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ESTÁTICA FETAL Diego Oliveira de Souza INTRODUÇÃO • Disposição do feto no interior do útero durante a gestação, bem como a sua postura no momento do parto. • Instituir o diagnóstico, prognóstico e o tratamento do parto distócico. • Canina, felina e suína • Bovina e equinos INTRODUÇÃO • Distocias de causa fetal – Alterações na estática fetal; – Deficiência de corticosteróides adrenais; – Tamanho do feto; – Gestação prolongada; – Defeitos como duplicação de membros ou cabeça; – Ascites; – Anasarca; – Hidrocefalia. ESTÁTICA FETAL • Pode ser descrita de acordo com: –Apresentação –Posição –Atitude APRESENTAÇÃO • Relação existente entre os eixos longitudinais (coluna vertebral) do feto e da mãe Longitudinal: eixos paralelos (anterior e posterior) Transversal: eixos transversais (dorsal e ventral) Vertical: eixos perpendiculares (dorsal e ventral) APRESENTAÇÃO Longitudinal anterior Longitudinal posterior Fonte: Grunert & Birgel, 1989 Cefálica: grandes animais 95 a 97% Podálica APRESENTAÇÃO Transversal dorsal Fonte: Jackson, 2005 Transversal ventral Transversal ventral APRESENTAÇÃO VERTICAL DORSAL Fonte: Grunert & Birgel, 1989 POSIÇÃO • Relação que existe entre o dorso materno e o feto Dorsal ou Superior: o dorso do feto se relaciona com as porções dorsais da fêmea gestante Inferior: porção ventral do feto com as dorsal da mãe Lateral: dorso do feto com a parede lateral abdominal da mãe (direita e esquerda) POSIÇÃO Lateral Superior Inferior DISTÓCICAS ATITUDE • Modo pelo qual se relacionam as partes móveis do feto com o seu corpo Estendida: na insinuação os membros estão perfeitamente estendidos Flexionada: insinuação com flexão dos membros ou da cabeça ATITUDE ESTENDIDA FLEXIONADA ATITUDE APRESENTAÇÃO POSIÇÃO ATITUDE LONGITUDINAL POSTERIOR DORSAL FLEXÃO DA ARTICULAÇÃO TÁRSICA APRESENTAÇÃO POSIÇÃO ATITUDE LONGITUDINAL ANTERIOR VENTRAL FLEXÃO DA ARTICULAÇÃO TÁRSICA PRINCIPAIS MANOBRAS OBSTÉTRICAS EM ÉGUAS E VACAS • Retropulsão: recolocar o feto para dentro do útero manualmente ou com instrumentos, objetivando espaço físico de manuseio de impossível execução no restrito canal vaginal. Facilitar o manuseio • Extensão: estender porções fletidas de membros, cabeça e pescoço utilizando-se do braço do operador, ganchos, correntes ou cordas, com cuidado, higiene e lubrificação, aproveitando-se da mobilidade e direção das articulações. PRINCIPAIS MANOBRAS OBSTÉTRICAS EM ÉGUAS E VACAS • Rotação: impingir ao feto um giro sobre o seu eixo longitudinal com o intuito de corrigir distocias de posição (garfo obstétrico e lubrificação – Cuidado com torção uterina) • Versão: alterar a apresentação transverso ou verticodorsal ou ventral para a apresentação longitudinal anterior ou posterior • Tração: tracionar o feto quando devidamente insinuado, utilizando-se das mãos, correntes, ganchos e cordas (alternar membros) EQUIPAMENTOS Correntes Obstétricas Correntes Obstétricas com cabo regulável Correntes Obstétricas com cabo de aço EQUIPAMENTOS Fórceps obstétrico DISTOCIA DE ORIGEM FETAL Correção de anomalias de estática fetal - Alterações atitude DISTOCIA DE ORIGEM FETAL Alterações de atitude - anterior DISTOCIA DE ORIGEM FETAL Alterações de atitude - anterior DISTOCIA DE ORIGEM FETAL Alterações de atitude - posterior NAS ESPÉCIES • Bovinos: apresentação longitudinal anterior (95 % dos casos) • Equinos: apresentação longitudinal anterior, posição superior e atitude estendida (99 % dos casos) • Pequenos ruminantes: único (semelhante