múltiplas podem ocorrer após picadas múltiplas infectadas ou disseminação metastática; BONDE DAS 13 - UNIT P4 ➔ MUCOSA: Tipicamente, pacientes têm congestão nasal, secreção e dor. Ao longo do tempo, a infecção pode evoluir, resultando em mutilação importante do nariz, palato, faringe oral ou fac; ➔ VISCERAL: Ocorrem febre irregular, hepatosplenomegalia, pancitopenia e hipergamaglobulinemia policlonal com uma razão albumina:globulina invertida. Em alguns pacientes, há picos de temperatura 2 vezes/dia; DIAGNÓSTICO ★ Microscopia óptica de amostras de tecido submetidas à coloração de Wright-Giemsa ou Giemsa, impressão tecidual (Esfregaço por aposição, imprints) ou aspirados, títulos de anticorpos para leishmaniose visceral, mas não para leishmaniose cutânea ou de mucosa, ultura (meios especiais necessários) e ensaios baseados na reação em cadeia da polimerase; TRATAMENTO ★ O tratamento farmacológico depende da síndrome clínica e de outros fatores, para infecção cutânea, tratamento tópico, injeção de estibogliconato de sódio ou paromomicina tópica fora dos EUA ou termoterapia ou crioterapia, ara o tratamento sistêmico da leishmaniose cutânea, visceral ou de mucosa, anfotericina lipossomal IV ou miltefosina por via oral, Alternativamente, desoxicolato de anfotericina B, compostos antimônicos IV ou antimoniais pentavalentes (estibogliconato de sódio, antimoniato de meglumina) IV ou IM se é provável que espécies infectantes de Leishmania são suscetíveis; ANCILOSTOMÍASE CONCEITO ★ Ancilostomíase: nematodiose causada pelos geo-helmintos, Ancylostoma duodenale e Necator americanus, vermes da família Ancylostomidae; ★ Vivem no intestino delgado, principalmente no duodeno - podendo, se alojar no jejuno e íleo proximal;★ Normalmente é assintomática, ou com: anemia e desnutrição; ★ Ocorre principalmente: populações rurais pobres. EPIDEMIOLOGIA BONDE DAS 13 - UNIT P4 ★ Distribuída por todo o mundo; ★ Endêmica nos países tropicais e subtropicais. Ou ainda clima temperado; ○ A temperatura, a umidade e as chuvas ★ No Brasil, esse helminto é o mais prevalente. Devido a características geográficas às precárias condições sanitárias e socioeconômicas da população; ★ O hábito de andar descalço na zona rural, nas favelas e na periferia dos grandes núcleos urbanos; ★ As crianças e adolescentes em áreas de alta prevalência são mais afetados; ★ Os lactentes também se infectam, com registros de casos graves; ★ Os homens, provavelmente por causa da maior exposição, são mais parasitados do que as mulheres. ETIOLOGIA ★ Além de maior, o A. duodenale suga (0,3 mL/verme/dia) 10 vezes mais sangue do que o N. americanus (0,026 mL/verme/dia). ★ A ovoposição pelas fêmeas do A. duodenale é de cerca de 10 a 30 mil ovos/verme/dia e por fêmeas de N. americanus é de 3 a 6 mil. ★ A sobrevida desses vermes é de 1 a 3 anos para o A. duodenale e de 3 a 10 anos para o Necator. CICLO BIOLÓGICO ★ O ciclo tem início com a expulsão dos seus ovos juntamente com as fezes do hospedeiro; ★ Em solo arenoso e úmido, os ovos, após um curto período de maturação , eclodem; ★ Liberação de uma larva rabditóide de primeiro estágio (L1), que sofre duas mudas (L2, L3) transformando-se em uma larva de esôfago longo (filariforme) de terceiro estágio (L3), a qual é infectante. Essa fase do ciclo ocorre em 5 a 10 dias; ○ A larva filarióide apresenta movimentos característicos, serpentiformes, que facilitam a sua locomoção e penetração na pele do hospedeiro; ★ Ao entrar em contato com o hospedeiro humano, seja pela cútis ou por ingestão, as larvas penetram e são transportadas através dos vasos linfáticos, ganhando a corrente sanguínea, chegando ao coração e depois aos pulmões, onde alcançam os alvéolos pulmonares, ascendem pelos brônquios para a faringe e são engolidas; ○ Durante essa migração pulmonar, as larvas liberam substâncias que produzem um quadro reacional leve de tosse, febre baixa e infiltrado eosinofílico, e pode até evoluir para um quadro mais grave, conhecido como Síndrome de Löeffler; BONDE DAS 13 - UNIT P4 ★ As larvas, então, alcançam o intestino