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AULA 6: Normas jurídicas e Ordenamento Jurídico. IED - Análise das ideias centrais - Situação problema - Pergunta norteadora - Atividade verificadora de aprendizagem - Estudo de caso -Para depois da aula: -AAA -Conteúdo digital Metodologia 3 . TEORIA DA NORMA E DO ORDENAMENTO JURÍDICO OBJETIVOS: -Identificar as características das normas jurídicas. - Identificar as características do ordenamento jurídico. TÓPICOS: 3.1 CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS 3.2 CARACTERÍSTICAS DO ORDENAMENTO JURÍDICO Norma jurídica “Mesmo sem desconhecer que o jurista, ao conceber normativamente as relações sociais, a fim de criar condições para a decidibilidade de seus conflitos, também é um cientista social, há de se reconhecer que a norma é seu critério fundamental de análise, manifestando-se para ele o fenômeno jurídico como um dever-ser da conduta, um conjunto de proibições, obrigações, permissões, por meio do qual os homens criam entre si relações de subordinação, coordenação, organizam seu comportamento coletivamente, interpretam suas próprias prescrições, delimitam o exercício do poder etc.” (FERRAZ JÚNIOR, 2019, p. 73). Bilateralidade Generalidade Abstratividade Imperatividade Coercibilidade Características da norma jurídica Paulo Nader Norma jurídica Paulo Nader Na Teoria Geral do Direito o estudo da norma jurídica é de fundamental importância, porque se refere a elemento essencial do Direito objetivo. Ao dispor sobre fatos e consagrar valores, as normas jurídicas são o ponto culminante do processo de elaboração do Direito e a estação de partida operacional da Dogmática Jurídica, cuja função é sistematizar e descrever a ordem jurídica vigente. Bilateralidade • O Direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, atribuindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Bilateralidade significa, pois, que a norma jurídica possui dois lados: um representado pelo direito subjetivo e outro pelo dever jurídico, de tal sorte que um não pode existir sem o outro. Em toda relação jurídica há sempre um sujeito ativo, portador do direito subjetivo e um sujeito passivo, que possui o dever jurídico. Generalidade • O princípio da generalidade revela que a norma jurídica é preceito de ordem geral, obrigatório a todos que se acham em igual situação jurídica. Da generalidade da norma jurídica deduzimos o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei. Abstratividade Visando a atingir o maior número possível de situações, a norma jurídica é abstrata, regulando os casos dentro do seu denominador comum, ou seja, como ocorrem via de regra. Se o método legislativo pretendesse abandonar a abstratividade em favor da casuística, para alcançar os fatos como ocorrem singularmente, com todas as suas variações e matizes, além de se produzirem leis e códigos muito mais extensos, o legislador não lograria o seu objetivo, pois a vida social é mais rica do que a imaginação do homem e cria sempre acontecimentos novos e de formas imprevisíveis. OBS: Tanto a generalidade quanto a abstratividade, embora constituam características típicas das normas jurídicas, não chegam a ser essenciais a estas, como anota Massimo Bianca, pois há situações especiais em que as normas se revelam individuais e concretas. Imperatividade • Para garantir efetivamente a ordem social, o Direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo, para que haja segurança jurídica e justiça. A norma não imperativa não pode ser jurídica. O caráter imperativo da norma significa imposição de vontade e não mero aconselhamento. Coercibilidade • Coercibilidade quer dizer possibilidade de uso da coação. Esta possui dois elementos: psicológico e material. O primeiro exerce a intimidação, através das penalidades previstas para a hipótese de violação das normas jurídicas. O elemento material é a força propriamente, que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre espontaneamente. Ordenamento Miguel Reale É o sistema das normas em sua plena atualização, que contém soluções para todas as questões que surgirem na vida de relação, devendo ser considerado em seu todo, vigente e eficaz. ORDENAMENTO JURÍDICO O ordenamento é um sistema jurídico, cujos elementos são as normas jurídicas. O ordenamento jurídico é formado por diversas normas, que vigoram em um mesmo Estado, havendo entre elas uma interdependência, servindo uma de fundamento de validade para a outra, o que logicamente pressupõe a inexistência de contradições entre elas. Ordenamento jurídico é um sistema complexo, coeso (ligado) e coerente (sentido lógico), composto de repertório ( conjunto de elementos normativos _normas _ e não normativos _ pois não constituem imposição vinculante e institucionalizada) e de estrutura (regras de relacionamento entre os elementos). Conceito construído com base nos ensinamentos de Tércio Ferraz Júnior, 2019, p.140) Ordenamento jurídico Tércio Ferraz Júnior • Ordenamento jurídico é um sistema complexo, coeso (ligado) e coerente (sentido lógico), composto de: • repertório • elementos normativos : normas • e não normativos : elementos que não constituem imposição vinculante e institucionalizada: • Critérios de classificação • Definições • Preâmbulos • Exposições oficiais de motivos - e estrutura: regras de relacionamento entre os elementos. Concepções sistemáticas •No curso da História do Pensamento Jurídico, são observadas duas concepções sistemáticas, a saber: • Sistema Estático • Sistema Dinâmico . Sistema Estático Neste modelo a validade da norma é determinada pelo seu conteúdo, pelos