ao bovino), duplo (o segundo pode ter apresentação posterior), com a posição superior e a atitude estendida geralmente não tem problema CORREÇÃO DAS DISTOCIAS FETAIS • O sucesso da manipulação obstétrica para correção das distocias provocadas pelo feto irá depender: – Espécie animal; – Tempo de evolução do parto; – Viabilidade fetal; – Grau de dilatação das vias fetais dura e mole; – Equipamento disponível; – Local de execução do procedimento; – Preparo do pessoal de apoio. CORREÇÃO DAS DISTOCIAS FETAIS • Cadela e Gata –Pequenas correções de distocia • Introdução do dedo pela vagina •Auxílio ou não de fórceps •Cesariana Parto normal com feto de cão em apresentação anterior, posição superior (dorso-sacra) e atitude estendida DISTOCIAS DE ORIGEM FETAL DISTOCIAS DE ORIGEM FETAL CORREÇÃO DAS DISTOCIAS FETAIS • Grandes animais – Rigorosa higiene do períneo, membros posteriores e cauda – Proteção do obstetra – Água em abundância e lubrificante, antí-séptico, correntes, cordas e ganchos – Exame obstétrico interno específico por via vaginal – estática fetal – Viabilidade e presença de rigor mortis – Resposta contrátil uterina, grau de lubrificação – Dilatação das vias fetais – Manobras dentro do útero é mais fácil do que no espaço vaginal • Feto vivo ou recém-morto, sem rigor mortis ou anquiloses – Facilmente corrigível, • Dificuldade os transversos, as monstruosidades fetais, as posições inferiores e as apresentações posteriores com flexão bilateral da articulação coxofemoral. • Nas distocias de impossível correção com feto vivo, indica-se a cesariana e, nos casos de morte fetal, a fetotomia parcial ou total. DISTOCIA FETAIS • Monstros simples – Polimelia – Hidrocefalia – Anasarca – Ascite – Contraturas e torções articulares • Torcicolo dos potros • Anquilose de membros nos bezerros – Perosomus elumbis Grunert e Birgel (1989) Polimelia • Aumento do número de membros Hidrocefalia • Aumento dos líquidos cefalorraquidianos Anasarca • Edema generalizado do feto – torção do cordão umbilical Contraturas e torções articulares • Anquilose: rigidez de uma articulação Perosomus elumbis • Ausência de vértebras coccígeas, sacras e lombares, com membros contraídos, rígidos ou agrupados DISTOCIA FETAIS • Monstros complexos – Diprosopus – Dicephalus – Thoracopagus – Thoracogastropagus – Ischiogastropagus – Duplicitas posterior – Ciclopia Grunert e Birgel (1989) DIPROSOPUS Duas faces DICEPHALUS Duas cabeças isoladas THORACOPAGUS Fetos unidos pela região torácica THORACOGASTROPAGUS União pela região torácica e abdominal DUPLICITAS POSTERIOR Formação única anterior, com subdivisão do posterior a partir do abdômen. CICLOPIA INTERVENÇÃO NO PARTO QUANDO INTERVIR?? • Alguns pontos a serem considerados – Rompimento dos envoltórios fetais – Atonia uterina – Forças expulsivas improdutivas (feto insinuado ou não) – Intervalo longo entre nascimentos – Via fetal seca (parto seco) – Fêmeas debilitadas – Corrimento vaginal de odor fétido Plano para se determinar como intervir na expulsão do feto Início do parto Expulsão espontânea do feto Interrupção do parto Apresentação, atitude e posição normais Apresentação, atitude e posição alteradas Estimular a expulsão do feto Correção da estática fetal Expulsão do feto é possível Expulsão do feto não é possível Tração forçada vivo morto cesariana fetotomia vivo morto Tração forçada fetotomia DISTOCIAS Fetos absolutamente ou relativamente grandes Anormalidades da estática fetal PROGNÓSTICO OBSTÉTRICO BOM DISTOCIAS Partos muito demorados