Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Marketing digital e Inteligência Artificial Andrea Cristina Marin O passado, presente e futuro do mundo digital Unidade 1 Marketing digital e Inteligência Artificial Andrea Cristina Marin Todos os direitos desta edição são reservados ao Centro Universitário Facens. Nenhuma parte da obra “Marketing digital e Inteligência Artificial” poderá ser reproduzida ou transmitida sem autorização prévia. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 com punição de acordo com artigo 184 do Código Penal. Centro Universitário Facens: Rodovia Senador José Ermírio de Moraes, 1425, Castelinho km 1,5 – Alto da Boa Vista – Sorocaba/SP. CEP: 18087-125. Tel.: 55 15 3238 1188 / email: facens@facens.br FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA “BIBLIOTECA FACENS” Eliane da Rocha CRB 8062/8ª Bibliotecária Responsável M336m Marin, Andrea Cristina. Marketing digital e Inteligência Artificial [recurso eletrônico] / Andrea Cristina Marin; ed. ED+ Content Hub. – Sorocaba, SP: Centro Universitário Facens, 2021. 1 E-book; (PDF). il. Inclui bibliografia ISBN Modo de acesso: restrito 1. Marketing digital. 2. Inteligência Artificial. 3. Marketing digital – Planejamento. 4. E-commerce. I. Ed+ Content Hub. II. Centro Universitário Facens. III. Centro Universitário Newton Paiva. IV. Título. CDD 658.84 Expediente Conselho Acadêmico Reitoria Pró-Reitoria Acadêmica (presencial e a distância) Gerente de Pós-Graduação Conselho Editorial Curadoria de Design Educacional Autora Validador Designers Educacionais Ilustradores Diagramadores Revisoras Camila Ribeiro Romeiro Patrícia da Silva Klahr Monica Sabino Hasner Antônio Henrique Ribeiro Dalbem Mabel Oliveira Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Carina Macedo Martini Andrea Cristina Marin Franz Lima Petrucelli Patrícia Ceolin do Nascimento Victor Kumamoto Gerês Coelho Daniela Pereira Ferreira Larissa Costa Lobo Renan Silva Lambert Vitor Bueno Lima Flora Carolina Fukuoka Silva Guilherme Oliveira Nascimento Renan Silva Lambert Dayane Beatriz de Lima Decaria Elisa Domingues Coelho Lílian Moreira Mendes, Marina Bariani Trava Patrícia Maria de Oliveira Carvalho Moreira Sarah Elene Müller Rappl ED+ Content Hub Conteúdo Unidade 1 Introdução ao Marketing digital .................................................................................... 6 Unidade 2 Os desafios do Marketing digital .................................................................................. 30 Unidade 3 Marketing tradicional x Marketing digital ............................................................. 48 Unidade 4 Planejamento de Marketing digital ........................................................................... 68 Unidade 5 Mídias online ...................................................................................................................... 89 Unidade 6 Introdução ao comércio digital ................................................................................ 111 Unidade 7 Soluções de plataforma de comércio eletrônico .............................................. 132 Unidade 8 Inteligêncial Artificial ................................................................................................... 151 PALAVRAS DA AUTORA Este componente curricular descreverá os principais conceitos do Marketing digital para que você, como profissional da área, compreenda as diversas ferramentas disponíveis e, assim, possa aplicá-las em conjunto ou separadamente às diferentes estratégias de marketing. Você compreenderá o poder das mídias sociais e da disseminação de campanhas de baixo custo. E também verá as diferentes estratégias utilizadas no Marketing digital, desde atrair, converter e reter clientes, medir resultados alcançados por meio de métricas e indicadores, até de que maneira construir a sua própria imagem e marca na internet. O profissional de marketing precisa pensar sempre à frente e estar em contato com esse universo digital a fim de criar estratégias efetivas. Agora os consumidores estão muito mais conectados, e para saber lidar com eles, é preciso entender os conceitos por trás da mídia online. Então, convi- do-o a conhecer um pouco mais sobre esse salto tecnológico e preparar-se para ampliar seu repertório de ferramentas com foco nesse novo mundo totalmente desafiador. 6 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital Objetivo de aprendizagem: Compreender, por meio de uma visão geral dos principais conceitos de Marketing digital, as ferramentas disponíveis e como aplicá-las, em conjunto ou isoladamente, em diversas estratégias de marketing. Tópicos de estudo: • O novo consumidor digital e a cultura digital; • A Internet das Coisas e a inclusão digital; • A Web 3.0 e os recursos interativos. Iniciando os estudos: A descoberta do marketing como uma ciência acadêmica elevou o processo de pesquisa e planejamento dos negócios no século XX, projetando os meios de consumo em um patamar de extrema dinâmica na esfera global. Mas o salto nunca foi tão grande quanto o que ocorreu após os anos 2000, com a inclusão do Marketing digital no cenário mercadológico e de consumo. O advento de novas tecnologias provocou uma mudança profunda no modo de comportamento dos consumidores, além da forma como eles se relacionam com as marcas e as organizações, potencializando os resultados esperados. Nesse novo modelo, moderno e fluido, os consumidores estão revelando um novo perfil de compras e de interação e ao mesmo tempo sendo protagonistas e produtores de conteúdo utili- zando, literalmente, a tecnologia na “palma da mão”. Assim, as empresas buscam se adaptar, explorando as mais diversas possibilidades do Marketing digital, e atender às demandas dos seus consumidores com uma reputação ética, ágil e dinâmica. Durante a jornada de estudo, você aprenderá sobre a web, as suas principais aplicações e a evolução da Web 1.0 para a 2.0 e a Web semântica ou 3.0 – que é o nosso atual cenário, onde a interação do usuário é real e possível. Associado a esse novo ambiente tecnológico, também compreenderá como a Internet das Coisas vem proporcionando uma nova forma de interação e integração da tecnologia na rotina dos consumidores, desde funções integradas de sistemas de comunicação à automação de veículos e plataformas de consumo. Em vista dos saltos tecnológicos, você deve estar preparado para expandir o escopo de suas ferra- mentas a fim de realizar transações com segurança no mundo online. Pronto para o desafio? Unidade 1 Introdução ao Marketing digital 7 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital 1 O NOVO CONSUMIDOR DIGITAL E A CULTURA DIGITAL A nossa jornada começa pela descoberta do marketing, quando passa a ser oficialmente reconhe- cido como uma ciência acadêmica. Ele se originou da ciência econômica, a qual descobriu uma lacuna na lei da oferta e da demanda e, com o apoio da ciência da administração, concluiu-se que poderia ser usada para controlar a demanda por meio de estratégias e planejamento adequados. Com o aprofundamento do conhecimento dessas disciplinas, os economistas as dividiram, e o marketing ganhou vagas nos cursos de formação de profissionais de ensino superior. Na época, o mercado já estava em evolução, o que potencializava a aplicação de estratégias focadas em esti- mular e, ao mesmo tempo, compreender as formas de interação e consumo, atendendo assim o interesse das organizações, pois quanto maior o despertar do interesse maiores os lucros. Desde então, os conceitos de mercado continuam em desenvolvimento, proporcionando inúmeras oportunidades, e vêm sendo impulsionados de forma acelerada por meio do Marketing digital. Na comunicação, a história do marketing começou pelo famoso “boca a boca”, o qual se baseia em pessoas que gostaram do produto ou de uma experiência e comentaram com outras e, dessa forma, a boa reputação doproduto disparou. Esse modelo ainda faz parte do processo de estra- tégia do marketing, claro que sustentado por diversas outras estratégias. A mídia impressa (jornais, revistas, cartazes etc.), surgiu logo em seguida, transformando-se em um grande conjunto catalisador de oportunidades que, além de informar, serviu para divulgar, propagar e construir opiniões sobre determinados assuntos, tendências e modismos. Essa mídia continua sendo importante no desenvolvimento social, mas agora otimizada e repagi- nada pela tecnologia. O primeiro grande salto tecnológico foi a descoberta do rádio, que teve uma influência incrível, principalmente, no início da industrialização: como os anúncios eram de fácil propagação, as notí- cias podiam ser transmitidas para as pessoas a longas distâncias. Ainda hoje, o rádio figura entre as mídias de maior penetração entre o público, mas claro que também repaginado, afinal não ouvimos rádio somente em aparelhos, já que agora as mídias sonoras podem ser encontradas em aplicativos e plataformas. Com a chegada dos cinemas e das emissoras de televisão, as empresas investiram em publicidade e propaganda por meio de agências especializadas, as quais adaptaram produtos e serviços ao desenvolvimento de negócios, fazendo do marketing uma estrela em ascensão e uma ação que todos almejavam e desejavam, caso quisessem que o seu empreendimento fosse um sucesso de vendas. Nesse período, a prática de marketing consistia basicamente em entender como usar essas mídias para transmitir a mensagem do anunciante aos públicos interessados, de modo a causar impacto, dar visibilidade e, assim, gerar vendas. Também é possível citar o uso de telefones, cartas 8 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital e mídias externas (outdoors, pontos de ônibus etc.) como ferramentas auxiliares nessa época. Durante muitos anos, todos os investimentos em marketing e