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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS AULA 5 Prof.ª Aline Andrade Barbosa da Silva CONVERSA INICIAL Saudações, caros(as) alunos(as)! Vamos iniciar mais uma aula, que se propõe a demonstrar os conceitos referentes à alavancagem, ponto de equilíbrio e modelo DuPont. Pretendemos trazer uma abordagem simples, de maneira a traduzir a linguagem técnica para vocês. Ademais, desejamos que, até o final da aula, vocês sejam capazes de saber a utilidade de cada uma das ferramentas mediante a exposição dos seguintes temas: Alavancagem financeira (GAF); Alavancagem operacional (GAO); Alavancagem total; Ponto de equilíbrio; Ponto de equilíbrio (Break Even Point) (financeiro, operacional e contábil); Análise de rentabilidade pelo modelo DuPont. Recordem-se que: “A aprendizagem é uma bússola que nos guia numa evolução contínua”. Ótimos estudos! CONTEXTUALIZANDO No ramo de Finanças, alavancagem é um termo empregado para nomear toda técnica de multiplicação de rentabilidade por meio de dívidas. A alavancagem financeira consiste na utilização de capitais de terceiros para aumentar os ganhos de um investimento. Acontece quando o acionista atua com recursos superiores ao seu patrimônio, ou seja, o investimento é maior que o valor em caixa. Por outro lado, a alavancagem operacional, sendo um dos tipos de alavancagem, refere-se à relação entre custos fixos e variáveis. Trata-se de uma ferramenta importante para empresas com volume de custos fixos maiores. O grau de alavancagem operacional auxilia na tomada de decisões, análise de gestão do custo-volume-lucro e na formação de preços. A alavancagem total consiste na combinação entre alavancagem financeira e alavancagem operacional e está associada à utilização potencial de custos fixos, operacionais e financeiros. Pode ser conceituada como sendo a relação entre variação percentual do lucro líquido e a variação percentual do nível operacional da companhia. Outro indicador relevante é o ponto de equilíbrio que corresponde ao valor de receita capaz de arcar com os custos e as despesas fixas. Em outras palavras, o ponto de equilíbrio constitui um indicador que sinaliza quando o lucro é igual a zero. Por fim, temos a análise de rentabilidade pelo modelo DuPont, que trata de uma decomposição do Retorno sobre o Patrimônio Líquido. Nas próximas seções, detalharemos cada um desses tópicos, a começar pela alavancagem financeira. TEMA 1 – ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF) A alavancagem financeira consiste em aumentar o retorno para o investidor, em situações em que a rentabilidade da companhia for superior ao custo de empréstimos de terceiros. Vamos imaginar um exemplo para aprender esse conceito de uma forma mais simples. Suponha que você possui à sua disposição uma aplicação segura que rende 5% ao mês. Você já investiu todo o recurso que poderia. Então você descobre que seu avô possui um investimento com rendimento de 1%. O que você faria para retirar um “lucro” dessa aplicação? Claramente, você faria uma proposta para o vovô, em que pegaria o dinheiro dele para aplicar, remuneraria o rendimento dele (que é de 1%) e ficaria com o restante. Assim, se no exemplo fornecido você pegasse R$ 50.000,00 com seu avô, a 1%, como a sua aplicação renderia 5% ao mês, sobraria 4% que, em reais, corresponderia a R$ 2.500,00. A alavancagem financeira atua sob a mesma ideia. O elemento principal é a comparação entre Taxa de Retorno do Ativo e Custo do Empréstimo. Quando a Alavancagem ou o Grau de Alavancagem é superior a 1, o endividamento funciona como uma alavanca sobre o lucro que resta para o acionista. A equação da GAF é: Em que: LL = Lucro Líquido; PL = Patrimônio Líquido; DF = Despesa Financeira