valores nela contidos. A validação da norma ocorre por um critério material, fundado na sua congruência com um conjunto de premissas de ordem moral, pouco importando o conteúdo das outras normas que integram o sistema. Trata-se de um modelo sistemático de perfil horizontalizado, em que a validade da cada norma é aferida individualmente e não de forma relacional. Este é o traço característico dos sistemas do direito natural, nos quais a validade de cada prescrição normativa é dada pela sua harmonização a conjunto de valores oriundos de uma ordem natural. Desse modo, a norma é validada, se justa ou de acordo com a concepção de Direito Natural cultuada em um determinado momento histórico: universalista, teológica ou racional. Sistema Dinâmico O Sistema Dinâmico representa o modelo do ordenamento jurídico de Hans Kelsen. Nele, a validade da norma é determinada por critérios formais, não sendo determinada pelo seu conteúdo e sim pelo grau de autoridade de quem a elabora. Trata-se, portanto, de um sistema jurídico de perfil verticalizado, em que a validade da norma decorre da sua compatibilidade com as normas hierarquicamente superiores no ordenamento, sendo o conteúdo da norma utilizado apenas como parâmetro relacional, a fim de verificar eventual incoerência entre as prescrições contidas em normas do mesmo sistema, situação em que prevalecerá o comando contido na norma de maior hierarquia. Situação Problema 1. Há relação de uma norma jurídica com outra norma jurídica? 2. Entre todas as normas do país, há uma mais importante que a outra? Ou uma norma fundamental? 3. Entre as normas? Há diferenças? 4. As normas podem ser postas em Hierarquia? Modelo do sistema jurídico na atualidade • Dentro do Culturalismo Jurídico que predomina no pensamento contemporâneo, pode-se dizer que a visão sistemática do ordenamento jurídico se apresenta com uma estrutura predominante dinâmica, no que tange à hierarquização normativa e à interdependência entre as normas, com traços estáticos, uma vez que hoje se reconhece a importância dos valores para a dogmática do direito, que concretamente se expressam no interior do ordenamento na forma de princípios de direito dotados de normatividade, extraídos da Constituição e das demais normas do ordenamento jurídico. VALIDADE DO ORDENAMENTO JURÍDICO • A soberania estatal em termos políticos pressupõe a supremacia do poder do Estado em relaçãoa todos os demais poderes existentes na sociedade e uma atuação em coordenação com os demais Estados na ordem internacional. A soberania do Estado se traduz pelo monopólio da criação e aplicação do direito, de forma que serão válidas apenas as normas jurídicas chanceladas pelo Estado e, do mesmo modo, somente poderão aplicar tais normas os tribunais dotados de autoridade reconhecida pelo Estado (Jurisdição). Reflita: Perguntas norteadoras: 1. Há relação de uma norma jurídica com outra norma jurídica? 2. Entre todas as normas do país, há uma mais importante que a outra? Ou uma norma fundamental? 3. Entre as normas? Há diferenças? 4. As normas podem ser postas em Hierarquia? Estudo de caso: João sai de casa para o trabalho as seis da manhã. Passa por uma passa onde lê uma placa que está sendo afixada naquele momento pela Prefeitura. Nelas estava escrito: Proibido jogar lixo nesse local. Mais a frente, ao entrar no trem, viu que havia apenas um lugar vago, mas não podia se sentar, pois logo acima do acento estava o aviso de que aquele lugar era destinado a pessoas idosas e/ou gestantes, conforme lei Estadual. Diante deste caso, reflita que na realidade social existem diversas afirmações que podem ser chamadas de normas. No entanto, todas as normas com as quais lidamos podem ser qualificadas como normas jurídicas? O que caracteriza as normas jurídicas? Todas as normas jurídicas são iguais ou elas podem ser distintas? Aviso para a próxima aula • Não esqueça: • Trazer uma jurisprudência para a próxima aula, qualquer uma, e de qualquer área do direito. • Isso será usado na sua próxima aula. Leitura Específica • Para saber mais, leia o texto: A Hierarquia normativa. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-39/hierarquia-das- normas-no-direito- dotrabalho/#:~:text=Resumo%3A%20A%20hierarquia%20das%20nor mas,%C3%A1pice% 20a%20norma%20mais%20superior. Acesso em 07/07/2020 PASCHOALOTO, Daniel Lachel. Brasil a caminho do sistema judicial do common law?. Disponível em: Acesso em: 17/01/2021 Veja o que diz a jurisprudência: AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1888109 - RS https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro =202000814932&d t_publicacao=19/11/2020 Aprenda + • Ao final do módulo, amplie seus estudos com as sugestões no podcast : Norma Jurídica: Disponível em: https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9hbmNob3I uZm0vcy8xNTFlN2EzNC9 wb2RjYXN0L3Jzcw . Acesso em 07/07/2020 Leia mais em:ROSA, Alexandre Morais da. Não se faça de Bobbio. DIsponivel em: https://www.conjur.com.br/2016-nov-26/diario-classe-nao- faca-bobbio-importanciaordenamento-juridico Acesso em 17/01/2021 Atividade Autônoma Aura e Conteúdo Digital • Sabemos que você quer aprender mais, por isso, selecionamos duas questões que revisitam o tema/tópico ministrado nesta aula. Você deve resolvê-las, completando, assim, sua jornada de aprendizagem do dia. Acesse o Plano de Aula da disciplina e encontre-as no campo Aprenda +. Depois da aula não deixe de realizar a Atividade Autônoma Aura, disponível no tópico: Aprenda + • Todas as aulas desta disciplina possuem conteúdo digital. Acessem para aprofundar seus conhecimentos.