delgado, onde habitam e amadurecem, tornando-se vermes adultos, os quais vivem no lúmen do intestino delgado, onde completam o ciclo evolutivo, tornando-se vermes adultos, machos e fêmeas; - Fixam-se na parede intestinal por meio da cápsula bucal e, após 6 a 7 semanas, começam a produzir ovos que podem ser vistos nas fezes cerca de 8 a 12 semanas após a infecção. OBS.: Não há replicação dos vermes no hospedeiro, a infecção termina, em condições normais, com a morte dos parasitos, naturalmente determinada. PATOLOGIA ★ Se dá pelas formas larvárias e pelos vermes adultos; ★ Constituindo-se de três etapas distintas: fase invasiva; de migração larvária pulmonar; e da fixação dos vermes ao intestino. ★ Fase invasiva começa com a penetração das larvas na pele, provocando lesões traumáticas mínimas, geralmente imperceptíveis, podendo surgir erupções eritematopapulosas; ★ Fase de migração pulmonar, as larvas rompem os capilares, provocam lesões microscópicas com pequenas hemorragias até atingirem os alvéolos; BONDE DAS 13 - UNIT P4 ★ Fixação dos vermes ao intestino: fixadas à mucosa intestinal por suas cápsulas bucais, dentes ou placas cortantes, os ancilóstomos produzem erosões e ulcerações com necrose tecidual; ○ Os vermes ingerem e digerem sangue da mucosa lesionada por meio de uma cascata de metalo-hemoglobinases; ○ Inibem a coagulação mediante uma série de anticoagulantes dirigidos contra os fatores Xa e VIIa, bem como contra a agregação plaquetária; ★ A perda sanguínea intensa é resultante de grande carga parasitária e do deslocamento dos helmintos, que trocam de lugar a cada 4 a 8 horas, para se fixarem em diversos pontos da parede intestinal; ★ Quadro de anemia ancilostomótica: afetam o desenvolvimento intelectual e cognitivo de crianças e o desempenho cardiovascular de adultos. ★ As ulcerações favorecem a invasão de germes entéricos, com a instalação de infecções bacterianas associadas (translocação bacteriana) que determinam o agravamento dos casos; ★ Achados anatomopatológicos evidenciam uma mucosa intestinal muito edemaciada, necrose de tecidos e infiltração leucocitária eosinofílica; ★ Pode ocorrer desnutrição e imunodeficiência independentes de anemia, em adultos e crianças, com infecção significativa. Isso é consequência de uma enteropatia com perda de proteínas, inclusive de imunoglobulinas, consequente à digestão dos vermes, predispõe o hospedeiro a infecções. ★ Pacientes com aids associada podem desenvolver doença mais grave e rapidamente progressiva. ★ Quando uma infecção por helminto se estabelece, gera-se uma forte reação mediada por linfócitos T helper (Th) 2, como respostas: eosinofilia, mastocitose intestinal e elevada produção de IgE. ★ Ancilostomídeos produzem um fator inibidor de linfócitos natural killer (NK), suprimindo a produção de gamainterferon e a resposta Th-2, responsáveis pela expulsão dos parasitos; ★ Resposta alérgica a antígenos de ancilostomídeos é raramente observada em indivíduos infectados; QUADRO CLÍNICO ★ Infecção assintomática; ★ Quadros graves de desnutrição, anemia e anasarca, necessitando de atendimento hospitalar.; BONDE DAS 13 - UNIT P4 ★ Os adultos apresentam sintomas de menor gravidade que as crianças; ★ OBS.: Deve-se considerar: espécie do parasito e carga parasitária; idade; estado nutricional; e intensidade da anemia do paciente. ★ OBS.: Considera-se leve ou moderada a infecção ancilostomótica quando o paciente elimina até 12.000 ovos/g de fezes, sendo a infecção intensa quando superior a esse número. ★ A penetração das larvas na pele provoca: prurido ou sensação de queimação local com presença de lesões eritêmato-maculopapulosas e edema (dermatite urticariforme); ★ Tosse seca; dispneia; rouquidão; broncoespasmo; febre baixa ou moderada; e mesmo pneumonite intersticial eosinofílica (síndrome de Löeffler); ★ Manifestações decorrentes da instalação dos vermes adultos no tubo digestivo são sintomas gastrintestinais inespecíficos e variáveis. Náuseas, vômitos, anorexia, obstipação ou diarreia; ★ A dor abdominal pode simular apendicite; ★ A