A = Ativo. Uma fórmula variante para cálculo da GAF utilizado por alguns autores é: O Ativo pode ainda ser substituído por PL + Passivo Exigível. Vamos aprender na prática com um exemplo de alavancagem financeira? Ativo 10.000 Passivo 0 PL 10.000 Lucro antes juros 2.000 Despesa de juros 0 Lucro após juros 2.000 Suponha que a empresa possua um retorno sobre o patrimônio líquido de 20%. Assim, teremos que ROE = LL / PL = 2.000 / 10.000 = 0,2 ou 20%. Caso a companhia consiga aumentar suas atividades operacionais, por meio de capital de terceiros (na figura de empréstimos), mantendo a mesma margem de lucro, a atratividade da operação dependerá do custo desse empréstimo. Agora, imagine que essa empresa fez um empréstimo de 10.000 ao custo de 10%. Ativo 20.000 Passivo 10.000 PL 10.000 Lucro antes juros 4.000 Despesa de juros –1.000 Lucro após juros 3.000 O retorno sobre o Patrimônio Líquido aumentou para 40%, pois LL / PL = 4.000 / 10.000. Isso aconteceu porque a rentabilidade da sociedade (20%) é maior do que o custo do empréstimo (10%). Assim, temos: Como o Grau de Alavancagem Financeira é maior que 1, é ideal a empresa captar empréstimos. Para um empréstimo de R$10.000 ao custo de 20%. Ativo 20.000 Passivo 10.000 PL 10.000 Lucro antes juros 4.000 Despesa de juros –2.000 Lucro após juros 2.000 O retorno sobre o Patrimônio Líquido permaneceu o mesmo, haja vista ROE = LL / PL = 3.000 / 10.000. A previsão era esta, pois o custo do empréstimo é igual à rentabilidade da empresa. Como GAF é igual a 1, captar empréstimos é neutro, visto que não afeta o retorno para o investidor. Para uma situação em que o empréstimo seja de R$ 10.000 ao custo de 30%. Ativo 20.000 Passivo 10.000 PL 10.000 Lucro antes juros 4.000 Despesa de juros –3.000 Lucro após juros 1.000 O retorno sobre o Patrimônio Líquido é igual 1.000 / 10.000 = 0,1 ou 10%, e diminuiu, pois o custo do empréstimo (30%) é maior que a rentabilidade da empresa (20%). GAF = (LL / PL) / [(LL + DF) / A] = (1.000 / 10.000) / [(1.000 + 3.000)] / 20.000] = 0,5. Como o GAF é menor que 1, a obtenção de empréstimos diminui o retorno para o acionista. TEMA 2 – ALAVANCAGEM OPERACIONAL (GAO) A Alavancagem Operacional, em termos mais simples, consiste em avaliar o ganho extra no lucro operacional (lucro antes dos juros e impostos de renda) para cada novo item de receita. Tal análise é importante, tendo em vista que auxilia na tomada de decisões. Assim, podemos descobrir se a receita operacional gera lucros decrescentes e, dessa forma, pode ser viável não aumentar a produção e o empenho de vendas. Na elaboração do cálculo da alavancagem operacional, habitua-se dividir os elementos de custos e despesas em duas partes, a fixa, que não varia conforme a receita, e a variável, que varia de acordo com a receita. Sua construção se parece com a Demonstração do Resultado do Exercício. Dessa forma, quando não existe informações suficientes para dividir as partes fixas das variáveis, utiliza-se o Custo de Mercadorias Vendidas como variável e as outras despesas como fixas. Suponhamos um formato padrão para cálculo de alavancagem operacional. Atual 10% 20% –10% –20% Receitas Líquidas 2.000 2.200 2.400 1.800 1.600 CMV – custos variáveis (800) (880) (960) (720) (640) Margem de contribuição 1.200 1.320 1.440 1.080 960 Custos fixos (800) (800) (800) (800) (800) Lucro antes do IR e Juros 400 520 640 280 160 Por meio do exemplo acima, podemos notar que, a partir da receita atual, um aumento de R$ 200 (10%) na receita faz com que o lucro aumente R$ 120 (30%), assim como a diminuição de 10% da receita faz com que o lucro diminua 30%. Em vista disso, podemos afirmar que o grau de alavancagem operacional dessa companhia é de 3 vezes, isto é, para o valor atual, um aumento de 1% nas