comunicação focavam nessas ferramentas, que hoje são conhecidas como mídias offline ou mídias tradicionais. Então veio a internet, a qual foi criada, inicialmente, para ser um sistema de uso militar. Era um modelo dinâmico e ágil, que tinha como principal objetivo manter os servidores de comunicação abastecidos de dados, possibilitando análises e tomadas de decisões mais assertivas, voltadas totalmente ao foco da ação. No Brasil, a internet chegou por volta de 1988. A conexão ocorria através de linhas telefônicas (conexões discadas), que eram instáveis e mutáveis: ao tentar conectar, o usuário ouvia um ruído que indicava o início da conexão. Outra característica era que os sites tinham um formato em que predominava o texto e só gradualmente as imagens foram sendo mescladas. Nesse período, surgiram as empresas Dell, Apple, Amazon e Google e o fenômeno “bolha”, no qual companhias apareciam e desapareciam na internet na mesma velocidade em que esta avançava. O e-mail também se mostrou uma grande oportunidade de comunicação, agilizando e revolucio- nando, principalmente, como as empresas se comunicavam no ambiente corporativo. Quando o fundador do Hotmail vendeu suas ideias para a gigante Microsoft, desencadeou uma onda de aplicação dessa nova tecnologia no mercado. O e-mail marketing foi um desenvolvimento natural do uso do e-mail. As empresas começaram a utilizar e estabelecer parcerias a longo prazo com seu público, fornecer produtos e, claro, vendê- -los. A ferramenta produziu um grande número de produtos digitais, além de muitos servidores criarem e publicarem métodos para prevenir spam, de modo que as empresas passaram a consi- derar formatos menos agressivos e mais atraentes a fim de despertar o interesse do público-alvo. Com o surgimento das redes sociais, a comunicação se desenvolveu ainda mais depressa e, no Brasil, a adesão a elas foi rápida. O Orkut se tornou a plataforma mais relevante da época. O Facebook também ganhou força e o apoio dos internautas, sendo uma nova forma das pessoas se relacionarem utilizando a tecnologia. Em poucos anos, mais precisamente no final dos anos 2010, ele se tornou a maior rede social do mundo. Em 2009, apareceu o Twitter, que ainda hoje se configura como um canal de comunicação importante. Assim, as redes sociais começaram a se proliferar e, hoje, apenas as mais relevantes ainda conti- nuam a se destacar, como o Instagram, que surgiu em 2010 e revolucionou a interação entre as pessoas e as empresas por meio de imagens. Atualmente, as redes sociais, aplicativos e plata- formas de interação atingem um número cada vez mais crescente de adeptos, tornando-se assim um dos melhores modos para encontrar, interagir e converter públicos de interesse. De acordo com o relatório Social Media Trends 2019 (ROCK CONTENT, 2019), atualmente, 96,2% das empresas estão presentes nas redes sociais. O relatório ainda destaca que o Facebook e o Instagram são as redes sociais mais utilizadas pelas empresas. 9 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital O uso da internet vem mudando como nos relacionamos, compramos e experimentamos novas formas de serviços. O QuintoAndar é um bom exemplo desse novo cenário. Essa start-up brasileira, fundada em 2013 por Gabriel Braga e André Penha, mudou a maneira como os locadores de imóveis podem escolher novos locais para morar, ou passar alguns dias em viagens de trabalho ou simplesmente por lazer. Ele ficou conhecido e popular pelo sistema inovador e mais seguro para o proprietário de imóveis informar ao mercado sobre possibilidades de locação. Milhares de usuários (em- presas e pessoas físicas) cadastram diariamente seus imóveis na plataforma, enquanto outros buscam por um novo lugar para morar. Esse conceito fez da empresa um “unicór- nio” e transformou a forma como as pessoas buscam imóveis. Navegue em https://www.quintoandar.com.br/ e, com base na exposição acima, reflita sobre como a start-up conseguiu alcançar esse resultado de sucesso, revolucionando o segmento de imóveis. Pense também sobre como a internet tem revolucionado o com- portamento das pessoas, juntamente com a tecnologia associada, o que proporciona uma melhor qualidade de vida, agilidade e experiência. REFLITA Gráfico 1 - As principais redes sociais no Brasil. Fonte: adaptado de Rock Content (2019). https://www.quintoandar.com.br/ 10 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital Grandes marcas descobriram o ambiente digital e passaram a interagir com seus públicos, por exemplo, a Uber transformou o modo de locomoção nas cidades, e o iFood proporciona uma variedade imensa de cardápios para diferentes momentos, a qualquer hora. Apesar desse desen- volvimento contínuo, as “velhas” ferramentas do mundo digital ainda têm lugar, como e-mails marketing de clubes de compras, que enchem as caixas de correio dos usuários com ofertas especiais. As ferramentas de comunicação tradicionais também estão se adaptando a novos modelos de negócios – jornais e revistas oferecem versões online, que podem ser veiculadas por meio de apli- cativos, e as emissoras de TV também estão tentando alavancar audiência, o que leva os espec- tadores para os seus canais no YouTube. O próprio site tradicional foi substituído pelo blog da empresa, concretizando assim a via dupla de comunicação e interação. Os aplicativos são uma grande alternativa de relacionamento e também de conversão de vendas, porque porque o custo relativamente baixo deles permite lazer, entretenimento, experiência e até mesmo fornecer aos usuários vários serviços. O desenvolvimento do Marketing digital afetou a cultura e a forma como os negócios são condu- zidos. O uso cada vez mais frequente de plataformas digitais possibilita vendas mais abrangentes, diferente do modelo convencional de loja física, e não para por aí: as vendas podem até ocorrer por meio do WhatsApp, onde os clientes perguntam sobre cor, tamanho, modelo, preço e forma de pagamento. Figura1 - Empresas transformaram a vida dos consumidores ao simplificar o acesso a serviços e compras no ambiente virtual, como a Uber, em transportes. 11 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital Acesse na plataforma o vídeo: Por que aprender sobre Marketing digital hoje? ASSISTA O Marketing digital surgiu gradativamente, com possibilidades ilimitadas de divulgação, venda e criação de novas oportunidades de mercado. Um dos primeiros modelos que o alavancaram como uma ferramenta estratégica no marketing é o case do planejamento de campanha do 44⁰ presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Por meio de ferramentas da internet, até então uma certa novidade, a eleição de 2008 nos Estados Unidos fez de Obama um grande inovador nas relações com a população. De acordo com Soares (2012), todas as ações de campanha de Obama foram estrategicamente baseadas na tecnologia disponibilizada na época, projetada para atrair e estimular o voto popular (porque o voto não é obrigatório nos Estados Unidos). A fim de atingir esse objetivo, foi-se investido em ações online para captar recursos, monitorar a opinião pública e organizar o voluntariado por meio da internet. Também foram criados canais de comunicação específicos a cada tipo de público e foi utilizada a participação de Michelle Obama na comunicação com o público feminino. Uma das ações mais ousadas da campanha de Obama foi criar um aplicativo integrado ao seu site oficial, com notícias aos eleitores. Já para anunciar seu vice-presidente, foi feita a maior campanha de marketing SMS da história, em que 2,9 milhões de mensagens SMS foram enviadas, e a linguagem, personalizada de acordo com a cidade ou estado do eleitor. Um vídeo, intitulado Yes, we can, transformou o discurso de Obama em uma música cantada por vários artistas de renome mundial e atingiu 11 milhões de visualizações, o que atraiu a atenção dos jovens, e o número de eleitores que votaram naquele ano bateu recorde. Ao utilizar conteúdos específicos para cada mídia, a campanha de Obama provou que não basta exibi-los nas redes sociais, é necessário entender a dinâmica de cada ambiente e adaptar sua linguagem ao públi- co-alvo. Obama atingiu um número impressionante nas redes sociais: 120 mil seguidores no Twitter e mais de 3 milhões de membros num grupo do Facebook, o que nunca havia sido visto em campanhas políticas. Ao se concentrar na natureza viral e democrática da internet, a campanha de Obama desencadeou uma revolução nos métodos eleitorais, reescreveu as regras sobre como chegar aos eleitores e estabeleceu um ambiente online e importante para novas mídias, bem como mostrou onde poderíamos chegar com o uso dessa inovação. 