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Conteudista: Prof. Me. João Pedro da Silva Junior Revisão Textual: M.ª Jessica Romanin Mattus Objetivos da Unidade: Entender sobre a apropriação dos métodos de avaliação; Conhecer os conteúdos e conceitos epidemiológicos do envelhecimento; Conhecer os conceitos básicos de envelhecimento seguido dos dados da transição epidemiológica. Contextualização Material Teórico Material Complementar Referências Introdução e Aspectos Gerais ao Envelhecimento Durante o processo de envelhecimento, o potencial que os idosos apresentam para decidir e atuar em suas vidas de forma independente, no seu cotidiano, é definido pela capacidade funcional. Aptidão física e funcional é a capacidade de realizar as atividades da vida diária de forma independente, incluindo atividades de deslocamento, de autocuidado e participação em atividades ocupacionais e recreativas, ou seja, a capacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida saudável, incluindo um sono adequado. Essa aptidão depende de diversos componentes, em especial a força muscular, a flexibilidade, a agilidade, o equilíbrio, a capacidade aeróbia e a coordenação. Aprofundar-se nessas mudanças ocorridas durante o processo de envelhecimento é de fundamental importância para que os programas de exercício e atividade física considerem essas variáveis e capacidades, resultando em uma maior autonomia durante esse processo. 1 / 4 Contextualização Introdução Daremos início ao nosso conteúdo a respeito do envelhecimento, que deve ser entendido como um processo natural e normal da vida humana, assim como a infância, a adolescência e a fase adulta. Vamos, nesta unidade, fazer algumas reflexões a respeito desse processo, defini-lo nas suas diferentes abordagens e apresentar as interfaces com a Educação Física e os procedimentos de intervenções junto a esta população. Provavelmente você já ouviu termos como: Figura 1 2 / 4 Material Teórico Reflita “velho, velhice, terceira idade, melhor idade, idade de ouro, etc.”, geralmente acompanhados ainda de uma série de terminologia de tratamento no mínimo questionável, tal como é possível de ser verificado nos locais de moradia ou permanência: “creche para idosos, casa de repouso, cada de cuidados, etc.”. Sem contar os diminutivos utilizados, infantilizando a pessoa idosa: “me dê o bracinho, levante a perninha, vamos dar um passinho”, muitas vezes utilizados na primeira infância. Sendo assim, vamos aos conceitos do processo de envelhecimento, aqui apresentado da seguinte maneira: inicialmente abordando os aspectos de caráter mais biológico, seguidos de outros de cunho mais psicossocial. O envelhecimento é um processo natural que tem como característica a perda da adaptação de diversos sistemas do corpo humano, o que resulta na diminuição da capacidade física e funcional, levando à morte (MATSUDO et al., 2001). O envelhecimento vem acompanhado de uma série de efeitos nos diferentes sistemas do organismo, que, de certa forma, diminui a aptidão e o desempenho físico. Esse processo tem sido relacionado às modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que determinam a perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, sendo considerado um processo dinâmico e progressivo (SILVA JUNIOR et al., 2011). Considera-se o envelhecimento como um fenômeno natural, mas que geralmente apresenta um aumento da fragilidade e vulnerabilidade devido à influência dos agravos à saúde e do estilo de vida. Para Nahas (2006), o envelhecimento é um fenômeno complexo e variável, sendo o seu estudo realizado sob uma perspectiva interdisciplinar. Também define o envelhecimento como um processo gradual, universal e irreversível, provocando uma perda funcional progressiva no organismo. Esse processo é caracterizado por diversas alterações orgânicas, como a redução do equilíbrio e da mobilidade, das capacidades fisiológicas respiratória e circulatória e modificações psicológicas (maior vulnerabilidade à depressão). Esse processo está associado às perdas funcionais e biológicas, como o desenvolvimento das doenças crônicas, doenças cardiovasculares, perda da massa muscular e da força e diminuição do equilíbrio. Com isso, perde-se capacidade funcional, resultando na perda da autonomia. O envelhecimento humano é um fenômeno natural, social, irreversível e mundial, que não pode ser caracterizado apenas pela degeneração biológica, mas sim como resultado dessa situação relacionada com problemas e limitações de ordem econômica, de condições