maioria dos indivíduos que apresentam uma forma crônica da doença evolui com um maior acometimento do aparelho gastrointestinal, sistema hematopoiético e aparelho circulatório; ★ Geofagia mais frequentemente encontrada nas crianças e adolescentes; ★ Acometimento do aparelho circulatório: dispneia, taquicardia, palpitações e dores anginosas. A dispneia manifesta-se frequentemente após esforço físico; DIAGNÓSTICO ★ Clínico ★ Laboratorial ○ Exame microscópico das fezes, consistindo na demonstração dos ovos ou das larvas rabditoides; ○ Para avaliação da anemia, o estudo hematológico consiste em hemograma e pesquisa de sangue oculto nas fezes; ○ Quando o comprometimento pulmonar é evidente, o exame de escarro corado pelo Giemsa pode revelar a presença de eosinófilos e cristais de Charcot-Leyden; ○ O estudo radiológico pode mostrar imagens de infiltrados localizados ou difusos, caracterizando uma pneumonite intersticial (síndrome de Löeffler). A hipoalbuminemia está presente nos casos graves. BONDE DAS 13 - UNIT P4 TRATAMENTO ★ Para o tratamento da ancilostomíase são o mebendazol, o albendazol e o pamoato de pirantel; ★ Recentemente, um novo medicamento, nitazoxanida; TRATAMENTO DA ANEMIA ★ A melhora da anemia ocorrerá lentamente, subsequentemente à utilização de anti-helmínticos; ★ Completada pela suplementação da administração de sulfato ferroso; OBS.: Deve-se estar atento para a não resposta do tratamento, que, frequentemente decorre da não administração de forma regular, o que pode ser constatado por meio da coloração das fezes que devem se tornar escuras duranteo uso continuado dos sais de ferro. ★ OBS.: A via parenteral poderá ser indicada em situações especiais, quando o paciente recusa a ingestão do medicamento ou apresenta reação colateral persistente e nos casos de síndrome de má-absorção. PROFILAXIA ★ Melhoria das condições sanitárias, educação sanitária continuada e o tratamento de todos os indivíduos infectados com a finalidade de impedir a contaminação do solo pelas fezes humanas. ★ A observação das normas da educação sanitária e da higiene pessoal é pilar na saúde pública para qualquer programa de prevenção. ★ A administração dos anti-helmínticos não erradica a infecção, mas a reduz a níveis toleráveis. VACINA ASCARIDÍASE CONCEITO ★ Infecção do tubo digestivo com o nematóide Ascaris lumbricoides, vulgarmente conhecido como lombriga. ★ Capacidade de deslocamento do verme adulto no interior do tubo digestivo, aliada às suas dimensões avantajadas, pode ocasionar quadros obstrutivos variados, revestidos de gravidade. BONDE DAS 13 - UNIT P4 EPIDEMIOLOGIA ★ Dados recentes sugerem que existam aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas infectadas. ★ Regiões com clima tropical, subtropical ou até mesmo temperado. ★ A infecção predomina em crianças e adolescentes, decrescendo progressivamente à medida que a faixa etária avança. ★ No Brasil não há dados recentes fidedignos acerca da prevalência de ascaridíase, todavia, estima-se que se trate de uma parasitose frequente, constituindo um problema de saúde pública em muitas regiões. CICLO BIOLÓGICO ★ Os ovos de Ascaris são eliminados junto com as fezes; se os ovos férteis caírem em solo úmido e sombreado, com temperaturas de 15 a 35ºC, em 2 a 8 semanas formam-se larvas que sofrem duas mudas dentro da casca e, a larva de 3º estágio ou L3 é a forma infectante. ★ Quando os ovos são ingeridos, as larvas eclodem no intestino delgado, atravessam a parede intestinal e migram, via sistema porta, para o fígado (quatro dias) penetrando na circulação sanguínea ou linfática.Atingem o coração direito de onde são levadas aos pulmões para efetuar o ciclo pulmonar. Nesses órgãos (4 a 5 dias após a infecção), as L3 encontram o meio favorável para continuar sua evolução. ★ Após 8 ou 9 dias sofrem a terceira muda, transformando-se em L4, atravessam a parede que separa os capilares das cavidades alveolares e, nos alvéolos, realizam a quarta muda para L5. ★ Cerca de duas semanas depois, as larvas atingem os bronquíolos e são arrastadas com o muco pelos