12 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital Acompanhe, neste artigo, as principais estratégias de comunicação utilizadas na campa- nha de Barack Obama em 2008. Título: “Politics 2.0”: a campanha online de Barack Obama em 2008 Disponível em: https://bit.ly/3a7QNQV Acesso em: 04/05/2021. APROFUNDE-SE Novas tecnologias continuam surgindo e ganhando força no Marketing digital, como o uso da realidade virtual, que promete estreitar ainda mais as relações entre as marcas e o mercado de consumo, e do código QR, o qual permite aos usuários acessar vídeos, sites, informações úteis, manuais e serviços apenas lendo o código, bem como realizar pagamentos, que aliás já está sendo substituído pelo formato do Pix. A evolução do marketing para o mundo digital deu início a uma era de mudança e renovação que nunca foi vista na história. Empresas e profissionais se reinventaram: estamos em uma era em que o velho mundo está subvertendo e caminhando para um novo mundo. O novo consumidor digital Vivemos um momento único na história da evolução humana, pois nunca houve tanto acesso às informações como agora. Notícias, reportagens, vídeos e fotos, que estão em celulares, computa- dores, TV, revistas e jornais, bombardeiam-nos com uma velocidade e quantidade extraordinárias. Quando se trata de cultura, ela pode ser definida por um grupo social reconhecido por seus costumes, crenças e valores que se propagam de geração em geração e mudam ao longo do tempo com as inovações proporcionadas pela sociedade. Atualmente, vivemos a Sociedade da informação e a era digital, o que significa que grande parte de nossas interações diárias são reali- zadas por meio de ferramentas as quais utilizam como base a internet. O seu smartphone, que não só faz ligações, mas também acessa à internet, comunica-se por mensagens, tira fotos, grava vídeos etc., TVs habilitadas pela internet e carros autônomos são alguns dos exemplos de como a tecnologia atua na nossa vida e de como um novo modelo de cultura digital se instaurou. Portanto, pode-se dizer que a cultura digital traz comodidade e mudança às nossas conexões e estilo de vida. Nesse contexto, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito Brasil (SPC) apontou que, em 2018, 79,1% dos lares brasileiros tinham acesso à internet, e o equipamento mais utilizado para acessá-la foi o celular em 99,2% dos domicílios (em que 79,3% das pessoas possuíam celulares). E também mostrou que 74,7% da população brasileira com 10 anos ou mais acessava a internet regularmente. Esses dados nos dão um panorama de como a tecnologia e a internet vêm exercendo uma influência enorme no novo modelo de consumidor, em que 97% dos brasileiros buscavam infor- https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782009000300004 13 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital mações pela internet antes de realizar uma compra, e as mulheres são as que mais compravam utilizando o meio online (CNDL, 2021). O Brasil, atualmente, figura entre os países que mais utilizam plataformas online, ficando à frente da Espanha, Japão e Estados Unidos. Esse panorama mostra as mudanças pelas quais nossa sociedade está passando. À medida que um número maior de pessoas se conecta à internet, cada vez mais os profissionais de marketing precisam se planejar para que as empresas consi- derem como se conectarão com os clientes e venderão produtos e serviços no futuro, ao usar a tecnologia na disseminação das atividades de marketing a fim de influenciar esse grupo de consumidores em potencial. Uma das formas mais comuns de atender a essa necessidade é pela criação de páginas institu- cionais ou lojas virtuais pela internet. No Brasil, o setor de comércio eletrônico (e-commerce) é muito popular, principalmente entre as pequenas e médias empresas. É natural que a demanda de pessoas que compram produtos pela internet esteja aumentando. De acordo com a CNDL e o SPC Brasil (CNDL, 2021), os eletrodomésticos são os produtos mais pesquisados (59%), seguidos por celulares e smartphones (41%), eletrônicos (34%) e vestuário (4%). Com essas evidências, é impossível ignorar o caminho natural de transformação que nossos hábitos de consumo e comportamento têm vivenciado, os quais colocam a internet, o celular e o computador no centro de nossa cultura contemporânea e formam padrões de consumo. A internet, hoje, nada mais é do que uma infraestrutura de rede conveniente e de baixo custo, que pode conectar milhões de computadores em todo o mundo para que as pessoas possam compar- tilhar informações e recursos entre si. Pense nela como uma grande comunidade virtual que não possui uma sede física ou indivíduos conectados a um único centro, mas na qual podemos inte- ragir, postar ideias, conduzir negócios e resolver aspectos políticos, econômicos e sociais. Todos nós estamos conectados a essa grande rede e colaboramos direta ou indiretamente para o seu desenvolvimento (REEDY; SCHULLO; ZIMMERMAN, 2001). 14 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital 2 A INTERNET DAS COISAS EA INCLUSÃO DIGITAL O termo Internet of Things (IoT), ou Internet das Coisas, foi proposto por Kevin Ashton no final dos anos 1990, para preencher a lacuna entre o mundo físico e o virtual. Ela se refere a uma revolução tecnológica que visa conectar objetos do cotidiano à World Wide Web. Cada vez mais, eletrodo- mésticos, veículos de transporte e até calçados esportivos, roupas e maçanetas estão conectados à internet e outros dispositivos, como computadores e smartphones. Acesse na plataforma o vídeo: A Internet das Coisas: realidade ou ficção? ASSISTA A Internet das Coisas utiliza dispositivos e sensores que se comunicam entre si e se conectam à internet para que possam tomar decisões com base em dados e análises comportamentais e propor ações inteligentes aos usuários. O primeiro modelo desenvolvido é um sistema de Identi- ficação por Radiofrequência (RFID) que está conectado à internet. Assim, ela pode ser usada, por exemplo, para controle das unidades e localização de produtos no estoque, otimizando a circulação de bens e, consequentemente, beneficiando os canais de marketing e varejo. Outra aplicação pode ser no uso de sensores em máquinas industriais, para determinar padrões e recomendar a substituição de quaisquer componentes que possam estar com defeito ou mau funcionamento – sem essa análise preditiva, a máquina pode sofrer interrup- ções inesperadas, prejudicar o processo produtivo e causar perdas. A Internet das Coisas nos aproxima da realidade e pode nos ajudar a automatizar tarefas diárias, como iluminação residencial, controle térmico de residências (condicionadores de ar ou aquece- dores) e eletrodomésticos. Outro exemplo bastante comum são os relógios com sensores, que podem capturar padrões de atividade física e qualidade do sono para fazer sugestões de melho- rias e prevenir problemas de saúde. Esse tipo de dispositivo já é largamente utilizado por indi- víduos com problemas de saúde ou que precisam de monitoramento. Caso aconteça alguma alteração em seu quadro, sinais serão enviados a hospitais ou equipes de resgate que, por meio de geolocalização, mandarão ajuda ao local. Algumas opções já são comercializadas, mas de forma restrita, pois o custo da grande maioria ainda é alto. Outras ainda estão evoluindo, por exemplo, em cidades autônomas, a instalação de sensores nas mais diversas localidades pode garantir melhor fluxo de tráfego, segurança popu- lacional, eficiência energética, entre muitos outros benefícios, como a qualidade de vida. Alguns desses itens são questionados por possibilitar uma invasão de privacidade, mas em contrapartida o benefício aplicado decorrente da sua utilização é muito positivo para a sociedade. 15 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital A limitação de tempo e a rotina farão com que as pessoas se conectem à internet de outras maneiras, buscando otimizar suas ações. Portanto, serão acumulados dados com uma precisão maior do que as informações que temos à disposição hoje, que na grande maioria foram colhidas por meios offline. Com esses registros, será possível reduzir, otimizar e economizar recursos naturais e energéticos. E essa revolução impactará o desenvolvimento do mundo online como o conhecemos hoje. É importante lembrar que a base da Internet das Coisas são: dispositivos; roupas; acessórios; conectividade e aparelhos que se comunicam entre si por meio de sensores; internet (controle remoto e automação); além de geração e análise de dados. O modelo de integração da tecnologia da Internet das Coisas é ilustrado na figura 2, que contém os seguintes conceitos: • Redes elétricas inteligentes: redes energeticamente mais eficientes; • Big Data: grande repositório de dados e informações de diversas fontes; • Automação: qualquer tipo de automação de tarefa; • Ambientes inteligentes: espaços com sensores que permitem controlar o som, ilumi- nação e temperatura automaticamente; • Sistemas ciberfísicos: sistemas que interligam elementos físicos e computacionais; • Gestão da infraestrutura: elementos inteligentes utilizados na infraestrutura das cidades para uma melhor mobilidade e vivência da população; • Conectividade de rede: conexão à internet em qualquer lugar; • Sistema de saúde: sistema que obtém dados de atividade física e estado de saúde em geral e permite interligá-los com outros sistemas para monitoramento e alertas. 16 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital Velocidade na transmissão de dados A informação tem capacidade de criar valor e pode facilitar a tomada de decisão nos procedi- mentos operacionais. Nesse sentido, um dos principais efeitos da Internet das Coisas é o aumento da velocidade na transmissão de dados. Essa velocidade não está apenas nas aplicações de IoT no varejo e na indústria, eu, você e qualquer outro cidadão também estão incluídos nesse processo. Afinal, somos produtores de conteúdo, estamos online a maior parte do dia, sem falar que um dos principais itens no momento da escolha de um dispositivo móvel é a velocidade do processador. Dessa forma, a velocidade das informações é um fator social e também econômico nesse novo cenário. Sem fio A Internet das Coisas também tende a reduzir o uso de cabos e fios, beneficiando empresas e usuários domésticos, já que desse modo proporciona mais autonomia ao indivíduo e ao senso criativo da indústria, possibilitando diversas aplicações em variados cenários. Assim, em termos de troca de dados, espera-se que as comunicações “sem fio” dominem os próximos anos. 6 vezes em que a IoT “aparece” no seu dia a dia A otimização de atividades não é feita apenas para o mercado, mas também é comum no ambiente doméstico e em toda a cidade. Essa tecnologia já faz parte das nossas vidas. Aos poucos, foi ganhando espaço em objetos comuns como relógios, celulares e até mesmo em nossas casas e trabalhos. O uso da IoT proporciona alguns pontos que atualmente são considerados de alto valor agregado pela população em geral. Figura 2 - A IoT conecta tecnologia e todos os tipos de periféricos para facilitar a vida das pessoas. 