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LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DISCURSO DE ÓDIO (1) (1)

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UNIFTC
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
DIEGO MORAES
ÉLIS ITÁLIA MENDES RIBEIRO
LETÍCIA PIANCÓ DA SILVA
LUIZ CEZAR COSTA BRITTO
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DISCURSO DE ÓDIO: QUAL O
LIMITE?
Salvador
2022
DIEGO MORAES
ÉLIS ITÁLIA MENDES RIBEIRO
LETÍCIA PIANCÓ DA SILVA
LUIZ CEZAR COSTA BRITTO
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DISCURSO DE ÓDIO: QUAL O
LIMITE?
Trabalho apresentado à disciplina
Hermenêutica Jurídica, com o intuito de
refletir sobre o tema abordado .
Prof. Me. Lisdeili Nobre
Salvador
2022
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DISCURSO DE ÓDIO: QUAL O LIMITE?
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, regulamenta a liberdade de
expressão como direito fundamental da pessoa humana, desta forma, a
manifestação de indivíduos acerca das suas ideias e pensamentos é assegurada
pela norma regulamentadora hierárquica do sistema jurídico Brasileiro.
Contudo, quando o indivíduo utiliza o seu direito de liberdade de
expressão, com intuito de inferiorizar ou discriminar outrem, a liberdade de
expressão já deixa de ser exercida para dar lugar ao discurso de ódio, que acarreta,
dentre outros fatores, o racismo, homofobia, intolerância religiosa e descriminação.
Neste sentido, Gilmar Ferreira Mendes expõe que:
A garantia da liberdade de expressão tutela, ao
menos enquanto não houver colisão com outros
direitos fundamentais e com outros valores
constitucionalmente estabelecidos, toda opinião,
convicção, comentário, avaliação ou julgamento
sobre qualquer assunto ou sobre qualquer pessoa,
envolvendo tema de interesse público, ou não, de
importância e de valor, ou não [...] (2012, p.334).
Muitos defendem qualquer tipo de discriminação tendo como base a
educação, ligada a condição humana, não podendo ser incriminados. Outros já são
discriminados pelo nível de cultura. Sob esse conceito, a lei 7716/89 é mais do que
suficiente para punir e incriminar qualquer forma de preconceito divulgada através
das mídias e tantos outros meios de comunicação.
É notório que, no Brasil, em que pese haver alto índice de diversidade
étnica e racial, até os dias atuais, é comum observar proliferação discurso de ódio
em ambiente de trabalho, ambiente educacional e virtuais, por exemplo, o que
acarreta o aumento de fala e atitudes racistas e discriminatórias. A fim de combater,
ou, de certo modo, reprimir os agentes discriminadores, o Código Penal, em seu
artigo 140, §3º assegura que:
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade
ou o decoro:
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência:
Pena- reclusão de um a três anos e multa.
Além disso, em decorrência da era digital, o preconceito ganhou lugar até no
ambiente virtual, gerando consequências drásticas na vida dos usuários que foram
vítimas do cyberbullyng.
Os proliferadores de ódio utilizam as redes sociais para diminuir, humilhar
e intimidar, usufruindo o meio digital como suporte para disseminar ódio, muitos,
como argumento de liberdade de expressão. Importante salientar que, a liberdade
de expressão é assegurada para os indivíduos a fim de que, através dela, possam
expressar suas ideias e manifestações sem, contudo, ferir os direitos fundamentais
de outro.
ANÁLISE E COMENTÁRIO DO CONTEÚDO
A bússola moral da democracia deveria ser a liberdade de expressão,
essa foi uma das ideias mais potentes da história, ela buscava um debate aberto
sobre todos os pontos, não deixando verdades ficarem escondidas e nem mentiras
ficarem intactas.
Diferente de outros países, no Brasil, ao analisarmos a constituição, é
taxativo que a liberdade de expressão presente no país é limitada.
Art. 5, inciso IX - é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.
O artigo é claro ao citar as atividades que a constituição garante a
liberdade de expressão, portanto, não há de se falar em liberdade plena sendo que a
própria lei pátria limita o seu amparo.
Entretanto, quem decide o que é uma atividade intelectual ou artística? no
inciso X do artigo 5 diz expressamente:
Art. 5, inciso X - são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação.
Por óbvio, podemos nos expressar desde que não violemos nenhum dos
requisitos presentes no artigo, podendo recair no que chamamos hoje de discurso
de ódio. Porém, mais uma vez, quem decide o que é violar a honra, o que é uma
injúria, por fim, quem decide o que é um discurso de ódio?
Fazendo um paralelo com o passado, a figura de exemplo, Sócrates e
Jesus Cristo foram condenados à morte por expressarem suas ideias. Alguém na
época decidia o que podia ou não ser dito. Jhon Stuart Mill defende em seu livro que
ser condenado pela maioria não significa necessariamente estar errado. Segundo o
autor devemos defender a liberdade de expressão do próximo por três motivos
principais: não somos infalíveis, podemos estar errados; mesmo que tenhamos
100% de certeza que estamos certos, ainda assim, a nossa ideia pode ter algumas
falhas e as ideias do outro podem nos ajudar a enxergá-las; evitar que por mais
verdadeiras que sejam, as ideias não se tornem dogmas, ou seja, verdades
incontestáveis que nem sabemos porque acreditamos.
Nos dias atuais, por exemplo, vemos um lado político chamando o outro
de fascista. Sabemos que o fascismo é uma doutrina detestável, todavia, a maioria
das pessoas que usam essa palavra não sabe o que a mesma significa e a usa para
ofender qualquer um que discorde de seu pensamento. Portanto, por mais
detestável que seja o fascismo, ele acabou virando um dogma, prejudicando a
própria credibilidade da ideia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, concordar com alguns tipos de censura pode ser um caminho
sem volta. No final, podemos acabar nos curvando para um estado que diz o que
pode ou não pode ser dito.
"Não haverá curiosidade, nenhum prazer no processo de vida. Todos os
prazeres concorrentes serão destruídos. Mas sempre - não se esqueça disso,
Winston - Sempre haverá a intoxicação de poder, constantemente aumentando e
constantemente crescendo subtercas. Sempre, a cada momento, haverá a emoção
da vitória, a sensação de atropelar um inimigo que está desamparado. Se você quer
uma foto do futuro, imagine uma estampagem de inicialização em um rosto humano
- para sempre." (ORWELL, george. A Revolução dos Bichos)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF
Presidência da 1república, [2016]. Disponivel em: http://planalto.gov.br/
ccivil_03/constituição/constituição.htm. Acesso em 28 abr. 2022.
CPC. [Código Penal Brasileiro]. Presidência da República, Casa Civil, DECRETO-LEI Nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940. Disponível em: http://
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/de2848.htm
http://planalto.gov.br/
http://planalto.gov.br/c
Presidência da República, Lai 7.716 de 5 de janeiro de 1989. Disponivel em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm
ORWELL, george. A revolução dos bichos: um conto de fadas /tradução Heitor
Aquino Ferreira; posfácio Christopher Hitchens. – São Paulo: Companhia das Letras,
2007.
MILL, John. Sobre a Liberdade. Porto Alegre. L&PM. 2016.

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