movimentos ciliares da mucosa, sobem pela traqueia e laringe e são deglutidas com as secreções brônquicas. Assim, alcançam de forma passiva o estômago e o intestino. ★ No intestino (geralmente o jejuno), dá-se a quarta e última muda, que as transforma em formas juvenis; estas continuam crescendo, e o desenvolvimento sexual se completa em cerca de dois meses. ★ Após 65 dias da infecção, as fêmeas começam a oviposição, encerrando o período pré-patente BONDE DAS 13 - UNIT P4 PATOGENIA ★ As larvas presentes no interior do ovo, ao atingirem o intestino delgado, penetram na mucosa e migram para a circulação portal chegando ao fígado. A morte de larvas na mucosa ou submucosa intestinal pode resultar em alterações teciduais caracterizadas como micro-hemorragias e infiltrado inflamatório constituído por macrófagos e eosinófilos. ★ No fígado, em geral, não ocorrem alterações teciduais relevantes, embora cargas larvárias maciças possam levar a um quadro inflamatório que resulta em áreas de hemorragia e necrose com manifestações clínicas (hepatomegalia e, mais raramente, icterícia). ★ Após a passagem pelo fígado, as larvas atingem a circulação sistêmica, câmaras cardíacas direitas e chegam aos pulmões, onde sofrem duas mudas. Esses estágios larvários são os que detêm maior poder antigênico e ocasionarão ruptura alveolar. Estabelecem-se, então, áreas de hemorragia puntiforme, edema, além de infiltrado inflamatório às custas de polimorfonucleares neutrófilos e eosinófilos. BONDE DAS 13 - UNIT P4 ★ Segue-se a esse processo uma resposta imunológica adaptativa, do tipo Th2, conduzindo à formação de um granuloma eosinofílico; o braço efetor dessa resposta é representado por IgA, IgE, eosinofilia, mastocitose e secreção de muco. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ★ A fase de invasão larvária costuma ser assintomática, exceto quando há grande quantidade de larvas envolvidas no processo. Nessa situação, hepatomegalia e, muito raramente, icterícia podem ocorrer. ★ A passagem das larvas pelos pulmões pode ser traduzida clinicamente por quadro respiratório de intensidade variável, em que assomam tosse, dispneia, sibilância e dor retroesternal. São manifestações da síndrome de Loeffler. ★ A maturação das larvas e a presença de vermes adultos no tubo digestivo ocasionam sintomas inespecíficos e variados, como anorexia, dor abdominal, distensão abdominal, cólicas, náuseas, vômitos e diarreia . ★ Pode haver algum grau de má-absorção de proteínas, lactose e algumas vitaminas lipossolúveis: desnutrição e, a mais longo prazo, déficits cognitivos em crianças. ★ Quando presentes em grande número, mediante compactação dos vermes e a formação do chamado “bolo de áscaris” DIAGNÓSTICO ★ Encontro de ovos em material fecal pelas técnicas de Lutz e Kato-Katz. TRATAMENTO ★ Drogas anti-helmínticas de espectro amplo, como albendazole (400 mg, dose única) e mebendazol (100 mg, duas vezes ao dia por três dias ou 500 mg, dose única) ★ No caso da oclusão ou suboclusão intestinal por “bolo de áscaris”, deve-se preferir, se disponível, a piperazina (50 mg/kg de peso com dose máxima de 3 g), droga que causa paralisia flácida nos vermes por ação sobre os canais de cloro dependentes do ácido gama-aminobutírico (GABA), facilitando a eliminação dos vermes por meio do peristaltismo estimulado pelo óleo mineral (50 mL), ministrado simultaneamente. ENTEROBÍASE CONCEITO ★ É a parasitose determinada pelo Entero- bius vermicularis ou Oxyurus vermicularis. BONDE DAS 13 - UNIT P4 ★ De localização preferencial no ceco, apêndice, cólon e reto, onde determina sua principal manifestação clínica, o prurido anal. ★ É a helmintíase mais comum na Europa e América do Norte, infectando cerca de 42 milhões de pessoas só nos Estados Unidos. ETIOLOGIA O E. vermicularis é o único gênero com uma única espécie de interesse médico da superfamília Oxyuroidea. É um verme delicado, pequeno, filiforme e branco, semelhante a um fio de linha branca. As infecções e reinfecções fazem- -se, portanto, facilmente por meio das mãos, que coçam a região