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História clínica + exame físico Se atentar aos quesitos: • Sexo - Mulheres tem mais chances de terem doenças tireoidianas • Idade • Naturalidade e procedência - determinados lugares são pobres em iodo • Profissão - grau de exposição ao iodo ↪ Inspeção Observar tamanho, formato, sinais de inflamação, mobilidade à deglutição e aderências. Com o paciente sentado, pedir para ele estender a cabeça para trás e fazer o movimento de deglutição. • A tireoide é fixa na fáscia pré-traqueal e se desloca para cima com a deglutição do paciente. • Na adiposidade cervical, ela pode ser confundida com bócio, devendo-se notar, que ela não se desloca à deglutição ↪ Palpação Palpar consistência, textura, determinar volume e dimensões, presença de linfonodos, de nódulos, de dor ou alterações. Abordagem anterior → Com os polegares palpar a glândula, pedir para o paciente deglutir para localizar o istmo; enquanto os outros dedos apoiam-se nas regiões supraclaviculares Abordagem posterior → Por trás do paciente com as duas mãos ao redor do pescoço dele, pedir para o paciente deglutir para palpar o istmo tireoidiano que se eleva sob suas polpas digitais e com movimentos circulares sentir os lobos da glândula. ↪ Ausculta Se atentar há presenças de sopros e frêmitos decorrentes ao aumento do fluxo sanguíneo podendo indicar uma tireoide hiperfuncionante Deve-se sempre suspeitar da existência de um nódulo, quando na palpação for sentido um “lobo” de um lado e não for sentido o lobo do lado oposto Aumento da glândula tireoide de qualquer etiologia, podendo ser simétricos, assimétricos ou nodulares ↪ Bócio nodulares benignos Movem-se livremente, são indolores, têm superfície lisa e são de consistência borrachosa. ↪ Bócio nodulares benignos Textura firma, irregularidades de contorno, fixação a estruturas adjacentes e linfonodo ipsilateral aumentado e palpável. Quando se eleva o braço do paciente acima da cabeça, essa manobra faz com que o paciente fique dispneico, com distensão dos vasos cervicais, pletora facial e/ou estridor. Ocorre pela compressão e obstrução de traqueia e veia cava superior. Síndrome clínica decorrente do excesso de hormônios tireoidianos nos tecidos Pode ser causada quando a função da glândula tireoide está aumentada ou quando ela está normal ou com sua função diminuída TIREOTOXICOSE Hiperfunção Função normal ou diminuída Hipertireoidismo Tireoidites • Doença de Graves • Bócio multinodular tóxico • Doença de plummer (adenoma tóxico) Sinais e sintomas observados em qualquer quadro de tireotoxicose: • Insônia • Cansaço extremo • Agitação psicomotora • Incapacidade de concentração • Agressividade • Sudorese excessiva • Intolerância ao calor • Aumento das evacuações • Amenorreia • Polifagia • Perda de peso • Pele quente e úmida • Tremor fino • Hipertensão arterial e taquicardia sinusal • Cardiomiopatia • Miopatia e osteopatia • Subaguda linfocítica • Quervain • Riedel • Pós-parto • Infecciosa Hiperfunção tiroidiana que leva a um aumento na síntese e liberação de hormônios tireoidianos (T3 e T4) • Alterações do apetite e perda de peso • Síndrome hipercinética → Taquicardia, palpitações, dispneia aos esforços, arritmias • Aumento da motilidade intestinal → Diarreia • Alterações menstruais, perda de libido e ginecomastia • Fraqueza muscular, miopatia tireotóxica • Manifestações autoimunes: vitiligo, exoftalmia, anemia perniciosa • Alterações neurológicas → Ansiedade, hiperreflexia • Pele fina, sedosa e quente. • Unhas de Plummer (descoladas do leito) e aparência caquética Doença de Graves ou Bócio Difuso Tóxico (BDT) Distúrbio autoimune, na qual anticorpos começam a atacar o receptor TSH, causando uma estimulação inadequada da glândula tiroide. • Principal causa de hipertireoidismo (60-90% dos casos) • Mais comum em mulheres (9x) • Prevalência geral de 0,5%, sendo 2% em mulheres • Pico de incidência entre 20-50 anos • Anticorpo TRAB típico da doença de Graves • Presente em 70-100% dos pacientes ↪ Susceptibilidade genética • Associação com subtipos de HLA, gene ctla-4 e com tirosina fosfatase dos linfócitos ↪ Estresse • Surge ou se torna evidente após algum episódio agudo de estresse (estado de imunodepressão) ↪ Infecções • Mecanismo de mimetismo molecular ↪ Gênero • Participação de esteroides • Relação com cromossomo x ↪ Iodo • Produção de hormônios em população com carência • Liberação de antígenos ↪ Gravidez • Tireoidite pós-parto → “Rebote imunológico” Bócio + Oftalmopatia + Mixedema pré-tibial + Acropatia ↪ Bócio • Difuso e simétrico • Achado característico da doença • Presente em 97% dos casos • Presença de sopro e frêmito na ausculta da glândula ↪ Oftalmopatia infiltrativa • Manifestação clínica independente do hipertireoidismo • Presente em 20-40% dos casos • Oftalmopatia infiltrativa que leva a exoftalmia • Olhar fixo • Retração palpebral (“lid lag”) → Exposição da esclera acima da margem superior do limbo • Edema periorbitário • Hiperemia conjuntival • Tabagismo → Fator clássico de piora da oftalmopatia. • Agrava a doença e piora o tratamento. A inflamação dos fibroblastos leva a formação de glicosaminoglicanos, gerando uma alteração na pressão oncótica, acúmulo de líquidos e aumento da pressão intraorbitária ↪ Mixedema pré-tibial • Menos de 5% dos casos de graves • Espessamento da pele devido ao acúmulo de glicosaminoglicanos. • Pode desenvolver na face, cotovelos e dorso das mãos. • Apresenta-se em placas, tem aspecto de uma “casca de laranja”, mas com coloração violácea ↪ Acropatia • <1% dos pacientes • Baqueteamento digital → Inchaço da ponta dos dedos • Unhas de Plummer → Descolamento da porção distal da unha do leito ungueal • T3, T4, T4 livre e T3 livre aumentados por conta da alta estimulação do receptor TSH pelo anticorpo TRAB • TSH normal devido o feedback negativo ↪ Cintilografia da tireoide • Exame para analisar a captação de iodo radioativo e a presença de nódulos na glândula • Na doença de graves, essa captação vai estar aumentada → Quanto maior a captação de iodo, mais hormônios tiroidianos serão produzidos ↪ Ultrassom com doppler de tireoide • Avalia a evolução da doença, o aspecto e o fluxo sanguíneo • Na doença de graves, o fluxo sanguíneo vai estar aumentado e um aspecto heterogêneo • 10-20% dos pacientes tem uma melhora espontânea • Maioria dos casos evoluem para o hipotireoidismo ↪ Clínico • Primeira escolha no Brasil • Betabloqueadores • Propranolol e atenolol • Antitireoidianos (Tionamidas) • Metilmazol (MMZ) e propiltiouracil (PTU) ↪ Radioablação com iodo radioativo • Administração de iodo exógeno (I-131 ou iodo 123), a fim de destruir a glândula ↪ Cirurgia • Tireoidectomia • Necessário a reposição dos hormônios tireoidianos em doses diárias e em jejum Formação de nódulos na glândula que estimulam de forma inadequada a secreção dos hormônios tireoidianos • Mais comum em idosos e em mulheres; • TSH suprimido e T3 e T4L elevados • Oftalmopatia é raro • Diagnóstico → Cintilografia tireoidiana e USG tireoide Nódulo hiperfuncionante que leva a liberação inadequada de hormônios tireoidianos • Mais comum em mulheres • Pode sofrer hemorragia central levando a dor, necrose e calcificação • Diagnóstico → Cintilografia tireoidiana • Nódulo hipercaptante de um lado e o restante da glândula com captação reduzida Um lado vai estar aumentadodevido o nódulo, o outro lado o tecido normal vai sofrer atrofia por conta da redução acentuada de TSH pelo feedback negativo. Acometimento inflamatório da tireoide • Pode ser causada por processo infeccioso, autoimune, trauma, por radiação ou drogas. • Se manifesta pela lesão inflamatória no parênquima tireoidiano, causando um extravasamento de coloide, liberando tireoglobulina, T3 e T4 para a circulação Se inicia como uma tireotoxicose, mas após algumas semanas os hormônios começam a diminuir até a normalidade (eutiroideu) e depois até o paciente evoluir para o hipotireoidismo. Processo inflamatório autoimune na qual linfócitos começam a atacar a tireoide Se manifesta como um período transitório de tireotoxicose, seguido de hipotireoidismo autolimitado • Semelhança a tireoidite pós-parto • 50% dos casos evoluem para tireoidite de Hashimoto • Captação de iodo vai estar baixa • Sem tratamento específico • Tratar os sintomas cardiovasculares e neuromusculares com beta-bloqueadores Processo inflamatório da glândula tireoide decorrente a uma infecção pós-viral Quadro álgico na região cervical anterior, associada