vendas gerará um aumento de 3% no lucro operacional. O grau de alavancagem descrito sempre dependerá da receita atual ou esperada. A fórmula para cálculo é descrita a seguir: Calculando nas duas equações: Existe outra possibilidade de escrever a equação de GAO: A companhia se habitua a desenvolver suas operações no máximo possível de sua capacidade, e em caso de ociosidade trata-se de uma economia fria e os investimentos realizados deixariamas fábricas com mais capacidade do que a procura feita pelo mercado. Quando as companhias operam no limite de sua capacidade, podem empregar um esforço para aumentar a fabricação, sem grandes investimentos, mas isso não é contabilizado como custo fixo, mas como variável. Acontece que se há carência de aumentar patamar de fabricação, a partir do estado atual em que a empresa está desempenhando suas atividades com 90% a 100% da capacidade, será indispensável investimento de capital mais pesado, o que repercutirá em aumento dos ativos fixos, das depreciações etc. Sendo assim, a partir de certo ponto, para ampliar de forma relevante as vendas, poderá ser necessário alterar o nível de custos fixos, com investimentos em imobilizado. Por conta disso, a alavancagem operacional é conceituada a partir de determinado referencial de vendas e produção. TEMA 3 – ALAVANCAGEM TOTAL A alavancagem total consiste no efeito combinado entre o grau de alavancagem financeira e grau de alavancagem operacional. O GAF de capital próprio é proveniente de capital de terceiros na estrutura de financiamento da empresa. Dessa maneira, não existe alavancagem financeira caso a companhia não utilize capitais de terceiros em sua estrutura de capital, visto que esta está ligada ao passivo da entidade. A função do grau de alavancagem total (GAT) é analisar o efeito total da estrutura de custos de uma companhia sobre o processo decisório operacional e financeiro, de modo a apresentar o risco do negócio. Tal afirmação pode ser esclarecida pelo quadro abaixo: Quadro 1 – Alavancagens versus risco Ativo Passivo Alavancagem Operacional GAO Alavancagem Financeira GAF Risco Operacional Risco Financeiro Alavancagem Combinada ou Total GAO × GAF Risco da Empresa A fórmula do grau de alavancagem total é: A combinação entre os dois tipos de alavancagem viabiliza a análise dos efeitos que uma modificação no volume de vendas realiza, simultaneamente, sobre o resultado operacional (Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda) e líquido. Caso uma organização trabalhe com um comportamento de alta da alavancagem operacional e financeira, poucas alterações no volume de atividade geram grandes modificações nos lucros líquidos. Para um entendimento maior, suponha que uma companhia tenha um lucro por ação atual de R$ 6,00 e esteja considerando determinar seu novo lucro por ação se sua receita atual aumentar 10%. Imagine que a margem de contribuição é de R$ 30.000.000,00, os custos fixos são de R$ 6.000.000,00 e a despesa com juros é de R$ 3.000.000,00. A primeira tarefa consiste em calcular a porcentagem de reação que o lucro por ação atual terá quando se deparar com uma mudança de 1% na receita de vendas. A apuração ficaria assim: Alavancagem operacional = 30.000.000 / (30.000.000 – 6.000.000) = 1,25%; Alavancagem financeira = (30.000.000 – 6.000.000) / (30.000.000 – 6.000.000 – 3.000.000) = 1,14%. Alavancagem total = GAO X GAF = 1,25 x 1,14 = 1,425 ~= 1,43%. O grau de alavancagem total também auxilia a companhia a determinar o novo lucro por ação. Para o exemplo fornecido mais acima, caso a empresa obtenha um aumento de 10% na receita de vendas, o cálculo do lucro por ação ficaria assim: R$ 6 (lucro por ação atual) x (1 + 1,43 x 10%) = 6,858 Isso significa que o uso potencial de custos fixos e