Ocorrência de grandes contaminações Largura insuficiente da via fetal mole Lesões graves das vias fetais óssea e mole PROGNÓSTICO OBSTÉTRICO RUIM DISTOCIAS QUANDO INTERVIR??? • BOVINO – Presença de corrimento vaginal de odor fétido; – Parturiente apresenta comprometimento do estado geral (sinais de toxemia ou distúrbio metabólico) – Expectativa deparição de produtos grandes – Se após 6h do início de trabalho de parto o bezerro não tiver nascido; • CAPRINOS/OVINOS: fase de expulsão durar mais de 1h e o intervalo entre nascimentos for maior que 30min DISTOCIAS QUANDO INTERVIR??? • SUÍNO – Se 3 a 6h após o início as contrações da musculatura da parede abdominal não nascerem os leitões; – Se após o nascimento de alguns leitões houver demora de mais de 1h para o nascimento de outro produto; DISTOCIAS QUANDO INTERVIR??? • CANINO/FELINO – Presença de corrimento esverdeado, avermelhado ou marrom sem expulsão do produto há mais de 2h; – Parturiente debilitada e com contração há mais de 2h; – Presença de contrações fortes e regulares há mais de 30min sem expulsão do produto; – Intervalo entre a expulsão do 1° e 2° filhotes: 2h; – Intervalo entre a expulsão dos seguintes: 20-30min. FETOTOMIA • Fragmentação do feto no interior do útero, utilizando-se de equipamento específico e removendo as secções correspondentes – Total ou parcial – Animal em estação ou em decúbito – Utilizada em grandes animais, emprego restrito em pequenos ruminantes – Utilizada em casos de morte fetal FETOTOMIA • Operador: paciência, técnica, habilidade e experiência • Antes de iniciar: relação do material necessário, adequação do local, vestuário disponível, grau de conhecimento, familiarização dos auxiliares, protocolo anestésico, água e lubrificante em abundância FETOTOMIA • Constatar morte fetal: - Testar reflexo digital - Testar reflexo de sucção - Reflexo anal nas apresentações posteriores - Palpação do pulso no cordão umbilical FETOTOMIA • FETÓTOMOS: - Possibilita cortes transversais, longitudinais e diagonais voltados para frente e para trás EQUIPAMENTOS FETOTOMIA • INDICAÇÕES: - Feto morto - Fetos absolutos ou relativos grandes - Fetos enfisematosos - Monstruosidades fetais - Fetos que sofreram graves mutilações durante as tentativas de tração - Distocias de impossível correção - Casos de adiantada putrefação FETOTOMIA • CONTRA-INDICAÇÕES: - Estreitamentos das vias fetais - Ruptura uterina - Graves lacerações vaginais - Hemorragias profusas - Produto vivo - Doenças graves da parturiente (toxemia ou septicemia) FETOTOMIA • Para éguas raramente é necessária a execução total (8 cortes para apresentação anterior e 7 para posterior) • Após o procedimento: - Realizar rigoroso exame obstétrico - Lavagem uterina com grande quantidade de água aquecida para a completa remoção dos resíduos de pêlos, ossos, coágulos, tecidos e mecônio Técnica semelhante para a vaca e égua FETOTOMIA • Vacas: • Infusão uterina de antibiótico; • Cobertura antibiótica sistêmica; • Reposição hidroeletrolítica endovenosa; • Éguas: • Lavagem uterina BID, sob rigorosa condição higiênica FETOTOMIA • COMPLICAÇÕES: - Perfuração uterina - Secção da bifurcação uterina - Lesões da via fetal mole FETOTOMIA • CONDIÇÕES PARA O ÊXITO: • Limpeza • Decisão rápida • Trabalhar rápido • Muito lubrificante • Acalmar a paciente (tranquilizante) • Posição adequada da mãe • Anestesia epidural FETOTOMIA Fetotomia total clássica Cortes possíveis Fonte: Prestes & Landin-Alvarenga, 2006 Fim!
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