ou não à tireotoxicose transitória • Comum em mulheres • 50% dos casos evoluem com tireotoxicose seguido de hipotireoidismo e após 1-3 meses ficam eutireoideos • Elevação de marcadores inflamatórios → PCR e VHS • Tratamento com anti-inflamatórios ou corticoides Doença inflamatória crônica rara caracterizada por processo fibrótico sistêmico • Nodulação dura, imóvel e indolor • Função tireoidiana normal progredindo a hipotireoidismo • Hipoparatireoidismo associado • Diagnóstico → Biópsia • Tratamento → Cirúrgico ou clinico (corticoides) Distúrbio inflamatório autoimune que se manifesta no primeiro ano após o parto, com duração subaguda Durante a gestação o sistema imunológico da mulher fica “suprimido” para não atacar o bebê como se ele fosse um corpo estranho. Após o parto, as células do sistema imunológico voltam a se reorganizar e ocorre um “rebote imunológico”, podendo aparecer doenças autoimunes. • 5% a 10% das gestantes tem tireoidite pós-parto • Indolor • Evolução normalmente para eutireoidismo, mas pode evoluir para hipotireoidismo permanente. Tireoidite inflamatória rara, causada por infecção geralmente bacteriana • Instalação aguda com sinais de inflamação • Diagnostico → Aspirado com cultura • Tratamento → Antibioticoterapia Síndrome caracterizada pela síntese/secreção inadequada dos hormônios tireoidianos • Idade (>65 anos) • Sexo feminino (8:1) • Puerpério • História familiar • Irradiação prévia de cabeça e pescoço • Síndrome de Down e Turner ↪ Doença autoimune • Tireoidite de Hashimoto ↪ Nutricional • Carência de iodo ↪ Congênito • Uso materno de drogas antitireóideas • Disgenesia da tireoide • Síndrome de Down e Turner ↪ Iatrogênica (falta da tireoide) • Ablação • Radiação • Cirurgia ↪ Uso crônico de fármacos • Amiodarona • Lítio • Tionamidas ↪ Doenças infiltrativas • Tireoidite de Riedel • Amiloidose • Esclerodermia Sintomas decorrentes a lentificação metabólica e Depósito de glicosaminoglicanos no interstício ↪ Específicos • TSH elevado e níveis de T4 livre baixos • Presença de anticorpos antitireoglobulina (TG) e antiperoxidase (TPO) ↪ Inespecíficos • Anemia normocítica e macrocítica • Gastrite atrófica e deficiência de B12 • Dislipidemia mista (acúmulo de LDL) • Elevação de enzimas musculares (CPK, aldolase, LDH) • Elevação de prolactina e gonadotrofinas Tireoidite crônica autoimune / Tireoidite crônica / Tireoidite linfocítica crônica Distúrbio inflamatório autoimune, na qual anticorpos começam a atacar e danificar a glândula, levando a uma redução da função da tiroide. • Principal causa de hipotireoidismo • Mais comum em mulheres mais velhas • Antitireoperoxidase (anti-TPO) • Antitireoglobulina (anti-TG) • Antirreceptor de TSH • Antitransportador de iodo 95-100% dos casos 15-20%dos casos Fase inicial, os anticorpos começam a atacar a glândula causando uma ruptura no epitélio que reveste os folículos tiroidianos, causando um extravasamento e aumento transitório de T3 e T4 (quadro de tireotoxicose/hipertireoidismo), enquanto o TSH fica diminuído para tentar compensar (feedback negativo). • Fase normalmente assintomática • O bócio pode evoluir em 75% dos pacientes por conta da alta estimulação inicial Fase de hipotiroidismo subclínico, após algumas semanas os hormônios começam a diminuir até a normalidade, porém, o TSH tentando compensar essa queda se eleva. • Fase assintomática Fase de hipotiroidismo manifesto, ocorre uma queda bastante acentuada de T3 e T4 livres e um aumento compensatório dos níveis de TSH (feedback positivo). • Fase com sintomas se manifestando Aumento difuso da tireoide por alta estimulação de TSH, levando a uma queda compensatória de T3 e T4. • A causa mais comum é a deficiência de iodo • Mais comum em mulheres jovens • Tosse e dispneia por compressão da traqueia • Disfagia por compressão do esôfago • Rouquidão por compressão dos nervos laríngeos recorrentes Cintilografia de tireoide → A captação vai estar aumentada, pois adicionando um iodo exógeno, essa tireoide que está com deficiência de iodo, vai captar todo o iodo exógeno. • Tratamento → Reposição de TSH com levotiroxina, reposição de iodo, alimentação adequada ou tireoidectomia (bócio > 150g)
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