financeiros para ampliar as consequências das variações nas receitas sobre o lucro por ação é de 1,43%. TEMA 4 – PONTO DE EQUILÍBRIO (BREAK EVEN POINT) (FINANCEIRO, OPERACIONAL E CONTÁBIL) O Ponto de Equilíbrio pode ser conceituado como o nível de receita de vendas em que a companhia não apresenta lucro ou prejuízo, e que ainda tal volume de vendas é o necessário para cobertura de todos os custos fixos e variáveis. Em outras palavras, o PE é a situação em que o lucro é nulo. O PE é relevante para avaliação da rentabilidade da organização empresarial e, por tabela, da rentabilidade do projeto, se as vendas ultrapassarem o ponto de equilíbrio. Dessa forma, quanto mais próximo o nível de vendas do ponto de equilíbrio, maior será a alavancagem operacional. O PE, do inglês Break Even Point, que quer dizer Ponto de Ruptura, emerge da combinação dos Custos e Despesas Totais com Receitas Totais. Estas, em uma economia de mercado, têm uma representação global não linear. Em outros termos, para o mercado como um todo, há uma tendência de haver inclinação para menos, vez que cada unidade acrescida tende a ser potencial produtora de menor receita. Para uma empresa em particular, é muito provável que isso não ocorra, visto que ela tem um preço significativamente estável para o produto ofertado, de modo a fazer com que a receita total seja o preço vezes o volume de unidade vendidas, com representação linear da seguinte forma: Figura 2 – Relação Receita Total e Volume de Vendas As alterações de preços provocariam o mesmo efeito que sobre os custos variáveis, ou seja, encurvando para mais ou menos. Considerando lineares as representações de receitas, custos e despesas, temos a seguinte reprodução gráfica de Ponto de Equilíbrio: Figura 3 – Ponto de Equilíbrio, Custos, Despesas e Receitas Totais Até o PE, a companhia está tendo mais Custos e Despesas do que Receitas, de modo a apurar prejuízo; acima, entra em lucro. Assim, o PE pode ser calculado tanto em unidades quanto em reais. Em vista disso, há três tipos de Ponto de Equilíbrio: 1) Ponto de Equilíbrio Contábil; 2) Ponto de Equilíbrio Financeiro; 3) Ponto de Equilíbrio Operacional Econômico. O primeiro é calculado com base na relação entre custos e despesas fixos pela margem de contribuição e pode ser obtido pela seguinte equação: A Margem de Contribuição Unitária é conseguida pela diferença entre o Preço de Vendas e os Custos e Despesas Fixos: Margem de Contribuição Unitária=Preco de Venda-(Custos e Despesas Variáveis) O Ponto de Equilíbrio Operacional ou Econômico, por conseguinte, consiste na associação entre o lucro esperado para o período dividido pela margem de contribuição unitária na seguinte equação: Por último, o Ponto de Equilíbrio Financeiro calculado pela diferença entre o somatório dos custos e as despesas fixas da depreciação do período dividido pela margem de contribuição unitária é obtido com a fórmula a seguir: Vamos supor que uma sociedade empresarial tenha as seguintes características: Custos + Despesas Variáveis: R$ 500/um; Custos + Despesas Fixos: R$ 5.000.000/ano; Preço de Venda: R$ 900/um; Lucro Esperado: 4.000.000/ano; Depreciação: R$ 700.000/ano. Com fundamento nos dados supracitados, temos os seguintes pontos de equilíbrio calculados para essa empresa: Quadro 1 – Pontos de Equilíbrio em unidades Fonte: Silva, 2021. Observando o Quadro 1, podemos afirmar que Ponto de Equilíbrio Contábil demonstra que a quantidade a ser vendida para ter um lucro igual a zero é de 12.500, de modo a cobrir seus custos fixos. Isso significa que a partir de 12.501, a empresa passa a ter lucro. Já o Ponto de Equilíbrio Econômico sinaliza que a partir de 22.500 unidades vendidas, a companhia consegue alcançar o lucro esperado. Por fim, o Ponto de Equilíbrio