anal, perianal e perineal, e posteriormente são leva- das à boca do próprio hospedeiro; ingerindo os ovos, os quais liberam no duodeno as larvas rabditoides, que sofrem duas mudas até atingirem o intestino grosso, onde adquirem a maturidade. O enteróbio é parasita exclusivo do homem. EPIDEMIOLOGIA O enteróbio é o mais cosmopolita de todos os nematoides, sendo mais comum na infância e em instituições infantis, como creches, reformatórios, colégios etc Além da transmissão direta, da região anal para a boca, existem mais quatro processos possíveis de transmissão da helmintíase: ■Transmissão indireta: pela contaminação dos ali- mentos pelas mãos sujas. ■Transmissão pela poeira: inalação de ovos – nos dormitórios, colégios, habitações coletivas etc. Retroinfecção:que consiste na eclosão das larvas nas bordas da mucosa anal, sua penetração e migração para as porções superiores do intestino grosso. ■ Autoinfecção interna:processo excepcional e não aceito por todos, é semelhante ao que ocorre na estrongiloidíase e explicaria as infecções superiores a dois meses de dura- ção, que é o tempo de vida do helminto, quando se controlam todas as demais possibilidades de infecção externa. PATOGENIA Os vermes fixados na mucosa intestinal podem determinar um processo inflamatório leve, do tipo catarral. Na maioria das vezes, entretanto, não chegam a causar lesão anatômica,uma vez que a mucosa não é penetrada. Nas regiões anal e perianal, a irritaçãolocal leva a um prurido mais ou menos intenso, não raro com sinais de proctite, apresentando mucosa BONDE DAS 13 - UNIT P4 congesta com pontos hemorrágicos dispersos, cober- ta com mucosidade sanguinolenta, contendo ovos ou mesmo exemplares de vermes. O envolvimento extraintestinal ocorre no trato genital feminino, causada pela migração do verme do ânus para a vagina, o que leva a reações inflamatórias granulomatosas. Outros envolvimentos extraintestinais têm sido excepcionalmente descritos em sítios como nariz, seios da face, ouvido externo, próstata, epidídimo, região inguinal, tecido subcutâ- neo etc. QUADRO-CLÍNICO A maioria dos pacientes tolera bem a infecção e não manifesta sintoma algum. Sintomas digestivos, representados por náuseas, vômitos e dores abdominais vagas, têm sido imputados à enterobíase, em decorrência da fixação dos vermes na mucosa intestinal. Sintomas digestivos, representados por náuseas, vômitos e dores abdominais vagas, têm sido imputados à enterobíase, em decorrência da fixação dos vermes na mucosa intestinal. O sintoma característico da infecção pelos enterobios é o prurido anal e vulvar, decorrente da presença dos vermes nas regiões anal, perianal e perineal.Esse prurido exacerba--se à noite, por causa da ativação dos enteróbios pelo calor do corpo acamado, às vezes, tornando-se mesmo intolerável, o que leva o paciente a coçar-se constante e intensamente, resultando uma proctite e facilitando a contaminação via ânus--boca, além de provocar insônia. As migrações erráticas dos vermes são responsáveis, quando atingem o aparelho genital feminino, por sintomas do tipo excitação sexual, onanismo, corrimento vaginal, salpin- gite, ooforite e granulomas peritoneais. DIAGNÓSTICO Conforme já referido, raramente os ovos dos enteróbios são encontrados nas fezes, tanto que as técnicas habituais dão positividade de apenas 5%. BONDE DAS 13 - UNIT P4 O método utilizado para a demonstração dos ovos é feito por uma técnica simples, denominado swab anal, também cha-mado método da fita gomada. A positividade aumenta quando o material é coletado pela manhã, antes da higiene pessoal. O prurido anal é o único sintoma que pode sugerir o diagnóstico clínico, além, é claro, da observação direta da presença do verme na região anal, perianal e perineal, bem como também na superfície das fezes. PROGNÓSTICO O prognóstico é invariavelmente bom, embora a cura, em alguns casos, possa ser difícil de ser obtida em razão das reinfecções contínuas. TRATAMENTO: Pamoato de pirantel Mebendazol Albendazol Nitazoxanida Ivermectina Todos os membros da família ou do grupo comunitário