17 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital Confira alguns exemplos que ilustram como essa novidade está muito mais próxima de nós do que pensávamos e que talvez não saibamos mais viver sem ela. • Smartwatches Os relógios inteligentes se conectam a smartphones por meio da Internet das Coisas. Eles são extremamente práticos, porque não só otimizam as funções do telefone, mas também expandem a sua capacidade, com monitoramento de frequência cardíaca e de atividade física, por exemplo. • Smart homes Em casas inteligentes, os dispositivos eletrônicos se comunicam com os telefones inteligentes para que os usuários possam controlar o ambiente e os eletrodomésticos, pelo equipamento ou por comando de voz, como geladeiras inteligentes, sistemas automáticos de compras, TVs e iluminação. Vale ressaltar que a LG já produziu uma lava-roupa há quase dez anos que funciona utilizando a IoT, então, um modelo de casa inteligente não é apenas aquele que vemos em filmes, qualquer um de nós pode ter um aparelho desses em casa. • Carros inteligentes Com a ajuda da Internet das Coisas, os carros autônomos estão se tornando cada vez mais inteli- gentes. Eles podem se comunicar com dispositivos móveis e trocar dados, bem como otimizar as rotas em tempo real e promover uma direção mais segura e econômica. Empresas como a Uber já estão bem avançadas no uso da aplicação desses modelos, tanto para o transporte de passa- geiros como para cargas. • Sensores industriais A Internet das Coisas na Indústria 4.0 é uma das tecnologias essenciais. Ao implantar sensores em máquinas, as fábricas ficam mais inteligentes, o que significa poder administrar suas próprias atividades. Por exemplo, os dados coletados podem ser enviados para o sistema de gestão (ERP), para que o desempenhoda produção também tenha um impacto positivo na gestão da empresa. Você pode pensar que a máquina está realmente substituindo o indivíduo na linha de produção, mas o fato é que os colaboradores estão cada vez mais tendo que se profissionalizar para operarem esses sistemas, então, o avanço tecnológico também depende de se adequarem a esses novos conhecimentos. • Automação no varejo A Internet das Coisas no varejo pode automatizar negócios para: determinar o momento em que o tráfego de clientes é maior; descobrir as áreas mais visitadas da loja; entender melhor o público- -alvo de acordo com o mapeamento dos dados disponibilizados pelos próprios clientes; otimizar a gestão de estoque – o que possibilita que grandes redes de varejo monitorem, em tempo real, o nível de produtos e agilizem o processo de reabastecimento etc. 18 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital • Smart cities O conceito de Cidade Inteligente envolve aplicar tecnologia digital para melhorar o bem-estar da população. O foco é nas necessidades específicas da região, mas também podem ser adotadas estratégias bem-sucedidas de outros locais. Por exemplo, em Barcelona, Espanha, como os depó- sitos de lixo estão interligados por uma rede subterrânea, o sistema de coleta de lixo é totalmente automático e pode funcionar a vácuo. Já Tel Aviv, Israel, possui um sistema completo de segurança pública, em que são usadas câmeras inteligentes para reduzir o tempo de resposta a incidentes. A IoT no futuro da vida real Há várias aplicabilidades da Internet das Coisas em situações cotidianas. Um carro com aces- sórios online e que exibe inteligência ao usuário final é uma. O Mobi, protótipo que a Ford e a Intel estão desenvolvendo, é um dispositivo que estará integrado aos modelos desenvolvidos pela montadora e terá como principal objetivo proteger o patrimônio (veículo) de uma pessoa por meio do reconhecimento facial. O indivíduo, ao entrar no carro, irá se deparar com uma câmera que verificará o seu rosto e, assim, o sistema poderá fornecer informações úteis e frases motivacionais, recomendar músicas e ativar o GPS. Se ele não for identificado pelo sistema, o dispositivo tirará uma foto e enviará as informa- ções para o telefone do proprietário – se não for alguém autorizado, um roubo poderá ser evitado. Outro exemplo de aplicação IoT, agora em infraestrutura, envolve a parceria entre o fabricante de elevadores ThyssenKrupp e a Microsoft. As duas empresas desenvolveram um sistema online e inteligente a fim de monitorar elevadores por call centers e técnicos. Além de ser executado em aplicativos adequados para tablets, também funciona em grandes computadores desktop e redes de portal. O objetivo é atender em tempo real, prevenir acidentes e reduzir custos por meio da manutenção preventiva dos elevadores da marca. Esse tipo de aplicação também facilita a resolução de problemas a distância em grandes cidades. Mais um exemplo é a aplicação da IoT na educação. A Universidade da Califórnia, em São Fran- cisco (UCSF), está usando o Google Glass em aulas de anatomia humana nos cursos de medicina, possibilitando que profissionais renomados tragam sua expertise em tempo real e de qualquer lugar do mundo para dentro da sala de aula. Considerando essa ampla possibilidade de aplicações da IoT, seja em pequenos dispositivos ou estruturas complexas, as empresas Dell, Intel e Samsung estabeleceram um grupo chamado Open Interconnect Consortium (OIC) a fim de obter conexões padronizadas. Elas pretendem criar um protocolo comum para garantir conexões desimpedidas entre vários dispositivos, em que Wi-Fi, Bluetooth e Near Field Communication (NFC ou Comunicação por Campo Próximo) serão recursos desenvolvidos pela organização. Inclusão digital A inclusão digital é uma forma de democratizar a tecnologia e disponibilizá-la à população, o que melhora a qualidade de vida das minorias. Mas não é o caso de apenas colocar um computador na frente das pessoas, o desafio é muito mais amplo. É desenvolver o be-a-bá e mostrar como 19 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital aquela tecnologia pode fazer parte do dia a dia desses indivíduos, e como eles podem melhorar de vida ou ganhar dinheiro com isso. Aqui no Brasil, esse é um tema discutido desde o início dos anos 90, pois há muitos percalços a serem superados, como a disponibilização de estrutura de ensino; a logística estratégica de como se levar a internet a locais extremamente remotos; a falta de incentivos às comunidades carentes; e a baixa profissionalização dos instrutores nesses locais. Países pobres, como Honduras, vêm driblando essas dificuldades ao implementarem centros tecnológicos abastecidos à energia solar e com incentivo financeiro de ONGs, levando o acesso da tecnologia a moradores rurais e comu- nidades mais pobres. De acordo com o levantamento do The Economist Intelligence Unit (2021), o qual emite um rela- tório em tempo real, o País ocupa atualmente o 36º lugar no ranqueamento mundial de inclusão digital. Assim como fazem os países líderes desse ranking, ainda precisamos da ajuda dos governos, empresas e sociedade para investir em educação, estrutura e capacitação com foco no mercado de trabalho a fim de garantir que a tecnologia esteja na vida de cada vez mais pessoas. Saiba mais sobre a inclusão digital e como ela está sendo trabalhada no Brasil. Título: Inclusão digital e sua importância Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aFJgHKG1NdM Acesso em: 14/05/2021. APROFUNDE-SE https://www.youtube.com/watch?v=aFJgHKG1NdM 20 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital 3 A WEB 3.0 E OS RECURSOS INTERATIVOS Como você viu antes, a internet se resume a uma grande rede, composta por uma infraestrutura física, de computadores conectados, através da qual as informações virtuais são transmitidas. Todo o mundo de informações abstratas que transita de um lado para o outro é chamado de web ou World Wide Web (WWW), a qual é composta, principalmente, de páginas (sites) com texto, imagem, animação, som e vídeo. As pessoas costumam confundir a internet com a web, mas pense assim: quando estamos falando da internet, é referente ao mundo físico, como computadores, cabos e servidores, já a web é rela- cionada a sites, imagens, conteúdo multimídia etc. A razão pela qual a web é tão rica e relevante é que ela pode vincular conteúdo (links) entre páginas. Na prática, isso significa que podemos navegar entre sites e acessar uma gama mais ampla de informações. Para abordarmos a Web 3.0 – cenário tecnológico que estamos vivendo atualmente –, vamos revi- sitar o passado (início dos anos 90), resgatando as Webs 1.0 e 2.0. Os primeiros sites que surgiram na internet foram classificados como web ou Web 1.0 e eram como portais de notícias ou jornais com informações estáticas. O fluxo de informações era unilateral, ou seja, os editores publicavam um conteúdo no site, e os usuários não tinham o direito de questioná-lo ou mesmo debater o tema. Esse era um modelo muito limitado e que não conseguia atender à demanda cada vez maior por mais conteúdo, dinâmica e velocidade nas publicações. Já em 2004 a web evoluiu para a Web 2.0 e se tornou rapidamente popular. Os profissionais a encararam como uma estratégia de marketing e utilizaram-na como trampolim para o desen- volvimento de sistemas e serviços de empresas voltados à internet. Assim, tornou-se possível executar os aplicativos diretamente na web, sem que o usuário precisasse instalá-los no compu- tador, ou seja, bastava que ele estivesse conectado à internet e, dessa forma, poderia usar o sistema e acessar as informações de qualquer lugar do mundo (BELMONT, 2010). Essa mudança foi importante para o desenvolvimento de um sistema com foco nos usuários. O conteúdo (incluindo textos e imagens em blogs) era gerado direta ou indiretamente pormeio das análises de produtos ou serviços. A Web 2.0 também usava uma camada técnica que permitia a otimização dos recursos do computador. Em outras palavras, o processamento da informação era realizado no servidor que hospedava essas páginas – na nuvem. Dessa forma, ganhava-se agilidade e praticidade na execução das principais tarefas. Quando os usuários da rede passaram a gerar conteúdo na internet e categorizá-lo, iniciou-se o processo de funções inteligentes descentralizadas, que tornava o ambiente virtual mais interessante. E se estabeleceu naturalmente um centro de gravidade que atraiu conteúdos relevantes e, por outro lado, rejeitou os com baixa adesão pelos usuários. Assim, a comunicação entre a empresa e seus clientes foi alterada. Os consumidores agora tinham uma voz mais ativa e poderiam influenciar as estratégias de vendas e marketing. 