Financeiro indica que a partir de 10.750 unidades vendidas, a organização empresarial consegue arcar com todos os seus custos fixos mais a depreciação. Para calcular o Ponto de Equilíbrio em reais, basta apurar a margem de contribuição unitária em termos percentuais, e utilizá-la como denominador da fórmula, conforme podemos ver a seguir: Para os dados anteriores, temos PV = R$ 900 e Custos + Despesas Fixas = R$ 500. Logo, MCU (%) = 55,56%. Assim, retomado o exemplo fornecido acima, temos os seguintes PE: Quadro 2 – Pontos de Equilíbrio em Reais Fonte: Silva, 2021. TEMA 5 – ANÁLISE DE RENTABILIDADE PELO MODELO DUPONT O modelo DuPont, também chamado de Identidade DuPont ou Sistema DuPont, foi elaborado nos EUA, nos idos de 1920, por profissionais de finanças da companhia DuPont Corporation. O modelo decompõe o Retorno sobre o Patrimônio Líquido de uma empresa,de modo a viabilizar um melhor entendimento do seu desempenho. A finalidade do Sistema DuPont consiste em avaliar o Retorno do Patrimônio Líquido (ROE), haja vista que uma entidade pode aumentar esse retorno com base no tripé: a) aumentar margem líquida; b) melhorar o giro dos ativos; c) amentar alavancagem financeira. O modelo DuPont visa a integração de informações do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, sumarizadas em dois indicadores de rentabilidade: Retorno sobre o Ativo Total e Retorno sobre o Patrimônio Líquido. A utilidade do modelo de análise consiste na identificação de alterações na situação financeira da empresa e na performance, de modo a constatar indícios de melhoria ou diminuição de desempenho. O retorno total para acionistas pode ser avaliado com base nesses aspectos. O ROE é um dos indicadores mais relevantes adotados pelos acionistas para mensurar a performance com o emprego do capital integralizado pelos sócios. No entanto, é de suma importância identificar vieses na apuração desse indicador, uma vez que este é composto por elementos que podem aumentar, simultaneamente, o lucro e risco da entidade. Dessa forma, a análise DuPont permite a compreensão do ROE a outra dimensão, como a identificação dos direcionadores que levaram ao resultado apurado pelo indicador. A ideia da análise DuPont é dividir o ROE em três principais componentes: margem líquida, giro dos ativos e alavancagem. A associação entre os elementos pode ser evidenciada adiante: Figura 1 – Componentes da Análise DuPont A figura demonstra que a multiplicação entre a margem líquida da entidade pelo giro do ativo tem como resultado o Retorno sobre o Ativo (ROA). Assim, o ROE pode ser apurado multiplicando-se o ROA pela alavancagem da empresa. O Multiplicador da Alavancagem Financeira (MAF) indica a representatividade das dívidas que a empresa possui em sua estrutura de capital. A interpretação desse indicador é quanto maior, maior a dívida da empresa. Algumas literaturas também denominam esse indicador de Multiplicador do Patrimônio Líquido (MPL). O primeiro passo para realizar a análise pela Identidade DuPont consiste em calcular o ROA: Na sequência, multiplica-se o ROE pelos ativos totais da companhia, tanto no numerador, quanto no denominador, sem modificar o valor final do ROE: Reorganizando a equação, teremos a seguinte equação: Em seguida, podemos decompor a fórmula em outro nível para chegarmos no modelo DuPont. Para tanto, multiplicaremos numerador e denominador pelas vendas da empresa, da forma como é evidenciado na equação abaixo: Assim, reorganizando a equação temos o modelo DuPont final: Vamos finalizar a seção com um exemplo prático de como calcular o ROE, empregando o modelo DuPont. Vejamos a seguir: Quadro 3 – Informações da Cia. Lucro Certo 31-12-X3 31-12-X2 Saldo Médio Ativo Total 6.577.898 5.052.404 5.815.151 Passivo