deverão ser tratados simultaneamente, com o intuito de evitar reinfecções repetidas. Várias séries de tratamento poderão ser necessárias para a erradicação da helmintíase. Cuidados de higiene pessoal deverão ser recomendados, como unhas cortadas rentes, banhos frequentes, roupas íntimas e camas limpas e trocadas diariamente durante o tratamento. PROFILAXIA A medida mais importante é o tratamento dos indivíduos parasitados, porque dessa forma se elimina as fontes de infecção. Paralelamente, são necessárias as práticas de higiene pessoal, principalmente com as mãos. ESTRONGILOIDÍASE BONDE DAS 13 - UNIT P4 Ciclo Biológico Epidemiologia Acomete áreas com climas quentes e úmidos, em, possivelmente, todas as regiões tropicais e subtropicais do globo. Chama a atenção a ocorrência da helmintíase em populações (asilos, prisões) e em ambientes que favorecem a transmissão por contato com o solo oinstitucionalizadas u com objetos contaminados com fezes que contenham larvas infectantes. ● Formas de aquisição e transmissão: Assim, as larvas originadas a partir do ciclo direto têm maior importância na transmissão, fato sugerido pela maior prevalência da infecção em indivíduos que vivem próximos uns dos outros A penetração de larvas filarioides existentes no solo na pele íntegra ou nas mucosas constitui-se na principal maneira de aquisição da parasitose. A transmissão vertical por meio do aleitamento materno é teoricamente possível, uma vez que foi observada a presença BONDE DAS 13 - UNIT P4 eventual de larvas filarioides no leite de mulheres infectadas na África. A transmissão sexual pode ocorrer quando houver contato de pele e/ou mucosa com conteúdo intestinal que contenha larvas infectantes. Patologia Na chamada enterite catarral, associada às infecções leves, há congestão da mucosa do intestino delgado com pontos esparsos de hemorragia petequial e a mucosa é recoberta com uma secreção mucoide abundante. Do ponto de vista histológico, chama a atenção um infiltrado mononuclear na submucosa; formas parasitárias são observadas raramente nessa localização. O infiltrado inflamatório mais abundante é constituído por neutrófilos e parasitas são observados em grande número na mucosa e na submucosa. Número variável de eosinófilos também costuma ser observado em situações de parasitismo intenso. Clínica Forma aguda - Em alguns pacientes observam-se lesões papulares pruriginosas no local da invasão. Em outros, pode ser visto um quadro urticariforme linear migratório, que pode progredir de 5 a 10 cm por hora, conhecido como larva currens. A passagem das larvas pelos pulmões produz, em geral, sintomas respiratórios leves, como tosse seca e sibilos esparsos. Em alguns casos, são descritas crises de broncoespasmo, com tosse mais intensa e desconforto respiratório. Este quadro pode traduzir uma pneumonite eosinofílica (Síndrome de Löffler), em que são observados também infiltrados pulmonares à radiografia de tórax e eosinofilia periférica. Diarreia, náuseas e vômitos podem ocorrer de forma intermitente. Na maioria das vezes, no entanto, esse estágio da infecção é totalmente assintomático e passa despercebido. Forma crônica habitual - Quando há manifestações digestivas, estas são inespecíficas, podendo ocorrer dor abdominal, predominantemente epigástrica, náuseas, vômitos, meteorismo acentuado e diarreia intermitente. Dependendo da extensão do comprometimento intestinal, o quadro diarreico pode ser acentuado, podendo desenvolver-se síndrome disabsortiva com perda intestinal de proteínas, gorduras e outros elementos. Diagnóstico O diagnóstico da estrongiloidíase, na sua forma habitual, crônica, baseia-se no exame parasitológico de fezes. As técnicas de diagnóstico coproscópico mais eficazes são as que se baseiam no hidrotermotropismo das larvas. Na rotina laboratorial, são mais frequentemente BONDE DAS 13 - UNIT P4 empregados os métodos de Baermann-Moraes e de Rugai e colaboradores. O diagnóstico sorológico, por meio da detecção de anticorpos dirigidos contra antígenos larvários, parece promissor, mas ainda não é