21 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital Web 3.0 Tim Berners-Lee, o criador da World Wide Web, juntamente com seus colegas Ora Lassila e James Hendler, propuseram a atual etapa de desenvolvimento web em que estamos vivendo, a chamada Web semântica ou Web 3.0. Esse conceito foi publicado pela primeira vez em 2001, no artigo The Semantic Web: A new form of web content that is meaningful to computers will unleash a revolution of new possibilities, na revista Scientific American. Conheça mais sobre a Web semântica de Berners-Lee. Título: O desenvolvimento da Web 3.0: Linked Data e DBpedia Disponível em: http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/form/biblioteca/acervo/producao- -academica/002678477.pdf Acesso em: 20/05/2021. APROFUNDE-SE Hoje, com a Web 3.0, os consumidores se tonaram protagonistas do ambiente digital: produzem conteúdos e fazem parte do processo de construção das inovações, produtos e serviços que são lançados diariamente. As informações divulgadas por eles na internet se tornaram a base para pesquisas de mercado e segmentação de públicos-alvo na oferta de novos produtos, delineando assim um formato de negócios que executa suas estratégias contando com uma participação ativa desses usuários. Afinal, a Web 3.0 reúne todas as virtudes e inovações propostas pelas Webs 1.0 e 2.0, adicionando a inteligência das máquinas, de modo que a velocidade na disseminação de dados e informações pela internet se tornou mais veloz. Ela começou realmente em 2015, ao surgirem os aplicativos da web que interpretam comandos de voz, realizam tarefas e pesquisam em celulares ou computa- dores pela internet – os chamados assistentes pessoais, como Google Now, do Google, e Siri, da Apple (SANTOS, 2015). Esses sistemas são compostos por algoritmos (sequências de código de computador) que podem ler dados de diferentes fontes e aprender com essas informações a fim de executar tarefas mais inteligentes e específicas para cada perfil de usuário. Por exemplo, se duas pessoas tiverem perfis distintos de consumo e usarem a mesma palavra a fim de pesquisar algo, obterão resultados semelhantes, mas não exatamente os mesmos. Isso ocorre porque o algoritmo é inteligente o suficiente para mostrar o conteúdo mais importante naquele momento. A máquina e o usuário produzem conteúdo e atuam juntos com o objetivo de estabelecer a infraes- trutura da internet. Os serviços da Web 3.0 unem usuários e produtores profissionais para criar conhe- cimento ativamente. Portanto, por meio de seus poderosos recursos personalizados de processa- mento, ela pode oferecer alto valor agregado para pessoas, empresas, serviços e produtos. http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/form/biblioteca/acervo/producao-academica/002678477.pdf http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/form/biblioteca/acervo/producao-academica/002678477.pdf 22 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital A projeção da Web 3.0 é democratizar o conhecimento, tornando-se um ambiente semântico e colaborativo, capaz de antecipar as necessidades e requisitos dos usuários, bem como entender a linguagem humana e a tecnologia da nuvem, para que possa concentrar cada vez mais informações e documentos com os quais você irá interagir por meio de celulares, tablets ou computadores. Essa rede busca ser cada vez mais transparente e justa, de modo que possamos participar sem nos preocupar em perder privacidade e segurança. No entanto, isso pode ser comprometido por tecnologias como a Inteligência Artificial e o Big Data, que estão tornando mais fácil fornecer experiências pessoais na web. Com o intuito de democratizar ainda mais a rede, empresas como Facebook e Amazon estão comprando organizações, como o Washington Post, adquirido pela Amazon, e lançando antimovimentos aos que visam limitar o acesso das pessoas a serviços. Além disso, o Facebook está promovendo uma campanha para fornecer acesso gratuito à internet nos países em desenvolvimento. Contudo, embora não pareçam inicialmente, essas ações podem representar ameaças à liberdade dos usuários, pois um controle considerável sobre o mercado pode, mais cedo ou mais tarde, permitir que essas empresas também controlem nossas ações e resultados na web. 23 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital Infográfico 1 - A evolução da web. Fonte: adaptado de Belmont (2010). 24 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital Alguns exemplos de Web 3.0 • Siri (assistente virtual da Apple) A Siri usa técnicas de reconhecimento de voz e Inteligência Artificial para oferecer resultados e efetuar ações, como ligar para um contato ou procurar algum assunto na internet. Nas Webs 1.0 e 2.0, essa busca era tendenciosa e não oferecia um conteúdo relevante ao usuário. Uma das diferenças desses mecanismos de pesquisa na Web 3.0 é que os usuários podem passar muito tempo navegando em vários ambientes, interagindo e pesquisando diversas informações até que realmente encontrem o que desejam. • Redes sociais Uma boa definição para resumi-las é que se tratam de um grupo de pessoas com interesses comuns, o qual usa um meio específico a fim de debater e trocar ideias ou conhecimentos. Como você viu brevemente no tópico 1, o papel das redes sociais é muito mais importante do que podemos perceber à primeira vista. Elas mudaram as relações interpessoais, tornaram o conhe- cimento mais acessível e encurtaram as distâncias e barreiras de comunicação. Conforme o rela- tório Digital in 2020 (KEMP, 2020), realizado pelo We Are Social e HootSuite, dos 211,8 milhões de habitantes do País, atualmente, 205,9 milhões possuem algum tipo de conexão móvel, ou seja, alcançando 97% da população brasileira, sendo 66% ativa em redes sociais. O maior legado do desenvolvimento da Web 2.0 foi trazer os consumidores online para o centro da discussão e da participação nas tomadas de decisão das empresas, de forma que elas pudessem, assim, dar ouvidos as vozes deles. Assim, surgiu um novo tipo de consumidor, que se torna cada vez mais importante e se harmoniza com o que efetivamente obtém (produto ou serviço). Antes disso, poucas pessoas podiam consultar a aplicabilidade de uma determinada empresa ou os canais de qualidade de um determinado produto que desejava comprar, muito menos comparar os mesmos produtos ou serviços entre empresas concorrentes. O fato é que, com o advento das redes sociais, as pessoas ganharam mais poder para questionar, avaliar, criticar ou elogiar as empresas. • Dispositivos móveis São todos os tipos de dispositivos técnicos que nos permitem realizar determinadas tarefas de forma eficiente, não importa onde estejamos. O melhor exemplo é o smartphone – termo usado para definir a maioria dos telefones celulares modernos. Há pouco mais de 30 anos, com o advento dos celulares, nossas vidas começaram a sofrer mudanças tremendas. Esse dispositivo compacto, com muitas funções integradas, permite-nos desenvolver maneiras de se conectare conduzir negócios. Os celulares de hoje reúnem centenas de funções que, aos poucos, extinguiram outras grandes inovações tecnológicas, como câmeras pessoais, rastreadores GPS, aparelhos de som portáteis e até computadores. De acordo com pesquisa realizada pelo The Economist Intelligence Unit (2021), até março de 2021, havia 240,6 milhões de linhas de celulares ativas no Brasil, o que corresponde a uma média de 112,94 celulares/100 habitantes. Assim, é possível notar a força e a popularidade desse pequeno 25 Marketing digital e Inteligência Artificial | Unidade 1 - Introdução ao Marketing digital aparelho. De uma forma geral, o acesso à internet pelo celular é mais econômico e abrangente do que por uma rede fixa (utilizada em casa ou no trabalho). O tablet é outro dispositivo móvel de muito sucesso, sendo um intermediário entre o celular e o laptop. Além de possibilitar a realização de tarefas diárias (como trabalhar e entreter-se com filmes e jogos), ele também aumenta a portabilidade e praticidade de operação por meio da tela maior e sensível ao toque. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, você aprendeu que, neste novo mundo digital, devemos reconsiderar todo o processo de comunicação entre empresas e seus consumidores. As relações interpessoais mudaram, comportamentos de compra e de relacionamento foram elevados a outro nível, e marcas tradicionais deram lugar a novas. Outro ponto importante é que o tempo de tomada de decisões nesse ambiente está cada vez mais curto. Os novos profissionais de marketing devem se antecipar às oportunidades e ameaças, bem como sempre buscar descobrir as tendências e os impactos que podem ser causados no ambiente interno e externo dos negócios. Portanto, para se ter sucesso, é necessário estar perto dos consu- midores, entregar informações relevantes e aumentar o número de contatos que trazem o Share of heart, principalmente com a inserção da cultura digital que está presente em nossas vidas. Essa cultura digital propicia o consumo de mais informações e, por conseguinte, um número cada vez maior de usuários conectados. O público está mais atento, o que impõe desafios às empresas, pois as suas imagens já estão publicamente disponíveis nas redes sociais e podem ser criticadas e elogiadas. Dessa forma, é preciso aprender a lidar com a situação e pensar na próxima geração de consumidores. Você pôde perceber que não estamos mais conectados à internet como antes, mas vivemos nela, por meio de telefones celulares, tablets, laptops, computadores... a variedade de dispositivos está além da nossa imaginação. Esta é a geração da Internet das Coisas, na qual os aparelhos “conversam” entre si, geram dados e estatísticas comportamentais e nos ajudam a viver melhor. Embora essa não seja uma realidade unificada para a maioria das pessoas, a pesquisa e o desen- volvimento de tecnologia nessa direção estão fazendo um grande progresso. Espere para ver as novidades! Por sua vez, a web está em constante evolução e fundindo todos esses conceitos anteriores. Então, você também aprendeu que a web é um site que gerencia conteúdo, dados, arquivos pessoais em redes sociais, e-mails, empregos, comunicações etc. E que, em sua última versão, Web 3.0, há descobertas com as quais ainda nem aprendemos a lidar. O mundo do Aprendizado de máquina torna a possibilidade de mudar os negócios ainda mais profunda. Pense, por exemplo: o que será da área de atendimento ao cliente composta por “robôs”? Eles podem receber solicitações e dúvidas a partir de um banco de dados com histórico de atendi- mento semelhante, e retornar respostas mais rápidas e decisivas? Quando tentarmos agir o mais ousadamente possível em relação a essas questões, de fato, faremos uma revolução sem prece- dentes. GLOSSÁRIO Blog: área do site onde artigos, imagens e vídeos são regularmente postados para compartilhar experiências e conhecimentos. Para os empreendedores, ele é considerado essencial, porque ajuda a melhorar a posição do site nos motores de busca. E-commerce: modelo de comércio eletrônico ou loja virtual onde os empreendedores podem vender diretamente seus produtos e serviços. E-mail marketing: ferramenta de Marketing digital que pode expandir o contato com clientes em potencial e contribuir para a nutrição de leads. Por meio dele, é possível divulgar eventos, novos produtos e até mesmo compartilhar conteúdo de forma personalizada por meio de newsletters. Redes sociais: mídias criadas para a interação social, como Facebook, Instagram e Twitter. Elas também são canais adicionais para expandir o escopo de negócios. Share of Heart: é um termo utilizado no marketing, derivado da expressão market share (partici- pação de mercado), e significa o quanto a marca conquistou os corações dos consumidores. REFERÊNCIAS BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. 1. ed. São Paulo: Zahar, 1999. BELMONT, Filipe. Web 2.0: ferramentas colaborativas em ambientes corporativos. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Sistemas de Informação) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2010. CARDOSO, Gustavo. A mídia na sociedade em rede. 1. ed. São Paulo: Editora FGV, 2007. CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. CNDL. Número de idosos que acessam a internet cresce de 68% para 97%, aponta pesquisa CNDL/SPC Brasil, 17 mar. 2021. Disponível em: https://site.cndl.org.br/numero-de-idosos-que-a- cessam-a-internet-cresce-de-68-para-97-aponta-pesquisa-cndlspc-brasil/ Acesso em: 15 jun. 2021. COSTA, Thaís. Quais são as redes sociais mais usadas no Brasil? Rock Content, 20 set. 2019. Dispo- nível em: https://bit.ly/3Ft7uog Acesso em: 3 maio 2021. JENKINS, Henry. Cultura da convergência. 1. ed. São Paulo: Aleph, 2008. KEMP, Simon. Digital 2020: Brazil. DataReportal, 17 fev. 2020. Disponível em: https://datareportal. com/reports/digital-2020-brazil Acesso em: 15 jun. 2021. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2012. LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 2010. MADIA DE SOUZA, Francisco A. Marketing Trends 2014. 1. ed. São Paulo: M.Books, 2014. MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensão do homem. 1. ed. São Paulo: Cultrix, 1969. REEDY, Joel; SCHULLO, Shauna; ZIMMERMAN, Kenneth. Marketing eletrônico: a integração de recursos eletrônicos ao processo de marketing. Porto Alegre: Bookman, 2001. ROCK CONTENT. Social Media Trends 2019. Rock Content, 2019. Disponível em: https://cdn2. hubspot.net/hubfs/355484/Social%20Media%20Trends%202019.pdf Acesso em: 2 jun. 2021. SANTOS, Marcos. O que é a Web 3.0? Aquarela, 18 mar. 2015. Disponível em: https://aquare.la/pt/ artigos/2015/03/18/web-3-0-e-sua-importancia-nos-negocios/ Acesso em: 30 abr. 2021. SOARES, Alexandre. Números e tecnologia: o segredo da vitória de Obama. Veja, 14 nov. 2012. Disponível em: https://veja.abril.com.br/mundo/numeros-e-tecnologia-o-segredo-da-vitoria-de- -obama/ Acesso em: 15 jun. 2021. TAPSCOTT, Don; WILLIAMS, Anthony D. Wikinomics: como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. https://site.cndl.org.br/numero-de-idosos-que-acessam-a-internet-cresce-de-68-para-97-aponta-pesquisa-cndlspc-brasil/ https://site.cndl.org.br/numero-de-idosos-que-acessam-a-internet-cresce-de-68-para-97-aponta-pesquisa-cndlspc-brasil/ https://rockcontent.com/br/blog/redes-sociais-mais-usadas-no-brasil/ https://cdn2.hubspot.net/hubfs/355484/Social%20Media%20Trends%202019.pdf https://cdn2.hubspot.net/hubfs/355484/Social%20Media%20Trends%202019.pdf https://aquare.la/pt/artigos/2015/03/18/web-3-0-e-sua-importancia-nos-negocios/ https://aquare.la/pt/artigos/2015/03/18/web-3-0-e-sua-importancia-nos-negocios/ https://veja.abril.com.br/mundo/numeros-e-tecnologia-o-segredo-da-vitoria-de-obama/ https://veja.abril.com.br/mundo/numeros-e-tecnologia-o-segredo-da-vitoria-de-obama/THE ECONOMIST INTELLIGENCE UNIT. The Inclusive Internet Index. Disponível em: https://thein- clusiveinternet.eiu.com/explore/countries/performance Acesso em: 2 jun. 2021. TURCHI, Sandra R. Estratégias de marketing digital e e-commerce. São Paulo: Atlas, 2012. VAZ, Conrado A. Google marketing: o guia definitivo de marketing digital. São Paulo: Novatec, 2008. YANAZE, Mitsuro H. Gestão de marketing e comunicação: avanços e aplicações. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. https://theinclusiveinternet.eiu.com/explore/countries/performance https://theinclusiveinternet.eiu.com/explore/countries/performance 30 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital Objetivos de aprendizagem: Entender, por meio de uma visão geral dos principais desafios do Marketing digital, as diferenças entre o marketing tradicional e digital, bem como as suas características, além de compreender o posicionamento de uma empresa associado às estratégias de Marketing digital e remarketing. Tópicos de estudo: • Estratégias e ferramentas do Marketing digital; • Diferenças entre o marketing tradicional e o Marketing digital; • Características do Marketing digital, posicionamento digital e remarketing. Iniciando os estudos: Você sabia que as atividades de marketing existem em todos os níveis da empresa, de forma que os colaboradores participam direta ou indiretamente das ações estratégicas? Esta ciência visa compreender o comportamento humano, a fim de entregar valor em relação ao produto ou serviço fornecido. É estratégia pura. Atualmente, é preciso ter um bom conhecimento desses conceitos e de suas possibilidades de aplicação no mundo digital, com o objetivo de obter um impacto notável e melhores resultados. Nesta etapa, você vai conhecer as principais estratégias relacionadas ao uso do Marketing digital por uma empresa. Isso significa entender as suas características e principais diferenciais, como criar o posicionamento digital e a importância das técnicas de remarketing. E, ao final, espero que consiga construir uma consciência crítica e desenvolva conhecimento para montar uma estra- tégia de ação inicial por meio do Marketing digital! Unidade 2 Os desafios do Marketing digital 31 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital 1 ESTRATÉGIAS E FERRAMENTAS DO MARKETING DIGITAL O marketing permeia todos os níveis de planejamento organizacional de uma empresa, ou seja, os níveis estratégico, tático e operacional. Gordeeff (2020) detalha cada um e suas principais apli- cações, conforme o infográfico 1. Infográfico 1 - Níveis de planejamento organizacional de uma empresa e suas principais aplicações. Fonte: adaptado de Gordeeff (2020). 32 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital O planejamento de estratégia adotado pelo marketing deve ser de cima para baixo, ou seja, do ponto de vista mais estratégico, baseado na visão da empresa, com foco no mercado e nas neces- sidades do cliente, bem como em táticas para atingir os objetivos traçados pela empresa junto ao mercado de atuação. As ações adotadas para metas e objetivos, até o nível operacional, devem ser focadas em ações espe- cíficas realizadas no dia a dia, a fim de se obter resultados claros e mensuráveis. Por menor que seja a empresa, esses níveis devem ser compreendidos e considerados no desenho de uma estratégia. Já o Marketing digital é considerado um complemento à estratégia de marketing global da empresa e atua como uma ferramenta necessária a fim de aprimorar a capacidade de entregar valor, sendo utilizado para atrair novos clientes, abrir novos mercados ou segmentos de mercado específicos, fortalecer a marca e lançar novos produtos. As empresas tradicionais ou offline, que não têm um modelo de negócio online, e em que o públi- co-alvo não precisa ser contatado além da forma convencional (face-to-face), podem não adotar estratégias que envolvam Marketing digital, mas você deve alertá-las em relação ao fato desse modelo estar quase desaparecendo, uma vez que o atual consumidor exige cada vez mais uma interação dinâmica, rápida e próxima em sua jornada de consumo. Um fator que justifica a atuação híbrida (offline e online) em empresas que ainda estão adequando ou remodelando seus negócios, é a comparação com as operações 100% online. As operações físicas têm custos mais elevados em relação às online, como aluguel, decoração, manutenção do espaço físico, mais funcionários e outras despesas. Nesse caso, é importante usar estratégias de Figura 1 - O Marketing digital atua como uma ferramenta necessária para fortalecer uma marca ou empresa. 