Total 6.159.463 4.615.745 5.387.604 Patrimônio Líquido Total 418.435 436.659 427.547 Vendas Líquidas 6.975.090 - - Lucro Líquido após IR 116.558 Fonte: Silva, 2017. Adotando a fórmula descrita anteriormente, temos que o ROE pode ser calculado assim: Créditos: Lightspring/Shutterstock. TROCANDO IDEIAS Nesta aula, foi possível notar que o ponto de equilíbrio é um indicador que sinaliza o valor em vendas ou a quantidade de unidades vendidas para os quais o lucro é nulo. Dessa forma, apresente dois argumentos que mostram a importância de calcular os pontos de equilíbrio contábil, operacional e financeiro. Além disso, realize a distinção entre os tipos de alavancagem e sua finalidade. Entre no fórum da disciplina e registre sua contribuição. NA PRÁTICA (Questão Exame de Suficiência/2021) Uma sociedade empresária apresentou as seguintes informações: Receita de Vendas 800.000,00 (–) Custos e Despesas Variáveis (CDV) (400.000,00) (=) Margem de Contribuição (MC) 400.000,00 (–) Custos e Despesas Fixos (CDF) (150.000,00) (=) Resultado Operacional (RO) 250.000,00 (Questão Exame de Suficiência) A empresa quer aumentar sua produção e vendas em 25%, passando para 5.000 unidades mensais, mantendo o custo fixo em R$ 150.000,00 e o preço de venda unitário em R$ 200,00. Sabendo-se que o custo total (fixo + variável) aumentará de R$ 550.000,00 para R$ 650.000,00, qual será o Grau de Alavancagem Operacional? a. 1,25 b. 1,40 c. 1,60 d. 2,00 (Questão Exame de Suficiência/2021) Uma empresa tem sua receita de venda por produto de R$ 600,00 e seu custo variável total é de R$ 500.000,00. Os custos fixos totais equivalem a R$ 800.000,00 para uma produção mensal de 2.500 unidades, sendo que essa empresa tem capacidade de produção de 3.000 unidades. Com base nos dados fornecidos, a quantidade de produto e o valor da receita total para alcançar o ponto de equilíbrio contábil são, respectivamente: a. 1.500 unidades e R$ 900.000,00. b. 1.786 unidades e R$ 1.071.600,00. c. 1.847 unidades e R$ 1.107.700,00. d. 2.000 unidades e R$ 1.200.000,00. (Questão Exame de Suficiência/2016) A quantidade de produto, no Ponto de Equilíbrio Contábil, é aumentada quando: a. a empresa aumenta o custo fixo e o restante permanece constante. b. a empresa aumenta o preço de venda unitário do produto e o restante permanece constante. c. a empresa diminui o custo fixo e o restante permanece constante. d. a empresa diminui o custo variável unitário do produto e o restante permanece constante. Questão Exame de Suficiência/2015) Uma indústria está lançando no mercado um produto com os seguintes dados de custos: Custos indiretos fixos totais: R$ 650.000,00 Depreciação incluída nos custos indiretos fixos totais: R$ 32.500,00 Montante de lucro desejado: R$ 97.500,00 Custo direto variável unitário: R$ 12,50 Preço de venda unitário: R$ 32,50 Expectativa de venda mensal: 35.000 unidades Com base nos dados apresentados, é CORRETO afirmar que: a. a Margem de Segurança é de R$ 12,50 por unidade. b. o Ponto de Equilíbrio Contábil é de 20.000 unidades. c. a Margem de Contribuição é de R$ 20,00 por unidade. d. o Ponto de Equilíbrio Econômico é de 23.000 unidades. (Questão Exame de Suficiência/2015) Uma indústria apresentou os seguintes dados de produção em determinado período: Custos fixos totais no período: R$1.800.000,00 Depreciação (já inclusa nos Custos Fixos Totais): R$585.000,00 Custos variáveis totais no período: R$27.000.000,00 Produção acabada e vendida no período: 36.000 unidades Considerando que o preço de venda unitário é de R$1.200,00, é CORRETO afirmar que: a. o Ponto de Equilíbrio Financeiro é de 36.000 unidades no período. b. a Margem de Segurança no período é de R$16.200.000,00. c. a Margem de Contribuição Unitária é de R$450,00. d. o Ponto de Equilíbrio Contábil é de 22.500 unidades no período. (Questão Exame de Suficiência/2015) Uma sociedade apresentou os seguintes dados, para efeito de planejamento de vendas para o mês de setembro de 2015: Dados Valor Custos e Despesas Variáveis R$300,00 por unidade Custos e Despesas Fixos R$600.000,00 ao mês Preço de Venda R$700,00 por unidade Lucro desejado R$80.000,00 no período Com base nos dados apresentados, é CORRETO afirmar que o Ponto de Equilíbrio Contábil é de: 1. 