políticas, históricas e socioculturais que singularizam esse processo (MATSUDO et al., 2013). Você, que está acompanhando esta discussão, pode começar a se fazer alguns questionamentos. Já que se trata de um processo de perdas, qual é o papel e as abordagens da atividade física, exercício e esporte neste processo? O que devemos esperar de resultados e benefícios resultantes da prática de atividade física nesta população? Esses e outros conteúdos serão ainda abordados nesta unidade e complementados nas unidades seguintes. Figura 2 Mas por que entender de envelhecimento, se é um grupo tão restrito e específico? Será que essas duas últimas afirmações são verdadeiras e procedentes? Vamos aos dados nacionais brasileiros. Você sabia que, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020), em 2019, o número de idosos no Brasil chegou a 32,9 milhões. Isso mostra que a tendência de envelhecimento da população vem se mantendo crescente e que o número de pessoas com mais de 60 anos no país já é superior ao de crianças com até 9 anos de idade. Os 7,5 milhões de novos idosos que ganhamos de 2012 a 2019 representam um aumento de 29,5% neste grupo etário. Recentemente, o IBGE divulgou uma série de projeções de longo prazo sobre o avanço populacional no Brasil. Uma delas aponta para uma desaceleração no ritmo de crescimento e uma consequente inversão na nossa pirâmide etária. Destaca que o crescimento da população brasileira total foi elevado, o aumento da população idosa do Brasil tem sido muito mais intenso do que no cenário global. O número de brasileiros idosos de 60 anos ou mais era de 2,6 milhões em 1950, passou para 29,9 milhões em 2020 e deve alcançar 72,4 milhões em 2100 (IBGE, 2020). Figura 3 – Projeção da Pirâmide Etária Brasileira para o ano de 2050, segundo o IBGE Podemos verificar na Figura da pirâmide etária da população brasileira alguns pontos importantes e fáceis de serem identificados que merecem nossa atenção: A pirâmide etária brasileira não tem mais seu formato em pirâmide; O envelhecimento ocorre em ambos os sexos, mas, como em países desenvolvidos, o envelhecimento no Brasil também é majoritariamente feminino; O número da população idosa supera o número da população infanto-juvenil. O resultado da transição demográfica se inicia com a redução das taxas de mortalidade e, depois de um tempo, com a queda das taxas de natalidade, provocando significativas alterações na estrutura etária da população. As projeções indicam que em 2050 “(IBGE, 2020), a população brasileira será de 253 milhões de habitantes, a quinta maior população do planeta, abaixo apenas da Índia, China, EUA e Indonésia”. Terá passado menos de 40 anos entre 2005, quando a taxa de fecundidade total do país atingiu 2,1 filhos por mulher (nível para se alcançar um crescimento demográfico sustentado nulo), e o período de crescimento verdadeiramente nulo da população brasileira. Podemos afirmar que o envelhecimento populacional é um fenômeno mundial decorrente de diversos fatores, tais como os avanços científicos e tecnológicos ocorridos nas últimas décadas. Por isso, os países têm buscado, cada vez mais, compreender o processo de envelhecimento populacional, procurando alternativas para manter seus cidadãos idosos socialmente e economicamente integrados e independentes”. Isso porque a presença crescente de pessoas idosas na sociedade impõe o desafio de inserir o tema do envelhecimento populacional na formulação das políticas públicas e de implementar ações de prevenção de doenças crônicas e cuidado direcionados às suas necessidades, subsidiando a organização de uma rede com capacidade para ofertar serviços e ações no âmbito da proteção social. Assim podemos considerar o surgimento e crescimento de diversos serviços e atividades específicos para esta demanda da população: bailes, cruzeiros, horários de lazer específicos, cosméticos, horários exclusivos em academias, salões de beleza, garantia de reservas em viagens gratuitas, entre outros. Não é diferente na ciência, com especificidades necessárias para atender os integrantes dessa faixa etária, que muitas vezes são arrimo de famílias, consumidores e atuantes na sociedade de maneira ativa social e economicamente. Destacamos ainda que as garantias de alguns direitos e deveres assegurados a esta população já estão civil e politicamente bem consolidadas, vide o Estatuto do Idoso. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Sendo assim, vamos às áreas destinadas a esta população. A Geriatria é uma especialidade médica que abrange os conhecimentos em torno do diagnóstico e do tratamento das doenças que comprometem a saúde do indivíduo em processo de envelhecimento. Já Gerontologia é um termo utilizado pelas diversas áreas de conhecimento, sejam elas: ciências biológicas e da saúde, ciências humanas e sociais aplicadas e ciências exatas que estudam o processo de envelhecimento inter-relacionando ao contexto socioeconômico, cultural e ambiental (JACOB-FILHO et al., 2006). Entende-se que a Gerontologia propõe a articulação das áreas de conhecimento por meio de discussões e investigações de equipes multi ou interdisciplinares no intuito da construção e da consolidação de políticas e dos programas de saúde na área do idoso. Enfim, é um campo vasto aos profissionais, que podem atuar de maneira multi, inter e transdisciplinar nas questões que cercam o processo de envelhecimento humano. Sabendo que o envelhecimento é um processo natural do ser humano e que, durante este processo, vamos perdendo algumas capacidades físicas e neurológicas, os exercícios físicos são muito indicados para retardar e prevenir essas perdas (MATSUDO et al., 2008). A autora confirma que o envelhecimento vem acompanhado de Leitura Lei nº 10.741, de 1º de Outubro de 2003 Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm uma série de efeitos nos diferentes sistemas do organismo que, de certa forma, diminui a aptidão e o desempenho físico. Devemos nos aprofundar, nesse sentido, entre os diversos fatores que envolvem o conceito de envelhecimento e suas peculiaridades, senescência e senilidade. A senescência ou envelhecimento fisiológico é definido como um conjunto de alterações que ocorrem no organismo humano que implica perda progressiva da reserva funcional sem que comprometa as necessidades básicas de manutenção da vida (JACOB-FILHO et al., 2006). Em contrapartida, a senilidade ou envelhecimento patológico denomina-se como conjunto de alterações que ocorrem no organismo em decorrência de doenças e do estilo de vida que acompanha o indivíduo até a fase idosa. Entende-se que as doenças (senilidade) associadas às perdas fisiológicas (senescência) em idade avançada poderão levar à insuficiência de órgãos, à incapacidade funcional e ao óbito. Para o aprofundamento nesses termos e para facilitar seu entendimento, utilizaremos como apoio as teorias de Shumway-Cook (2003). Há duas linhas teóricas principais que investigam o envelhecimento: uma considera os aspectos primários; a outra, os secundários. A primeira está relacionada às características genéticas e à deterioração do sistema nervoso; a segunda avalia a influência dos danos causados por fatores ambientais, como a radiação, a poluição, o estilo de vida, entre outros. O envelhecimento como fenômeno complexo requer uma inter-relação entre os diversos componentes associados. No entanto, muitos desses efeitos deletérios são secundários à falta de atividade física. Por esta razão, a prática regular da atividade física torna- se fundamental nessa época da vida. Quando abordamos o estilo de vida e o processo de envelhecimento, é possível destacar a fundamental importância da prática de atividade física durante esse processo. O impacto dessa prática é tão relevante que é possível afirmar que realizar ou não atividade física pode ser determinante para um envelhecimento bem-sucedido. A hipótese biológica sugerida para explicar o declínio do nível de atividade física com o avanço da idade cronológica seria a da diminuição de dopamina, que age sobre algumas áreas específicas do cérebro e que está relacionada com a locomoção. Acrescenta-se a essa hipótese os fatores não biológicos, como as variáveis psicológicas, sociais e do ambiente físico, que estão relacionadas ao nível de atividade física (SALLIS et al., 2000). Existe, com avançar da idade, uma relação entre o nível de atividade física na limitação funcional (MATSUDO et al., 2008), a incapacidade e fragilidade (BOYLE et al., 2010) e a mortalidade (MANINI et al., 2006). O nível de atividade física é um indicador importante de saúde da população idosa, estima-se que 18% dos homens e 14% das mulheres de 65 a 74 anos atinjam a recomendação de atividade física moderada durante a semana. Com o avançar da idade, o decréscimo é verificado quando, para idosos acima de 75 anos, a recomendação mínima de atividade física para saúde passa a alcançar apenas 8% dos homens e 4% das mulheres (ACSM, 2009). A recomendação é acrescida, além dos 150 minutos de atividade aeróbica, com exercícios de força