33 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital Marketing digital para atrair consumidores no mundo físico (ou seja, não digital). Geralmente, o investimento é menor em comparação ao uso do marketing tradicional. Hoje em dia, o consumidor não precisa “lembrar-se” da marca antes de comprar um produto ou serviço, precisa apenas pesquisar na web o que necessita. Nas empresas 100% online, a estratégia de marketing deve focar quase que exclusivamente na digitalização, porque os potenciais consu- midores e o público-alvo se encontram online. As empresas online se desenvolveram rapidamente e tornaram-se conhecidas nesse ambiente, mas algumas também acabaram se promovendo por meio do rádio, televisão e até anúncios impressos em jornais. Veja alguns exemplos: • Uber: empresa de tecnologia, que fornece aplicativo para celular com uma rede privada de motoristas a fim de facilitar o transporte de pessoas. Foi criada em 2009 e estreou sua campanha publicitária na TV aberta do Brasil em 2017. • iFood: fornece aplicativos para entrega de alimentos. Foi fundada em 2011 e lançou uma campanha que teve grande repercussão na televisão aberta em 2017, com o ator brasi- leiro Rodrigo Hilbert. • Netflix: provedora global de streaming de filmes, séries e programas de entretenimento. Atualmente, tem mais de 208 milhões de assinantes e mais de 190 países já usam a plataforma. • QuintoAndar: start-up brasileira de tecnologia, com foco no aluguel e venda de imóveis, fundada em 2013. Na forma de arrendamento mercantil, a empresa administra o paga- mento do aluguel ao locador e isenta o locatário da obrigação de fiança, depósito ou caução. Não existem regras para a utilização do marketing tradicional ou digital no planejamento de uma empresa. O que deve ser levado em consideração são os objetivos estratégicos, táticos e opera- cionais, tendo sempre como foco as suas atividades, seja para o mundo físico ou virtual. Algumas ferramentas de Marketing digital também podem ser implementadas no planejamento estraté- gico, de modo a facilitar e agilizar o processo de melhoria dos resultados projetados pela empresa e aperfeiçoar os resultados de campanhas publicitárias. De acordo com Farias (2021), no Brasil, as ferramentas de Marketing digital mais importantes e utilizadas pelas empresas são: 1) Google Analytics 2) Similarweb 3) Google Search Console 4) Hotjar 5) Google Tag Manager 6) Canva 7) RD Station 34 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital 8) BuzzSumo 9) Keyword.io 10) Slack 11) Trello 12) Hootsuite 13) Unbounce 14) Mailchimp 15) SumoMe Conheça as ferramentas de Marketing digital mais utilizadas no Brasil. Título: 15 ferramentas de Marketing digital que todo empreendedor precisa conhecer Disponível em: https://endeavor.org.br/marketing/ferramentas-marketing-digital-empre- endedores/ Acesso em: 20/05/2021. APROFUNDE-SE https://endeavor.org.br/marketing/ferramentas-marketing-digital-empreendedores/ https://endeavor.org.br/marketing/ferramentas-marketing-digital-empreendedores/ 35 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital 2 DIFERENÇAS ENTRE O MARKETING TRADICIONAL E O MARKETING DIGITALEm primeiro lugar, é necessário definir o que é a ciência do marketing e quais as suas especifi- cidades e aplicações para, assim, discorrer sobre as principais características e diferenças entre o marketing tradicional e o Marketing digital. Existem várias definições do que é marketing. Você não estudará essas diferenças de significados em profundidade, mas apresentarei dois conceitos, um definido por Philip Kotler e outro pela American Marketing Association (AMA). De acordo com Kotler (2011), que é considerado o pai da administração em marketing no cenário contemporâneo, marketing é uma ciência, bem como um processo social e de gestão, em que indivíduos e grupos obtêm suas necessidades e desejos por meio da criação, oferta e troca de produtos e valores. Figura 2 - Philip Kotler, considerado o pai da administração em marketing no cenário contemporâneo. Fonte: disponível em: https://www.implantandomarketing.com/philip-kotler/philip-kotler/ Acesso em: 24 set. 2021. https://www.implantandomarketing.com/philip-kotler/philip-kotler/ 36 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital Leia este livro para entender melhor os conceitos e as diferenças entre o marketing tradicional e o Marketing digital. Título: Marketing 4.0: do tradicional ao digital Autores: Phillip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan. Local: São Paulo. Editora: Sextante. Data de publicação: 2017. ISBN: 8543105331. APROFUNDE-SE Conforme a AMA (2021), marketing é definido como uma função organizacional e uma série de processos que orientam a criação, comunicação e entrega do que é definido como valor aos clientes. Ele é o responsável pela gerência de relacionamentos entre os negócios e os seus stakeholders, beneficiando assim ambas as partes. Assim, o marketing pode ser visto como uma ciência que visa entender o comportamento humano de forma estratégica, para criar valor e expectativas em produtos, serviços ou marcas e, por fim, comunicar-se com os outros. Já o Marketing digital tem algumas características-chave que o definem e mostram como integrá-lo na criação de estratégias de negócios. São elas: • Custo: em comparação com as estratégias que usam ferramentas de marketing tradi- cional, as que usam Marketing digital geralmente são menos onerosas. É possível criar campanhas de baixo investimento conforme necessário, rastrear resultados obtidos e detalhar como um novo investimento poderá ser realizado de forma assertiva e objetiva. • Segmentação: o principal benefício das ferramentas digitais é a segmentação do público-alvo. As operações estratégicas podem ser direcionadas a públicos por faixa etária, gênero, área geográfica e até mesmo grau de interesse em um tópico específico. Portanto, o negócio pode ter mais confiança sobre o público-alvo que deseja alcançar. • Cobertura: a cobertura da campanha pode ser definida, mesmo que seja global. Geral- mente, isso ocorre de acordo com o valor de investimento orientado e tem a possibili- dade de expandir o alcance. • Rapidez: do ponto de vista da concepção, da execução, do lançamento e da divulgação, as atividades criadas por meio do Marketing digital são mais rápidas do que as criadas por meio do marketing tradicional. Hoje, as pessoas passam a maior parte do tempo na internet e tendem a compartilhar informações, fotos e vídeos com os amigos utilizando principalmente as plataformas de redes sociais. 37 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital • Relacionamento: na prática, significa que é possível interagir com seu público-alvo por meio das mídias digitais. Esse é um fator muito importante para entender e promover uma campanha, bem como garantir que a informação se dissemine de forma rápida com o público-alvo determinado. • Permanência: atividades criadas no ambiente digital podem ter prazo de validade indeterminado. Isso significa que a empresa consegue criar um conteúdo de marke- ting e mantê-lo disponível online até quando necessário. As ferramentas tradicionais de marketing são perecíveis e requerem atualizações mais frequentes das publicações, anúncios etc. • Métricas: nas ferramentas de marketing tradicional, é possível ter uma noção do público, como o da TV e do rádio, mas a sua participação nos anúncios feitos durante a transmissão não é clara. Digitalmente, torna-se possível saber exatamente quantos cliques e conversões uma determinada campanha recebeu; isso é muito importante para justificar o investimento realizado e manter o orçamento de atividades que traz maior retorno à empresa. A internet é, sem dúvidas, uma das plataformas mais democráticas da história: ela não filtra nem distingue idade, gênero, país ou classe social. Esse movimento de inclusão social ocorre em quase todo o mundo, o que fortalece a globalização do acesso às informações. Atualmente, já é possível acessá-la de forma gratuita no local de trabalho ou por meio do celular em alguns locais públicos, utilizando a rede local ou sistemas de Wi-Fi gratuitos. No atual cenário mundial, ela afeta direta- mente a estratégia de marketing dos negócios das empresas. Acesse na plataforma o vídeo: Como acontece a mensuração no marketing tradicional e no Marketing digital? ASSISTA 38 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital 3 CARACTERÍSTICAS DO MARKETING DIGITAL, POSICIONAMENTO DIGITAL E REMARKETING O Marketing digital precisa ser visto como uma estratégia inclusiva e mais ampla que o marketing tradicional. Em uma análise comparativa, a maioria das estratégias de Marketing digital requer menos investimento do que o marketing tradicional, além de promover e auxiliar, de forma mais dinâmica, a construção de relacionamentos e interações com clientes e consumidores por meio das mídias sociais. Basicamente, qualquer empresa pode criar um perfil em uma plataforma de rede social e começar a interagir com seus clientes. A ideia é estabelecer uma linha direta