utilizado rotineiramente em função da dificuldade na obtenção de antígenos apropriados. Tratamento Durante muito tempo, o benzoimidazólico tiabendazol constituiu-se na droga de escolha para a terapêutica específica da estrongiloidíase. Outro benzoimidazólico com atividade importante sobre esse helminto é o cambendazol. Há ainda outro benzoimidazólico, o albendazol, que apresenta alguma eficácia no tratamento da estrongiloidíase. Profilaxia Tratamento sanitário adequado das fezes, lavagem dos alimentos, uso de calçados, além da pesquisa e do tratamento de todos os infectados, inclusive assintomáticos. Nas instituições que albergam populações com características especiais (asilos, hospitais psiquiátricos, creches), o manuseio e limpeza adequada de objetos, inclusive roupas de cama, deve merecer a devida atenção. Pacientes candidatos a transplante ou com doença hematológica candidatos à terapia imunossupressora devem ser adequadamente investigados quanto à presença de infecção por S. estercoralis. TENÍASE As tênias podem constituir-se de três partes: - A cabeça, que é a parte que se fixa ao intestino - O pescoço, que pode se regenerar - O resto do verme, que consiste em muitos segmentos (chamados proglótides) e que podemconter ovos Se o tratamento não eliminar a cabeça e o pescoço, o verme inteiro pode se regenerar CICLO BIOLÓGICO O homem, como hospedeiro definitivo da T. saginata e da T. solium, alberga o verme adulto, ao passo que os bovinos e os suínos são hospedeiros intermediários destes parasitas. O ciclo biológico inicia-se com a ingestão de carne bovina ou suína crua ou malcozida contendo cisticercos viáveis. BONDE DAS 13 - UNIT P4 Após chegar ao intestino delgado, o escólex do cisticerco sofre um processo de desenvaginação, se fixa ao epitélio intestinal e se desenvolve até a fase adulta do verme A infecção do hospedeiro intermediário ocorre quando os ovos das tênias, eliminados pelas fezes humanas, são ingeridos pelos animais ou pelo ser humano e, ao chegarem ao intestino delgado. Liberam a oncosfera que atravessará a parede do intestino delgado, ganhará a corrente sanguínea e se alojará nos músculos ou nas vísceras do hospedeiro, permitindo o desenvolvimento do cisticerco. O ciclo de vida dos parasitas é completado quando o homem, ao ingerir carne crua ou malcozida de suíno ou bovino, contaminada com os cisticercos, adquire a teníase. Os ovos das tênias sobrevivem por cerca de quatro meses nas pastagens e suportam bem as temperaturas de inverno nos climas temperados e úmidos por mais de dez meses no campo e quatro meses na água. BONDE DAS 13 - UNIT P4 ★ Fonte de infecção da teníase Os trabalhadores rurais são a fonte de infecção da cisticercose animal, pois suas fezes contaminam as áreas de pastagem ou a água e os alimentos ingeridos pelos suínos e bovinos. Os órgãos preferencialmente parasitados, no porco, são o músculo esquelético, o miocárdio, o cérebro e as vísceras e, com a evolução da infecção, a maioria destes cisticercos sofre um processo de degeneração Em relação aos bovinos, os órgãos preferencialmente parasitados são o coração, a língua, a musculatura estriada e o fígado e, menos frequentemente, os pulmões, o baço, os linfonodos e o tecido adiposo. PATOGENIA E QUADRO CLÍNICO As tênias se fixam na mucosa intestinal por meio de suas ventosas e, no caso da T. solium, também pela coroa de acúleos. BONDE DAS 13 - UNIT P4 apesar da intensa forma de fixação, parece não ocorrer lesões significativas na parede interna do Intestino delgado, exceto pequenos pontos hemorrágicos e reações tóxicas e alérgicas decorrentes do longo tempo de parasitismo Constatou-se que o estímulo antigênico para produção de anticorpos é oriundo de secreções das glândulas existentes na superfície do verme e que o escólex e o pescoço são as principais fontes destes antígenos protetores. Testes de inibição da migração de macrófagos mostraram que, nas infecções pela T. saginata, ocorre uma reação de hipersensibilidade do tipo retardada. As infecções intestinais pelas tênias geralmente são assintomáticas, não