muscular, equilíbrio e flexibilidade (NELSON et al., 2007; ACSM, 2020). Essa diminuição da atividade física interfere no estilo de vida, que pode, por sua vez, tornar-se sedentário; esses hábitos não saudáveis resultam no aumento das doenças crônicas, quedas, dependência funcional, etc. (MACIEL et al., 2005). A autonomia está relacionada à qualidade de vida e à capacidade de manter as atividades de vida diária (AVD), associadas às atividades de autocuidado, e a dependência de outro para a sobrevivência passa a ser vital. O "envelhecimento saudável” é o processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que possibilita o bem-estar em idades mais avançadas (SANCHEZ et al., 2020). Sabe- se dos reais benefícios da atividade física ao longo de todo o processo de envelhecimento; a prevenção por meio do exercício físico é fundamental para manter a funcionalidade, diminuir a perda muscular, acrescentar força e ajudar na conscientização corporal, diminuindo o risco de quedas e melhorando a locomoção e AVD. A atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo são necessárias para a promoção da saúde e qualidade de vida durante o processo de envelhecimento (MATSUDO et al., 2001). Entre os motivos que dificultam a adesão à prática da atividade física durante o processo de envelhecimento estão as sensações negativas associadas ao exercício, tais como dor no peito, desconforto, medo de cair, a preocupação com a segurança e a autopercepção negativa de saúde, mesmo sabendo que atividade física pode manter e/ou minimizar os efeitos deletérios comuns do envelhecimento, como a redução da musculatura (sarcopenia) e perda de força muscular em relação à massa (dinapenia) (OLIVEIRA et al., 2017). Reduzir o comportamento sedentário e aumentar a atividade física pode proporcionar benefícios à saúde de idosos (BUENO et al., 2020). O comportamento sedentário resulta em riscos cardiometábolicos, obesidade, instabilidade e quedas, prejuízo na mobilidade, fragilidade, prejuízo cognitivo, tontura, incontinência urinária e sintomas depressivos (COPELAND et al., 2017). Já a influência da atividade física na capacidade funcional se dá de acordo com a condição que o indivíduo possui de viver de maneira autônoma e de se relacionar em seu meio em função dos níveis de independência, considerada como habilidade para realizar atividades básicas da vida diária (ABVD) e/ou atividades instrumentais da vida diária (AIVD), atividades essas associadas à mobilidade e à função física (FECHINE et al., 2017). Sua perda está associada a maior risco de institucionalização, que, por sua vez, associada à dificuldade ou impossibilidade das atividades de autocuidado, resulta na dependência de outro para a sobrevivência, e muitas vezes a família opta por encaminhar para uma instituição. Os fatores envolvidos na institucionalização do idoso são a idade, o sexo, a situação conjugal, a escolaridade, a mobilidade, a incapacidade funcional e a inatividade física (BELTRAN et al., 2017; CAMARANO et al., 2010). As Instituições de Longa Permanência (ILPIs) são uma realidade, seguem em expansão diante do atual envelhecimento da população e aumento da expectativa de vida, seguidos das reduções das capacidades físicas, cognitivas e mentais (RASO et al., 2013; PEREIRA et al., 2019). Outras variáveis também são importantes, assim mudanças da marcha e da locomoção se tornam problemas comuns no desempenho funcional de idosos. A velocidade de andar se relaciona com o estado geral da saúde, a capacidade funcional, a aptidão física, a função cardiovascular e a realização das atividades da vida diária. Entre as características mais comuns da marcha que apresentam alterações com o envelhecimento, podemos citar (MACIEL et al., 2005; BELTRAN et al., 2017): Diminuição no comprimento da passada; Alteração na velocidade normal de andar; Alterações nas rotações pélvica e escapular; Aumento da largura do passo. Fatores como a idade, o sexo, a velocidade de andar e o comprimento da passada tornam-se determinantes para os níveis de dependência da população idosa, podendo levar à institucionalização. As quedas também são fatores importantes e, em alguns estudos com idosos longevos, foram consideradas um fator de risco para mortalidade. Nos estudos sobre envelhecimento, é consenso que a fragilidade é um dos fatores mais decisivos para a manutenção do estilo de vida independente, característica que é resultante da força muscular (RABELO et al., 2013). De modo geral, representa uma maneira de medir se uma pessoa