de contato, para analisar feedbacks sobre o valor percebido e as sugestões de melhorias, bem como reportar novi- dades e lançamentos. Por exemplo, uma estratégia de envio de e-mail marketing para uma base de clientes, além de ser econômica, ajuda a manter a marca presente na mente dos clientes e proporciona uma visão de desenvolvimento contínuo da empresa. Existem outras estratégias mais complexas e dependentes de investimentos maiores, como campanhas que usam palavras-chave, banners em grandes portais, produção de ilustrações, trabalhos em vídeo, produção de conteúdo de blog etc. As estratégias de Marketing digital não devem ser abandonadas por falta de conhecimento ou orçamento; como qualquer estratégia, são necessários conhecimentos específicos para um desenvolvimento adequado. Para quem quer quebrar o paradigma cultural das empresas tradicionais, é necessário mostrar claramente um plano de marketing, os objetivos que ele atingirá e as ferramentas a serem utili- zadas. Somos constantemente afetados por inovações tecnológicas e, igualmente, o Marketing digital está inserido nesse ambiente dinâmico e em constante mudança, tornando-o assim uma ferramenta complexa, que permite muitas formas de como os negócios podem ser executados. Segundo Turchi (2012), os principais pontos que tornam o Marketing digital tão estratégico para as empresas e o diferenciam do marketing tradicional são: 1) Número de usuários na internet crescendo: no mundo virtual, mais e mais pessoas se conectam e interagem todos os momentos, um exemplo é o número de celulares que a cada dia cresce e concentra mais e mais aplicativos e funções de comunicação, inte- ração e facilidades. 2) Aumento da quantidade de compras efetivadas pela internet: de acordo com um rela- tório da NZN Intelligence, 74% dos brasileiros preferem realizar suas compras pela internet e 63% iniciam sua jornada de compra utilizando sistemas online (COMPRA…, 2021). 3) Diversificação de canais: oMarketing digital possibilita às empresas mais canais de vendas, proporcionando em alguns casos uma redução significativa nos preços dos produtos. 39 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital 4) Fidelização e captação de novos clientes: as plataformas online apoiam ainda mais o relacionamento entre a empresa e os clientes, que é a base de qualquer estratégia de marketing. Esse relacionamento pode ter como objetivo atrair novos clientes ou reter e melhorar o alicerce atual. 5) Entrada das empresas em mercados internacionais e em outros segmentos ou nichos de mercado: o mundo digital tem a vantagem da globalização, dessa forma, as empresas podem “testar” outros mercados e entender suas necessidades e desejos, de modo a iniciar um movimento de internacionalização mais confiante. Por meio do posi- cionamento digital para públicos específicos, elas podem atuar em outros segmentos ou nichos de mercado. 6) Redução do tempo de transação de negócios: geralmente, as transações conduzidas em mídia digital tendem a ser mais rápidas e simples – um grande atrativo para quem procura maneiras mais eficazes de se conectar com empresas e conduzir negócios. Um bom exemplo são as plataformas que usam aplicativos e integram sistemas de paga- mento online, como Uber ou iFood. Posicionamento digital O conceito básico acerca do posicionamento é que ele se trata de uma forma utilizada nas estratégias de marketing para mostrar valor e, dessa forma, ocupar uma posição única na mente dos consumidores. Em um modelo offline, é possível associar esse conceito a quando você pensa em comer um hambúrguer ou tomar um refrigerante: quais são as marcas que naturalmente surgem como opção de escolha? Em geral, são aquelas que entregam mais vantagem e valor agregado. Estou falando, portanto, de percepções, ideais, conceitos, sentimentos e um conjunto de características subjetivas, os quais não estão diretamente relacionados ao produto ou serviço, mas refletem uma proximidade, por exemplo, com a marca, e estabelecem contato e identidade com os seus consumidores. As marcas geralmente estão sempre buscando fazer isso na publicidade e na propaganda, utilizando referenciais para se estabelecerem como a melhor opção no momento da escolha da compra. 40 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital Neste filme extraordinário, acompanhe a importância de conhecer o seu público, e como o posicionamento de marca é um item essencial a fim de garantir a atenção e a conversão de vendas para o seu negócio. Título: O Lobo de Wall Street Ano: 2013. Sinopse: o emocionante drama do diretor Martin Scorsese sobre Wall Stre- et é baseado nas memórias do corretor Jordan Belfort, cuja frívola carreira culminou em sua prisão. Este é um filme referência quando se fala em vendas! Veja como Belfort, além de saber formar um time forte, trabalha de maneira correta sobre posicionamento de marca e utiliza os argumen- tos corretos para persuadir seus clientes, mudando a abordagem do dis- curso (MARTINS, 2015). APROFUNDE-SE Quando o conceito de posicionamento é introduzido no mundo digital, trata-se de um alcance maior. Por causa da digitalização, é possível realizar atividades de publicidade em larga escala a fim de explorar nichos de mercado e grupos de público – o que o marketing tradicional demo- raria muito para alcançar e exigiria um investimento muito maior. Para atingir um posicionamento adequado no mercado e na mente dos consumidores, algumas ações e ferramentas são fundamentais, bem como avaliar quais são as mais adequadas para o público-alvo. Veja algumas dessas ferramentas no quadro 1: 41 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital Muitas empresas criam, por exemplo, uma página no Facebook antes mesmo de possuírem uma página institucional. Nesse caso, não existe certo ou errado, tudo irá depender de onde o público delas está. Saber o seu perfil, auxiliará nas decisões de como contatá-lo e criar afinidade com seus pensamentos, fala e comportamento. Se esse público for perspicaz ou precisar de mais informa- ções sobre a organização, certamente irá buscá-las em outros canais disponíveis. A empresa deve focar em sustentar esse relacionamento e manter atualizadas as informações sobre ela. Quadro 1 - Exemplos de ferramentas para atingir um posicionamento adequado no mercado e na mente dos consumidores. Fonte: elaborado pela autora. 42 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital Hoje, a internet é a forma mais prática e rápida de encontrar serviços ou produtos. Ela atua como um grande catálogo global de consumo e informação, portanto, é de extrema importância consi- derar o seu uso nas estratégias de posicionamento digital. Em um mundo digital onde não há silêncio na voz (ou nos dedos) dos usuários, os com- portamentos e atitudes de uma marca podem se espalhar em poucos segundos. Os con- sumidores apresentam altas demandas sobre o posicionamento das marcas nas redes sociais. Assim, as empresas precisam defender seus valores, afinal, o bom posicionamento evidencia as suas características, a forma como vê o mundo e o seu estatuto social. Nesse caso, ocupar um lugar de destaque na mente dos consumidores se torna um processo fundamental para empresas que buscam não somente se manterem competitivas, mas tam- bém estão à procura de uma relação duradoura entre o negócio e o seu público-alvo. Veja algumas marcas que transcenderam a estratégia de abordar o mercado e conse- guiram um lugar de destaque na mente e no coração dos seus consumidores, não sendo somente lembradas pelo seu valor, mas frequentemente defendidas por eles, os quais atuam como porta-vozes dos benefícios e diferenciais da empresa. A marca internacional de produtos de higiene pessoal e beleza Dove tem um dos melhores cases de mercado no que se refere a posicionamento de marca. A missão, a visão e os valores da empresa estão claros na adoção desse posicionamento. As cam- panhas realizadas defendem como premissa básica que a beleza está ao alcance de todas as mulheres, não é um privilégio acessí- vel apenas a alguns indivíduos. A marca adotou nos últimos anos como campanha institucional o slogan #RealBeleza, com a finalidade de lutar pela autoestima feminina. Essa campa- nha trouxe à tona questões de real preocupação que a marca tinha com o seu público-al- vo e, por meio da discussão de temas superimportantes no âmbito feminino, deu voz a mulheres do mundo todo. Confira a campanha: #RealBeleza Skol é um case de reposicionamento bem-sucedido. Antes, suas campanhas e posicionamento eram muito viris. A mudança no comportamento corporativo vem da luta pela igualdade das mu- lheres na sociedade. Além de atividades sociais, a empresa hoje também apoia motivos e debate temas polêmicos, para que as pessoas saiam de sua zona de conforto. Sua posição é clara, reso- luta e envolvida no apoio às diferenças. O slogan atual deixa sua nova posição muito clara: #VivaADiferença e #Skolors Você já parou para pensar em como está a sua relação com as marcas que consome? Quantas vezes ao dia é abordado por elas em algum canal de mídia, redes sociais ou mes- mo por meio de publicidade interativa? Com base no texto e nos cases expostos, reflita sobre a importância do protagonismo do consumidor e o impacto desse cenário de maior interação por meio do Marketing digital para a gestão de negócios. Pense, ainda, sobre a importância da empresa se manter atenta ao posicionamento e monitorar o quanto “vale” a própria marca nesse contexto atual de sustentabilidade competitiva dos negócios. REFLITA https://youtu.be/Il0nz0LHbcM https://youtu.be/LOtzgr38hSg https://youtu.be/PyZICuBzNrE 43 Marketing Digital e Inteligência Artificial | Unidade 2 - Os desafios do Marketing digital Remarketing O remarketing, retargeting ou reposicionamento é uma ferramenta
Compartilhar