existindo nenhum sinal ou sintoma patognomônico da teníase O motivo da consulta médica, na grande maioria das vezes, é a eliminação das proglotes pelo ânus com o seu encontro, pelo paciente, nos membros inferiores, nos quais se movimentam ativamente ou aderidos às roupas íntimas. As manifestações clínicas, especialmente quando a T. saginata é o agente etiológico, podem incluir sintomas abdominais difusos e inespecíficos (náusea, vômito e dor) ou sintomas gerais, como cefaléia, tontura, insônia, irritabilidade e dores disseminadas. Fraqueza e perda de peso ocorrem em menos de 25% dos pacientes, associadas com o paradoxal aumento do apetite. Outras vezes, as alterações do apetite são mais extremadas, com a presença de bulimia ou anorexia. A ocorrência de prurido anal ou de estranha sensação anal é muito baixa, em torno de 4% dos pacientes e pode ser consequência da passagem das proglotes pelo ânus. A T. solium costuma causar menos alterações intestinais, embora sua característica mais marcante seja o risco da cisticercose, o que a torna de importância médica muito maior que a T. saginata. No entanto, em determinadas situações, estas tênias, especialmente a T. saginata, ocasionam manifestações graves decorrentes de sua migração e originam quadros de obstrução intestinal por bolo de proglotes, colangite e apendicite. BONDE DAS 13 - UNIT P4 Apesar de ser um parasita habitual do intestino delgado, as tênias ou fragmentos do estróbilo podem invadir o estômago e serem recolhidos por endoscopias ou expelidos pela boca com o vômito. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL É feito pela pesquisa de proglotes ou ovos nas fezes. A tamisação das fezes é um método preconizado para o diagnóstico parasitológico de T. solium e T. saginata asiatica Para maior sensibilidade do método, recomenda-se que o bolo fecal total seja submetido à tamisação. As proglotes grávidas, após serem clarificadas em ácido acético glacial e comprimidas entre duas lâminas, são examinadas contra um foco de luz para estudo das ramificações uterinas. Na última década, foram desenvolvidos vários estudos sorológicos no sentido de identificar antígenos específicos para o diagnóstico da cisticercose e da teníase TRATAMENTO E CONTROLE DE CURA Nas teníases, é importante o diagnóstico prévio da espécie do helminto, pois isso orientará melhor a terapêutica e determinará a adoção ou não de medidas profiláticas relacionadas com a cisticercose no indivíduo infectado e nos seus familiares ou contatantes. - Niclosamida - Praziquantel - Mebendazol - Albendazol - Tribendimidine CONTROLE DE CURA Para tanto, é indispensável o acompanhamento do paciente por 3 a 4 meses com a realização de exames parasitológicos das fezes. Após o uso do vermicida, são eliminados BONDE DAS 13 - UNIT P4 pequenos fragmentos, degenerados e irreconhecíveis, das proglotes do parasita e o escólex geralmente não é visível As medidas de controle da teníase dependem do conhecimento do ciclo biológico das tênias e de procedimentos clássicos usados no combate às demais parasitoses intestinais. As principais medidas podem ser destacadas: - Legislação - Controle da carne - Educação sanitária - Proteção ambiental - Tratamento em massa - Vacinação ERRADICAÇÃO Tendo em vista que as duas espécies possuem características biológicas que as tornam vulneráveis, as razões para isso são: a) Os seres humanos são os hospedeiros definitivos. b) Os portadores humanos são as únicas fontes de infecção para os hospedeiros intermediários. c) Os animais domésticos são os únicos hospedeiros intermediários naturais de importância epidemiológica. d) Não há reservatórios silvestres. Finalmente, muitas tentativas de erradicação vêm sendo implementadas no mundo, seja por meio de intervenções ativas, como a criação de suínos em confinamento, terapia em massa para a cisticercose suína e a teníase humana, e educação sanitária. REFERÊNCIA: Veronesi R., Focaccia R. Tratado de Infectologia. 3ª ed. São Paulo: Ed Atheneu; 2005 BONDE DAS 13 - UNIT P4
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