1.500 unidades. 2. 1.700 unidades. 3. 600 unidades. 4. 680 unidades. (Questão Exame de Suficiência/2014) Uma Sociedade Empresária apresentou as seguintes projeções de custos para o ano de 2014: Preço de venda: R$40,00 por unidade. Custos variáveis: R$32,00 por unidade Custos fixos totais: R$80.000,00 por ano. Depreciação: R$6.400,00 por ano, já incluída nos Custos Fixos Totais. Em 31.12.2013, o Patrimônio Líquido da empresa era de R$160.000,00, e a administração da empresa determinou que o lucro do ano de 2014 deverá ser o equivalente a 7% do Patrimônio Líquido de 2013. Com base nos dados acima, assinale a opção CORRETA. a. O Ponto de Equilíbrio Contábil da empresa, em 2014, é de 10.800 unidades, e o Ponto de Equilíbrio Econômico, em 2014, é de 10.000unidades. b. O Ponto de Equilíbrio Contábil da empresa, em 2014, é de 9.200 unidades, e o Ponto de Equilíbrio Econômico, em 2014, é de 10.800 unidades. c. O Ponto de Equilíbrio Econômico da empresa, em 2014, é de 11.400 unidades, e o Ponto de Equilíbrio Financeiro da empresa, em 2014, é de 9.200 unidades. d. O Ponto de Equilíbrio Financeiro da empresa, em 2014, é de 10.000 unidades, e o Ponto de Equilíbrio Contábil da empresa, em 2014, é de 11.400 unidades. (Questão Exame de Suficiência/2011) Uma empresa apresenta duas propostas de orçamento para o segundo semestre de 2012. Orçamento 1 % Orçamento 2 % Vendas R$8.550.000,00 100 R$14.400.000,00 100 Custos Variáveis R$5.130.000,00 60 R$5.760.000,00 40 Margem Contribuição R$3.420.000,00 40 R$8.640.000,00 60 Custos Fixos R$1.795.500,00 21 R$4.752.000,00 33 Lucro Líquido R$1.624.500,00 19 R$3.888.000,00 27 Os pontos de equilíbrio contábil dos Orçamentos 1 e 2, em valores monetários, são, respectivamente: a. R$9.450.000,00 e R$17.600.000,00. b. R$7.735.714,29 e R$11.781.818,18. c. R$4.488.750,00 e R$7.920.000,00. d. R$4.061.250,00 e R$6.480.000,00. (Questão Exame de Suficiência/2011) Uma empresa de treinamento está planejando um curso de especialização. Os custos previstos são: Custos Variáveis de R$1.200,00 por aluno e Custos Fixos de R$72.000,00, dos quais R$4.800,00 referem-se à depreciação de equipamentos a serem utilizados. O curso será vendido a R$6.000,00 por aluno. O Ponto de Equilíbrio Contábil se dá com: a. 10 alunos. b. 12 alunos. c. 14 alunos. d. 15 alunos. *As respostas estão ao final, após as Referências. FINALIZANDO Nesta aula, ministramos sobre a alavancagem financeira, alavancagem operacional e alavancagem total. Aprendemos também sobre os diversos tipos de ponto de equilíbrio. Percebemos que a margem de contribuição constitui fator comum para todos os pontos de equilíbrio. Cansou?! Calma! Ainda teremos mais aula para finalizarmos nossos estudos. Posteriormente, trataremos acerca da Modelos Estatísticos de Previsão de Insolvência (Análise Discriminante, Modelo de Altman, Modelo de Kanitz, Modelo de Elizabetsky, Modelo de Matias e Modelo de Pereira da Silva) e eficiência dos modelos de previsão de insolvência, análise da demonstração dos fluxos de caixa, análise da demonstração das mutações do patrimônio líquido, análise da demonstração do valor adicionado e conceitos e normativos de parecer das análises econômico-financeiras. REFERÊNCIAS MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019. MARTINS, E.; DINIZ, J. A.; MIRANDA, G. J. Análise avançada das demonstrações contábeis: uma abordagem crítica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2020. _____. Análise didática das demonstrações contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2020. SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 5. ed. [2. Reimpr.]