é ou não capaz de independentemente desempenhar as atividades necessárias para cuidar de si mesma e de seu entorno. No Brasil, a queda é considerada a principal causa de hospitalização por lesões em decorrência de causas externas em idosos, ocasionada pela inatividade de exercícios. Alterações morfofisiológicas decorrentes cita que as quedas também podem ser ocasionadas por fatores extrínsecos como a presença de móveis instáveis, escadas sem corrimão, tapetes soltos, iluminação inadequada, pisos escorregadios, camas, sofás, cadeiras e vasos sanitários com altura inadequada, uso de calçados mal adaptados e fios elétricos soltos no domicílio. Para finalizar esta Unidade, vamos ressaltar conceitos que devem ser claros na organização de programas de atividade física para idosos e quais deveriam ser seus objetivos. Alguns dos conceitos que serão tratados no final desta Unidade têm sido adequadamente definidos e compilados pelos melhores especialistas da área, que, em reunião especial, chegaram a alguns consensos. Dentre os conceitos que merecem especial atenção, estão: E os objetivos de um programa de atividade física devem envolver: Atividade física: definida como qualquer movimento corporal produzido em consequência da contração muscular e que resulte em gasto calórico; Exercício: definido como uma subcategoria da atividade física que é planejada, estruturada e repetitiva, resultando na melhora ou manutenção de uma ou mais variáveis da aptidão física; Esporte: subcategoria da atividade física que envolve desempenho e competição. A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004) lançou, pelo meio de assembleia mundial, a estratégia global para alimentação, atividade física e saúde, estimulando os países membros a desenvolver programas nacionais de promoção de atividade física no combate à sedentarismo. Já no Brasil podemos destacar no Sistema Universal de Saúde (SUS), que, através do meio da alteração feita na redação de sua legislação em 2013, no artigo 3º da Lei 8.080, acrescenta a atividade física, como um dos determinantes e condicionantes da saúde. No art. 3º da referida lei, os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do país, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais (MINISTERIO SAÚDE, 2013). Destacamos a importância dos profissionais de Educação Física refletirem sua real importância ao exercer suas atividades profissionais com enfoque na saúde da população idosa, na promoção, prevenção e recuperação de saúde. Para o Ministério da Saúde, na Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSPI), em 2006: Aptidão física: é considerada não como um comportamento, mas uma característica que o indivíduo possui ou atinge, como a potência aeróbica, endurance muscular, força muscular, composição corporal e flexibilidade; Capacidade funcional: A Capacidade Funcional (CF) do idoso, no seu significado mais amplo, inclui sua habilidade em executar tarefas físicas, a preservação das atividades mentais e uma situação adequada de integração social; Autonomia: capacidade de gerenciar-se, tomar decisões e planejar seus objetivos. Tem relação direta com a aptidão mental da pessoa; Independência: capacidade de fazer suas atividades do dia a dia sem precisar da ajuda de terceiros. Tem relação com a habilidade física; Fragilidade: é conceituada como uma síndrome clínica, que pode ser identificada por perda de peso involuntária, exaustão, fraqueza, diminuição da velocidade da marcha e do equilíbrio e diminuição da atividade física. O enfrentamento das doenças crônicas requer mais do que intervenções farmacológicas ou cirúrgicas. É necessário fortalecer as propostas de promoção da saúde que incluem a redução do sedentarismo, a alimentação saudável, a redução do tabagismo e do consumo de álcool (KOHL et al., 2004). O profissional de Educação Física hoje é componente fundamental das equipes multidisciplinares que atuam em hospitais, em conjunto com médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e outros colaboradores, conforme a resolução CONFEF 391/2020: Deixamos aqui uma série de informações que podem esclarecer e orientar as intervenções dos programas de atividades físicas e os programas de exercícios para população idosa. As atividades tem o objetivo de garantir ao idoso um envelhecimento saudável, que preserva a capacidade funcional e a autonomia, mantendo o nível de qualidade de vida; Deve ser feita a inserção do profissional de Educação Física no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF); O profissional de Educação Física tem um importante papel prescrevendo, orientando e acompanhando atividades físicas com foco em prevenção e promoção da saúde. “Art. 2º – Reconhecer que o Profissional de Educação Física possui formação para intervir em contextos hospitalares, em níveis de atenção primária, secundária e/ou terciária em saúde, dentro da estrutura hierarquizada preconizada pelo Ministério da Saúde e considerando o SUS.” Discutiremos, posteriormente, cada um desses temas e conceitos, apresentando e aprofundando a respeito de promoção de atividade física e exercícios para idosos. Até lá. Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Filmes Diário de uma Paixão Talvez o mais conhecido de todos, o filme é sobre a história de Duke e Allie. Os dois vivem em uma clínica geriátrica, e ele conta para ela, que sofre de Alzheimer, a história de amor que os dois vivem desde 1940. A forma como o filme aborda a questão da Doença de Alzheimer é fantástica. Allie não reconhece mais Duke, mas mesmo assim, todos os dias, ele a encontra para contar sobre a vida que os dois viveram, os lugares que conheceram e os filhos. Muitas vezes, as pessoas acham que quem sofre dessa doença deve ser esquecido, assim como as memórias que foram perdidas. 3 / 4 Material Complementar Diário de Uma Paixão - Trailer https://www.youtube.com/watch?v=9FRllA0YP3Y UP – Altas Aventuras Ainda que seja uma animação, o filme conta para crianças e adultos sobre alguns medos, mas principalmente sobre as aventuras emocionantes que podem acontecer quando se chega à terceira idade. Ainda que Carl, o personagem velhinho, esteja em depressão e tentando se isolar do mundo, o garoto Russel insiste em se manter ao lado do idoso. Juntos, os dois começam uma amizade, e Carl redescobre o sentido da vida durante a velhice. Cartas para Julieta Verona, na Itália, é o cenário em que a história de amor entre Romeu e Julieta aconteceu. A jovem Sophie se junta a um grupo de voluntárias que responde cartas que outras pessoas escrevem ao casal desafortunado de Trailer - UP - Altas Aventuras ( Legendado ) https://www.youtube.com/watch?v=ydmQXtfnnFY Shakespeare. Uma das mensagens chama a atenção: a de Claire, uma idosa que, em 1957, há 50 anos, desistiu de seu grande amor, Lorenzo. Juntas, a jovem e a idosa vão buscar o amor de Claire. Embora “açucarado”, cartas para Julieta resgata a questão da autonomia e de como os idosos podem ainda perseguir seus sonhos. É um filme bastante motivador. E Se Vivêssemos Todos Juntos? Dois casais e um solteirão convicto: Annie, Jean, Claude, Albert e Jeanne são amigos há mais de 40 anos. Quando a saúde de um deles é afetada e ir para um asilo parece ser o único caminho, todos eles decidem viver juntos em uma mesma casa, criando uma espécie de república para quem tem mais de 75 anos. Um jovem decide fazer um filme sobre o grupo, e, então, eles falam sobre tabus da terceira idade: sexualidade, solidão, família e morte. Filmes que contam histórias que os idosos não estão acostumados são interessantes para que eles, e para quem ainda não chegou à terceira idade, possam parar para pensar sobre o assunto e discutir depois com amigos e familiares e repensar as próprias atitudes. Cartas Para Julieta - Trailer O�cial Legendado https://www.youtube.com/watch?v=ve5aUbb7gA8 Amor Da lista, esse é o filme mais recente. Aclamado por tratar o amor na velhice, o concorrente ao Oscar de 2013 conta a história de Georges e Anne, um casal de professores de música aposentados. Quando ela adoece, o amor deles é colocado à prova. E Se Vivêssemos Todos Juntos? - Trailer legendado AMOR - Trailer O�cial https://www.youtube.com/watch?v=Sp-N5b5I1qI https://www.youtube.com/watch?v=1A0ErvTz5TY Leitura O Lazer Sob a Perspectiva de Pessoas Idosas: Importância, Significados e Vivências Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/546 BELTRAN, D. C. G. et al. Relação do padrão de marcha associado com a aptidão física e a capacidade funcional de residentes de instituições de longa permanência. Estud. interdiscipl. envelhec., Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 43-55, 2017. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/RevEnvelhecer/article/view/59904/48724>. Acesso em: 12/10/2021. BOYLE, P. A. et al. Physical frailty is associated with incident mild cognitive impairment in community-based older persons. J Am Geriatr. Soc., Malden, MA, v. 58, n. 2, p. 248-255, 2010. BRASIL. Conselho Federal de Educação Física. 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