. São Paulo: Atlas, 2019. GABARITO Gabarito: Alternativa C. Comentário: sabemos que o grau de alavancagem operacional (GAO) = Margem de contribuição total / Lucro total. Na questão temos que: Margem de contribuição total = Margem de Contribuição (MC) R$ 400.000,00. Lucro Total = Resultado Operacional (RO) R$ 250.000,00. GAO = 400.000 / 250.000 = 40 / 25 = 1,6. Assim, podemos afirmar que o grau de alavancagem operacional é de 1,6. Gabarito: Alternativa D. Comentário: sabemos que PEC = Custos Fixos / MCu (PVu – Cvu) PEC = 800.000 / 600 – (500.000 / 2500) PEC = 800.000 / 400 PEC = 2000unidades Receita: R$ 600,00 x 2000u = R$ 1.200.000,00 Gabarito: Alternativa A. aumento do DF ou CF; diminuir PV; aumentar CV ou DV. Assim, vamos analisar as alternativas: a. a empresa aumenta o custo fixo e o restante permanece constante. Alternativa correta. b. a empresa diminui o preço de venda unitário do produto e o restante permanece constante. c. a empresa aumenta o custo fixo e o restante permanece constante. d. a empresa aumenta o custo variável unitário do produto e o restante permanece constante. Gabarito: Alternativa C. Comentário: vamos analisar as alternativas: Para encontrar a margem de segurança, é necessário calcular o ponto de equilíbrio contábil e quantidade vendida. a. a Margem de Segurança é de R$12,50 por unidade. ERRADA Mcu = Pvu – (Cvu + Dvu) Mcu = 32,50 – 12,50 Mcu = 20,00 Ponto de Equilíbrio Contábil = CF / Mcu = 650000/20 Ponto de Equilíbrio Contábil = 32500 Margem de Segurança = Vendas – Ponto de Equilíbrio Contábil = 35000 – 32500 = 2500 MSu = 35000 / 2500 = 14,00 b. Ponto de Equilíbrio Contábil é de 20.000 unidades. ERRADA Ponto de Equilíbrio Contábil = CF / Mcu = 650000 / 20 Ponto de Equilíbrio Contábil = 32500 c. Margem de Contribuição é de R$ 20,00 por unidade. CERTA Mcu = Pvu – (Cvu + Dvu) Mcu = 32,50 – 12,50 Mcu = 20,00 d. Ponto de Equilíbrio Econômico é de 23.000 unidades. ERRADA Ponto de Equilíbrio Econômico = CF + CUSTO OPORTUNIDADE / Mcu = 650000 + 97500 / 20 Ponto de Equilíbrio Econômico= 747500 / 20 Ponto de Equilíbrio Econômico= 37375 Gabarito: Alternativa C. Comentário: MCu = RLu – CDVu MCu = 1.200 – (27.000.000 / 36.000) MCu = R$ 450,00 a) PEF = (CDF – Depreciação) / MCu PEF = (1.800.000 – 585.000) / 450 PEF = 2.700 unidades 36.000un é a quantidade vendida no período e não a quantidade no PEF. b) MS em valor = RL atual – RL no PEC PEC = CDF / MCu PEC = 1.800.000 / 450 PEC = 4.000 unidades MS = (R$1.200 * 36.000un) – (R$1.200 * 4.000un) MS = R$38.400.000,00 d) PEC = 4.000un (calculado no item anterior) Gabarito: Alternativa A. MCu = 700,00 – (300,00) MCu = 400,00 PEC = 600.000,00 / 400 PEC = 1.500 unidades Gabarito: Alternativa C. Comentário: PEE = 80.000 + 32x = 40x – 160.000 * 0,07 80.000 + 32x = 40x – 11.200 91.200 = 8x x = 11.400 PEF = (80.000 – 6.400) + 32x = 40x 73.600 + 32x = 40x 73.600 = 8x x = 9.200 Gabarito: Alternativa C. Gabarito: Alternativa D. Comentário: Vamos dividir a resolução da questão em duas partes: 1) Determinar a Margem de Contribuição Unitária [MCu] MCu = Preço de Venda Unitário – Tributos – (Custo Variável Unitário + Despesa Variável Unitária) MCu = 6.000,00 – 0 – (1.200,00) MCu = 4.800 2) Determinar o Ponto de Equilíbrio Financeiro por Volume [PEFv] PEFv = (Custos Fixos Totais + Despesas Financeiras) / Margem de Contribuição Unitária PEFv = 72.000 / 4.800 PEFv = 15 alunos.
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